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CONSTITUCIONAL

1) Poder constituinte Supranacional


- Relação com transconstitucionalismo(Marcelo Neves)
- Enquanto a Constituição transnacional(poder constituinte supracional)
preconiza uma única ordem constitucional para diversos Estados; o
transconstitucionalismo se identifica com o reconhecimento de problemas
comuns a diversas ordens (por isso o nome de “problemas
transconstitucionais”).
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1) Poder constituinte Supranacional
- “faz as vezes do poder constituinte porque cria uma ordem jurídica de cunho
constitucional, na medida em que reorganiza a estrutura de cada um dos
Estados ou adere ao direito comunitário de viés supranacional por excelência,
com capacidade, inclusive, para submeter as diversas constituições nacionais
ao seu poder supremo. Da mesma forma, e em segundo lugar, é supranacional,
porque se distingue do ordenamento positivo interno assim como do direito
internacional”.(RODRIGUES, Mauricio A. Poder constituinte supranacional: esse
novo personagem, p. 96. Porto Alegre: Sérgio A. Fabris, Editor, 2000)
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2) CPI

Requisitos: (a) requerimento de um terço dos membros da Casa; (b) apuração de fato
determinado; (c) prazo certo de duração.
Direito subjetivo das minorias - STF(MS 26.441): essa exigência do requerimento
deve ser examinada no momento do protocolo do pedido perante a mesma Casa
Legislativa, não sendo necessária uma posterior ratificação.
Inclusive, recentemente(STF, MS 37760): não se submete a instauração ao juízo
discricionário seja do Presidente da casa legislativa, seja do plenário da casa
legislativa.
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2) CPI

Fatos novos podem ser investigados, desde que conexos(Inq. 2245/MG);


Segundo a CF/88, a CPI possui os poderes de investigação próprios da autoridade
judiciária. Devem se referir aos poderes instrutórios. Não detém, assim, o chamado
poder geral de cautela, inerente ao órgão jurisdicional.
a)Pode quebrar sigilo bancário, fiscal, telefônico e de dados (informáticos). Contudo,
não pode realizar interceptação telefônica.
b) Pode buscar e apreender documentos, desde que não estejam protegidos por
sigilo, como o de domicílio.
c) Pode conduzir coercitivamente para prestar depoimento. O STF já decidiu que
uma CPI não pode exigir a presença de indígena no Congresso Nacional, o que não
impede de ouvi-lo dentro da sua própria comunidade. d) Pode determinar a
realização de exames periciais
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2) CPI

d) Pode determinar a realização de exames periciais

Importante: a CPI pode determinar a quebra do sigilo telefônico(lista de ligações


realizadas, duração das ligações, etc.), mas não pode realizar por si só a
interceptação telefônica (conteúdo das ligações).

A CPI tem o dever de fundamentar satisfatoriamente todas essas decisões, além de


observar princípio da colegialidade, o qual informa que as decisões devem ser
tomadas pela maioria dos votos e não isoladamente. STF, MS 24.817
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3) ADPF
“proposta perante o STF, e terá por objeto evitar lesão ou reparar lesão a
preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público”

Legitimados - os mesmo da ADI e ADC.


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3) ADPF
Eventual decisão em ADPF pode atingir a coisa julgada?
Uma das particularidades da ADPF é que ela pode atingir decisões judiciais.Nas
palavras do Min. Gilmar Mendes, quando ocorrerem proliferação de decisões a ponto
de gerar confusão hermenêutica e incoerência judicial, ela será cabível.
Não é cabível, no entanto, em face de uma única decisão, como sucedâneo de
recurso ou de ação rescisória.
Ocorre que, quando interposta em face de decisões judiciais, elas não podem atingir
a coisa julgada, consoante entendimento do STF, manifestado no julgamento
monocrático da ADPF 81 MC, pelo Rel. Min. Celso de Mello, por ser o meio cabível
previsto legalmente para tanto a ação rescisória (que possui prazos específicos e
hipóteses também específicas).
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3) ADPF
Possibilidade de ser interposta contra lei municipal.
Inclusive: ADPF contra leis municipais que vedavam a “ideologia de gênero”.

O que é preceito fundamental? Não se define nem na lei nem na Constituição.


ADPF 33 do STF:
a) Princípios fundamentais (são os do art. 1o ao art. 4o, CRFB);
b) Direitos fundamentais(art. 5o ao art. 17 e também outros direitos
esparsos na CRFB);
c) Princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII, CRFB – princípios que
uma vez violados ensejam a intervenção federal);
d) Cláusulas pétreas(art. 60, § 4o, CRFB).
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3) ADPF
Subsidiariedade para fins de ADPF:
“Princípio da subsidiariedade (art. 4.º, § 1.º, da Lei n. 9.882/99):
inexistência de outro meio eficaz de sanar a lesão, compreendido no
contexto da ordem constitucional global, como aquele apto a solver a
controvérsia constitucional relevante de forma ampla, geral e imediata. A
existência de processos ordinários e recursos extraordinários não deve
excluir, a priori, a utilização da arguição de descumprimento de preceito
fundamental, em virtude da feição marcadamente objetiva dessa
ação” (ADPF 33, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 07.12.2005, DJ de 27.10.2006.
No mesmo sentido: ADPF 47-MC, Rel. Min. Eros Grau, j. 07.12.2005, DJ de
27.10.2006)
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3) ADPF
Possibilidade de se aplicar fungibilidade entre ADI e ADPF(DPE-MG-2019-
FUNDEP) - Gabarito da banca:

Explicar o princípio da fungibilidade (instrumento de conversão recursal em


decorrência dos princípios da supremacia da Constituição e da
instrumentalidade, economia e celeridade processuais). Indicar a base legal —
Art. 4°, §1°, da Lei n° 9.882/99. Expor sobre a necessidade de satisfação dos
requisitos para a ADI —legitimidade ativa, fundamentação, objeto e pedido.
Expor sobre a necessidade de existir dúvida objetiva razoável sobre o caráter
autônomo do ato normativo infralegal impugnado, vedando-se o erro
grosseiro no ajuizamento da ADPF.
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4) ADI

Legitimados: art. 103 da CF

Temos, ainda, que é a OAB é o único Conselho Federal que


tem legitimidade para adentrar com ADI.(ADPF 264)
Perda de mandato de partido político durante a
tramitação da ADI - deve o processo continuar (ADI
2.618). Difere do caso do MS contra EC ou lei
inconstitucional.
Defensoria não possui legitimidade(ACO 3.061).
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4) ADI

Inciso IX: “entidade de classe de âmbito nacional”


"A Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP) dispõe de
legitimidade ativa ad causam para fazer instaurar processo de controle
normativo abstrato em face de atos estatais, como a legislação pertinente à
Defensoria Pública, cujo conteúdo guarde relação de pertinência temática
com as finalidades institucionais dessa entidade de classe de âmbito
nacional". [ADI 2.903, rel. min. Celso de Mello, j. 1º-12-2005, P, DJE de
19-9-2008.]
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4) ADI

Como o processo é objetivo, inexistem prazos diferenciados para as partes,


nos termos do entendimento do STF(AI 788.453 AgR).

Papel de curador da constitucionalidade da norma: AGU.O STF(ADI 1476)


possui jurisprudência no sentido de que não há a necessidade de defesa da
norma por parte da AGU quando já existe entendimento consolidada pela
inconstitucionalidade em casos análogos.
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4) ADI
O STF entendeu que é possível a cumulação de pedidos típicos de ADI e ADC em uma única
demanda de controle concentrado. A cumulação de ações, neste caso, além de ser possível, é
recomendável para a promoção dos fi ns a que destinado o processo objetivo de fiscalização
abstrata de constitucionalidade, destinado à defesa, em tese, da harmonia do sistema
constitucional. A cumulação objetiva permite o enfrentamento judicial coerente, célere e efi
ciente de questões minimamente relacionadas entre si. Rejeitar a possibilidade de
cumulação de ações, além de carecer de fundamento expresso na Lei 9.868/1999, traria
como consequência apenas o fato de que o autor iria propor novamente a demanda, com
pedido e fundamentação idênticos, ação que seria distribuída por prevenção". [STF. Plenário.
ADI 5316 MC/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/5/2015 (Info 786) (Fonte: Buscador Dizer
o Direito)
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5) Direito de greve de servidor público

Art. 37,
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica’’.
Lei nunca foi editada.
Por meio de Mandado de Injunção, o STF (STF Plenário. MI 708, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 25/10/2007) decidiu que os servidores públicos podem fazer
greve, devendo ser aplicadas as leis que regulamentam a greve para os trabalhadores
da iniciativa privada (Lei nº 7.701/88 e Lei nº 7.783/89).
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5) Direito de greve de servidor público
STF(ADI 3.235):
Decreto que diferencia servidores estáveis e não estáveis padece de
inconstitucionalidade. Inicialmente, na medida em que a greve é um direito
constitucional, e não se pode considerar de forma automática como sendo falta grave
para ensejar exoneração mediante procedimento administrativo.

Ademais, revela inaceitável ofensa ao princípio da isonomia, uma vez que assegura
tratamento diferenciado entre servidores estáveis e não estáveis - diferenciação essa
que não possui previsão constitucional.
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5) Direito de greve de servidor público
O Supremo Tribunal Federal (ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/
o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 - repercussão geral - Info 860)
fixou tese em sede de repercussão geral que o exercício do direito de greve, sob
qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores
públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a
participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das
carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos
interesses da categoria.
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5) Direito de greve de servidor público
STF (Plenário RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2016 -
repercussão geral): como exerce seu direito de greve com base na lei do setor privado,
servidor está sujeito aos ônus que disso decorre - descontos dos dias parados, já que a
movimento paredista suspende o contrato de trabalho segundo o art. 7º da Lei
7.783/89.
Pode haver acordo para a compensação das horas de trabalho. Sendo que a
Administração Pública não é obrigada a aceitar. (STF Plenário. RE 693456/RJ, Rel.
Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2016 - repercussão geral - Info 845).
Caso o Poder Público dê causa à greve com comportamento ilícito, o desconto dos dias
não trabalhados será indevido.(STF Plenário. RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 27/10/2016 - repercussão geral - Info 845).
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6) Mutação constitucional

Conceito: também chamada de poder constituinte difuso, diferentemente da


emenda, processo formal de alteração da CF, a mutação ocorre por meio de
processos informais de modificação do significado da CF sem alterar o seu texto.
Ocasionadas por significativas mudanças nos valores sociais ou no quadro empírico
subjacente ao texto constitucional(Daniel Sarmento). 

“denomina-se mutação constitucional o processo informal de mudança da


constituição por meio do qual são atribuídos novos sentidos à letra da lei, sem que
haja uma mudança formal do seu texto.” (item certo de prova CESPE)
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6) Mutação constitucional

Obs: além de se dar pela via da jurisprudência, pode-se dar também pela via
legislativa(Daniel Sarmento).

Caso das cotas em concursos públicos. Interpretação do princípio da


igualdade. Várias leis estaduais/federais foram editadas estipulando cotas -
que teve sua validade reconhecida pelo STF. Nesse caso, a Suprema Corte não
teve papel de protagonismo nessa relevante mudança na interpretação
constitucional do princípio da igualdade.
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6) Mutação constitucional
Quais são os limites? Quando não respeitados, gera a denominada “mutação
constitucional inconstitucional”.
Podemos falar dos seguintes(Daniel Sarmento):
a)respeito ao texto constitucional;
b)respeito ao sistema constitucional como um todo - confundem-se muitas vezes
com os impostos pelas cláusulas pétreas.
“A mutação, todavia, jamais poderá significar ruptura com o sistema plasmado pelo
constituinte, ou desrespeito ao sentido mínimo das cláusulas pétreas. Quando este
quadro se configurar, a hipótese já não será mais de mutação, mas de violação à
ordem constitucional.”
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7) Eficácia das normas constitucionais

a) Eficácia plena:

“… são as que receberam do constituinte normatividade suficiente à sua incidência imediata. Situam-se

predominantemente entre os elementos orgânicos da Constituição. Não necessitam de providência

normativa ulterior para sua aplicação. Criam situações subjetivas de vantagem ou de vínculo, desde logo

exigíveis” (José Afonso da Silva)


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7) Eficácia das normas constitucionais

b) normas de eficácia contida. Segundo Pedro Lenza(Direito Constitucional Esquematizado):

“As normas constitucionais de eficácia contida ou prospectiva têm aplicabilidade direta e imediata, mas

possivelmente não integral . Embora tenham condições de, quando da promulgação da nova Constituição

(ou diante da introdução de novos preceitos por emendas à Constituição, ou na hipótese do art. 5.º, § 3.º),

produzir todos os seus efeitos, poderá a norma infraconstitucional reduzir a sua abrangência”
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7) Eficácia das normas constitucionais
C) normas de eficácia limitada. Segundo Pedro Lenza:

“São aquelas normas que, de imediato, no momento em que a Constituição é promulgada (ou diante da

introdução de novos preceitos por emendas à Constituição, ou na hipótese do art. 5.º, § 3.º), não têm o

condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei integrativa infraconstitucional. São,

portanto, de aplicabilidade mediata e reduzida , ou, segundo alguns autores, aplicabilidade diferida”

Quanto a essas últimas, são divididas ainda em normas de princípio institutivo(contêm regras gerais de

estruturação de órgãos, instituições ou entidades) e normas programáticas(veiculam programas a serem

implementados pelo Estado).


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7) Eficácia das normas constitucionais
“(…) observa que as normas constitucionais de eficácia limitada produzem um mínimo efeito, ou, ao menos,

o efeito de vincular o legislador infraconstitucional aos seus vetores.

Nesse sentido, José Afonso da Silva, em sede conclusiva, observa que referidas normas têm, ao menos, eficácia jurídica

imediata, direta e vinculante já que: a) estabelecem um dever para o legislador ordinário; b) condicionam a legislação

futura, com a consequência de serem inconstitucionais as leis ou atos que as ferirem; c) informam a concepção do Estado

e da sociedade e inspiram sua ordenação jurídica, mediante a atribuição de fins sociais, proteção dos valores da justiça

social e revelação dos componentes do bem comum; d) constituem sentido teleológico para a interpretação, integração e

aplicação das normas jurídicas; e) condicionam a atividade discricionária da Administração e do Judiciário; f) criam

situações jurídicas subjetivas, de vantagem ou de desvantagem.” (Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado)
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7) Eficácia das normas constitucionais

(MPE-PB-FCC-2018) Normas constitucionais de eficácia limitada implicam a não-recepção da legislação infraconstitucional

anterior com elas incompatível. Correto!


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8) Natureza jurídica do préâmbulo


Pedro Lenza: “Três são as posições apontadas pela doutrina e sistematizadas por
Jorge Miranda: a) tese da irrelevância jurídica: o preâmbulo situa-se no domínio
da política, sem relevância jurídica; b) tese da plena eficácia: tem a mesma
eficácia jurídica das normas constitucionais, sendo, porém, apresentado de
forma não articulada; c) tese da relevância jurídica indireta: ponto
intermediário entre as duas, já que, muito embora participe “das características
jurídicas da Constituição”, não deve ser confundido com o articulado.”
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8) Natureza jurídica do préâmbulo
Prevalece no Brasil a tese da irrelevância jurídica.

Não é norma de reprodução obrigatória nas CEs.

Não pode servir de parâmetro para controle de constitucionalidade.


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9) Backlash

- O art. 28, parágrafo único, da Lei da ADI e ADC, traz que as decisões
proferidas nessas ações possuem efeito “erga omnes” e vinculante. “Erga
omnes” porque se aplica a todos, indistintamente. A questão da eficácia
vinculante pode ser olhada sob 2 óticas:
- a) objetiva: a respeito do conteúdo guardado pela decisão judicial
- B) subjetiva: em relação a quem está vinculado a tal decisão. Limitada pela
própria parte final do artigo - no caso, em relação aos órgãos do Poder
Judiciário e à Administração Pública.
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9) Backlash
Cabe destacar que não estão submetidas ao efeito vinculante o próprio
STF(que pode decidir posteriormente em contrário à decisão que inicialmente
prolatou, caso as circunstâncias alterem) e o Poder Legislativo no exercício de
sua função típica de legislar, sob pena de ocasionar a fossilização da
Constituição.

Ou seja, o Poder Legislativo pode editar normas em contrário à jurisprudência do


STF em controle concentrado em constitucionalidade.
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9) Backlash
Denomina-se tal fenômeno de “reação legislativa” ou “superação legislativa”.
Nesse caso, segundo a jurisprudência do STF(ADI 5105/DF), existem 2(dois)
cenários:
a) se a superação legislativa for por meio de emenda constitucional, essa
emenda apenas é declarada inconstitucional se ofender as cláusulas pétreas
ou o processo legislativo para edição de emendas;
b) se for por meio de lei ordinária, essa lei nasce com presunção de
inconstitucionalidade, de forma que cabe ao legislador comprovar com
argumentos de que a correção do precedente se mostra legítima.
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9) Backlash
(DPE-AM-FCC-2018) Suponha que o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha julgado
procedente ação direta de inconstitucionalidade para o fim de declarar
inconstitucional, sob o aspecto material, determinada lei estadual e que,
posteriormente, tenha sido promulgada emenda à Constituição Federal, para o
fim de introduzir no texto constitucional dispositivo com o teor da norma
estadual declarada inconstitucional. Nessa hipótese, à luz da Constituição
Federal e da jurisprudência do STF, referida emenda constitucional poderia ter
sido promulgada, assim como poderia ser editada nova lei estadual com o teor
da declarada inconstitucional pelo STF, uma vez que os órgãos legislativos não
são alcançados pelos efeitos da decisão proferida em sede de controle
concentrado pelo STF, embora ambas estejam sujeitas a novo controle de
constitucionalidade, em que caberá ao STF enfrentar mais uma vez a questão
anteriormente equacionada. (Correto)
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10) Cláusula de reserva de plenário e exceções
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de
lei ou ato normativo do Poder Público.

Ocorre que tal regra possui diversas exceções. Muitas delas nem deveriam ser
chamadas de exceções, uma vez que nem se enquadram na regra geral.

1) Turmas do STF no julgamento de RE: de acordo com as normas regimentais


pertinentes ao STF, as Turmas possuem competência para julgar RE. Não se aplica
reserva de plenário: não se   trata um Tribunal no sentido fixo do art. 97 e é função
precípua da Corte a declaração de inconstitucionalidade. Nesse sentido:
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10) Cláusula de reserva de plenário e exceções
"O STF exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando do
julgamento do recurso extraordinário, tendo os seus colegiados fracionários
competência regimental para fazê-lo sem ofensa ao art. 97 da CF” (RE 361.829-ED,
Rel. Min. Ellen Gracie, j. 02.03.2010, 2.ª Turma, DJE de 19.03.2010); 

2) Interpretação conforme a Constituição: O STF já entendeu, no julgamento do RE


460.971, de rel. do min Sepúlveda Pertence, que nesse caso não seria aplicável a
reserva de plenário porque a inconstitucionalidade estaria na interpretação
incompatível com o teto constitucional, e não na lei ou no ato normativo passíveis
de serem interpretadas em harmonia com a Constituição;
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10) Cláusula de reserva de plenário e exceções
3) Turmas Recursais dos Juizados Especiais: embora considerados órgãos recursais,
aqui também não se pode exigir a reserva de plenário pelo fato de não serem
consideradas Tribunais; 

4) Quando o Tribunal (órgão especial ou pleno) ou o pleno do STF já tiverem se


pronunciado anteriormente;

5) Normas pré-constitucionais: aqui não se trata de juízo de inconstitucionalidade,


mas de mera não-recepção;

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