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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
O DIP ENQUANTO RAMO DO DIREITO
Noções de DIP
Problemas em DIP
1. Direito da Competência Internacional: determinar a competência
internacional
2. Direito de Conflitos: determinar o ordenamento a que há-de pedir a
solução do problema
3. Direito de Reconhecimento: reconhecimento das decisões estrangeiras
(quando um problema é decidido no estrangeiro e pretende que a decisão
produza efeitos na ordem jurídica local)
O DIP não é privado nem público, mas antes regula situações transnacionais,
sendo todas aquelas em que se coloque um problema de determinação do
Direito aplicável que deva ser resolvido pelo DIP.
Atualmente, não há impedimento à aplicação do Direito Público, vigente na
ordem jurídica estrangeira designada pela norma de conflitos, que seja aplicável
à situação transnacional.
Três caraterísticas:
1. Normas de regulação indireta ou remissivas
Contrapõem-se às normas diretas ou materiais que desencadeiam efeitos
jurídicos que modelam as situações jurídicas das pessoas (exemplo: art.
122º CC ou 483º CC). Ou seja, as normas materiais determinam o regime
aplicável à situação descrita na sua previsão. As normas de regulação
indireta mandam aplicar à situação descrita na sua previsão outras
normas ou complexos normativos. No caso das normas de conflito de DIP,
a consequência jurídica consiste no chamamento do direito aplicável.
Exemplo:
• Art. 25º Roma II
• Art. 31º/1 e 32º CC
• Art. 11º Roma I
• Art. 52º CC
O carater formal tem que ver com o conteúdo valorativo das normas de
conflitos. São diferentes as valorações subjacentes às normas materiais
e às normas de conflitos.
As normas de conflitos que não sejam normas de conexão podem o não
ser formalmente formais.
O formalismo do Direito de Conflitos tem limitações:
• Dtº de conflitos nunca é absolutamente formal, porque não se
desinteressa completamente do resultado a que conduz a
aplicação do Dtº competente. (art. 22º CC)
• Há normas de conflitos materialmente orientadas que atendem
ao resultado material. P.e. art. 36º e 65º CC e do art. 11º Roma
I.
• O Dtº dos conflitos realiza uma função modeladora na disciplina
das situações transnacionais. Esta função tem 2 vertentes:
o Interpretação da norma de conflitos comanda a
resolução de muitos problemas suscitados pela
concretização dos elementos de conexão e pela
conjugação das ordens jurídicas chamadas a reger
diferentes aspetos da mesma situação.
o O dtº de conflitos não se desinteressa do ajustamento da
solução material às circunstâncias do caso, atendendo à
especificidade do caráter internacional da situação,
dentro dos limites em que tal for permitido ao órgão de
aplicação.
CAPÍTULO II
PLANOS, PROCESSOS E TÉCNICAS DE REGULAÇÃO DAS SITUAÇÕES
TRANSNACIONAIS
Preliminares
Regulação pelo Dtº estadual – aquela que opera na esfera de uma OJ estadual,
ou seja, a situação é regulada pelo direito vigente na OJ estadual em causa e
este direito é aplicado pelos tribunais estaduais ou por órgãos estaduais de
aplicação do direito.
1
Exemplo: se a questão da validade de um casamento entre um belga e um holandês em
Portugal, fosse em tribunais portugueses seria aplicável o Dtº português, caso se discutisse na
holanda seria aplicável o dtº holandês e aí por diante. A aplicação de um direito diferente de cada
Estado fomentaria a desarmonia internacional de soluções.
Um Estado pode ter “interesse” em que certas situações sejam apreciadas pelos
seus tribunais mesmo que não exista uma conexão suficientemente forte para
determinar a aplicação do seu direito material. Isto verifica-se me 2 casos:
1. A ligação ao Estado do foro, embora insuficiente para determinar a
aplicação do dtº material do foro, chega para justificar a intervenção
da ordem pública internacional.
2. A incompetência dos tribunais do foro conduziria, apesar de não ser
competente o direito material do foro, a uma denegação de justiça.
Para a sua criação têm contribuído a Comissão das Nações Unidas para o dtº
Comercial Internacional e o Instituto Internacional para a Unificação do Dtº
Privado.
Métodos de unificação:
• Uniformização – consiste na criação, por fonte supraestadual, de Dtº
uniforme (dtº aplicável tanto nas relações internas como nas
internacionais). Substitui o dtº material interno.
• Unificação stricto sensu – consiste na criação, por uma fonte
supraestadual, de dtº material unificado (dtº material especial de fonte
supraestadual). Paralelamente ao dtº comum interno passa a vigorar um
dtº especial aplicável às situações internacionais. As principais áreas são:
venda internacional de mercadorias, transportes internacionais, direitos
sobre as embarcações e aeronaves, áreas de dtº marítimo, dtº da
propriedade intelectual e testamento.
• Harmonização – estabelecimento de regras ou princípios fundamentais
comuns. Não visa estabelecer um regime idêntico nos diversos sistemas
nacionais, mas apenas aproximar estes sistemas. Possui instrumentos
específicos como:
Pelo DIPúblico:
Aquela que opera na esfera da OJ internacional. É regulada na esfera da OJ
internacional quando lhe for imediatamente aplicável DIPúblico e os litígios que
lhe dizem respeito forem apreciados por jurisdições fundadas no DIPúblico.
Segundo a conceção tradicional, o acesso às jurisdições internacionais é
reservado aos Estados (art. 34º/1 ETIJ). Esta conceção tem perdido terreno!
Atualmente, abstraindo da responsabilidade penal internacional, os particulares
podem ser partes na arbitragem quási-internacionalpública3 e em algumas
jurisdições de OI e têm acesso a certas jurisdições internacionais em matéria de
Dtº fundamentais.
3
Trata-se de uma arbitragem organizada pelo D.I. mas tendo por objeto litígios emergentes de
relações estabelecidas com particulares.
Pelo DUE:
O DUE é uma ordem jurídica autónoma tendo uma vocação mais ampla que o
DIPúblico.
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Uma parte da doutrina distingue “efeito direto” da “aplicabilidade direta”. Uma norma tem efeito
direto quando os particulares a podem invocar na ordem interna sem que sejam necessárias
medidas internas de execução. A aplicabilidade direta das normas europeias significa que tais
normas vigoram imediata e automaticamente na ordem interna, sem necessidade de interposição
de qualquer ato do Estado Português.
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É atribuído valor aos usos do comércio mesmo que o direito estadual aplicável não lhes
reconheça.
CAPÍTULO I
NATUREZA DO DIREITO DE CONFLITOS
Órgãos Nacionais
Estes órgãos podem ser:
1. Jurisdicionais
a. Tribunais estaduais
b. Tribunais arbitrais regulados pela Lei Portuguesa da arbitragem
voluntária que se encontrem fora do âmbito da arbitragem
internacional.
2. Administrativos
a. Conservadores dos diferentes registos
b. Notários
c. Agentes diplomáticos e consulares
d. Comandantes da unidades militares, navios e aeronaves
Órgãos Transnacionais
Estes órgãos são os tribunais da arbitragem transnacional (arbitragem comercial
internacional). Uma arbitragem que diga respeito a relações entre empresas ou
entes equiparados que têm contactos relevantes com mais de um Estado
Órgãos Supraestaduais
Verifica-se com as jurisdições internacionais, quási-internacionais e da UE.
Estas jurisdições podem ser órgãos de aplicação do Direito de conflitos em 2
tipos de situações:
1. Quando na aplicação de normas de DI ou DUE se suscitam questões
prévias que não reguladas na esfera da OJ internacional ou UE;
2. Quando esses órgãos tenham competência para apreciar, a titulo
principal, questões relativas a situações que por não serem
necessariamente conformadas pelo DIP ou pelo DUE colocam um
problema de determinação do Dtº aplicável.
Jurisdições Internacionais
• TIJ é o órgão contencioso interestadual. Só os Estados podem ser partes
nas causas submetidas a este tribunal. Os Estados podem atuar as
pretensões dos seus súbitos que tenham sofrido danos em consequência
de uma violação do DI por outro Estado.
• A nacionalização de bens estrangeiros suscita questões prévias de dtº
privado, designadamente quanto à titularidade dos bens.6
• Atualmente, certas questões prévias, independentemente do seu carater
público ou privado, são questões de dtº interno (que relevam
primariamente da OJ estadual). É o caso da determinação da titularidade
de um bem ou da nacionalidade de uma pessoa.
• O TIJ atua quando tenha de resolver um problema de determinação do
dtº aplicável ou às questões suscitadas por pressupostos processuais.
• Dentro da arbitragem que releva no DIPúblico, importa distinguir:
o Arbitragem internacionalpública stricto sensu
o Arbitragem quási-internacionalpública
• A arbitragem do DIPúblico ocupa-se dos litígios interestaduais em que se
invoca a violação do DIP. Pode ser ad hoc ou institucionalizada7.
• O tribunal permanente de arbitragem tanto pode ocupar-se do
contencioso interestadual como de diferendos entre um Estado e um
particular -> arbitragem quási-internacionalpública. Nestas arbitragens
coloca-se sempre um problema de determinação do dtº aplicável que tem
de ser resolvido pelo DIConflitos.
6
P.e. o TIJ já proferiu decisões em que um Estado não pode atuar a proteção diplomática de um
individuo que considera nacional quando o vinculo de nacionalidade não for suficientemente
efetivo.
7
As arbitragens de CIRDI são um exemplo. A jurisdição do CIRDI depende do consentimento
escrito das partes. Atende-se às cláusulas que os contraentes façam inserir no contrato de
investimento e à legislação interna e aos tratados de investimento. Estes tribunais têm jurisdição
para conhecer dos diferendos diferentemente decorrentes de um investimento entre um Estado
contratante e um nacional de outro Estado contratante (art.25º/1) A competência do CIRDI é
delimitada ratione materiae (caráter da relação subjacente ao litigio) e ratione personae (uma
das partes tem de ser um estado contratante, qql pessoa coletiva de dtº público ou organismo
dele dependente e que a outra pessoa seja um nacional de outro Estado contratante.
Tribunais da UE
• TJUE destina-se a assegurar o respeito do DUE na interpretação e
aplicação dos tratados constituintes (art. 19º/1). É competente para:
o o controlo da legalidade dos atos dos órgãos da UE (competência
administrativa)
o a ação destinada a verificar a violação do tratado pelos EM
o decidir a titulo prejudicial sobre a interpretação dos tratados, a
validade e interpretação dos atos dos órgãos da UE e os seus
agentes, dentro dos limites e condições estabelecidas no estatuto
ou decorrentes do regime que a estes é aplicável
• O TUE é composto pelo:
o TJ
o TG (Tribunal Geral)
o Tribunais Especializados
• Perante o TFUE, o TUE tem competência para interpretar os
regulamentos da UE, mesmo em matéria de dtº privado (art. 267º/1
TFUE).
• O TUE é competente para:
o Conhecer dos litígios relativos à responsabilidade extracontratual
da UE (art. 268º e 256º)
o Decidir com fundamento em “clausula compromissória” constante
de um contrato de dtº público ou privado, celebrado pela UE ou por
sua conta (art. 272º e 256º TFUE)
o Apreciar situações que relevam da OJ estadual no âmbito de
questões prejudiciais suscitadas pela aplicação do dtº na UE.
a) Fontes Internacionais
Existem normas de DIP nos tratados instituintes e no dtº derivado emanado dos
órgãos da UE.
O DUE também é fonte de Direito dos Conflitos vigente na ordem jurídica interna,
sendo que o TFUE não contém normas de conflitos que se dirijam aos órgãos
de aplicação do Direito dos EM. Este direito foi limitado antes do tratado de
Amesterdão.
A maior parte das disposições conflituais estão contidas em diretivas. Trata-se
de medidas de harmonização dos direitos de conflitos dos EM. A jurisprudência
do TUE reconhece um efeito direto às diretivas não transportas no prazo devido,
mas limita-o à eficácia vertical: na falta de medidas de execução pelos Estados
estes atos apenas podem ser opostos pelos particulares aos Estados que os não
cumpram e não nas relações interparticulares. Com a entrada em vigor do
tratado de Amesterdão a situação foi alterada.
O presente estádio de integração europeia, que ainda não deu corpo a um
Estado Federal, mas a uma associação de Estados Soberanos, também não se
ajusta à atribuição aos órgãos europeus de competências legislativas que
cerceiem substancialmente a autonomia legislativa dos EM, designadamente no
domínio do direito privado.
Nos domínios em que se possa justificar uma atribuição de competência aos
órgãos europeus em matéria de DIP, por força do princípio da subsidiariedade,
consagrado pelo TUE (art. 5º/3), deveria adotar-se uma atitude restritiva quanto
à intervenção legislativa europeia. Esta intervenção só se justificaria quando os
objetivos visados com a unificação não pudessem ser suficientemente realizados
pelos EM e pudessem ser melhor alcançados ao nível europeu.
Em regra, os objetivos visados com a unificação do DIP podem ser realizados
através das Convenções internacionais celebradas pelos EM e de outros
instrumentos mais flexíveis, como as leis-modelo.
A unificação de âmbito europeu deveria ser feita principalmente com base
voluntária, com respeito da autonomia legislativa dos EM. A unificação é
desejável, devendo ter um âmbito universal.
Nos EUA, as vantagens de uma harmonização dos sistemas locais não
conduziram a qualquer alienação das competências dos Estados Federados,
mas a Leis-Modelo que são propostas aos estados federados, para que as
adotem se assim entenderem. Esta via poderia ser seguida na UE, evitando
dificuldades inerentes à utilização de Convenções internacionais, ilustradas
pelos sucessivos tratados de adesão à Convenção de Bruxelas e à Convenção
c) Fontes Transnacionais
d) Fontes Internas
Tese Clássica
Esta tese sobre o objeto e a função da norma de conflitos encara-a como uma
norma de delimitação de competências legislativas que resolve conflitos de
soberanias estaduais. Adversa à natureza privada!
CAPÍTULO II
OBJETO E FUNÇÃO DA NORMA DE CONFLITOS
Normas bilaterais – tanto remetem para o Direito do foro como para o Direito
Estrangeiro.
Teses Clássicas
Para os universalistas e particularistas, o objeto da norma de conflitos são
conflitos de soberanias. Na aplicação de uma lei estrangeira estaria em causa o
reconhecimento de soberania do Estado de onde essa lei promana. Os
interesses em causa seriam dos Estados. Rejeitada!
Sistemas Unilateralistas
Defendem a existência de um sistema de DIP com validade universal que se
impõe aos ordenamentos nacionais. A principal função consistiria na repartição
de competência legislativa entre os Estados.
Um Estado não pode, por meio das suas normas de conflitos, delimitar a
competência legislativa de outros Estados. No final do século XIX uma corrente
doutrinal salientou que o legislador de DIP deve unicamente fixar os limites de
aplicação do seu próprio dtº material, i.e., que todas as regras de conflitos
deveriam ser unilaterais, à semelhança das do art. 3º CC fr. O juiz que tivesse
de resolver uma questão que se encontrasse fora da esfera de aplicação definida
para o seu direito nacional aplicaria o dtº estrangeiro que se declarasse
competente.
Atualmente, é uma conceção que se baseia na vocação da norma material para
um determinado domínio espacial de aplicação. Cada norma material conteria
necessariamente, a par da determinação seu domínio material de aplicação,
também a determinação dos limites da sua aplicação no tempo e no espaço.
Ignorá-los seria uma falsificação da norma.
O unilateralismo, ao tomar em conta a vontade de aplicação da lei estrangeira,
serviria melhor a promoção da harmonia internacional de soluções que o
bilateralismo.
Contras:
• Não há uma ligação mecânica entre as normas materiais e as normas de
conflitos. A determinação do dtº aplicável obedece a valorações
autónomas que podem ter nexos mais ou menos íntimos com os valores
subjacentes às normas materiais, mas não perdem, em qualquer caso, a
sua autonomia.
• A vantagem do unilateralismo quanto à prossecução da harmonia
internacional de soluções só pode ser invocada perante um sistema,
N.U. Gerais
Estados ou categorias
de relações jurídicas
N.U. Especiais
Relação de
especialidade com
outras normas de
conflitos, bilaterais ou
unilaterais
As normas de conflitos ad hoc têm uma relação intima e direta com a norma ou
lei material a que se reportam. Estão impregnadas de preocupações jurídico-
materiais. São encaradas como adversas ou menos agnósticas, em relação ao
sistema de normas de conflitos e às quais não se aplicariam as normas
coadjuvantes das normas de conflitos gerais.
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Por exemplo, o art. 61º LAV contém uma norma de conflitos ad hoc, porque se reporta a esta
lei, para determinar a sua esfera de aplicação no espaço.
Não é de excluir que certas normas unilaterais, à luz das finalidades que
prosseguem, possam ser encaradas como “conformes ao sistema” e que certas
normas sobre a interpretação e aplicação das normas de conflitos bilaterais
também lhes sejam aplicáveis.
Segundo LP, devemos encarar os elementos unilateralistas como complemento
necessário do sistema de Dtº dos conflitos de base bilateral. Por certo que certas
normas de conexão ad hoc ligadas a normas ou leis individualizadas podem
apresentar-se como “estranhas ao sistema” e como um limite ao funcionamento
do sistema de Direito de conflitos. Mas deve favorecer-se o seu enquadramento
sistemático, mediante a sua generalização e bilateralização e tendo em conta as
finalidades gerais do sistema de DIP.
Normas Autolimitadas
LP divide o problema:
I. Saber se existe uma lacuna:
Quando a certos estados ou categorias de relações jurídicas, um sistema
jurídico não dispõe de normas bilaterais, mas tão-somente de normas
unilaterais, surge uma lacuna sempre que não seja aplicável o direito do
foro. Se a norma de conflitos se limitava, p.e., a estabelecer a
competência do direito do foro para reger o estado e a capacidade dos
nacionais, surge uma lacuna a partir do momento em que se coloca o
problema do direito aplicável ao estado e a capacidade de um estrangeiro.
De acordo com o plano legislativo confiança de 3º também deve ser
tutelada quando a sede estatutária esteja situada no estrangeiro. Existe
uma lacuna que necessita de ser suprida através da bilateralização da
ligação especial com o Estado do foro, não fornecendo pois a solução para as
situações do mesmo tipo abstrato, mas em que falta a referida ligação.
Wengler – adota um conceito que permite pensar que a condição pode ser
simplesmente o resultado material. P.e. a norma que condicione a aplicação da
lei designada por determinado elemento de conexão apenas à circunstância de
esta lei admitir a validade de um negócio jurídico.
Normas de Reconhecimento
CAPÍTULO III
A JUSTIÇA E OS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO DE CONFLITOS
justiça formal ou conflitual, à justiça material que diz respeito à solução material
do caso.
As normas com conceito indeterminado estão ainda ao serviço da justiça da
conexão, de uma equidade conflitual, uma vez que não estabelecem por via
geral e abstrata o elemento de conexão mais adequado, antes remetem o
interprete para uma valoração conflitual perante o conjunto das circunstâncias
do caso concreto.
A justiça do DIP é mais ampla que a justiça de conexão.
A justiça conflitual pode exprimir a adequação de um direito supraestadual ou de
um direito paraestadual para reger uma determinada categoria de situações
transnacionais.
O DIP realiza a justiça de 2 formas, segundo Neuhaus:
• Através da escolha do elemento de conexão mais adequado;
• Através de um controlo e de uma modelação da solução material do caso.
O DIP realiza até certo ponto uma função modeladora na disciplina das situações
internacionais.
A evolução do DIP tem sido marcada por uma certa materialização do dtº de
conflitos. O favorecimento de resultados materiais justifica-se quando no direito
material interno há uma finalidade subjacente a um ramo do direito ou a um
instituto jurídico que aponta nesse sentido.
As normas de conflitos só devam ser materialmente orientadas quando se
manifeste uma tendência internacional para a prossecução de determinada
finalidade jurídico-material. A orientação material das normas de conflitos
também pode fundamentar-se na necessidade de compensar desvantagens
decorrentes do carater internacional da situação. O favorecimento da validade
formal do negócio pode até certo ponto ser justificado pelas incertezas e
dificuldades que resultam do contacto da situação com diversos estados.
Dtº
Conflitos
DIP
Três
Complexos
Dtº
Dtº
Reconhecimento
Competência
Internacional
Limites deste principio -> não aceita a devolução, remetendo para a referência
material.
Princípios de conexão
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Art. 26º/1 CRP expressão do direito constitucional à identidade pessoal.
que a edita, logo a lei de um estado só se aplica aos factos ocorridos no seu
território. LP defende que não vigora este princípio.
CAPÍTULO V
ESTRUTURA GERAL DA NORMA DE CONFLITOS
Previsão
1 – Objeto da norma de conflitos
A previsão da norma de conflitos define os pressupostos, a previsão da norma
delimita o seu objeto e delimita o alcance material da remissão.
O objeto da norma de conflitos é a situação transnacional ou um seu aspeto.
A extensão do objeto da norma de conflitos deve ser aquela que convenha à sua
estatuição, à remissão. Ao eleger os diferentes elementos de conexão, o
legislador tem em vista aqueles que são os mais adequados para designar o
Direito que lhes há-de ser aplicado.
Os conceitos utilizados na previsão da norma de conflitos não desempenham
apenas a função de delimitar o objeto da norma, também delimitam o alcance
material da remissão operada pela norma.
Estatuição
1 – Estatuição da norma de conflitos
A estatuição da norma de conflitos, a consequência jurídica que desencadeia é
identificada como conexão.10
A estatuição carece de concretização.
10
Conexão = chamamento de 1 ou + direitos a regular a questão.
Optativa Simples
Conexão
Singular
Alternativa Subsidiária
Cumulativa Simples
• A norma de conflitos exige, para que
se produza certo efeito jurídico,a
concorrência de 2 ou + dtº. O
reconheciemnto deve ser feito por
ambos.
• P.e. art. 33º/3 CC
Condicionante
• não há uma atribuição de competência
paritária a 2 ou mais dtº. A norma de
conflitos chama um dtº como
primariamente competente mas atribui
a outro sistema uma função limitativa
ou condicionadante quanto À produção
de certo efeito.
• P.e. art. 60º CC
Elemento de Conexão
Cláusula de Exceção
É uma proposição que permite afastar o dtº primariamente aplicável de um
Estado, quando a situação apresenta uma ligação manifestamente mais estreita
com outro Estado. A equidade conflitual intervém para corrigir a designação do
dtº estadual primariamente aplicável, quando a situação apresenta uma ligação
manifestamente mias estreita com outro estado.
Existem 2 tipos:
• Geral
CAPÍTULO VI
INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DA NORMA DE CONFLITOS
LP -> entende que o direito material de um Estado não tem uma vocação de
aplicação universal que justifique a sua aplicação direta a situações
transnacionais e que a função reguladora do direito de conflitos abrange
potencialmente todas as situações transnacionais.
Pode suceder que uma situação se encontre à primeira vista abrangida pela
previsão de uma norma de conflitos, mas que por via de uma interpretação
restritiva ou de uma redução teleológica se venha a concluir que existe uma
lacuna.
Integração de lacuna
1. Recorre-se à norma aplicável a caso análogo – analogia legis;
2. Na falta de norma aplicável, a solução do caso deve ser obtida mediante
uma concretização dos princípios gerais e ideias orientadoras do direito
dos conflitos – analogia iuris;
3. Não sendo possível integrar por nenhum destes processos, caberá ao
intérprete criar um critério de decisão “dentro do espírito do sistema”. O
intérprete tem de respeitar os valores e os princípios do DIP.
Embora o costume interno não seja uma fonte importante do DIP português,
importa ainda observar que as lacunas do direito de conflitos de fonte legal
podem ser integradas pelo costume praeter legem e que só haverá lugar para o
recurso aos processos de integração atrás referidos na falta de norma de
conflitos de fonte consuetudinária que seja aplicável.
Solução:
Normas transitórias que disponham expressamente sobre a aplicação no tempo
do direito de conflitos.
Na omissão do legislador deve recorrer-se ao Dtº intertemporal da ordem jurídica
em que estão integradas as normas de conflitos em causa (tese defendida por
Isabel de Magalhães Collaço e pelo supremo tribunal de justiça).
São aplicáveis as regras gerais dos art. 12º e 13º CC. A existência destas leis
não obsta a que o legislador adote normas especiais de direito transitório e não
significa que, na omissão do legislador, a doutrina e a jurisprudência não possam
desenvolver soluções adequadas às especificidades dos diferentes complexos
normativos, dentro de certos parâmetros.
12
Caso de: 31º/2 CC, 47º CC, 61º LAV
CAPÍTULO VII
DO ELEMENTO DE CONEXÃO
Interpretação
Existe uma diferença entre os conceitos técnico-jurídicos e fácticos:
• Técnico-jurídicos – a interpretação suscita dificuldades particulares
perante a diversidade do conteúdo atribuído a estes conceitos nos
diferentes sistemas nacionais torna-se necessário determinar quais as
regras e princípios jurídicos a que se deve recorrer.
Há que partir das regras e princípios de direito material interno para obter as
notas dos conceitos designativos técnico-jurídicos, tais como a nacionalidade.
Concretização
Na concretização do elemento de conexão surgem 3 ordens de problemas:
I. Aspetos gerais da determinação do conteúdo concreto do elemento de
conexão.
A determinação do conteúdo concreto do elemento de conexão pode não
oferecer especiais dificuldades, sobretudo quando se trata de elementos
de conexão que consistem em laços fácticos como o lugar da situação da
coisa ou o lugar da celebração de um contrato entre presentes. Caso
diferente é a concretização.
No caso de elementos de conexão que se reportam a um vínculo jurídico,
suscita-se a questão de saber se o elemento se concretiza lege fori (com
13
A cidadania da UE não é uma nacionalidade. Encontra-se prevista no art. 9º e 11º/4 TUE e na
parte II do TFUE (art. 19º e ss). O Estatuto de cidadão da UE compreende o gozo de todos os
direitos e a assunção de todos os deveres imputados às pessoas originárias de EM. É cidadão
da UE toda a pessoa que tenha nacionalidade de um EM (art. 9º TUE + art. 20º/1 TFUE). A
cidadania exprime a participação na definição da vontade politica de uma comunidade
Residência Habitual
Encontra-se estabelecido para os apátridas, no art. 32º/1 CC, 12º/1 CNY e 12º/1
CGenebra.
Releva também na falta de nacionalidade comum, nos arts. 52º/2, 53º/2, 54º,
56º/2, 57º/1 e 60º/3 CC.
A residência habitual comum é a residência habitual do mesmo estado soberano.
A residência habitual é hoje o elemento de conexão mais importante em muitas
matérias do estatuto pessoal.
Este elemento surge ainda:
• 35º/2 e 3 CC
• 39º/2 CC
• 4º/1/a e b e 2 Roma I
• 4º/2 Roma II
• 10º/2 Roma II
• 11º/2 Roma II
• 12º/2/b Roma II
Domicílio
Tem um papel limitado no direito de conflitos. Não existe um conceito de
domicílio pelo que os estados são livres de o determinarem.
Este elemento desempenha grande importância na devolução.
Em Portugal, o conceito assenta na noção de residência.
Quanto à interpretação, relevam os critérios aplicáveis às fontes das normas de
conflitos em causa. Quando utilizado, devem incluir-se uma nota objetiva de
permanência num determinado lugar e uma nota subjetiva de intenção em aí
permanecer.
Quanto à concretização, existe uma alternativa entre lege fori e lege causae.
Corresponde às 2 teses tradicionais:
• Qualificação Lege Fori (Common Law) – o domicílio determina-se sempre
segundo as regras do direito do foro.
• Qualificação territorial (Zitelmann) – atende à lei do Estado em cujo
território se situa o domicílio em causa.
Deve preferir-se a concretização lege causae do elemento de conexão domicílio
quando utilizado em normas de fonte interna.
Domicílio Profissional (art. 39º/3 CC) -> considera-se lege fori
Lugar da celebração
É utilizado em matéria de forma de negócio jurídico (art. 36º, 42º/2, 50º, 51º CC
+ art. 11º Roma I + art. 21º Roma II + art. 27º Sucessões).
Outros elementos
• Lugar do comportamento negocial, quanto ao valor negocial do
comportamento (art. 35º/2 CC)
• Lugar da receção da proposta, quanto ao valor do silêncio (art. 35º/3 CC)
• Lugar onde são exercidos os poderes representativos, em matéria de
representação voluntária (art. 39º/1 CC)
• Lugar da atividade do gestor do negócio (art. 11º/3 Roma II)
• Lugar onde a matrícula tiver sido efetuada no que se refere aos direitos
sobre meios de transporte (art. 46º/3 CC)
• Lugar de estabelecimento profissional do intermediário (art. 6º/1 e 11º/1
CH)
• Lugar onde o intermediário deve exercer a titulo principal a sua atividade
ou onde agiu (art. 6º/2 e 11º/2 CH)
CAPÍTULO VIII
REMISSÃO PARA ORDENAMENTOS JURÍDICOS COMPLEXOS
Concretização do Problema
Art. 20º CC + Art. 19º/1 Convenção de Roma + Art. 22º/1 Roma I + Art. 25º/1
Roma II + Art. 19º Convenção de Haia + Art. 14º e 15º Roma III + Art. 36º e 3O7º
regulamento de sucessões
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Quando os elementos de conexão apontam para um determinado lugar no espaço, há que
considerar os sistemas locais como se fossem autónomos e entende-se que a norma de
conflitos, ao remeter para um lugar no espaço, está a remeter indiretamente para os sistema que
aí vigora.
Quando os elementos não indiquem um preciso lugar no espaço atender-se-á igualmente ao
sistema local para que diretamente remetam.
CAPÍTULO IX
A DEVOLUÇÃO OU REENVIO
Tipos de devolução
a) Retorno de competência – o dtº de conflitos estrangeiro remete a solução
da questão para o Dtº do foro.
b) Transmissão de competência – o dtº de conflitos estrangeiro remete a
solução da questão para outro ordenamento estrangeiro.
L1 = Lei do Foro
L2 = Lei Estrangeira
L3 = Lei Estrangeira
O Regime Vigente
Regra geral – art. 16º CC: resulta que a referência material é enunciada como
regra geral, mas não resulta a adoção da tese da referência material, visto que
se admite “preceito em contrário”, i.e., que se aceite a devolução nos casos em
que a lei o determine. Segundo Baptista Machado, o art. 16º CC não contém um
princípio geral, mas uma regra pragmática que admite desvios nos casos em que
se aceita a devolução.
Transmissão da competência
Retorno
Art. 18º CC
O retorno depende de um único pressuposto: que L2 aplique o direito material
português. Só neste caso o retorno é condição necessária e suficiente para
assegurar a harmonia com L2. Logo, se L2 remete para o DP, mas não aplica a
lei portuguesa, não aceitamos o retorno.
Não se aceita o retorno direito operado por um sistema que pratica devolução
simples. O retorno pode ser indireto.15
Maiores dificuldades quando, no caso de retorno direito, em que L2 não remeta
direta e imediatamente para o direito material português, mas antes condicione
a resposta ao sistema de devolução português – um sistema que aplique ou não
o direito material português.
Para o caso de L2 fazer devolução integral, Baptista Machado defendeu que
seria de aceitar o retorno, porque se o DP aceitar o retorno L2 aplicará o direito
15
Se L2 remete para L3, com devolução simples, e L3 remete para o DP, L2 aplica o Direito
material português.
Ferrer Correia e Baptista Machado -> defendem uma interpretação restritiva que
limita o alcance do preceito com base na ideia de tutela da confiança. O art. 19º/1
só seria aplicável às situações já constituídas. (LP não concorda)
CC -> matéria de forma (art. 36º/2 e 65º/1 in fine) -> o favor negotii atua como
fundamento autónomo de devolução. É o favorecimento da validade formal do
negócio e não apenas a harmonia jurídica internacional o objetivo que é
prosseguido pela admissibilidade da devolução nestes casos.
Art. 36º/1 CC -> conexão alternativa -> não se exige que L3 seja competente ≠
art.17º/1 CC
O art. 36º/2 CC adota um sistema de devolução simples. Manda atender à norma
de conflitos da lei do lugar da celebração, nada referindo sobre o seu sistema de
devolução. O que releva é a lei aplicada pela lei do lugar da celebração. LP:
considera que é devolução integral.
Se a lei do lugar da celebração aplicar o direito material português, segundo a
doutrina a ideia reguladora abrange esta hipótese, segundo LP entende que não
está excluída a aplicação do art. 18º CC à remissão operada pela norma de
conflitos do art. 36º/1, pode configurar-se uma hipótese de retorno nos termos
desse preceito, sem que seja necessário recorrer art. 36º/2 CC.
Existem outros regimes de devolução, fora do CC, em matéria de nome, direitos
de propriedade intelectual e sucessões.
Sucessões:
• Admite a devolução em caso de remissão para a lei de um 3º estado,
neste caso é admitida -> 34º/1
• A devolução não opera quando -> 34º/2
• O nº 1 suscite diversos problemas:
o A remissão deve ou não ser entendida em termos de aplicabilidade
da lei deste ordenamento? Sim
o Admite a devolução sempre que a lei de um 3º Estado considera
aplicável a lei de um EM, mesmo que não seja EM do foro.
Apreciação crítica
O sistema de devolução do art. 17º e 18º promove a harmonia com L2, mas
mostra-se superior à devolução integral, evitando circulo vicioso em caso de
retorno direito por parte de um direito que faça devolução integral ou tenha um
sistema de devolução semelhante ao nosso e faz depender a transmissão de
competência da harmonia com a lei aplicada por L2.
Tem de haver sempre uma conexão com o ordenamento português tanto nos
casos de retorno como nos de transmissão.
Levou-se demasiado longe o favor negotii e sacrificou-se excessivamente a
harmonia jurídica internacional.
CAPÍTULO X
A FRAUDE À LEI
Caraterização da figura
Podemos distinguir:
• Manipulação do elemento de conexão – para afastar a lei normalmente
competente, o agente da fraude vai modelar o conteúdo concreto do
elemento de conexão. P.e. naturalizara-se noutro país para se poderem
divorciar
• Internacionalização fictícia de uma situação interna – para afastar o direito
material vigente na ordem jurídica interna, que é exclusivamente aplicável
a uma situação interna, estabelece-se uma conexão com um estado
Sanção da Fraude
Existem 2 posições:
1) Jurisprudência Francesa e Fernando Olavo – segue o princípio fraus
omnia corrumpit, considerando que todos os atos integrados no processo
fraudulento são nulos ou para todos os efeitos inoperantes.
2) Assinala que o Estado do foro não pode declarar inválida a aquisição de
uma nacionalidade estrangeira, podendo fazer recusar a essa
naturalização qualquer efeito na aplicação da norma de conflitos. Art 21º
CC
CAPÍTULO XI
A QUALIFICAÇÃO
Enquadramento e método
Sentido estrito -> operação pela qual se subsume uma situação da vida, ou um
seu aspeto, no conceito técnico-jurídico utilizado para delimitar o objeto da
remissão.
Art. 15º CC
Advertências:
• Será necessário fazer uma valoração, assumindo uma especial
importância perante conceitos caraterizadores por uma elevada
indeterminabilidade, como são os conceitos utilizados na previsão das
normas de conflitos.
É controverso se o esquema subsuntivo pode ou não ser mantido. Alguns
autores entendem que a recondução dos factos à previsão normativa
pode assentar não só uma subsunção mas também num raciocínio de
coordenação valorativa. Outros defendem que as operações envolvidas
na aplicação da regra, apesar de envolverem uma valoração, ainda
podem ser configuradas segundo um esquema subsuntivo.
O silogismo judiciário parece possível sem o silogismo de subsunção.
Sendo certo que este silogismo judiciário não permite fundamentar a
solução segundo processos lógico-formais, mas apenas assegurar a
racionalidade desta fundamentação.
• O esquema subsuntivo apresentado não é um esquema para a resolução
de casos práticos, serve apenas para a compreensão das várias
operações incluídas na qualificação em sentido amplo.
1ª questão -> a que direito recorrer para a interpretação dos conceitos técnico-
jurídicos utilizados na previsão das normas de conflitos de fonte interna?
PRATICA – NOÇÕES
L1 -> L2
Sistema típico:
• Sistema de referencia
Reenvio:
• É um sistema atípico
• Só aplico o 16º depois de demonstrar que as exceções ao 16º não estão
preenchidas.
Pressupostos do 18º/2
1. Preenchido o 18º/1 demonstrar
2. Matreia de estauto pessoal
3. ALTERNATIVO: 1) interessado tem residencial habitual em Pt (pessoa
que desencadeia a aplicação da norma de conflito) // 2)interessado tem
residência habitual em outro pais que considera aplicável o direito material
português
PRATICA
CASO PRÁTICO:
Contrato celebrado por A, residente em Portugal, e por B, cidadão alemão com
residência na Alemanha. Escolheram como lei aplicável a lei francesa. Podem
faze-lo ao abrigo do art. 3º Roma I.
B intenta uma ação contra A nos Tribunais Portugueses.
Resolução: Caso supraestadual
Coca Cola, p.e., é uma pessoa coletiva internacional? Não, pois não foi criada
por uma convenção internacional, logo aplica-se o 33º e não o 34º CC