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Direito Internacional Privado

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Direito Internacional Público


• Regulação da sociedade internacional;
• Disciplina direta das relações internacionais ou das relações internas de interesse internacional;
• Normas de aplicação direta;
• Normas estabelecidas na ordem internacional;
• Regulação de conflito de leis no espaço;
• Indicação da norma nacional aplicável a um conflito de leis no espaço;
• Normas meramente indicativas do Direito aplicável;
• Normas estabelecidas em normas internas e internacionais.
• Incremento das relações de caráter privado, envolvendo pessoas físicas e jurídicas, que
perpassam as fronteiras nacionais:
- conexão internacional.
- Transações comerciais internacionais;
- Investimentos no exterior;
- Casamentos entre pessoas de nacionalidades distintas, ou que vivem em países diversos

Conceito de Direito Internacional Privado: “É o ramo do Direito que visa a regular os conflitos de
lei no espaço em relações de caráter privado que tenham conexão internacional, determinando
qual a norma jurídica nacional que se aplica a esses vínculos, que poderá tanto ser um preceito
nacional como estrangeiro”. Paulo Henrique Gonçalves Portela

O Direito Internacional Privado é ramo do Direito Internacional Público?


Não, é ramo do Direito interno, ainda que parte de suas normas sejam previstas na ordem
internacional.

Qual a necessidade de normas de Direito Internacional Privado?


Sociedade transnacional; • Diversidade legislativa; • Interação entre pessoas físicas e jurídicas
provenientes de ordens jurídicas distintas.
Características do Direito Internacional Privado
• Ramo do Direito interno;
• Possui normas de sobredireito;
• Configura exceção ao princípio da territoriedade;
• Princípio geral de aplicação: norma nacional mais estritamente ligada à relação jurídica com
conexão;
• Elementos de conexão definidos pelo ordenamento estatal;
• Fontes internas e internacionais.

Objeto do Direito Internacional Privado


• Disciplinar a solução de conflitos de leis no espaço, indicando a norma, nacional ou estrangeira,
aplicável à uma situação concreta;
• Regular questões pessoais de interesse internacional (nacionalidade e condição jurídica do
estrangeiro);
• Regulamentar a cooperação jurídica internacional (cartas rogatórias e homologação de
sentenças estrangeiras);
• Tutelar o reconhecimento de direitos adquiridos no exterior.

Fontes do Direito Internacional Privado


• Leis • Tratados • Costumes • Jurisprudência • Princípios Gerais Do Direito • Princípios Gerais Do
Direito Internacional • Atos de Organizações Internacionais • Doutrina • Soft Law

Destaque: Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: Lei 12.376, de 30 de dezembro de 2010
(Arts. 7º a 19);

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O Direito Internacional Privado


• Regulação de conflito de leis no espaço;
• Indicação da norma aplicável a um conflito de leis no espaço;
• Normas de sobredireito, isto é, meramente indicativas do Direito aplicável;
• Normas estabelecidas na ordem jurídica nacional e, também, em tratados internacionais.

Incremento das relações jurídicas de caráter privado com conexão internacional


• Com a globalização econômica, tornam-se mais intensas e frequentes as relações jurídicas de
interesse privado entre pessoas físicas e jurídicas provenientes de ordens jurídicas nacionais
distintas.

O desafio de internacionalização do Direito Internacional Privado


• Desafio de unificação progressiva das normas de direito internacional privado no mundo;
• Busca de maior previsibilidade e segurança jurídica na normatização das relações jurídicas de
interesse privado com conexão internacional.

A Conferência de Haia de Direito Internacional Privado


• Organização intergovernamental de caráter global, criada em 1893, que promove a
celebração de tratados internacionais de Direito Internacional Privado;
• O Brasil é membro oficial da Conferência da Haia.
• Mescla de diversas tradições jurídicas, ela desenvolve e oferece instrumentos jurídicos
multilaterais que correspondem às necessidades mundiais;
• A Conferência estimula a cooperação transfronteiriça em matéria civil e comercial.
• Possui 89 membros e administra um total de 41 convenções multilaterais;
• Estados não membros também aderem às Convenções da Haia: mais de 120 países participam
hoje nos trabalhos da Conferência.

Ratificações e adesões aos tratados firmados no âmbito da Conferência de Haia


https://assets.hcch.net/docs/ccf77ba4-af95-4e9c-84a3-e94dc8a3c4ec.pdf
Convenções que receberam maior número de ratificações

Atividades recentes da Conferência


• Convenção sobre o reconhecimento e execução de decisões judiciais estrangeiras em matéria
civil ou comercial (2019);
• Negociações quanto a um novo instrumento internacional sobre prestação de alimentos em
favor de filhos menores e outros membros da família estão atualmente em curso.
• Questões de Direito Internacional Privado suscitadas pela sociedade de informação - como o
comércio eletrônico - também estão na ordem do dia.

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Os conflitos de lei no espaço pertinentes às relações privadas com conexão internacional

Princípio da territorialidade
• Regra geral: o Estado aplica as normas de sua própria ordem jurídica a todas as relações que se
desenvolvam dentro de seu território.

Conflitos de lei no espaço


• Situações em que mais de um ordenamento nacional possa incidir sobre uma relação privada
que transcende as fronteiras de um ente estatal, ou seja, que tenha conexão internacional.
(PORTELA, 2015, p. 653)

Estrutura normativa do Direito Internacional Privado

Objeto de conexão → Matéria tratada pela norma.


Elemento de conexão → Critério de determinação do direito aplicável ao objeto de conexão.

Objetos e elementos de conexão

Art. 7º LINDB: A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o
fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
● Objetos de conexão: o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os
direitos de família.
● Elementos de conexão: domicílio.

Tipos de elementos de conexão

Lex fori
• Aplica-se a norma do Estado onde se desenvolve a relação jurídica.
• É regra referente à própria aplicação das normas de Direito Internacional Privado.

Domicílio
• Aplica-se a norma do domicílio de uma das partes;
Ex. Art. 12, LINDB. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no
Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
Atenção! O domicílio é o principal elemento de conexão adotado no Brasil;

Nacionalidade
• Aplica-se a norma do Estado de nacionalidade de uma das partes;
Ex. Art. 18, LINDB. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras
para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro
de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do
Consulado.

Lex rei sitae


• Aplica-se a norma do lugar onde está situada a coisa.
Ex. Art. 5º, XXXI, CRFB/1988. A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela
lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do "de cujus";

Lex loci delicti comissi


• Aplica-se a norma do lugar onde o ilícito foi cometido.

Lex loci execucionis/Lex loci solutionis


• Aplica-se a norma do lugar em que se dá a execução de um contrato ou obrigação.
Ex. Súmula 207 do TST: o contrato de trabalho deve ser regido pelo local de prestação de serviço
e não pelo local de assinatura do contrato.

Lugar de constituição da obrigação/Locus regit actum/Lex loci contractus


• Aplica-se a norma do lugar em que a obrigação foi contraída.
Art. 585, § 2 o , CPC. Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para serem
executados, os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter
eficácia executiva, há de satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua
celebração e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação.

Autonomia da vontade
• Aplica-se a norma escolhida pelas partes
Ex. Art. 2º, Lei 9307/2006. A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério das partes.
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na
arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública.

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INSTITUTOS BÁSICOS

1 Lex fori como regra geral de aplicação das normas de DIPRIV

Lex fori
• Aplica-se a norma do Estado onde se desenvolve a relação jurídica.
• É regra referente à própria aplicação das normas de Direito Internacional Privado.

2 A insuficiência do lex fori diante da complexidade das relações privadas com conexão
internacional
• Como dito, regra geral, a norma de Direito Internacional a ser aplicada é indicada pela lex fori.
• Tendo em vista o incremento da complexidade das relações privadas com conexão
internacional e o correspondente desafio de normatização, muitas vezes o instituto da lex fori não
é suficiente.

3 Institutos básicos do Direito Internacional Privado

• Além do lex fori, outros institutos podem determinar a forma pela qual uma norma indicativa
incidirá ou não sobre um caso concreto de conflito de leis no espaço.
• Tais institutos são denominados pela doutrina de Institutos básicos de Direito Internacional
Privado.

4 Qualificação

• Delimitação do objeto de conexão;


• Também denominada qualificação prévia. Corresponde a ação anterior à escolha da norma
aplicável;
• Exige a conceituação e classificação de um instituto jurídico.
Há divergência doutrinária quanto à adoção do lex fori ou do lex causae pelo juiz no momento
da qualificação;
• No Brasil prevalece a adoção do lex fori.
• Exceção: Adoção do lex causae pelos artigos 8º e 9º da LINDB:
Art. 8 o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país
em que estiverem situados.
Art. 9 o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.

5 Ordem pública

• Aspectos fundamentais de um ordenamento jurídico e da própria estrutura do Estado e da


sociedade;
• Guarda relação com as noções de soberania nacional e bons costumes.
• Norma estrangeira contrária à ordem pública não é aplicável.
Art. 17, LINDB. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública
e os bons costumes.
6 Reenvio

• O ordenamento jurídico do Estado A indica a ordem jurídica do Estado B como aplicável a um


caso. A norma do Estado B determina como incidente na situação a ordem jurídica do Estado A,
ou mesmo de um outro Estado C.
• Regra: O Brasil não admite o instituto do reenvio:

Art. 16, LINDB. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira,
ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.

7 Direito adquirido

• É o direito que integra o patrimônio jurídico de uma pessoa quando ela preenche todos os
requisitos para a sua aquisição. Uma vez obtido, não pode ser perdido.
• Reconhecimento por um Estado de direito adquirido em outro, desde que não ocorra
contraposição à ordem pública.
• Exemplo: No Brasil, não seriam admitidos direitos adquiridos provenientes de um casamento
poligâmico

Internacionalização do Direito Internacional Privado – explicação em aula

→ A internacionalização do Direito Internacional Privado corresponde a unificação


progressiva do direito internacional privado sobre a forma de tratados internacionais.
→ Trata-se de um fenômeno em andamento.

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