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Apostila
Introdução ao Direito
Constitucional
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CURSO DE GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA E
PRIVADA
INTRODUÇÃO DIREITO CONSTITUCIONAL
Sumário
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2. FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
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Controle REPRESSIVO: é aquele que acontece depois que o projeto de
lei se transformou em lei.
INTRODUÇÃO ADI/ADC
Tanto a ADI quanto a ADC estão previstas no art. 102, I, a.
Estas ações têm caráter dúplice ou ambivalente (art. 24, Lei 9868/99).
Pressuposto da ADC: existência de controvérsia judicial relevante (art. 14, III).
ADPF
É regulamentada pela Lei 9882/99.
Pressuposto da ADPF: é de caráter subsidiário (art. 4, §1º, Lei 9882/99).
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FUNGIBILIDADE ADI x ADO ADPF x ADI
ASPECTOS COMUNS
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Não tem capacidade postulatória: Partido Político, Entidades de Classe
de âmbito nacional e Confederações Sindicais.
São os únicos legitimados que precisam de advogado para propor a
ação.
PARÂMETRO (ou norma de referência)
ADI e ADC: qualquer norma formalmente constitucional, inclusive os
atos decorrentes do art. 5º, § 3º, CF (preâmbulo não conta, pois não tem
caráter normativo).
ADPF: Só preceitos fundamentais da CF servem como parâmetro.
PRECEITO FUNDAMENTAL: são aquelas normas imprescindíveis à
identidade e ao regime adotado pela CF.
OBJETO
Natureza do objeto da ADI/ADC:
Lei ou ato normativo (Art. 102, I, a CF). Qualquer lei, inclusive de efeito
concreto.
O ato normativo tem que ser geral e abstrato (se ele não for geral e
abstrato, ele não teria a natureza de ato normativo, mas sim de ato
administrativo, que tem destinatário certo e objeto determinado).
OBS.: a violação da CF tem que ser direta. Não se admite como objeto
de ADI/ADC:
1 – Atos tipicamente regulamentares;
2 – Normas constitucionais originárias (pois é afastada pelo Princípio da
Unidade da CF);
3 – Lei ou norma de efeitos concretos já exauridos;
4 – Lei com eficácia suspensa pelo Senado;
5 – Leis ou atos normativos já revogados; Exceção: quando houver
fraude processual.
6 – Leis temporárias após o exaurimento de seus efeitos.
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1 – Atos tipicamente regulamentares: não está violando diretamente a
CF, mas sim uma lei. Isso seria uma violação indireta da CF, e, portanto, não é
objeto admitido em ADI/ADC/ADPF.
2 – Súmulas comuns: a súmula não vinculante é apenas um
entendimento sintetizado do que vem sendo adotado por um Tribunal. Então,
se o Tribunal passa a modificar seu entendimento, ele não precisa de uma
ADPF para derrubá-la, basta simplesmente revogar a súmula.
3 – Súmulas vinculantes: existe na Lei um procedimento especifico para
cancelamento ou revisão de sumula vinculante, com isso o caráter subsidiário
da ADP (outro meio igualmente eficaz) não é atendido.
4 – PEC: não é admitida a PROPOSTA de emenda constitucional
como objeto de ADPF, pois a proposta não é um ato pronto e acabado, é um
ato em formação. É um ato que só irá se completar se, e, quando aprovado.
Então não é considerado ato público.
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I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional
sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os
anteriores à Constituição;.
€ LEIS E ATOS NORMATIVOS DO DF: Nem a lei e nem a CF tratam do
tema. As leis e atos normativos do DF têm dupla competência, pois o DF
exerce competência de Estado e de Município. No caso da ADC, não pode. No
caso da ADPF, pode, já que trata de atos de competência estadual e municipal.
A grande questão é em relação a ADI. Lei ou ato normativo do Distrito Federal
só pode ser impugnado através de ADI se tratarem de matéria de competência
dos Estados.
Súmula 642 do STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de
lei do distrito federal derivada da sua competência legislativa municipal.
EFEITOS DA DECLARAÇÃO:
Os efeitos da declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade
em ADI, ADC ou ADPF encontram-se previstos em: Lei 9868, art. 28, § único;
Lei 9882, art. 10, § 3º e art. 102, §2º, CF. Diferenças entre os efeitos ERGA
OMNES e VINCULANTE:
1ª – aspecto subjetivo: o efeito erga omnes atinge a todos (poderes
públicos e particulares); já o efeito vinculante atinge apenas determinados
órgãos do Poder Público. O chefe do Poder
Executivo só não fica vinculado à decisão do STF em suas atribuições
relacionadas ao processo legislativo. O Legislativo não fica vinculado apenas
na sua função típica de legislar.
2ª – aspecto objetivo:
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A declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade é formada
sempre por 3 partes: relatório, fundamentos e dispositivo.
Teoria Extensiva: Existe uma corrente doutrinária, chamada de Teoria
Extensiva, defendida por Gilmar Mendes, que diz que o efeito vinculante atinge
não só o dispositivo da decisão, mas também os motivos determinantes
contidos na fundamentação.
Os motivos determinantes formam a “ratio decidendi” (decisões
determinantes para aquele julgamento). Para quem adota a Teoria Extensiva,
diz que esses motivos também são vinculantes. O que não seria vinculante
seriam apenas as questões “obter dicta” (ditas de passagem, questões
acessórias do julgado).
Esta Teoria foi adotada no STF com o nome de “Transcendências dos
Motivos” ou “efeito transcendente dos motivos determinantes” durante algum
tempo. Mas passou a não mais adotar este entendimento: Rec. 30.14, Rec.
2990-AgR.
EFICÁCIA TEMPORAL:
OBS.: No controle abstrato, as decisões só se tornam obrigatórias a
partir de
sua publicação (parte dispositiva no Diário da Justiça e no Diário Oficial
da União). Não é do trânsito em julgado!
Uma lei inconstitucional, se for um ato nulo, será ex tunc; mas se for um
ato anulável, ela só terá o vício reconhecido a partir da publicação, será então
ex nunc.
O STF vem adotando entendimento da doutrina norte-americana, de que
a lei inconstitucional é um ato NULO. Então, em regra, terá efeito retroativo,
efeito “ex tunc”. A decisão valerá desde o momento em que a lei foi criada.
Modulação Temporal: existe no Direito brasileiro a possibilidade do STF
modular os efeitos da decisão, fixando um momento diferente para sua
eficácia. Podendo, além de ser ex tunc, ser também ex nunc (ou para o futuro).
Artigo 27 da Lei 9868/99 e artigo 11 da Lei 9882/99.
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2.4. TUTELA DE URGÊNCIA QUÓRUM
PRESENÇA: 8 ministros;
DECISÃO: em regra, por pelo menos 6 ministros. Lei 9868 art. 10, 21 e
22.
Lei 9882 art. 5º, §1º.
Exceções: na ADI e na ADPF, como a situação pode ser de maior
urgência, existe a possibilidade de concessão monocrática pelo relator ou pelo
presidente do Tribunal. A ADI pode ocorrer no período de recesso. ADI 4638. E
na ADPF existem 3 exceções previstas: extrema urgência, perigo de lesão
grave ou durante o recesso. A ADC não há exceção, pois aqui a lei já tem
presunção de legitimidade, ou seja, não pode ser algo tão urgente a ponto de
não puder esperar 6 ministros para decidir.
EFEITOS TEMPORAIS
Na liminar, por ser uma decisão precária (apenas suspende a
eficácia/vigência da lei temporariamente, não a declara inconstitucional), o
efeito temporal será:
ADI: em regra, é ex nunc.
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Exceção: o STF, se quiser, pode expressamente modular também os
efeitos da liminar.
Efeito Repristinatório Tácito: o STF ao suspender a lei B, faz
automaticamente à lei A voltar a produzir efeitos. O STF não precisa dizer. É
um efeito automático.
ADPF: não tem previsão na lei, mas por analogia se entende que o
efeito seria ex nunc.
€ ADC não tem efeito temporal porque a lei não é suspensa, apenas os
processos.
COMPETÊNCIA
Qualquer juiz ou Tribunal.
OBS.: No âmbito dos Tribunais, no exercício do controle difuso, tem que
se observar a cláusula da reserva de plenário (art. 97 da CF).
FINALIDADE
A finalidade principal é a proteção de direitos subjetivos.
A pretensão é deduzida em juízo através de um Processo Constitucional
Subjetivo. A inconstitucionalidade também pode ser reconhecida de ofício pelo
juiz.
LEGITIMIDADE ATIVA
Qualquer pessoa que tenha o seu direito supostamente violado por uma
norma inconstitucional.
PARÂMETRO
Qualquer norma formalmente constitucional, mesmo que revogada,
desde que estivesse vigente na época da ocorrência do fato.
Aqui vale o Princípio “tempus regit actum”.
OBJETO
Qualquer ato do Poder Público que viole diretamente a CF.
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EFEITOS DA DECISÃO
A decisão reconhece o vício e afasta a aplicação da lei naquele caso
específico.
ASPECTO SUBJETIVO
O efeito da decisão será apenas “Inter partes”.
Mesmo se esta decisão for proferida pelo STF (Recl. 10.403/10).
ASPECTO OBJETIVO
É na fundamentação de uma decisão que o juiz vai analisar a
inconstitucionalidade da lei.
ASPECTO TEMPORAL
Com relação à eficácia temporal, a regra será o efeito ex tunc.
O STF admite a modulação temporal dos efeitos da decisão (RE
586.453).
Ex.: RE 556.664/RS – efeito ex nunc; RE 197.917 - efeitos prospectivos
ou para o futuro.
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Como o Pleno não analisa o caso concreto (quem faz isso é o órgão
fracionário), analisa apenas a constitucionalidade da lei “em tese” (faz uma
análise em abstrato). Se futuramente outros casos chegarem ao tribunal e
tiverem a mesma lei questionada, os órgãos fracionários não precisam mandar
todos esses processos para o Pleno analisar novamente. Então, a partir do
momento em que o Pleno analisou uma vez, todos os demais processos
podem se basear naquele entendimento. Isto está previsto no art. 949, § único
do CPC:
O STF é guardião da CF, já adotou entendimento sobre o assunto, então
o órgão fracionário pode se basear nesse entendimento.
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3.2. CONTROLE DE OMISSÕES INCONSTITUCIONAIS
FINALIDADE
Instrumento de controle abstrato (processo constitucional objetivo)
Instrumento de controle concreto ou incidental (processo constitucional
subjetivo).
COMPETÊNCIA
Controle concentrado, pois a competência para exercê-la é exclusiva do
STF·. Controle difuso limitado, só tem competência para julgá-lo quem estiver
previsto na CF: STF, STJ, TSE e TRE. Ou em lei federal: que não foi criada
ainda. E por Constituição Estadual.
LEGITIMIDADE ATIVA
Art. 103 CF + art. 12 da Lei 9868 (os mesmos da ADC e da ADI).·.
MI Individual: qualquer pessoa que tenha o seu direito constitucional
inviabilizado pela ausência de norma regulamentadora. MI Coletivo: os
legitimados têm que estar previstos na lei.
LEGITIMIDADE PASSIVA
Autoridades ou órgãos responsáveis pela elaboração da medida ou da
norma regulamentadora.·.
IDEM PARÂMETRO
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(Na classificação do professor José Afonso da Silva, o parâmetro seria
apenas as normas constitucionais de eficácia limitada)·.
PODER CONSTITUINTE
Existe uma corrente minoritária, de viés jus naturalista, para a qual o
poder constituinte originário é um Poder Jurídico (ou de Direito), por estar
subordinado aos princípios do direito natural.
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS:
PODER INICIAL: não existe nenhum outro poder antes ou acima dele.
PODER AUTÔNOMO: cabe apenas a ele definir a ideia de direito que irá
prevalecer dentro do Estado.
PODER INCONDICIONADO: por não estar submetido à observância de
qualquer forma ou conteúdo preexistente.
Características do Poder Constituinte Originário segundo o doutrinador
SIeyés: INCONDICIONADO JURIDICAMENTE: incondicionado pelo poder
positivo, estando subordinado aos princípios do Direito Natural;
PERMANENTE: é um poder que não se esgota com seu exercício. O
poder constituinte não deixa existir, apenas fica em estado latente;
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INALIENÁVEL: não pode ser transferido e nem usurpado de seu
verdadeiro titular (povo ou nação).
LEGITIMIDADE:
Legitimidade SUBJETIVA: ocorre quando há uma correspondência entre
a titularidade (povo ou nação) e o exercício.
Legitimidade OBJETIVA: o PCO deve consagrar um conteúdo normativo
em conformidade com a ideia de justiça e com os valores radicados na
comunidade.
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Princípio de Simetria: o modelo estabelecido na CF deve ser observado
pelas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais (artigos 11 ADCT,
25 e 29 CF).
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§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de
ordem.
Atenção! A única participação que o Presidente pode ter no processo de
elaboração de emenda é a iniciativa. Não há sanção ou veto em proposta de
emenda.
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida
por prejudicada não por ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa.
O §5º também é de limitação temporal objetiva.
Limitações Materiais: são aquelas que impedem a modificação de
determinados conteúdos consagrados na CF. São as denominadas Cláusulas
Pétreas. Podem ser:
Expressas Implícitas
Limitações Materiais EXPRESSAS: art. 60, §4º, CF.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
“TENDENTE A ABOLIR”: deve ser compreendida no sentido de proteger
o núcleo essencial de princípios e institutos elencados no dispositivo, e não
como uma intangibilidade literal.
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