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DIREITO DO CONSUMIDOR

cláusula pétrea O consumidor deve sempre ser


EVOLUÇÃO HISTÓRICA (12/08/2022) protegido

CARACTERISTICAS BÁSICAS DO CDC


I – MARCO INICIAL – REV. INDUSTRIAL (19/08/2022)
Nessa época temos um fenômeno social
denominado ''êxodo rural'', que significa a saída 1. MONISSITEMA MULTIDISCIPLINAR
do home do campo para grandes centros
Monissitema multidisciplinar (Art 7° do
urbanos, aumentando a procura por produtos e
CDC): Significa dizer que o CDC regulamenta
serviços. Referido fenômeno estimulou em
normas ligadas a outros ramos jurídicos de
grande parte a mudança do modelo de
forma especializada, ou seja, criando
produção que passou de clássico, romântico,
prerrogativas ao consumidor por conta de
individualizado, personalizado para um modelo
sua vulnerabilidade inerente. A título de
em massa/série
exemplo, podemos apontar a
responsabilidade civil do fornecedor que é
II – PERÍODO PÓS SEGUNDA GUERRA
um tema afeto (ligado) ao direito civil O
MUNDIAL
CDC trata de inversão do ônus da prova,
Nesse período, temos a consolidação da
tema ligado ao processo civil; O CDC traz
mudança do modelo de produção com
máquinas e novas tecnologias que substituírem procedimentos e infrações administrativas,
a mão de obra humana. tema ligado ao direito administrativo; O
Quantidade em detrimento da qualidade, surge CDC traz em seu bojo tipos penais
a figura de um fornecedor que impõe produtos específicos, tema ligado ao direito penal,
e serviços no mercado de consumo e determina ex: colocar um produto sem ter a prova
oq, quando e quanto produzir
técnica e cientifica que prove que faz o que
Quem adquiria os produtos e serviços decorria
eu estou falando, é crime contrato
ao judiciário para reclamar da falta de
qualidade e o juiz resolvia as questões com o consumidor, como publicidade enganosa.
Código Civil, gerando decisões injustas “Abrange várias áreas do direito, ele se
aplica de forma distinta outros ramos do
III – ERA DA direito. Se pode usar o CC numa relação de
INFORMATIZAÇÃO/GLOBALIZAÇÃO direito do consumidor para complementar,
mas não pode ser o contrário, pois se não
Nessa época surgem movimentos mundiais para
for partes iguais, ficará desproporcional.”
o reconhecimento de uma nova relação jurídica
no seio da sociedade, o consumo. Nesse cenário
temos o discurso do Kennedy em 15/03/1962 2. NORMAS PRINCIPIOLÓGICAS
que ficou conhecido como Dia Internacional do O CDC em regra, traz normas principiológicas,
Consumidor. são normas constituídas de conceitos abertos.
Nesse discurso, Kennedy defende que o Conceitos abertos são aqueles que permitem o
consumidor deveria ter protegido vários julgador interpretá-las no caso concreto para
direitos como: segurança, informação, escolha e buscar justiça. Exemplo: Art. 4º, I, CDC: todo
etc. Além disso, defendeu ainda que deveriam consumidor é vulnerável.
ser criadas leis especificas de proteção ao
consumidor.
CF/88 tem como norma constitucional no Art. 5,
XXXII, o direito e garantia fundamental, uma
1. NORMAS DE ORDEM PÚBLICA: são aquelas RELAÇÃOS JURÍDICAS DE CONSUMO
que processualmente podem ser reconhecidas (09/09/2022)
pelo juiz de ofício e em qualquer grau de
jurisdição. Já no campo do direito material, do 1. ELEMENTO SUBJETIVO:
direito do consumidor, as normas cogentes são • Consumidor individual (art 2° do
aquelas que asseguram as prerrogativas do CDC)
consumidor, não permitindo que as partes • Fornecedor
derroguem/negociem/alterem seus direitos.
 Observação: prerrogativa ≠ privilégio. 2. ELEMENTO OBJETIVO:
 A prerrogativa é uma vantagem lícita, • Produto ou serviço
reconhecida uma das partes para
CONSUMIDOR INDIVIDUAL
promover o equilíbrio entre elas,
existindo um elemento justificante para • Art 2°, caput do CDC
a sua existência, que no caso das • existe também os consumidores por
relações de consumo é a vulnerabilidade equiparação
inerente ao conceito de consumidor, 1. Elemento subjetivo: pessoa
conforme previsto no Art. 4º, I, CDC. Já o física ou jurídica
privilégio é uma vantagem ilícita, pois 2. Elemento objetivo: adquirir ou
trata pessoas iguais de forma diferente, utilizar, produtos ou serviços
sem justificativa, de forma subjetiva e, 3. Elementos teleológico: a
portanto, discriminatória. finalidade de utilização do
 O art. 1º do CDC ao dispor que em regra, produto ou serviço na condição
as normas do CDC são cogentes, denota de destinatário final.
que estamos diante de um ramo do
direito público. TEORIAS
2. INTERESSE SOCIAL: Significa dizer que a
relação jurídica entre um consumidor e um
fornecedor, interessa a toda a sociedade, já que 1. TEORIA MAXIMALISTA: Pela teoria
esse fornecedor coloca seus produtos e serviços Maximalista, destinatário final é todo
no mercado de consumo. aquele consumidor que adquire o
 Quando se tem o dano moral, é preciso produto para o seu uso, independente
compensar na forma jurídica. É a forma de destinação econômica conferida ao
correta de se dizer, indenizar, reaver etc. mesmo. Tal teoria confere uma
 Se requer o arbitramento do dano interpretação abrangente ao artigo 2º
moral, para que o juiz decida o valor, do CDC, podendo o consumidor ser
para compensar o ocorrido. tanto uma pessoa física que adquire o
 O efeito compensatório é o efeito regra bem para o uso pessoal, quanto uma
do dano moral, existe tanto na relação grande indústria, que pretende conferir
do direito civil, tanto no direito do ao bem desdobramentos econômicos,
consumidor, porém no CDC, o juiz tem ou seja, utilizá-lo nas suas atividades
que arbitrar um valor a mais, para que produtivas.
desestimule o fornecedor não continuar 2. TEORIA FINALISTA (ASPECTO
praticando aquele ato no mercado de ECONOMICO): Pela teoria Finalista, o
consumo, Art. 1º do CPC. destinatário final é todo aquele que
utiliza o bem como consumidor final
fático e econômico. Consumidor final
fático é quem adquire bem ou serviço
para o seu uso pessoal; o aspecto
econômico indica que o bem ou serviço
adquirido não será utilizado em
qualquer finalidade produtiva, tendo o
seu ciclo econômico encerrado na
pessoa do adquirente.
3. TEORIA FINALISTA APROFUNDADA
(MITIGADA): A Teoria Finalista
Mitigada consiste em admitir que, em
determinadas hipóteses, a pessoa
jurídica, adquirente de um produto ou
serviço, possa ser abarcada pela
proteção do CDC, por apresentar, frente
ao seu fornecedor, alguma
vulnerabilidade. Essa vulnerabilidade
pode ser traduzida como uma situação
permanente ou provisória, individual ou
coletiva, que fragiliza e enfraquece o
sujeito de direitos, desequilibrando a
relação de consumo. A demonstração
de vulnerabilidade é requisito
primordial para a aplicação da Teoria
Finalista Mitigada, pois constitui o
princípio-motor da Política Nacional das
Relações de Consumo, premissa
expressamente fixada no Art. 4º, inciso
I, do CDC, que legitima toda a proteção
conferida ao consumidor.

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