Você está na página 1de 8

DIREITO INTERNACIONAL

RODADA 01 – SETEMBRO/2022

TEMA: DIP E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO (LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO


DIREITO BRASILEIRO) (ITEM 17 DO EDITAL DO CACD).

DATA PROGRAMADA PARA DISPONIBILIZAÇÃO DOS VÍDEOS COM AS ATIVIDADES:


14/09/2022.

I – DOUTRINA:

“Normalmente, os autores aludem a três fundamentos que explicam a existência do


Direito Internacional Privado, sem prejuízo de outras observações paralelas, igualmente
válidas.
A primeira hipótese é haver conflitos de leis no espaço. Em princípio, quando há
divergência entre leis de diferentes países, criando, portanto, conflitos legislativos
interespaciais, o Direito Internacional Privado intervém, não sendo de todo viável a tese
de que esse direito visa exclusivamente a uniformidade legislativa, porque, neste caso,
estaria falseando sua própria finalidade. (...)
O segundo fundamento é a extraterritorialidade das leis. Para que o Direito
Internacional Privado sobreviva é indispensável que os países permitam, dentro de suas
limitações e critérios, a aplicação de leis estrangeiras nos respectivos territórios. (...)
A terceira razão é o intercâmbio universal, que Clóvis Beviláqua denominava comércio
internacional. Realmente, segundo Clóvis Beviláqua, o comércio internacional, de um
lado, e, de outro, a diversidade de leis são o fundamento lógico e social do direito
internacional privado, que, para o emérito jurista pátrio, consiste no conjunto de
preceitos reguladores das relações de ordem privada da sociedade internacional. A
expressão comércio internacional, neste caso, não deve ser entendida no sentido
mercantil, mas significando intercâmbio entre os diversos povos do universo, seja sob o
lado mercantil, seja sob o familiar, cultural, científico, artístico etc. (...)”1.

“O método conflitual tradicional, ainda utilizado pelo Direito Internacional Privado dos
países da Europa e da América Latina, com as modificações que a seguir serão
comentadas, tem como particularidade a existência de uma regra de DIPr – a regra de
conflito, que dá a solução de uma questão de direito contendo um conflito de leis
através da designação de lei aplicável pela utilização da norma indireta. Não compete
1
STRENGER, Irineu, Direito Internacional Privado, 6 ed., São Paulo, LTr, 2005, pp. 30-31.

1
DIREITO INTERNACIONAL

ao DIPr fornecer a norma material aplicável ao caso concreto, mas unicamente designar
o ordenamento jurídico ao qual a norma aplicável deverá ser requerida. Para a
concepção clássica do DIPr, é através das normas de conflitos que o DIPr cumpre uma
missão de prover à regulamentação da vida jurídica internacional. (...)
Um problema de DIPr (para a concepção clássica) não é um problema de justiça material,
mas sim a escolha da lei aplicável indicada pela norma de conflito. (...)”2.

“Em todos os sistemas jurídicos nacionais há previsão legal para a solução do conflito de
leis, nos casos de julgamento da situação jurídica multiconectada. O juiz escolhe a lei a
partir das normas de DIPr, tendo como resultado a indicação da lei brasileira ou
estrangeira. Mas o funcionamento desse sistema de DIPr poderá ser impedido pela
aplicação da exceção de ordem pública”3.

“A ordem pública no DIPr impede a aplicação de leis estrangeiras, o reconhecimento de


atos realizados no exterior e a execução de sentenças proferidas por tribunais de outros
países, constituindo-se no mais importante dos princípios da disciplina. Não é passível
de definição, pois reflete a filosofia sócio-política-jurídica de toda a legislação, aferindo-
se pela mentalidade e pela sensibilidade média de determinada sociedade em
determinada época”4.

“No Brasil, a principal fonte legislativa é a Lei de Introdução às Normas do Direito


Brasileiro (LINDB), que trata do Direito Internacional Privado (arts. 7 a 17). A
Constituição Federal de 1988 trata da nacionalidade (art. 12), dos direitos e deveres dos
estrangeiros, das questões atinentes a tratados internacionais (art. 49, I, art. 84, VIII), da
sucessão internacional (art. 5°, XXXI), além de determinar a competência do Supremo
Tribunal Federal em temas de cooperação internacional (art. 102, I, h) e da Justiça
Federal, em tema de tratados (art. 109, III). O Código de Processo Civil regulamenta a
questão da jurisdição internacional (arts. 21 a 23) e aquelas relativas às cartas
rogatórias, prova de direito estrangeiro e sentenças estrangeiras (arts. 960 a 965). Há
ainda outros exemplos esparsos na legislação especial.
Além das fontes de origem legislativa, conta-se com a doutrina e a jurisprudência. A
primeira manifesta-se como interprete e guia para a segunda, que aparece nas decisões
do Superior Tribunal de Justiça – no cumprimento da competência originária, julgando
sentenças estrangeiras e cartas rogatórias. A justiça estadual cuida dos casos de direito

2
ARAUJO, Nadia de, Direito Internacional Privado: Teoria e Prática brasileira, Rio de Janeiro, Renovar,
2003, pp. 36-37.
3
ARAUJO, Nadia de, Direito Internacional Privado: Teoria e Prática brasileira, Rio de Janeiro, Renovar,
2003, pp. 95-96.
4
DOLINGER, Jacob, Direito Internacional Privado, 6 ed., Rio de Janeiro, Renovar, 2001, pp. 329-330.

2
DIREITO INTERNACIONAL

de família, sucessão e contratos internacionais, e a justiça federal daqueles dentro de


sua competência pela matéria”5.

“O reenvio é o instituto pelo qual o Direito Internacional Privado de um Estado remete


às normas jurídicas de outro Estado, e as regras de Direito Internacional Privado deste
indicam que uma situação deve ser regulada ou pelas normas de um terceiro Estado ou
pelo próprio ordenamento do primeiro Estado”6.

II – LEGISLAÇÃO:

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) (Decreto-lei n° 4.657/1942):

Art. 7° A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e
o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
§ 1° Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos
impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2° O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas
ou consulares do país de ambos os nubentes.
§ 3° Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio
a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4° O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os
nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
§ 5° O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa
anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de
naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens,
respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
§ 6° O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros,
só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver
sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação
produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das
sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu
regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já
proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de
brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.

5
ARAUJO, Nadia de, Direito Internacional Privado: Teoria e Prática brasileira, Rio de Janeiro, Renovar,
2003, pp. 127-128.
6
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves, Direito Internacional Público e Privado, 6 ed., Salvador, Jus Podivm,
2014, p 673.

3
DIREITO INTERNACIONAL

§ 7° Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro


cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua
guarda.
§ 8° Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua
residência ou naquele em que se encontre.

Art. 8° Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a


lei do país em que estiverem situados.
§ 1° Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens
moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
§ 2° O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se
encontre a coisa apenhada.

Art. 9° Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se


constituírem.
§ 1° Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma
essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos
requisitos extrínsecos do ato.
§ 2° A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o
proponente.

Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado
o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente,
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
§ 2° A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e


as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem.
§ 1° Não poderão, entretanto, ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes
de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei
brasileira.
§ 2° Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que
eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão
adquirir no Brasil bens imóveis ou suscetíveis de desapropriação.
§ 3° Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à
sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.
4
DIREITO INTERNACIONAL

(...)

Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar,
quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros
provas que a lei brasileira desconheça.

Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova
do texto e da vigência.
(...)

Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão
por ela feita a outra lei.

Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem
pública e os bons costumes.

Constituição Federal de 1988:


Art. 5°. (...)
XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja
mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

III – JURISPRUDÊNCIA:

Superior Tribunal de Justiça (STJ):

“Sendo caso de aplicação do direito estrangeiro, caberá ao juiz brasileiro fazê-lo, de


ofício, consoante as normas do direito internacional privado, entendido este como o
conjunto de regras que orientam a solução das relações jurídicas privadas envolvidas
em mais de uma esfera de soberania. A lei estrangeira, aplicada por força de dispositivo
de direito internacional privado (art 9º da LINDB), se equipara a legislação federal
brasileira, para efeito de admissibilidade de recurso especial”(STJ, REsp n. 1.729.549/SP,
relator Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 9/3/2021, DJe de
28/4/2021).
5
DIREITO INTERNACIONAL

“Nos termos dos arts. 15 e 17 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, 963
do CPC/2015, e 216-C, 216-D e 216-F do Regimento Interno do Superior Tribunal de
Justiça, são requisitos da homologação os seguintes: (i) instrução da petição inicial com
o original ou cópia autenticada da decisão homologanda e de outros documentos
indispensáveis, devidamente traduzidos por tradutor oficial ou juramentado no Brasil e
chancelados pela autoridade consular brasileira; (ii) haver sido a sentença proferida por
autoridade competente; (iii) terem as partes sido regularmente citadas ou haver-se
legalmente verificado a revelia; (iv) ter a sentença transitado em julgado; (v) não
ofender a soberania, a dignidade da pessoa humana e/ou ordem pública” (HDE n.
1.936/EX, relator Ministro Og Fernandes, Corte Especial, julgado em 1/8/2022, DJe de
18/8/2022.)

IV – ORIENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA:
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves Portela, Direito Internacional Público e Privado,
Editora Jus Podivm, Parte II (Direito Internacional Privado), Capítulo I (Direito
Internacional Privado), Capítulo II (Aplicação da Lei no Espaço: Conflitos de Leis no
Espaço e a Norma de Direito Internacional Privado).

V – EXERCÍCIOS OBJETIVOS:

01 – À luz dos fundamentos do direito internacional privado e da aplicação do direito


estrangeiro segundo o ordenamento brasileiro, julgue os itens a seguir.
I – O Direito Internacional Privado é primordialmente estruturado por normas de
sobredireito, que estabelecem regras de conexão para a escolha de uma entre as leis
em conflito.
II – O direito internacional privado, haja vista sua natureza, seu objeto e suas principais
fontes normativas, é, em sua essência, um direito de natureza jurídica interna, ao qual
cabe indicar a norma jurídica que poderá ser utilizada no caso concreto, sendo
preponderantemente composto de normas produzidas pelo legislador interno.
III – De acordo com a Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro, admite-se o
reenvio, salvo se o direito estrangeiro escolhido pelo reenvio for contrário a ordem
pública doméstica.
IV – Um dos fatores fundamentais para o direito internacional privado é a existência de
uma sociedade transnacional, dentro da qual se desenvolvem relações entre pessoas
físicas e jurídicas vinculadas a diferentes sistemas jurídicos nacionais.

6
DIREITO INTERNACIONAL

02 – Com fundamento no direito internacional privado, julgue os itens abaixo.


I – A principal fonte de direito internacional privado de origem nacional é a lei. São
consideradas fontes, ainda, a doutrina e a jurisprudência, sendo que a primeira se
manifesta como intérprete e guia para a segunda.
II – No direito internacional privado brasileiro, o direito costumeiro é fonte de criação
de normas jurídicas.
III – O Estado pode engajar-se em uma relação jusprivatista com conexão internacional,
sujeitando-se às regras do direito internacional privado sem, contudo, beneficiar-se de
privilégios decorrentes de sua qualidade de ente soberano.
IV – A autoridade judiciária nacional poderá aplicar, de ofício, o direito estrangeiro,
desde que este se imponha por força própria.

03 – Considerando a atual sistemática e o entendimento da Lei de Introdução às Normas


do Direito Brasileiro e do Direito Internacional Privado no Brasil, julgue os itens a seguir.
I – A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que estiver
domiciliado o defunto ou o desaparecido, quaisquer que sejam a natureza e a situação
dos bens.
II – A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre
que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
III – A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
IV – Os governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza que eles
tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, poderão adquirir
no Brasil bens imóveis ou suscetíveis de desapropriação.

GABARITO:
Questão 01 – I.C; II.C; III.E; IV.C.
Questão 02 – I.C; II.E; III.C; IV.E.
Questão 03 – I.C; II.C; III.C; IV.E.

VI – QUESTÃO DISCURSIVA (CONTRATAÇÃO OPCIONAL):

Considere o julgado que segue:

“DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO E CIVIL. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE DE


ESTRANGEIRO. REGISTRO EM SUA PÁTRIA DE ORIGEM. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA.
O elemento de conexão, no conflito de leis no espaço, estipulado no ordenamento
pátrio, é o domicílio da pessoa. Ainda que a concepção, o nascimento e o registro da

7
DIREITO INTERNACIONAL

investigante tenham ocorrido no exterior, estando ela domiciliada no Brasil, deve ser
aplicado o ordenamento nacional.
A demanda pela paternidade real, fundada na falsidade de registro, não tem prazo
decadencial, mesmo antes da promulgação da Carta Magna. Precedente da Segunda
Seção.
A ação de investigação de paternidade não depende da prévia propositura da ação
anulatória do assento de nascimento do investigante, tendo o filho interesse de buscar
a paternidade real, a despeito de reconhecido como legítimo por terceiro com falsidade
ideológica.
Recurso não conhecido.
(REsp n. 512.401/SP, relator Ministro Cesar Asfor Rocha, Quarta Turma, julgado em
14/10/2003, DJ de 15/12/2003, p. 317.)

Adotando-se o acórdão como exemplo de questões submetidas ao regime jurídico do


Direito Internacional Privado, responda de modo fundamentado os questionamentos
abaixo:
a) O que se entende por conflito de leis no espaço? A solução desses conflitos é norteada
pela aplicação da aplicação da lei brasileira ou da lei estrangeira?
b) Qual o significado de ordem pública e qual é a sua importância para o Direito
Internacional Privado?
c) Admite-se a possibilidade de as partes de um caso concreto regido pelo Direito
Internacional Privado elegerem o elemento de conexão aplicável ao referido caso?
(Valor: 20 pontos;
Limite: 40 linhas).

Você também pode gostar