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ASSOCIAÇÃO CARUARUENSE DE ENSINO SUPERIOR

CENTRO UNIVERSITÁRIO TABOSA DE ALMEIDA

(ASCES-UNITA)

BACHARELADO EM DIREITO

CHRISTIANE MARQUES S.R.S. DE ALBUQUERQUE

VITÓRIA MIDIÃ FERREIRA SILVA

YGARA PATRIOTA ALVES KOBER

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

AVALIAÇÃO DA I UNIDADE

Caruaru

2023
CHRISTIANE MARQUES S.R.S. DE ALBUQUERQUE

VITÓRIA MIDIÃ FERREIRA SILVA

YGARA PATRIOTA ALVES KOBER

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

AVALIAÇÃO DA I UNIDADE

Atividade referente a avaliação da I unidade da


disciplina Direito Internacional Privado.

Professor: Dr. Emerson Assis

Caruaru

2023
1. INTRODUÇÃO

Ao abordarmos o assunto Direito Internacional Privado, imaginamos as relações


jurídicas que são estabelecidas entre as pessoas.
Cumpre ressaltar, que hodiernamente em virtude da globalização as relações
jurídicas não se limitam aos territórios nacionais, pois existem relações de consumo
entre uma pessoa física e uma empresa internacional, ou, contratos complexos entre dois
grupos econômicos de países distintos.
Desse modo surge a existência de conflitos sem regulação nessas relações, e
assim, denota-se a importância do Direito Internacional Privado, afim de regular as
chamadas de relações jurídicas com conexão internacional, objetivando uma resolução
pacífica entre os conflitos existentes.
Para tanto, evidencia-se que o Direito Internacional Privado medeia às
relações, norteando as partes em conflito e definindo os critérios para a escolha do
ordenamento jurídico a ser aplicado.
Assim, o Direito Internacional Privado pode ser conceituado como o ramo do
Direito que estabelece normas e princípios para solucionar os conflitos de leis
decorrentes de relações jurídicas com conexão internacional.
Por conseguinte, o Direito Internacional Privado, possui um foco direcionado à
resolução de conflitos de leis, trabalhando com normas internacionais (tratados e
convenções) e nacionais, já que a sua aplicação é indireta - uma norma que regula a
aplicação de outras normas.
Podemos citar a LINDB (Decreto Lei n° 4.657/42), que é uma legislação
autônoma, anexa ao Código Civil, que apresenta normas preliminares a todo o
ordenamento jurídico atual, dispondo sobre normas, determinando seu modo de
aplicação e entendimento no tempo e espaço, e se dirige a todos os ramos do direito.

2. FONTES MATERIAIS E FORMAIS


As fontes são de onde o direito se origina. No direito internacional são elas:
FONTES MATERIAIS- As fontes materiais do DIPr são consequências da
“sociedade que se move” são fontes de produção (elaboração) de certa norma jurídica,
decorre das necessidades sociais, econômicas, políticas, morais, culturais ou
religiosas; (adoção internacional, conflitos de lei no espaço)
FONTES FORMAIS- As fontes formais correspondem às normas que contém as
regras a serem aplicadas a tais fatos transnacionais, são os métodos ou processos de
criação de uma norma jurídica, ou seja, as diversas técnicas que permitem considerar
uma norma como pertencente ao universo jurídico. (lei, jurisprudência, tratados,
doutrina, princípios).

3. FONTES INTERNAS

No direito internacional Privado os conflitos de leis têm suas fontes internas


baseadas em três pilares: CONSTITUIÇÃO, LEIS E COSTUMES.

Importante destacar que além dessa se assim podemos chamar de tríade, existe
também o papel importante da jurisprudência e doutrina na solução de litígios
internacionais.

Se traçarmos uma escala de importância poderíamos começar com a Constituição e


com as Leis, inclusive se sobrepondo aos costumes e tratados. A fonte mais eloquente
para o DIP no Brasil é Lei de introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB
(Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, com redação dada pela Lei nº 12.376,
de 30 de dezembro de 2010).

Nos arts 7º a 19º encontramos disposições que versam sobre as formas de resoluções
de conflitos de conexão internacional em diversas áreas do Direito, por exemplo,
disposições sobre Direito de família no art.7º:

Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as


regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a
capacidade e os direitos de família.

Em se tratando de direito das obrigações encontramos disposições no art. 9º:

Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país


em que se constituírem.

§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e


dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as
peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do
ato.

§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar


em que residir o proponente.
Questões de sucessão estão dispostas no art.10º

Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país
em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a
natureza e a situação dos bens.

§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será


regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do de cujus.

§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade


para suceder.

São assim exemplos das disposições na LINDB, é necessário apontar que


infelizmente a LINDB não conseguiu ao longo do tempo alcançar a complexidade das
questões que versam sobre conflitos de conexão internacional, razão pela qual sofre
uma enxurrada de críticas e muitas vezes não está apta para ser empregada. Entretanto
existem ainda um número razoável de leis no código de Processo Civil que em alguma
medida regulam os conflitos internacionais, como por exemplo, o art.961 do CDC que
regula a homologação de sentenças estrangeiras.

Apesar de como dito acima, não se constituírem fontes formais do DIP, a jurisprudência
e a doutrina em certos aspectos funcionam como guia, pistas para a resolução de
conflito, na busca de solução juridicamente mais apropriada.

No dizer de Mazzuolli o Direito internacional Privado é uma matéria muito carente de


bases solidas, ainda em construção em muitos aspectos necessitando da ajuda
incontestável da jurisprudência e da doutrina. Os textos extraídos e documentos
produzidos por entidades científicas internacionais, como por exemplo, do Institut de
Droit International, da International Law Association, da Conferência da Haia de
Direito Internacional Privado, do Unidroit, da Câmara de Comércio Internacional, do
Comitê Jurídico Interamericano e da Conferência Especializada Interamericana sobre
Direito Internacional Privado, são importantes substrato para resolução de conflitos
internacionais.

4. FONTES INTERNACIONAIS

As fontes internacionais de DIPr são aquelas que provêm diretamente da ordem


internacional, como tratados e costumes internacionais; como mencionado
anteriormente, essas fontes são comuns a dois ou mais países. Tais fontes são
atualmente de extrema importância porque regulam aspectos específicos do DIPr que às
vezes não são regulamentados por fontes internas. Algumas vezes, porém, apesar da
existência de fontes internas que regulam certas questões de propriedade intelectual, os
tratados ou práticas internacionais complementam a legislação interna dos países e
auxiliam os juízes na resolução de conflitos judiciais. Portanto, neste papel, também
merecem destaque as fontes internacionais do DIPr, especialmente porque atualmente se
busca um “diálogo de fontes” na solução de conflitos das normas internas.

No que diz respeito aos tratados internacionais, é claro que para entrar em vigor a
nível interno, o tratado deve ser ratificado pelo governo (após um referendo na
Assembleia Nacional) e já entrar em vigor a nível internacional, antes das novas regras
do DIPr podem ser impostas aos Estados contratantes, revogando aquelas que
contrariem a legislação interna. O Parlamento confere ao Presidente da República plena
autoridade para ratificar tratados, mas não o obriga a fazê-lo; no nosso sistema jurídico,
a ratificação de tratados é discricionária e pode ou não ocorrer após aprovação pela
Assembleia Nacional (referendo). Quando ratificado, o tratado começará a vigorar no
Brasil, se já estiver em vigor externamente, ampliando assim a norma com validade
interna.

A Constituição Federal de 1988 (artigos 84, VIII e 49 I) e a Convenção de Viena


sobre o Direito dos Tratados de 1969 regulamentam todo o procedimento para a
celebração de tratados. Contudo, cabe ressaltar que, de acordo com a jurisprudência
vigente no STF, a hierarquia dos tratados mútuos (como os que envolvem as regras do
DIPr) é a mesma do direito ordinário. No entanto, nos termos da Convenção de Viena
sobre o Direito dos Tratados, este entendimento está sujeito a um mal-entendido, pelo
menos no fato de um Estado invocar uma disposição do seu direito interno para
justificar o não cumprimento de um tratado, contudo, ao direito público internacional é
dado a preferencia do que ao direito interno.

A aplicação dos costumes internacionais, outra fonte do direito internacinal, pelo


Estado deve ser direta, ou seja, não é necessária nenhuma “transformação” ou
“incorporação”. Tal como na órbita externa, as práticas internacionais podem ser
aplicadas diretamente internamente, sem exigir qualquer ação estatal para serem
eficazes. Ressalte-se que no Brasil esta aplicação direta dos costumes está
expressamente consagrada no art. O artigo 4º da LINDB dispõe que “quando a lei não o
dispuser, o juiz decidirá a causa com base na analogia, nos costumes e nos princípios
gerais de direito”.

No que diz respeito à jurisprudência, o papel da jurisprudência nacional é


obviamente incomparável com o da jurisprudência internacional. Além de proporcionar
maior clareza aos juízes dos tribunais, a jurisprudência nacional também pode abordar
questões que são mais comuns a nível nacional do que a jurisprudência internacional.
Em qualquer caso, contudo, embora o número de questões tenha diminuído, o papel da
jurisprudência internacional como determinante da lei aplicável às relações DIPr
permanece.

5. FONTES TRANSACIONAIS

Precipuamente, o termo “Direito Transnacional” é utilizado para designar a


origem de determinado conjunto de normas ou decisões.
Desse modo, o “direito transnacional” não seria nem nacional, nem
internacional, mas fruto da ação ligada a entes privados, com o apoio direto ou indireto
dos Estados, tendo como característica marcante ser composto por normas de origem
não estatal, voltadas a convenções transfronteiriços, e por contar com a aprovação dos
Estados, quer por meio do reconhecimento da autonomia da vontade ou mesmo da
execução de laudos arbitrais.
Denota-se que, Direito Transnacional, deve ser interpretada em conjunto com
os demais direitos dos envolvidos nos fatos transfronteiriços, impondo condicionantes e
respeito aos valores que o Direito Internacional Privado engloba.
Os órgãos de produção dessas normas transnacionais podem ser privados, como a
Câmara de Comércio Internacional, ou internacionais, como a UNIDROIT (Unificação
do Direito Privado, que é uma organização internacional).
A propagação do Direito Transnacional revalida, assim, a existência de um
pluralismo jurídico global, com normas advindas dos Estados, bem como de agentes
privados.
As relações entre o Direito Internacional Privado e o Direito Transnacional são
próximas e intensas, pois, estes, regulam fatos sociais que escapam às fronteiras dos
Estados.
6. CONFLITO ENTRE AS FONTES

Referente aos conflitos entre as normas de categorias distintas, em alguns países


foram utilizados critérios de descentralização para resolver conflitos entre fontes de DPr
de diferentes tipos (por exemplo, entre tratados internacionais e direito interno). Neste
sentido, não é incomum que alguns sistemas jurídicos nacionais prevejam a primazia
dos tratados sobre o direito nacional de propriedade intelectual.

Já nos conflitos entre as normas da mesma categoria, a solução moderna mostra que,
no que diz respeito às normas DIPr, a aplicação da norma é do melhor interesse da
humanidade. Mas no passado a solução adotada baseava-se na aplicação da lex
professionalis, ou seja, comparavam-se fontes conflitantes para verificar qual delas era
especial em relação à fonte geral, por causa do critério hierárquico (porque são fontes
do mesmo tipo) não são aplicáveis. Contudo, nestes casos pode acontecer que a lei seja
particularmente injusta em comparação com o padrão geral mais favorável, razão pela
qual hoje o critério anterior não é aceite.

7. CONCLUSÃO SOBRE OS CRITÉRIOS

O diálogo entre as fontes e a interpretação mais benéfica da norma para a pessoa são
os elementos, por assim dizer, utilizados para dirimir os embates tanto de mesma
categoria como de categoria distinta.

A ideia central é ampliar as discussões por campos mais equânimes, se afastando de


decisões não coerentes com os avanços alavancados pelos direitos humanos e
fundamentais.
REFERENCIAS

CARVALHO, André Ramos Disponível em:


https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/rdi/article/viewFile/4169/pdf Acesso:
em 26 de setembro de 2023.

BASSO, Maristela Curso de direito internacional privado. 6. ed. – São Paulo: Atlas,
2020.

MAZZUOLI, Valério Oliveira. Curso de direito internacional privado. 6. ed. – Rio


de Janeiro: Forense, 2023.

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