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PROCESSO CIVIL IV
Ação Declarativa
DGAJ
Centro de Formação - 2017
3.4 A réplica................................................................................ 19
5 INSTRUÇÃO .................................................................................. 28
6 AUDIÊNCIA FINAL............................................................................ 45
7 SENTENÇA .................................................................................... 49
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Manual de apoio/Ação declarativa
NOTA PRÉVIA
Visa, isso sim, constituir um instrumento de apoio ao trabalho para a cada vez
mais exigente função do Oficial de Justiça.
Se como tal for encarado por todos e se, consequentemente, o presente texto
contribuir para um mais fácil exercício dessa função, estará alcançado mais
um dos objetivos da Divisão de Formação de Oficiais de Justiça.
___________
Obs. – São do Código de Processo Civil as disposições referidas neste texto, sem menção
da fonte legal.
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Manual de apoio/Ação declarativa
1 NOÇÕES GERAIS
ou, por outro lado, se alguém já possui um título reconhecido por lei que lhe dá
o direito de exigir de determinada pessoa o pagamento de uma certa quantia, a
prestação de um certo facto ou a entrega de uma certa coisa, mas não
consegue obter o cumprimento desse título por meios voluntários, vem pedir ao
tribunal que “execute” o devedor, obrigando-o a cumprir - chamar-se-á ação
executiva (art.º 10.º, n.ºs 1 e 4 a 6 ).
- de simples apreciação
DECLARATIVAS - de condenação
- constitutivas
A
Ç
Õ
E
S
- Pagamento de quantia certa
- Prestação de facto
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2 FORMAS DE PROCESSO
ALÇADA (em matéria cível) - art.º 44.º da Lei n.º 62/13, de 26 de agosto (LOSJ):
1. Relação: 30.000,00€
2. Tribunais de 1.ª Instância: 5.000,00€
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Manual de apoio/Ação declarativa
2.1 Noções elementares sobre a marcha do processo e respetivos
prazos
Dispõe o n.º 1 do art.º 144.º, como regime regra, que os atos processuais que
devam ser praticados por escrito pelas partes são apresentados a juízo por
transmissão eletrónica de dados, nos termos definidos na Portaria n.º 280/2013, de
26 de agosto, valendo como data da prática do ato processual a da respetiva
expedição.
O n.º 7 do mesmo artigo 144.º exceciona as causas em que não seja obrigatória
a constituição de mandatário, permitindo, às partes que não estejam patrocinadas, o
recurso aos seguintes meios:
b) Remessa pelo correio, sob registo, valendo como data da prática do ato
processual a da efetivação do respetivo registo postal;
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Quanto a esta matéria convém verificar o que se disse no Manual de Apoio sobre os pressupostos processuais.
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3.1 Petição Inicial
A análise dos requisitos da petição inicial não difere quanto à forma da sua
apresentação. No entanto, quanto à recusa da petição inicial já os procedimentos são
diferentes consoante a apresentação seja por via eletrónica ou pelas outras formas
permitidas pelo n.º 7 do art.º 144.º.
Vejamos então:
Formulação do pedido;
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Assinatura autógrafa da parte ou do mandatário judicial, ou assinatura
eletrónica na transmissão eletrónica de dados.
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Naturalmente que este preceito se refere à recusa da petição inicial entregue pelas formas previstas no n.º 7 do
art.º 144.º: entrega direta na secretaria judicial, remessa pelo correio sob registo e envio através de telecópia. Para
a transmissão eletrónica de dados rege o art.º 17.º da Portaria n.º 280/2013, de 26 de Agosto.
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Cfr. o que ficou dito a propósito desta matéria aquando do estudo dos atos das partes (art.ºs 144.º e 145.º).
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Art.º 24.º do DL n.º 135/99, de 22/4:
“Comunicações com os serviços públicos
1 - Sempre que uma pessoa, singular ou coletiva, se dirija por escrito a qualquer serviço público, designadamente nos
requerimentos, petições ou recursos, e não recorra a meios eletrónicos para o efeito, devem ser utilizadas folhas de
papel normalizadas, brancas ou de cores pálidas, de formato tipo A4 ou A5.”
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Manual de apoio/Ação declarativa
10 dias subsequentes à recusa de recebimento ou de distribuição da
petição, ou à notificação da decisão judicial que a haja confirmado,
considerando-se a ação proposta na data em que a primeira petição foi
apresentada em juízo.
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D.L. n.º 463/79, de 30 de Novembro – Art.º 9.º n.º 1 – “É obrigatória a menção do número fiscal, quer se trate
de pessoas singulares ou de pessoas coletivas e entidades equiparadas, em todos os requerimentos, petições,
exposições reclamações, impugnações, recursos, declarações, participações, guias de entrega de rendimentos nos
cofres do Estado, relações, notas e em quaisquer outros documentos que sejam apresentados nos serviços da
administração fiscal”;
Art.º 10.º - n.º 1 – “As autoridades, corpos administrativos, repartições públicas ou quaisquer outras entidades
públicas deverão, no cumprimento das obrigações tributárias, nomeadamente de fiscalização, que lhes estejam
cometidas pela legislação fiscal em vigor, exigir dos contribuintes a comprovação do seu número fiscal.”
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CIRC (Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas) aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-B/88,
de 30 de Novembro
Art.º 131.º
“Garantia de observância de obrigações fiscais
1 - Sem prejuízo das regras especiais do Código de Processo Civil, as petições relativas a rendimentos sujeitos a IRC,
ou relacionadas com o exercício de atividades comerciais, industriais ou agrícolas por sujeitos passivos deste imposto,
não podem ter seguimento ou ser atendidas perante qualquer autoridade, repartição pública ou pessoas coletivas de
utilidade pública sem que seja feita prova de apresentação da declaração a que se refere o artigo 112.º, cujo prazo
de apresentação já tenha decorrido, ou de que não há lugar ao cumprimento dessa obrigação.
2 - A prova referida na parte final do número anterior é feita através de certidão passada pelo serviço fiscal
competente.
(Redação do Decreto-lei n.º DL 198/2001- 3 de Julho)
3 - A apresentação dos documentos referidos no número anterior é averbada no requerimento, processo ou registo da
petição, devendo o averbamento ser datado e rubricado pelo funcionário competente, que restitui os documentos ao
apresentante.”
CIRS (Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares) aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-A/88, de
30 de Novembro
Artigo 137.º
“Garantia de observância de obrigações fiscais
(Redação dada pelo DL 198/2001, de 3 de julho)
1 - Sem prejuízo das regras especiais previstas no Código de Processo Civil, as petições relativas a atos suscetíveis de
produzirem rendimentos sujeitos a este imposto não podem ter seguimento ou ser atendidas perante qualquer
autoridade, repartição pública ou pessoa coletiva de utilidade pública sem que o respetivo sujeito passivo faça prova
da apresentação da última declaração de rendimentos a que estiver obrigado ou de que não está sujeito ao
cumprimento dessa obrigação.
2 - A prova referida na parte final do número anterior é feita através de certidão, passada pelo serviço fiscal
competente.
3 - A apresentação dos documentos de prova referidos nos números anteriores é averbada no requerimento, processo
ou registo da petição, devendo o averbamento ser datado e rubricado pelo funcionário competente, que restituirá os
documentos ao apresentante.”
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Manual de apoio/Ação declarativa
Nota: dispõe o n.º 3 do art.º 274.º que quando se trate de ações
fundadas em atos provenientes do exercício da atividades sujeitas
a tributação e o interessado não haja demonstrado o
cumprimento de qualquer dever fiscal que lhe incumba, a
secretaria ou o agente de execução deve comunicar a pendência
da causa e o seu objeto à administração fiscal, preferencialmente
por via eletrónica, sem que o regular andamento do processo seja
suspenso.
Quer isto dizer que, no caso da petição inicial, a unidade central
ao verificar a falta de cumprimento do dever fiscal por parte do
autor/exequente/requerente, limita-se a anotar tal facto no rosto
da petição.
Incumbe à unidade de processos, após a distribuição, comunicar o
facto, juntamente com cópia da petição inicial, à administração
fiscal, devendo o processo prosseguir os seus termos uma vez que
tal facto não obsta ao recebimento ou prosseguimento das ações,
incidentes ou procedimentos cautelares.
CIMI (Código do Imposto Municipal sobre Imóveis) aprovado pelo D. L. n.º 287/2003, de 12 de Dezembro
Artigo 124.º
“Entidades públicas
1 - As entidades públicas, ou que desempenhem funções públicas, que intervenham em atos relativos à constituição,
transmissão, registo ou litígio de direitos sobre prédios, devem exigir a exibição de documento comprovativo da
inscrição do prédio na matriz ou, sendo omisso, de que foi apresentada a declaração para inscrição.
2 - Sempre que o cumprimento do disposto no número anterior se mostre impossível, faz-se expressa menção do
facto e das razões dessa impossibilidade, devendo comunicar-se tal facto ao serviço de finanças da área da situação
dos prédios.”
CIMT (Código do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis) aprovado pelo D. L. n.º
287/2003, de 12 de Dezembro
Artigo 52.º
“Não atendimento de documentos ou títulos respeitantes a transmissões
Salvo disposição de lei em contrário, não podem ser atendidos em juízo, nem perante qualquer autoridade, autarquia
local, repartição pública e pessoa coletiva de utilidade pública, os documentos ou títulos respeitantes a transmissões
pelas quais se devesse ter pago IMT, sem a prova de que o pagamento foi feito ou de que dele estão isentas.”
CIS (Código do Imposto do Selo – DL n.º 287/2003, de 12 de Novembro
Artigo 63.º
“Obrigações de fiscalização
1 - São aplicáveis a este imposto, na parte referente às transmissões gratuitas, com as necessárias adaptações, as
disposições contidas nos artigos 48.º a 54.º do CIMT. (Redação dada pelo DL n.º 221/2005, de 7 de Dezembro).
2 - Para efeitos do cumprimento das obrigações previstas no número anterior, o imposto do selo sobre as
transmissões gratuitas de bens imóveis considera-se assegurado, desde que esteja instaurado o processo referido no
n.º 2 do artigo 27.º e dele constem todos os imóveis transmitidos. (Redação dada pelo DL n.º 221/2005, de 7 de
dezembro).”
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Manual de apoio/Ação declarativa
Recusa da petição inicial enviada por transmissão eletrónica:
Caso haja motivo de recusa a secção de processos notifica-a por via eletrónica
ao mandatário constituído.
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O Citius mandatários procede automaticamente à “recusa” dos restantes requisitos constantes do art.º 558.º, não
validando a peça processual para distribuição na falta de qualquer deles.
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Art.º 552.º, n.º 5: “Sendo requerida a citação nos termos do art.º 561.º, faltando à data da apresentação da
petição em juízo, menos de cinco dias para o termo do prazo e caducidade ou ocorrendo outra razão de urgência,
deve o autor apresentar documento comprovativo do pedido de apoio judiciário requerido, mas ainda não
concedido.”
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Manual de apoio/Ação declarativa
O prévio pagamento da taxa de justiça é comprovado:
Como já vimos, a taxa de justiça deve ser paga até ao momento da prática do
ato processual a ela sujeito, sendo o comprovativo junto com a peça processual
respetiva – art.º 145.º.
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Sem prejuízo do disposto no n.º 4.º do art.º 10.º da Portaria 280/2013, de 26 de agosto: ”Dimensão da peça
processual”[…] Quando a peça em causa seja uma petição inicial ou outro ato processual sujeito a distribuição, a
apresentação dos documentos prevista no número anterior deve ser efetuada até ao final do dia seguinte ao da
distribuição.
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Manual de apoio/Ação declarativa
recusada a PI o autor dispõe de 10 dias para entregar nova Petição ou juntar o
documento em falta.
Não ocorrendo motivo para recusa, a petição inicial é autuada e, sempre que,
nos termos do respetivo Estatuto, o Ministério Público deva intervir acessoriamente
na causa, ser-lhe-á notificada oficiosamente a pendência da ação, logo que a
instância se considere iniciada, sob pena de nulidade - art.ºs 325.º, n.º 1 e 194.º do
CPC, e 3.º, 5.º, n.º 4 e 6.º do Estatuto do Ministério Público, aprovado pela Lei n.º
47/86, de 15 de Outubro.
Passados 30 dias, sem que o Réu se mostre citado, é o autor informado das
diligências efetuadas e dos motivos da não realização do ato (com esta
diligência, além de se manter a parte informada do andamento do processo,
poderemos ter acesso a novos elementos de que a parte disponha, que nos
facilitem o acesso ao citando);
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Sem prejuízo do pagamento em 24 horas do remanescente conforme dispõe o art.º 23.º da Portaria nº 419-A/2009.
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Manual de apoio/Ação declarativa
Decorridos mais 30 dias, sem que a citação se mostre efetuada, é o
processo imediatamente “concluso” ao juiz, com a informação das
diligências efetuadas e das razões da não realização atempada do ato.
Revelia do réu
Temos pois que o réu, na sequência da citação – pessoal ou edital – pode tomar
uma de várias atitudes:
- Confessar o pedido;
- Provocar a intervenção de terceiros;
- Contestar;
- Não contestar, colocando-se em situação de revelia.
Há dois tipos de revelia:
- relativa, em que o réu não contesta, mas comparece em juízo, quanto mais
não seja indicando domicílio para o efeito de receber notificações, para levantar os
duplicados (por meio termo de entrega lavrado nos autos) ou constituindo
mandatário judicial no processo;
- absoluta, em que o réu não só não contesta, como não intervém de qualquer
forma no processo (cfr. art.º 566.º). E neste caso, o juiz, antes de fazer funcionar
qualquer cominação prevista para a revelia, verifica se a citação foi efetuada com
observância do formalismo legal e, na hipótese negativa, ordena a sua repetição.
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Manual de apoio/Ação declarativa
b) 2.ª parte) e o Ministério Público não deduza contestação depois de para tal
efeito ser citado nos termos do n.º 1 do art.º 21.º.
Por outro lado, a revelia diz-se operante quando, tendo sido regular e
pessoalmente citado ou quando, tendo sido citado editalmente, o réu, dentro
do prazo destinado à defesa, intervenha de qualquer forma no processo, ainda
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que não ofereça contestação.
A revelia é ainda inoperante quando a vontade das partes for ineficaz para
produzir o efeito jurídico que pela ação se pretenda obter (exemplos: ações sobre
direitos indisponíveis tais como Ações de investigação ou impugnação de
paternidade, Divórcio sem o Consentimento do Outro Cônjuge, etc.), quando se trate
de factos para cuja prova se exija documento escrito e ainda quando o réu ou algum
dos réus for incapaz e a causa estiver no âmbito da incapacidade (art.º 568.º, b), c) e
d)).
Nesta notificação ter-se-á em conta que, apesar de não contestar, o réu pode
ter constituído mandatário, e se assim tiver acontecido, o mandatário é igualmente
notificado para alegar, contando-se primeiro o prazo do autor e depois o do réu, um
após o outro.
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O réu, mesmo que a revelia seja operante, pode ser absolvido da instância com fundamento na procedência de
uma exceção dilatória que seja de conhecimento oficioso do tribunal (dado que o réu não contestou a ação).
Com efeito, a revelia operante não impede o juiz de absolver o réu da instância ou do pedido. Se se vier a apurar,
por exemplo, que os factos alegados pelo autor não justificam a procedência da ação, face ao direito substantivo
aplicável, o réu deverá ser absolvido do pedido. (José João Batista, Processo Civil I, Parte Geral e Processo
Declarativo – Coimbra Editora-8.ª edição - pags.386).
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Manual de apoio/Ação declarativa
3.3 O réu contesta a ação
efeito jurídico pretendido pelo autor (art.º 571.º, n.º 2 (1.ª parte));
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Com a contestação se consolida, no seu aspecto substancial, o esquema de constituição da relação processual,
iniciado com a proposição da acção (geradora da relação de acção) e prosseguido com a citação do réu.
Integrado assim o núcleo fundamental do princípio do contraditório, a contestação tem o grande mérito de completar
em regra a versão (geralmente tendenciosa ou incompleta, porque unilateral) dos factos e do direito trazida a juízo
pelo autor, facilitando ao tribunal o apuramento da verdade dos factos e a correta aplicação do direito (Alberto dos
Reis, Código anotado, III).
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Manual de apoio/Ação declarativa
partes (art.ºs 576.º e 577.º), e o tribunal deve, em regra, conhecer delas
oficiosamente (cfr. art.ºs 578.º e 104.º).
As exceções perentórias são as que se baseiam em causas impeditivas,
modificativas ou extintivas do direito do autor e apontam para a improcedência da
ação. São exemplo típico deste género de exceções, nas ações de condenação, o
pagamento, a remissão, a novação, a prescrição, a caducidade, o erro, o dolo, a
coação, a simulação, etc. (art.º 576.º, n.ºs 1 e 3).
***
Dentro do prazo para apresentação da contestação, o réu pode requerer, sem
prévia audição da parte contrária, a prorrogação do prazo da contestação, até ao
limite máximo de 30 dias (art.º 569.º, n.º 5).
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Manual de apoio/Ação declarativa
O prazo para apresentação da réplica, se houver lugar à mesma, pode ser
igualmente prorrogado a requerimento das partes, nos termos do disposto no art.º
586.º , aplicando-se as regras estipuladas nos n.ºs 5 e 6 do referido art.º 569.º, à
exceção do limite máximo prorrogável que não pode ir além do prazo estabelecido
para apresentação do articulado respetivo.
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Art.º 145.º, n.º 3 do CPC.
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Manual de apoio/Ação declarativa
Nesta última hipótese, a secretaria avisa o réu de que o não pagamento
daquelas quantias implica o desentranhamento da contestação que tiver sido
apresentada e que da omissão do pagamento as multas não ficarão em dívida (n.ºs 5
a 7 do art.º 570.º).
3.4 A réplica
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“Nas acções de simples apreciação negativa, cabe ao autor demonstrar os fundamentos do pedido (as causas e
razões do seu direito) e negar, antecipadamente, as declarações contrárias do réu; a este cabe alegar e demonstrar,
por seu lado, os fundamentos do direito que contrapõe ao do autor” – Ac. STJ 03B2066, de 03/07/2003 in
www.dgsi.pt.
Exemplos: (1) AA intentam uma ação em que pedem que se julguem não justificados os factos e o direito de
propriedade dos R.R. sobre o prédio referido na escritura de 30 de Maio de 2004 exarada de fls. xxx a xxx do livro
127-C do Cartório Notarial de xxxxxxxxxxxxxx, cujo extrato, emitido naquele Cartório foi publicado no F………. em
........ (2) AA demanda, na comarca da xxxxxxx, BB e mulher CC, para impugnar a escritura de justificação notarial
em que os réus declaram ter adquirido, por usucapião, a propriedade do imóvel rústico identificado no artigo 1.º da
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Manual de apoio/Ação declarativa
A réplica é oferecida no prazo de 30 dias (art.º 585.º).
petição inicial. Alega, em síntese, que é filha e daí herdeira legitimária de DD a quem o prédio pertence, sendo que
os réus não adquiriram o prédio pelos meios que declaram na dita escritura de justificação. (3) AA intentam a
presente ação declarativa com processo comum na forma ordinária de simples apreciação negativa contra B, C e
mulher D, E e mulher F, e G pedindo a declaração da inexistência de servidão de passagem, acesso ou trânsito para
identificado imóvel constituído em propriedade horizontal de que os demandados são donos de frações destinadas a
comércio, servidão essa que, na tese destes, onerava parte não edificada de identificado prédio urbano da Autora.
(4) “A” e mulher “B”, “C” e mulher “D”, “E” e marido “F” intentaram no Tribunal Judicial de ... ação declarativa
com processo sumário contra, “G” e mulher “H”, pedindo que seja declarado a inexistência do direito que os RR
invocaram na escritura de justificação notarial, outorgada a 23 de Outubro de 2003 no Cartório Notarial de ...,
lavrada a fls. 140 do Livro de Notas 132-F, referente ao prédio rústico, sito na ..., freguesia de ..., concelho de ...,
composto por cultura arvense com área de 400m2, inscrito na respetiva matriz rústica, sob o artigo ... da seção ...
Fundamentam o seu pedido no facto de serem falsas as declarações contidas na aludida escritura, nomeadamente a
alegada compra verbal por parte dos RR ao falecido “I”, de que os AA são os únicos herdeiros, bem como a posse que
invocam desde o ano de 1976, data em que se terá realizado a alegada aquisição. (5) “A” intentou ação ordinária
contra “B” e “C” pedindo que: a) seja declarado nulo o contrato xxxxxxxx com data de xx.xx.xxxx, assinado por
xxxxxxxxx, tendo por objeto a aquisição de xxxxxxxxxxxxx; b) Caso assim se não entenda, se declare ineficaz para a
Sociedade xxxxxxxxxxx a aquisição de bens feita ao acionista fundador yyyyyyyyy; c) Por efeito da declaração de
nulidade ou ineficácia, sejam nulos todos os atos que os administradores da xxxxxx.
23
“No caso da alínea c), a superveniência da matéria alegada acarreta a superveniência (relativamente à fase dos
articulados) da apresentação do articulado. Nos outros dois casos, o conteúdo da peça não é superveniente, só o
sendo o momento da sua apresentação. Embora a lei a continue a reservar para a primeira figura, existente desde
1961, a denominação de articulado superveniente pode, com base nesta característica comum de superveniência da
apresentação do articulado, ser estendida às duas restantes figuras, ambas oriundas da revisão de 1995-1996” – José
Lebre de Freitas, A Ação Declarativa Comum à luz do Código de Processo Civil de 2013, 3.ª edição, páginas 141 e 142.
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Manual de apoio/Ação declarativa
c) Ocorrendo factos supervenientes, a parte a quem aproveitam pode alega-los
em articulado superveniente (stricto sensu), com direito a resposta da parte
contrária (art.º 588.º)
Todavia, deter-nos-emos apenas nos casos a que alude a anterior alínea c).
Nesta fase o juiz toma contacto com o que se passou na fase anterior (fase dos
articulados), assume a partir daqui a direção do processo, controlando a regularidade
da instância, convidando as partes a colmatar eventuais deficiências dos articulados,
decidindo aquilo que pode desde logo ser decidido, definindo as grandes questões
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Manual de apoio/Ação declarativa
que vão ser objeto de prova e julgamento e tomando as medidas necessárias para
que se obtenha a justa composição do litígio em prazo razoável.24
Assim, e de acordo com o n.º 1 do art.º 590.º, nos casos em que, por
determinação legal ou do juiz, seja apresentada a despacho liminar, a petição, é
indeferida quando o pedido seja manifestamente improcedente ou ocorram, de
forma evidente, exceções dilatórias insupríveis e de que o juiz deva conhecer
oficiosamente, aplicando-se o disposto no artigo 560.º (apresentação de nova
petição).
Contudo, convém referir que de acordo com o art.º 569.º n.º 1 (parte final) e “.. no
caso de revogação de despacho de indeferimento liminar da petição, o prazo para a
contestação inicia-se com a notificação em 1.ª instância daquela decisão.“
24
“A denominação desta fase processual como fase de condensação é suficiente e pode manter-se, desde que nela se
compreenda, não só o peneirar de que, após o eventual aperfeiçoamento doas articulados deficientes, resulta o
apuramento das questões essenciais da causa, mas também o saneamento do processo, isto é, verificação da sua
regularidade, com eventual correção das irregularidades dos articulados e sanação das nulidades e da falta de
pressupostos processuais gerais ou específicos” – José Lebre de Freitas, ob. cit., pág. 152.
25
Paulo Pimenta, Processo Civil Declarativo, 2014, página 211.
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Manual de apoio/Ação declarativa
• Convocada uma audiência prévia (art.º 591.º); ou
• Proferido despacho saneador (art.º 595.º).
Quando há lugar à audiência prévia, esta destina-se a algum ou alguns dos fins
seguintes:
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Manual de apoio/Ação declarativa
• Facultar às partes a discussão de facto e de direito, nos casos
em que ao juiz cumpra apreciar exceções dilatórias ou quando tencione
conhecer imediatamente, no todo ou em parte, do mérito da causa;
• Discutir as posições das partes, com vista à delimitação dos
termos do litígio, e suprir as insuficiências ou imprecisões na exposição da
matéria de facto que ainda subsistam ou se tornem patentes na sequência do
debate;
• Proferir despacho saneador, podendo, logo aí, e caso o mesmo
não ponha termo ao processo, definir o objeto do litígio e o tema da prova;
• Proferir, após debate, despacho nos termos do n.º 1 do art.º
596.º e decidir as reclamações deduzidas pelas partes.
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Manual de apoio/Ação declarativa
No caso de frustração da conciliação, consigam-se em ata as concretas soluções
avançadas pelo juiz, bem como os fundamentos que justificam a persistência do litígio – n.º 4
do art.º 594.º.
A audiência prévia não se realiza nas ações não contestadas em que a revelia
seja inoperante e nas ações que devam findar no despacho saneador pela
procedência de exceção dilatória, tendo esta já sido debatida nos articulados (art.º
592.º).
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Manual de apoio/Ação declarativa
número de sessões e a sua provável duração e a designar as
respetivas datas – n.º 2 do art.º 593.º.
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Não é pacífica esta opção do legislador. Vejamos o que entende Abílio Neto em anotação a este artigo, em “Novo
Código de Processo Civil, Lei n.º 41/3013”, Anotado, Junho/2013, página 220: “O comando deste artigo suscita,
quanto a nós, uma questão crucial, que pode pôr em causa toda a arquitetura da presente reforma: a identificação
do objeto do litígio, e, por arrastamento, o enunciado dos temas da prova, devem obedecer à regra de ouro antes
consagrada no n.º 1 do art.º 511.º, ou seja, atendendo às “várias soluções da questão de direito, que deva
considerar-se controvertida”? Ou ao invés, estamos perante um pré-julgamento cujo resultado se antecipa através da
conformação do enunciado do objeto do litígio, o qual, por seu turno, ditará o âmbito dos temas da prova? O âmbito
de aplicação das normas de direito material é sempre e incontroversamente tão linear que legitime, em sede
processual, esta enorme e fundamental simplificação? E a generalidade dos advogados têm a preparação técnica o
traquejo e a serenidade indispensáveis para, no decorrer de uma audiência prévia, muitas vezes em condições de
trabalho adversas, reagir, de imediato, a uma identificação do objeto do litígio perversa, que inviezará o desfecho da
lide, de forma praticamente irremediável? Será esta a tão proclamada justiça material que se pretende?”
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Manual de apoio/Ação declarativa
Assim para as ações de valor não superiores a € 15.000, findos os articulados,
o juiz, consoante a necessidade e a adequação do ato ao fim do processo, pode optar
por:
Contudo, é ao juiz que caberá em ambos os casos decidir qual o “caminho” a seguir,
conforme é referido na exposição de motivos constante da proposta de Lei n.º 113/XII:
“Importa-se para o processo comum o princípio da gestão processual, consagrado e
testado no âmbito do regime processual experimental, conferindo ao juiz um poder
autónomo de direção ativa do processo, podendo determinar a adoção dos
mecanismos de simplificação e de agilização processual que, respeitando os
princípios fundamentais da igualdade das partes e do contraditório, garantam a
composição do litígio em prazo razoável”
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Manual de apoio/Ação declarativa
Esquematizando:
Findos os articulados
Art.º 590.º
5 INSTRUÇÃO
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5.1 Meios de prova
Definição legal (art.º 341.º do Cód. Civil): “As provas têm por função a
demonstração da realidade dos factos”.
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Na acção de condenação destinada a obter o pagamento de uma divida pecuniária, cabe ao autor alegar e provar a
existência dos factos constitutivos do crédito, cuja titularidade se arroga e que firma estar sendo violado, provando,
nomeadamente, a realização do facto jurídico (v.g., a compra e venda) donde o crédito nasceu.
Ao réu competirá, por seu turno, provar os factos impeditivos (como a sua situação de menor, de interdito ou de
inabilitado, o erro ou a coacção de que tenha sido vitima), modificativos (a opção feita por uma outra prestação) ou
extintivos (o pagamento, a remissão, etc.) do crédito do autor. (Antunes Varela, J. Miguel Bezerra, Sampaio e Nora,
Manual de Processo Civil, 2.ª edição, pag. 453).
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outros meios de prova, sem prejuízo de os requerimentos probatórios poderem ser
alterados:
• Por ambas as partes na audiência prévia quando esta tenha lugar ou nos 20
dias que antecedem a data designada para a audiência final – cfr. art.ºs 552.º, n.º 2,
572.º, d) e 598.º .
Inspeção judicial e Art.ºs 390.º e 391.º do Cód. Civil e 490.º a 494.º Cód.
verificação não Proc. Civil.
judicial qualificada
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5.1.1 Prova por documentos
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5.1.2 Prova por confissão:
- depoimento de parte
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Em regra, o depoimento de parte é prestado na audiência final e no próprio
tribunal onde corre o processo, ressalvados os casos de urgência e de impossibilidade
do depoente comparecer no tribunal – art.º 456.º, n.º 1.
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Embora o n.º 2 do art.º 456.º refira que o regime da teleconferência é aplicável às partes residentes fora da
comarca, devemos ter em atenção o disposto no art.º 502.º com a redação introduzida pela Lei n.º 40-A/2016, de 22
de dezembro, que substituiu o termo “fora da comarca” por “fora do município”.
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Quando escrita em documento autêntico ou autenticado e feita à parte
contrária ou a quem a represente, a confissão extrajudicial tem força probatória
plena semelhante à dos documentos que a suportam – art.º 358.º n.º 2 do Cód. Civil.
O CPC de 2013 introduziu, a par da prova por confissão, mas como meio de
prova autónomo, a figura da prova por declarações de parte.
Estamos perante um novo meio de prova que prevê que as partes possam
requerer, até ao início das alegações orais em 1.ª instância, a prestação de
declarações sobre factos em que tenham intervindo pessoalmente ou de que tenham
conhecimento direto.
A prova pericial tem por fim a perceção ou apreciação de factos por meio de
peritos, quando sejam necessários conhecimentos especiais que os julgadores não
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“A apreciação que juiz faça das declarações de parte importará sobretudo como elemento de clarificação do
resultado das provas produzidas e, quando outros não haja, como prova subsidiária, máxime se ambas as partes
tiverem sido efetivamente ouvidas” – José Lebre de Freitas, obra citada, página 278.
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possuem, ou quando os factos, relativos a pessoas, não devam ser objeto de inspeção
judicial – art.º 388.º Cód. Civil – e é oficiosamente ordenada pelo juiz () ou a
requerimento das partes (art.ºs 467, n.º 1, 477.º e 475.º).
No despacho que ordenar a perícia, o juiz fixa o seu objeto, nomeia os peritos
(um ou três – art.º 467.º, n.º 1 e 468.º, n.º 1) e designa local e data para a sua
realização – art.º 478.º.
Na perícia (seja ela individual ou colegial), havendo acordo das partes sobre
o(s) perito(s), o juiz procede à sua nomeação, salvo se fundadamente tiver razões
para pôr em causa a sua idoneidade ou competência.
Na falta de acordo, o juiz nomeia o perito (art.º 467, n.ºs 1 e 2). Tratando-se
de perícia colegial (com 3 peritos), cada parte escolhe um perito e o juiz nomeia o
terceiro – art.º 468.º n.º 2.
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A regra instituída é a da perícia realizada por um só perito, sem prejuízo da perícia colegial (até 3 peritos) quando
o juiz o determine por iniciativa própria ou a pedido das partes ou ainda quando tenha lugar a 2ª perícia – art.ºs. 468º
e 488º al. b) CPC.
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Manual de apoio/Ação declarativa
As partes são oficiosamente notificadas do despacho que ordena a realização
da perícia, que nomeia os peritos e designa a data e o local do começo da diligência
(art.º 478.º), sendo simultaneamente notificados para em 10 dias efetuarem o
pagamento antecipado dos encargos nos termos do art.º 20.º do RCP, devendo ser
remetido o respetivo DUC-Guia nos termos dos n.ºs 1 e 3 do art.º 21.º da Portaria n.º
419-A/2009, de 17 de Abril.
A primeira perícia
Exemplo:
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É aplicável aos peritos, com as necessárias adaptações, o regime de impedimentos (art.ºs 115.º a 117.º) e
suspeições (art.º 119º a 126º) previsto para os juízes – art.º 470º, nº 1 CPC.
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Oficiosamente ou a requerimento das partes, o juiz pode:
determinar que os peritos completem, esclareçam ou fundamentem,
por escrito, o relatório apresentado, conforme previsto nos n.ºs 3 e 4
do art.º 485.º, ou
ordenar a realização de segunda perícia.
32
Cfr. art.º468.º, n.º 1.
33
Recorde-se que os peritos prestam compromisso para realização da perícia (art.º 479.º) e prestam juramento na
audiência final (art.º 486.º.º n.º 1 CPC).
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Manual de apoio/Ação declarativa
O despacho que designar dia e hora e local de realização da inspeção judicial é
notificado aos mandatários judiciais e às próprias partes (art.º 247.º, n.ºs 1 e 2,
491.º).
34
José Lebre de Freitas, obra citada, páginas 300 e 301.
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Manual de apoio/Ação declarativa
A força probatória dos depoimentos das testemunhas é livremente apreciada
pelo tribunal – art.ºs 396.º do Cód. Civil e 607.º, n.º 5 do CPC.
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Incumbe ao juiz verificar a capacidade natural das pessoas arroladas como testemunhas – art.º 495.º, n.º 2.
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magistrado, na qual são recolhidas as declarações, requerimentos, promoções e atos
decisórios orais que tiverem ocorrido (n.º 7).
Contudo, o juiz pode, face à natureza e extensão dos temas da prova, por
decisão irrecorrível, admitir a inquirição de testemunhas para além do limite
previsto.
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Manual de apoio/Ação declarativa
tecnológico para audição de testemunhas
residentes nas referidas áreas).
Formalismo da inquirição:
Incidentes da inquirição:
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Manual de apoio/Ação declarativa
Incumbirá às partes a apresentação das testemunhas indicadas nessa alteração ou
adicionamento.
1 – Em ambos os tribunais/juízos;
1 – Em ambos os tribunais/juízos
c) Quando, por qualquer motivo, não seja possível realizar a inquirição por
meios tecnológicos, os funcionários de ambos os tribunais/juízos deverão descrever
nos respetivos mapas os motivos que impossibilitaram a sua realização.
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Manual de apoio/Ação declarativa
2 – No tribunal/juízo onde decorre a audiência
a) Atendendo a que, neste tribunal, se trata de ato processual que não exige a
participação ou intervenção de Magistrado Judicial ou do Ministério Público, deve o
secretário de justiça designar previamente o(s) funcionário(s) que assegurará(ão) a
realização das várias diligências, mediante a elaboração de uma escala nominal de
funcionários, em que se preveja o regime de substituição;
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Manual de apoio/Ação declarativa
Registo da Prova
Caso contrário, ou seja, se nada for requerido, são ouvidas por meio
tecnológico, a partir do tribunal/juízo da área da sua residência, sendo notificadas
nos termos do disposto no art.º 251.º, para lá comparecerem.
Não tem lugar a inquirição por meio tecnológico nos processos pendentes em
tribunais ou juízos sediados nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto36 quando a
testemunha a inquirir resida na respetiva circunscrição. Excecionam-se os casos
previstos no art.º 520.º.
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Cfr. Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro.
A Área Metropolitana de LISBOA integra os seguintes municípios: Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais,
Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Sesimbra, Setúbal, Seixal, Sintra e Vila Franca de
Xira (www.aml.pt).
A Área Metropolitana do PORTO integra os seguintes municípios: Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos,
Porto, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, S. João da Madeira, Trofa, Vale de Cambra, Valongo, Vila
do Conde e Vila Nova de Gaia (www.amp.pt).
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6 AUDIÊNCIA FINAL
a). O juiz deve providenciar pela marcação das datas das diligências
mediante prévio acordo com os mandatários judiciais que devam comparecer,
para o que pode encarregar a secretaria de realizar de forma expedita os contactos
prévios necessários (eletrónica, via telefónica, fax, etc.), a fim de prevenir o risco
de sobreposição de datas de diligências.
b). Quando a marcação não possa ser feita com o prévio acordo dos
mandatários judiciais, devem estes, se impedidos noutro serviço judicial já
marcado, comunicar o facto ao tribunal e identificar expressamente a diligência e
o processo a que respeita, no prazo de cinco dias, propondo datas alternativas,
após contacto com os restantes mandatários interessados.
c). O juiz pode alterar a data inicialmente fixada, pelo que apenas se
procede à notificação dos demais intervenientes após o decurso do prazo de cinco
dias, atrás referido.
Assim, decorrido o prazo do n.º 2 do art.º 151.º, deve ser paga a 2.ª
prestação da taxa de justiça, devendo o interessado comprovar o pagamento no
prazo de 10 dias, contados da notificação para a audiência final (n.º 2 do art.º 14.º
do RCP).
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Manual de apoio/Ação declarativa
de 10 dias, efetuar o pagamento da segunda prestação da taxa de justiça, acrescido
de multa de igual montante, mas não inferior a 1 UC nem superior a 10 UC.
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Manual de apoio/Ação declarativa
A inobservância destes deveres pode trazer consequências de natureza disciplinar.
Não prescindindo da sua audição a parte que indicou a testemunha faltosa, esta deve
justificar a falta na própria audiência ou nos cinco dias imediatos.
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A falta do A. ou do R. só é relevante se tiver sido requerido o respetivo
depoimento de parte, nos termos do art.º 452.º, ou as declarações de parte nos
termos do art.º 466.º.
A audiência final desenrola-se com observância do disposto nos art.ºs 604.º a 606.º.
Não havendo razões para adiamento, realizar-se-á a audiência final (art.º
604.º, n.º 1):
a)- Tentativa de conciliação das partes (art.º 604.º, n.º 2 ), a qual só deve
ser efetuada:
- se a causa estiver no âmbito do poder de disposição das partes;
- se as partes estiverem presentes ou se se tiverem feito representar
por procurador com poderes especiais para transigir;
As alegações orais não podem exceder, para cada um dos advogados, uma hora
e as réplicas trinta minutos; o juiz pode, porém, permitir que continue no uso da
palavra o advogado que, esgotado o máximo do tempo legalmente previsto, com base
na complexidade da causa.
Nas ações de valor não superior à alçada do tribunal de primeira instância, os períodos de
tempo previstos para as alegações e as réplicas são reduzidos para metade.
d)- Audiência do técnico: pode ter lugar a qualquer momento, antes das
alegações orais, durantes as mesmas ou depois de findas (art.º 604.º, n.º 7).
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Manual de apoio/Ação declarativa
Concluída a audiência final, o processo vai concluso ao juiz para ser proferida
a sentença no prazo de 30 dias (art.º 607.º ).
7 SENTENÇA
Aguarda-se pelo prazo de 30 dias (art.º 638.º, n.º 1 ) que a decisão transite
em julgado (art.º 628.º), sem prejuízo do disposto no art.º 139.º.
38
Cfr. Oficio Circular n.º 30, de 1 de Setembro de 2006, da DGAJ.
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Manual de apoio/Ação declarativa
Findo este prazo, sem que nada seja requerido, elabora-se a conta. Esta é
notificada, remetendo-se as guias, sendo caso disso, e, pagas as custas, fazem-se os
vistos “fiscal” e “correição” (art.º 142.º, n.º 2, da Lei n.º 62/13, de 26 de agosto).
Ministério Público – 2 dias para promoções de mero expediente – art.º 156.º, n.º 1
Conclusão
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Manual de apoio/Ação declarativa
Autor Conforma-se ou interpõe recurso 559.º 15 dias
644.º,n.º2,
i)
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Manual de apoio/Ação declarativa
Aguarda trânsito em julgado 638.º 30 dias
(mínimo)
Juiz Correição
FIM
art.º 586.º.
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Manual de apoio/Ação declarativa
Secretaria Notifica as partes para a audiência 247.º e 5 dias
prévia 249.º
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Manual de apoio/Ação declarativa
Secretaria Lavra ata e faz o processo concluso 607.º 30 dias
para em 30 dias ser proferida a
sentença (607.º)
Juiz Correição
CORREIÇÃO
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Manual de apoio/Ação declarativa
Coleção “PROCESSO CIVIL”
Autor:
Titulo:
Coordenação técnico-pedagógica:
Coleção pedagógica:
Centro de Formação
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