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Índice

Introdução ......................................................................................................................... 4

1. Objectivos.................................................................................................................. 4

1.2. Objectivo geral ...................................................................................................... 4

1.3. Objectivos específicos ........................................................................................... 4

2. Lei Aplicável às Sucessões ....................................................................................... 5

2.1. Sucessão noção .......................................................................................................... 5

2.2. Herança .................................................................................................................. 5

3. Sucessão e conflito de leis no espaço ........................................................................ 6

4. Elementos de conexão ............................................................................................... 7

5. Sucessão legítima ...................................................................................................... 8

6. Sucessão testamentária .............................................................................................. 8

Conclusão ....................................................................................................................... 10

Referências Bibliográficas .............................................................................................. 11

Legislação ....................................................................................................................... 11

Doutrina .......................................................................................................................... 11
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Introdução

A herança é um conceito importante no direito sucessório e refere-se à transmissão dos


bens, direitos e obrigações de uma pessoa que faleceu para seus herdeiros legais. No
âmbito do direito internacional privado, a questão da lei aplicável às sucessões é
regulada por convenções e tratados internacionais, bem como por legislações internas de
cada país.

Em geral, a legislação internacional privada estabelece critérios para determinar qual a


lei será aplicável em casos de sucessões transnacionais, ou seja, casos em que o falecido
possuía bens ou era residente em países diferentes. Dentre os critérios comuns para
determinar a lei aplicável, destacam-se a nacionalidade do falecido, o seu domicílio
habitual, a localização dos bens e outros elementos de conexão.

1. Objectivos

1.2. Objectivo geral

O presente trabalho tem como objectivo geral compreender lei aplicável às sucessões.

1.3. Objectivos específicos

 Conceituar sucessões;
 Determinar a lei aplicável;
 Abordar sobre os elementos de conexão; e
 Falar das formas de sucessões.
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2. Lei Aplicável às Sucessões

Para determinar qual é o Direito estatal aplicável a uma sucessão causa mortis, o RES
utiliza um critério objectivo, que é o critério geral aplicável (à falta da professio iuris).
Este critério objectivo reflecte o princípio de proximidade. Por isso se recorre a uma
norma de conflito para as sucessões causa mortis que utiliza a residência habitual como
factor de conexão e a uma cláusula de excepção nos casos em que, a partir do conjunto
de circunstâncias, se infira que este estava mais conectado com a lei de outro Estado,
(Bonomi, 2012).

A sucessão, em si, comporta dois factores essenciais: um pessoal, representado pelo


falecido e seus herdeiros, e o outro material, pelo património tornado objecto da
sucessão. No que tange ao Direito Internacional Privado, evidenciam-se duas leis
possíveis para a solução da lide, conforme o elemento considerado: a lei pessoal do de
cujus e a lei da situação dos bens.

2.1. Sucessão noção

Segundo Clóvis Beviláqua, sucessão, em sentido amplo, é a sequência de fenómenos ou


factos que surgem uns após outros, vinculados por uma relação de causa ou por outras
relações, enquanto na tecnologia jurídica o termo significa a transmissão de direitos e
obrigações de uma pessoa a outra.

Sucessão refere-se à transmissão do património de uma pessoa falecida para seus


herdeiros legais. Essa transmissão pode ocorrer de acordo com a vontade do falecido,
expressa em um testamento, ou de acordo com as regras legais de sucessão, caso não
haja testamento. A sucessão pode envolver bens, direitos e obrigações do falecido, e é
regulada pelo direito das sucessões, que determina quem são os herdeiros legais, como
ocorre a partilha dos bens e quais são os direitos e deveres dos herdeiros.

A sucessão causa mortis ocorre em virtude do falecimento de pessoa, cujos bens – a


herança – podem ser recolhidos por sobreviventes, considerados herdeiros ou legatários.

2.2. Herança

É a herança, em sentido estrito, o que passa do morto a outra pessoa, ou outras pessoas,
como património ou parte de património.
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Beviláqua desfaz a confusão que ocorre entre os termos herança e sucessão, os quais são
empregados muitas vezes como equivalentes, enfatizando que sucessão corresponde ao
direito e herança ao acervo de bens.

Herança, é o conjunto de bens, direitos e obrigações que são transmitidos de uma pessoa
falecida para seus herdeiros legais. A sucessão por herança pode ser realizada de acordo
com a vontade expressa do falecido em seu testamento, ou de acordo com as regras
legais de sucessão previstas na Lei de Sucessões.

A herança pode ser composta por bens imóveis, como imóveis e terrenos, e bens
móveis, como dinheiro, veículos, jóias, entre outros. A sucessão por herança é um
procedimento complexo e envolve a análise de diversos factores, como a existência de
testamento, a relação de parentesco entre os herdeiros e a existência de dívidas e
obrigações do falecido.

Ademais, a sucessão não tem relação com a personalidade jurídica do morto, já que os
herdeiros sucedem nos bens, não na pessoa do de cujus.

Tendo em vista o exposto, a sucessão consiste no ato de substituição da pessoa


detentora de direitos, seja a título singular, de determinado bem, seja a título universal,
de todo o acervo, até então pertencente ao titular. Pode ser entre vivos – venda, doação,
prescrição aquisitiva, cedência – ou causa mortis – por vontade do titular, por meio de
testamento ou sem manifestação de vontade, ab intestato, também chamada sucessão
legítima ou legal.

3. Sucessão e conflito de leis no espaço

Os problemas que vão interessar ao Direito Internacional Privado provêm de várias


situações, como no caso de o de cujus e seu sucessor terem diferentes nacionalidades,
domicílios diversos, ou se os bens estão situados em locais sob ordenamentos jurídicos
diferentes.

Segundo (Amílcar de Castro), que já no século XIV o predomínio do jus rei sitae era
admitido como princípio geral em matéria de sucessão causa mortis, o que ocasionava a
diversidade de partilha quando havia bens do espólio sob jurisdições diversas.

O emprego do direito da situação da coisa, consolidado quando se trata de bens imóveis,


ocasiona, desde há muito, grandes dificuldades. É que o herdeiro pode renunciar à
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herança em um Estado e aceitá-la em outro. Assim, podem ocorrer situações inusitadas,


tais como: alguém ser herdeiro em Moçambique e não em Angola; o primogénito ter
direito a toda a herança em um país e apenas à determinada parcela em outro; e um
testamento válido no ordenamento jurídico moçambicano ser nulo em Malawi.

4. Elementos de conexão

No Direito Internacional Privado, quatro elementos de conexão se apresentam na


sucessão causa mortis:

 Situação dos bens;


 Nacionalidade;
 Domicílio; e
 Lugar de falecimento do de cujus.

A situação dos bens é a circunstância de conexão de escolha para os bens imóveis e é


reconhecida em todos os ordenamentos jurídicos. Quanto aos bens móveis, o elemento
de conexão é o domicílio do proprietário.

A nacionalidade do falecido é conexão muito usada no DIPr sucessório, em especial nos


países europeus, nos quais se emprega o jus patriae, direito nacional do transmitente da
herança.

O domicílio, empregado em Moçambique, é factor de conexão no qual o direito que vai


apreciar a sucessão é o do último domicílio do falecido. É mais lógico e racional, pois se
utiliza o direito mantido pelo meio social onde o de cujus viveu, e onde provavelmente
constituiu e consolidou o seu património.

Como observa Amílcar de Castro, a legislação sucessória de um país liga-se


estreitamente ao temperamento do povo, às suas tradições, às suas concepções políticas,
sociais, morais e até religiosas.

Portanto, a integração do falecido ao meio jurídico e económico em que viveu, de forma


permanente e por sua vontade, torna-se decisiva para que se proceda a sucessão por esse
ordenamento jurídico, não importando que, pelo lado político, ele estivesse ligado a
outro Estado, no qual não vivia
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O lugar do falecimento como regra de conexão está superado. Não teria sentido aplicar
a legislação de um Estado simplesmente por ter ali ocorrido a morte da pessoa, o que
pode ter sido por acaso. Em tempo de deslocamentos constantes de pessoas de um país
para outro, com acidentes aéreos, marítimos e sísmicos, além de crimes, gerando
vítimas fatais fora do país de seu domicílio, seria um contra-senso apreciar a sucessão
pelo direito do local do óbito do transmitente da herança.

5. Sucessão legítima

A sucessão legítima, sem testamento, ab intestato ou legal, é a mais comum no Brasil.


O destino da herança é imposto por lei, sem a vontade do falecido, que deixou de
exercer seu direito de direccioná-la a alguém.

Os herdeiros são classificados em legítimos (todos os que se encontram na ordem de


vocação hereditária) e necessários (apenas os que têm direito, obrigatoriamente, a uma
parte dos bens).

Pelas normas moçambicanas no campo do conflito interespacial de leis, o direito do


domicílio do de cujus apreciará a determinação das pessoas sucessoras, a ordem em que
herdam, a cota de cada herdeiro necessário, as restrições, as causas de deserdação e as
colações.

Os descendentes, os ascendentes e o cônjuge, conforme a lei de sucessões, são herdeiros


legítimos e necessários. Já os colaterais, de acordo, apesar de serem herdeiros legítimos,
não são herdeiros necessários.

Na óptica de (Amílcar de Castro), afirma que se o Fisco “fosse sucessor do falecido, não
pertenceria a herança à nação onde estivessem os bens, mas àquela a que pertencesse o
de cujus”,5 recordando que em nosso direito sempre se entendeu que o Fisco devia
recolher o espólio do estrangeiro, ainda que fosse ele domiciliado fora de Moçambique.

6. Sucessão testamentária

A sucessão testamentária (ou voluntária) é feita de acordo com a vontade do de cujus,


por meio de testamento. Nela devem ser consideradas a lei reguladora da forma de
testamento, a da capacidade de testar e a da capacidade para receber por testamento,
(Andrade).
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Para Clóvis Beviláqua, testamento é “o ato personalíssimo, unilateral, gratuito, solene e


revogável, pelo qual alguém, segundo as prescrições da lei, dispõe, total ou
parcialmente, do seu património para depois de sua morte; ou nomeia tutores para seus
filhos menores, ou reconhece filhos naturais, ou faz outras declarações de última
vontade”.
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Conclusão

É importante ressaltar que as regras de sucessão podem variar de acordo com o regime
de bens adoptado pelo falecido, a presença de descendentes directos ou cônjuge, entre
outros factores. Por isso, é fundamental contar com a assessoria de um advogado
especializado em Direito das Sucessões para garantir que a divisão dos bens seja feita de
acordo com a lei e os desejos do falecido.

É importante ressaltar que a complexidade das questões sucessórias no direito


internacional privado pode variar de acordo com os países envolvidos e as leis
aplicáveis em cada caso. Por isso, é fundamental buscar a orientação de profissionais
especializados em direito internacional privado para garantir que os direitos dos
herdeiros sejam protegidos de acordo com a legislação vigente.
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Referências Bibliográficas

Legislação

Lei nº 23/2019 de 23 de Dezembro – Lei das Sucessões – Moçambique.

Doutrina

Beviláqua, Clóvis. Direito das sucessões.

Castro, Amílcar de. Direito internacional privado. p. 449-465.

Andrade, Agenor Pereira de. Manual de direito internacional privado. p. 271.

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