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DIREITO

DO CONSUMIDOR

Prof. Dr. Manoel de Castro Carneiro Neto


HISTÓRICO
•  CC/1916 e Lei 1.521/51
•  CF/88:
–  Artigo 5o (...)
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
do consumidor;
–  Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização
do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:
–  (...)
V - defesa do consumidor;
CDC – NATUREZA JURÍDICA
•  O Código de Defesa do Consumidor (CDC)
estabelece normas de ordem pública e
interesse social.
•  Possibilidade de o juiz aplicar as normas do
CDC de ofício.
•  Exceção – Contratos Bancários (Sum. 381 –
STJ)
CONSUMIDOR

•  Teoria finalista diz que consumidor é o que adquire produto ou


serviço para uso próprio ou de sua família.
•  Teoria maximalista ampliou o conceito informando que consumidor
é aquele que adquire o produto ou serviço como destinatário final,
podendo utilizar o bem para produção deoutros bens.
•  Por fim, o STJ criou a teoria finalista aprofundada ou, como alguns
preferem temperada, dizendo que consumidor é aquele que
adquire produto ou serviço para uso próprio ou profissional. Desde
que exista vulnerabilidade no caso concreto.
Princípio da Vulnerabilidade do
Consumidor
•  Na relação entre o consumidor e fornecedor aquele é a
parte mais frágil da relação.
•  A doutrina costuma classificar a vulnerabilidade do
consumidor em quatro tipos: a técnica, a jurídica, a
econômica e a informacional.
–  A técnica se refere à ausência de informação necessária sobre produtos e
serviços para a tomada de uma decisão.
–  A jurídica existe quando o consumidor não dispõe de conhecimento
sobre as conseqüências jurídicas de uma decisão na relação de consumo.
–  A vulnerabilidade econômica existe quando o fornecedor possui maior
poder econômico e, em razão disso, o consumidor se encontra em uma
posição de desvantagem.
–  Por fim, a vulnerabilidade informacional é verificada quando o
consumidor não possui a informação necessária sobre o comércio em
geral e, por isso, fica em posição de desvantagem.
•  Regra geral:
–  Pessoa física: vulnerabilidade presumida
–  Pessoa jurídica: Vulnerabilidade deve ser provada.

•  Se forem destinatários finais, não há problema


de aplicação do art. 2º. O problema se dá
quando são intermediários.

•  E as pessoas jurídicas de direito público?


Consumidor por equiparação
•  Art. 2º c/c 17 e 29 do CDC.
•  São todos os que estejam inseridos na relação
de consumo de alguma maneira.
Em suma:
Toda pessoa física ou jurídica que
Consumidor strictu sensu ou standart adquire um produto como destinatário
final (Art. 2º, caput)
A coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas
relações de consumo (Art. 2º, parágrafo
único)
Todas as vítimas dos danos ocasionados
Consumidor equiparado pelo produto ou serviço defeituoso (art.
17) – chamados de bystanders
Todas as pessoas determináveis ou não,
expostas às práticas comerciais ou
contratuais abusivas (art. 29)
Fornecedor, Produto e Serviço
•  Quando o CDC quer que todos sejam
responsabilizados, usa o termo “fornecedor”,
mas algumas vezes ele limita a algumas
espécies, p. Ex.:
•  O fornecedor deve praticar a atividade com
HABITUALIDADE (pois desenvolvem atividade).
•  PRODUTO é qualquer bem móvel ou imóvel,
material ou imaterial.

•  SERVIÇO é qualquer atividade fornecida no


mercado mediante remuneração.
–  Excluem as atividades gratuitas;
–  Não excluem as que possuem remuneração indireta.
•  Ex.: estacionamento de supermercado.
–  A jurisprudência é farta de exceções e casos
peculiares!
Se aplica o CDC Não se aplica o CDC
Instituições Financeiras (Sum. 297 STJ) Serviços Públicos sem remuneração direta
Entes despersonalizados Crédito educativo (programa
governamental)
Taxista e concessionária de veículo Condômino X condomínio
Sociedades sem fins lucrativos quando Contratos de locação
prestam produtos/serviços remunerados
Planos de Saúde ( Sum. 469 STJ) Postos e Distribuidora de combustível
Transporte aéreo Lojistas e Shopping Center
Serviço funerário Serviços advocatícios
Correios e usuários Relação tributária
Torcedores e promotoras de eventos Empregador e empregado
esportivos
Clientes e casas noturnas Atividade notarial
Da qualidade dos produtos e serviços e
da prevenção e reparação dos danos

•  "normais e previsíveis" (remédios, bebidas alcoólicas, agrotóxicos,


fogos de artifício etc.). Uma faca de cozinha, por exemplo, se quiser
ser eficiente (afiada), terá que ser naturalmente perigosa.
•  Inerente: Ex. Faca de cozinha. Cigarro?
•  Adquirida: Ex. Gran Siena (recall)
•  Exagerada: Ex. bala soft
•  Princípio da Informação: em qualquer
hipótese, o fornecedor ou fabricante tem a
OBRIGAÇÃO de fornecer as informações
necessárias e adequadas sobre os riscos à
saúde ou segurança dos consumidores
Dever pós contratual. Ex.: recall
- Recall exclui a responsabilidade do fornecedor?
- Se o consumidor não atender ao recall, há culpa
concorrente?
O Descumprimento configura tipo
penal específico
RESPONSABILIDADE PELO FATO DO
PRODUTO E DO SERVIÇO

RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO


Do produto Do fornecedor (menos comerciante) Art. 12
Responsabilidade Do comerciante – Art. 13
pelo fato
Do serviço Do fornecedor – Art. 14
•  Diferença entre Fato e Vício do Produto ou
Serviço:

•  FATO: se refere a segurança.


–  Ex.: iphone que explode enquanto carrega.

•  VÍCIO: se refere a adequação.


–  Ex.: iphone com bateria que dura pouco tempo.
•  A responsabilidade é objetiva;

•  Excludentes de responsabilidade:
–  § 3º;
–  Rol exemplificativo?
•  Caso fortuito e força maior.
–  Culpa concorrente?
•  CCB Art. 945
•  De que tipo é a responsabilidade do
comerciante?

–  Solidária?
–  Subsidiária?
–  Direta?

•  Direito de regresso.
•  Responsabilidade objetiva (regra)
•  Responsabilidade subjetiva (profissionais
liberais)
–  Obrigação meio X obrigação fim
•  STJ modificou entendimento antigo e passou a
entender a responsabilidade subjetiva dos profissionais
liberais, mesmo quando o contrato prevê uma
finalidade específica.
–  Ex.: cirurgia plástica
Consumidores por equiparação
•  Exemplos:
–  Queda de avião
–  Explosão de loja de fogos de artifício.

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