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INTEGRANTES DO GRUPO:
JATAÍ
2022
DANIEL DE LIMA COSTA
JATAÍ-GO
202
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Sumário
ADPF – ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL .......................... 3
DO CONFLITO NORMATIVO ......................................................................................................... 5
A ADPF É APLICÁVEL NESTE CASO ........................................................................................... 6
DECISÃO CONTRÁRIA .................................................................................................................. 6
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 8
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ADPF – ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
DEFINIÇÃO
A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) - regulamentada pela lei
9882/99 - se trata de uma ação constitucional de controle concentrado em que, não havendo
outro meio judicial cabível, assegura a supremacia da Constituição federal diante de duas
situações:
a. Ato praticado pelo poder público que esteja ameaçando ou violando um importante
preceito da Constituição;
b. Norma editada pelo poder público que aparentemente seja incompatível com um
importante preceito da Constituição.
A própria nomenclatura da ADPF indica que essa ação tem como propósito proteger a
integridade de um preceito fundamental contido na Constituição. No entanto, ainda não foi
construído um conceito específico e preciso para a definição de "preceito fundamental", mas,
basicamente, preceitos fundamentais representam um conjunto de normas e princípios
constitucionais que são qualificados como pilares da ordem constitucional dotados de
essencialidade. Em prática, competirá ao STF decidir caso a caso se a norma em questão
pode ou não ser um preceito fundamental.
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Além disso, a ADPF incidental pode ser manejada contra normas anteriores à Constituição,
ou seja, contra atos pré-constitucionais. Esse detalhe é importante para compreender que a
ADPF não serve tão somente como instrumento para aferir a constitucionalidade de uma
norma pois, nesse caso, a ADPF servirá para que seja realizado um juízo de recepção, onde o
STF precisará avaliar se essa norma pré-constitucional foi ou não recepcionada pela CF/88.
LEGITIMIDADE
CARÁTER SUBSIDIÁRIO
A legislação estabelece que a ADPF não será admitida quando houver qualquer outro
meio eficaz de sanar a lesividade. Ou seja, se couber ADI, ADC ou ADO, a APDF não será
cabível. Trata-se aqui de seu caráter subsidiário.
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IV - o pedido, com suas especificações;
DECISÃO
A legislação estabelece que a decisão sobre a ADPF somente será tomada se presentes na
sessão pelo menos dois terços dos ministros do STF.
EFEITOS DA DECISÃO
Assim como ocorre com as demais ações de controle abstrato, a lei prevê que a decisão final
de mérito da ADPF terá eficácia contra todos (erga omnes), efeito vinculante e também que
sua decisão será ex tunc (possui efeito retroativo) A eficácia erga omnes é o efeito que faz com que a
decisão de controle abstrato tenha eficácia para todos independentemente de quem atuou ou não na
ação.
● Art.10° da Lei 9882/99 (...) §3° A decisão terá eficácia contra todos e efeito
vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público. Já o efeito vinculante é o efeito que
faz com que os juízes e tribunais não possam decidir de forma contrária ao que foi decidido em sede
de controle abstrato, e que os órgãos públicos não possam executar suas atribuições administrativas
de forma contrária ao que foi decidido em sede de controle abstrato.
De forma mais técnica, é possível afirmar que o efeito vinculante é o efeito que faz com que
a decisão de mérito no controle abstrato tenha caráter vinculante para atividade jurisdicional e
executiva. Se a atividade jurisdicional (atividade de julgar) que é típica do poder judiciário
eventualmente for exercida por outro poder de forma atípica - como no caso de poder
legislativo julgando crime de responsabilidade - esse julgamento precisará observar as
decisões firmadas pelo STF em controle abstrato. Da mesma forma, se a atividade executiva
(atividade de executar as normas) típica do poder executivo for exercida por outro poder de
forma atípica - como no caso de poder legislativo que resolve executar uma lei que autoriza a
contratação de novos servidores - essa execução precisará observar as decisões do STF no
controle abstrato.
DO CONFLITO NORMATIVO
O conflito normativo se apresenta a partir o Art 5º, XVI – “todos podem reunir-se
pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente” o direito de livre manifestação de pensamento representada
pelo inciso IV, da Carta Constitucional dispõe: "É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado
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o anonimato" em contraste ao Art. 287 do Código Penal - Fazer, publicamente, apologia de fato
criminoso ou de autor de crime:Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
O Direito individual de liberdade de expressão e de reunião fundamentou a decisão do STF
favorável a “marcha da maconha”, frente as decisões judiciais que vinculavam o movimento como
apologia de fato criminoso (Art. 287), gerando insegurança jurídica e fomentando a necessidade de
ser estabelecido uma interpretação vinculante pelo STF.
Também é válido citar que a ADPF é cabível de ser utilizada quando não se cabe
utilizar outras ferramentas de controle de constitucionalidade, como por exemplo Ação Direta
de Inconstitucionalidade (ADI) visto que como citado, o Código Penal sendo de 1940, anterior
à constituição de 1988, e segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca
do direito constitucional intertemporal, não há como uma norma anterior à constituição ser
inconstitucional, ou esta é recepcionada pela nova constituição ou não é recepcionada, e quando
o conteúdo da norma não é recepcionado, então essa norma é revogada. Cabendo assim,
segundo o princípio da subsidiariedade, a aplicação somente da ADPF, sendo ela admissível
para viabilizar uma interpretação adequada.
DECISÃO CONTRÁRIA
A primeiro momento, é importante colocarmos em evidencia os princípios pelos
quais foi tomada a decisão original, sendo fundamentalmente baseada nos princípios do
direito de reunião e do direito à livre expressão de pensamento. Assim, foi decidido, de
forma unanime, que a marcha da maconha seria tida como legitima e legal, valorizando
os supracitados princípios.
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constitucionais (livre expressão, livre reunião), o caso entra diretamente em conflito com
o Art. 287 do Código Penal, que cita a apologia ao crime, e, quando colocado frente aos
Art. 28 e Art. 33 (especialmente no parágrafo 2) do Código Penal, compreende-se que a
marcha da maconha é, indiscutivelmente, uma direta apologia ao crime, uma vez que
incita produção, uso, comercio, etc., ou seja, incita ilícitos penais.
Outro importante argumento a se considerar, é que a marcha da maconha é um
movimento minoritário, nesse sentido, traz bem menos benefícios (quantitativamente
considerando) frente ao que traz a sua supressão hoje, que desestimula praticas delituosas
e busca diminuir a incitação as drogas.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União,
Rio de Janeiro, 31 dez.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
BRASÍLIA - DF. Superior Tribunal Federal. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
nº 187. Min. Celso de Mello.