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1ª FASE XXXIV EXAME – REVISÃO TURBO

Direito do
Consumidor
Patrícia Strauss
Oi gente!
Eu sou a professora Patrícia Strauss e queria dizer para vocês
o que sempre digo para mim: façam o melhor, dentro das
condições de cada um. Se conseguirem estudar 6 horas por
dia, que maravilha! Se for 2 horas, que ótimo também! Se for
meia hora por dia, também está tudo bem! O importante é se
dedicar (dedicação é inegociável no período de estudos) mas
fazendo o melhor que se pode dentro da realidade de cada
um de vocês. Afinal, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o
que é!” Vamos juntos? Com “paciência e com coragem”
encarar essa prova!
Beijo Grande,
Patrícia Strauss ♥
Relação de consumo

Situação 1:

* Para todos verem: esquema

Contrato de compra e venda -


Patrícia compra bicicleta de Maitê
Código Civil

Situação 2:
* Para todos verem: esquema

Patrícia compra bicicleta de uma


Relação de consumo - CDC
loja como destinatária final

Qual a diferença?

Situação 1: Trata-se de uma relação civil, regulada/normatizada pelo Código Civil. Ainda que
Patrícia tenha comprado como uma destinatária final, Maitê não é considerada fornecedora, visto
que não faz isso como sendo a sua atividade.

Situação 2: Ao comprar da loja como destinatária final, Patrícia é consumidora e a loja é


fornecedora, configurando-se a relação de consumo.

Neste caso (situação 2) qual legislação incidirá?


Código de Defesa do Consumidor.
* Para todos verem: esquema

É importante entender em qual situação é


aplicável o Código Civil e em qual é
aplicável o Código de Defesa do
Consumidor, visto que os regramentos vão
ser aplicados de forma diversa

O Código de Defesa do Consumidor não conceitua o que é uma relação de consumo, apenas
indica quem é o consumidor e, em seguida, quem é o fornecedor. Quando preenchidos os
requisitos dos artigos 2º e 3 do CDC, haverá a aplicação do código.

FISCALIZADORA DOS ESTUDOS

Artigos importantes do CDC

Art. 1º ao 6º

Fornecedor

Artigo 3° do CDC. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos

Trata-se de gênero, visto que há várias espécies de fornecedores: o fabricante, o comerciante,


o construtor, o produtor, etc.

Atenção: O fornecedor pode ser pessoa física, desde que faça a atividade com repetição
no mercado de consumo.
Além disso, não é necessária a constituição formal da pessoa jurídica ou ter CNPJ para a
caracterização do fornecedor.
* Para todos verem: esquema

Proteção ao consumidor

•A figura do consumidor tem presunção absoluta de vulnerabilidade. Por isso, os fornecedores


precisam agir de acordo com as regras do CDC, respeitando a segurança, informação, publicidade,
responsabilidade, dentre outras regras contidas no código

Consumidor standard

Artigo 2° do CDC. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.

Exemplo:

* Para todos verem: esquema

Patrícia compra pão


e chocolate no Destinatária final
Consumidora
mercado próximo a dos produtos
sua casa
Consumidor equiparado

Artigo 2° do CDC. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas,


ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo

→ Possui as mesmas proteções do consumidor padrão.

A - Ações coletivas (art. 81 e seguintes)

Exemplo:
* Para todos verem: esquema

Bancos que incluem Também serão


Atinge uma coletividade
cláusulas abusivas nos consideradas
de pessoas
contratos consumidoras

B - Vítimas de evento

Artigo 17 do CDC. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as
vítimas do evento.

Exemplo:
* Para todos verem: esquema

Maitê, que está na casa


Maitê será considerada
Patrícia compra uma TV no momento da
consumidora
que explode com pouco explosão, acaba se
equiparada, pois é
tempo de uso machucando com o
vítima do evento
evento

→ A explosão da televisão é o chamado fato de produto.


Atenção: Ainda no caso do exemplo, sem que a pessoa sequer tenha comprado a televisão
(Maitê) terá proteção do CDC e será considerada consumidora equiparada.
C – Pessoas expostas às práticas previstas nos artigos 29 e seguintes

Artigo 29 do CDC. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores
todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.

Exemplo
* Para todos verem: esquema

Foi exposta a uma


Patrícia não comprou Será considerada
publicidade enganosa
nenhum produto consumidora
ou abusiva

Produto e serviço
* Para todos verem: esquema

Produto Serviço

•Produto é qualquer bem, móvel ou •Serviço é qualquer atividade fornecida


imóvel, material ou imaterial. no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e
securitária, salvo as decorrentes das
relações de caráter trabalhista.
Responsabilidade civil nas relações de consumo

Responsabilidade pelo fato


Artigos 12,13 e 17
do produto

Responsabilidade pelo fato


Artigos 14 e 17
do serviço

Responsabilidade pelo vício


Artigos 18 e 19
do produto

Responsabilidade pelo vício


Artigos 20 e 21
do serviço

Responsabilidade civil por vício que pode ser produto ou


de serviço.
Responsabilidade por vício de produto:

→ O vício pode ser de qualidade ou de quantidade.


Vício de qualidade:
Impróprios ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como aqueles
decorrentes da disparidade, com indicações constantes do recipiente, da embalagem,
rotulagem ou mensagem publicitária.
No caso de vício de qualidade do produto, o consumidor poderá:
→ Fornecedor terá o prazo de 30 dias para sanar o vício. Este prazo é para sanar, quando
for possível. Caso não seja possível, o consumidor poderá exigir, a sua escolha:
→ Substituição do produto por outro da mesma espécie;
→ Restituição da quantia paga (atualizada), podendo também pedir perdas e danos ou
→ Abatimento proporcional do preço.

* Para todos verem: esquema

Substituição do
produto

30 dias para sanar Restituição da


Não sanou
o vício quantia paga

Abatimento do
preço

Artigo 18, § 3° do CDC. O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste
artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder
comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
produto essencial.
Vício de quantidade:
Artigo 19 do CDC. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do
produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo
líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos
vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos.

Não há prazo de 30 dias como há no vício de qualidade de produto.

* Para todos verem: esquema

Substituição do
produto

Restituição da
quantia paga
Consumidor pode
exigir
Abatimento do
preço

Complementação
do peso ou
medida
2 - Responsabilidade por vício de serviço:
Artigo 20 do CDC. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
* Para todos verem: esquema

Reexecução do
serviço

Consumidor pode Restituição da


exigir quantia paga

Abatimento do preço

****Prazos para reclamar dos vícios de produto e serviço:


* Para todos verem: esquema
A partir de quando começam a contar os prazos?

→ Vício aparente: entrega do bem ao consumidor (tanto durável quanto não durável).
→ Vício oculto: a partir do momento em que fica evidenciado o problema.

Das práticas comerciais


Artigo 35 do CDC. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta,
apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou
publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada,
monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

Regra:

→ O fornercedor precisa cumprir a oferta.

Exceção:

→ Caso o fornecedor não cumprir, poderá o consumidor escolher: exigir o cumprimento da


obrigação, aceitar outro produto/serviço ou resolver o contrato.

Atenção: erro grosseiro não faz com que o fornecedor precise cumprir a oferta.

Práticas abusivas

É vedado pelo CDC a prática de “venda casada”, ou seja, condicionar o fornecimento de um


produto ou serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço.
Exemplos que caracterizam prática abusiva:
→ Seguro habitacional obrigatório com instituição financeira mutuante ou com seguradora
por ela indicada
→ Envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor
Cláusulas abusivas:
Artigo 51 do CDC. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de
qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas
relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá
ser limitada, em situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos
neste código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor
em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo
consumidor;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o
consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira
unilateral;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja
conferido ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que
igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do
contrato, após sua celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.
XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos órgãos do Poder Judiciário;
XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de impontualidade das prestações mensais ou
impeçam o restabelecimento integral dos direitos do consumidor e de seus meios de pagamento
a partir da purgação da mora ou do acordo com os credores.
Direito de arrependimento
Art. 49 do CDC. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de
fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente
por telefone ou a domicílio.

Requisitos:
→ Contratação fora do estabelecimento comercial, especialmente, por meio eletrônico.
Prazo:
→ 7 (sete) dias a contar da assinatura ou do recebimento do produto ou serviço.

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