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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA

FACULDADE DE DIREITO

DRAF DO TRABALHO DE DIP

TEMA:
FONTES INTERNACIONAIS DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

Integrantes :

1-Andreia clemente-1000020546

2-Agostinho Capingana Epamba - 1000014628

3- Bento Emiliano Neto-1000018003

4-Boaventura Teca- 1000012140

5-Cristiano Catito-19636

6-Domingos Emanuel Cambungo -11770

7-Emiliano Neto-1000018003
8-Eunice

9-Rita Dos Santos - 20358

Luanda, 21 de Novembro de 2022

I. Fontes do Direito

Embora não seja esse o objecto da presente diseertação, entendemos ser pertinente
começar a nossa abordadem com uma breve reflexão sobre a noção que se deve ter
sobre as fontes do Direito.

Uma fonte não é senão uma procedência ou ponto de referência por meio do qual
se dá a conhecer algo. Para a doutrina jurídica, as fontes referem-se a origem,
causa ou nasciemnto do Direito. É ainda entendida como o modo de expressão ou
manifestação do Direito.

Seguindo a Professora Alexandra Martins, a expressão "fontes do Dreito" pode


comportar vários sentidos. É assim que se fala em fontes do Direito em sentido
organico, que faz menção aos orgãos com competência para criar as normas
jurídicas, ou um sentido instrumental, que indica os lugares em que estão contidas
as normas jurídicas. Fala-se igualmente em fontes do Direito em sentido material,
como referência as causas ou razões que determinam o surgimento das normas
jurídicas, e fontes do Direito em sentido formal, em alusão aos processos de
criação e revelação das normas jurídicas. É esta ultima acepção que adoptamos na
elaboração do presente estudo.
II. Enquadramento - Classificação das Fontes Internacionais do DIP

O DIP tem fontes internas, transnacionais e internacionais, sendo esta última o


objecto do presente estudo. Porém, tal classificação das fontes de DIP nem sempre
teve acolhimento na doutrina. A escola nacionalista italiana, por exemplo, era de
entendimento de que o DIP seria sempre um Direito interno e, portanto, as suas
fontes apenas poderiam ser fontes internas.

Superado o pensamento de que o DIP resultaria unicamente de fontes internas, hoje


é consensual o entendimento segundo o qual o DIP não tem caractér unicamente
nacional, seja quanto as suas fontes seja quanto aos orgãos competentes para a sua
aplicação. Embora as fontes internas assumam particular relevância, não se pode
negar a vigência de normas de DIP quer na ordem jurídica internacional quer na
ordem jurídica interna.

O DIP de fonte internacional pode produzir os seus efeitos quer no plano da ordem
jurídica internacional quer na ordem jurídica estadual. No primeiro plano cita-se os
efeitos das normas de conflitos contidas nos tratados internacionais que se
destinam a ser aplicadas pelas jurisdições internacionais, bem como as normas de
conflitos contidas nos actos constitutivos de organizações internacionais com vista
à determinação do direito aplicável por estas jurisdições. No segundo plano
aponta-se os efeitos das normas que resultam de fontes supraestaduais - que
vigoram na ordem interna como normais internacionais, das quais se sobressaem as
normas constantes de convenções Internacionais, que passam a vigorar no plano
interno após a sua ratificação e publicação (nºs 1 e 2 do art. 13º da CRA).

Como facilmente se ponde constatar, as normas de DIP criadas e aplicadas por


jurisdições internacionais são necessariamente normas internacionais, ao passo que
as normas de DIP que vigoram dentro de um Estado nem sempre são normas
nacionais, porquanto tais normas podem resultar de fontes supraestaduais.

As convenções internacionais, tema que à que dedicaremos maior atenção mais em


frente, têm como escopo unificar as normas de conflito que vigoram na ordem
jurídica dos Estados signatários de tais convenções. As normas de conflito
unificado constituem um DIP de fonte supraestadual que opera na ordem jurídica
interna dos Estados membros. Sendo assim, apenas são internas as normas de DIP
que são origináriamente de fonte interna.

De tudo o quanto foi exposto supra, resulta que existem fontes Internacionais do
DIP vigentes na ordem jurídica internacional e fontes internacionais do DIP
vigentes na ordem jurídica interna. Seguindo esta classificação, faremos de seguida
uma exposição e anális das fontes internacionais do DIP.

III. Fontes Internacionais do DIP vigentes na ordem jurídica internacional

- Os tratados internacionais

Os tratados internacionais constituem a mais relevante fonte internacional do DIP


no plano da ordem jurídica internacional. Estes instrumentos instituem as
instituições internacionais e determinam as regras de conflito que estas
organizações devm aplicar.

Uma questão pertinente é a de saber, sendo dever dos orgãos internacionais


formular regras de conflito próprias, como proceder nos casos em que o acto
constitutivo destas organizações se revela omisso quanto ao direito aplicável.
Nestes casos, duas soluções são apontadas:

i os tribunais internacionais devem atender os princípios do DIP comuns aos


Estados signatários e, na sua falta, formular uma soluçãp conflitual numa base
comparativa mais alargada; ou

ii. o tribunal, em vez de formular uma norma de conflito, deve determinar o critério
de decisão do caso com base no Direito material dos Estados.

- A Jurisprudência internacional:

A jurisprudência internacional é igualmente uma fonte do DIP vigente na ordem


jurídica internacional, seja formulando as suas próprias normas de conflito seja
aperfeiçoando e desenvolvendo normas de conflitos contidas em tratados
internacionais.

IV. Fontes internacionais do DIP vigentes na ordem jurídica interna

- O costume internacional:

Exite uma discussão sobre a força do costume internacional como fonte


internacional do DIP. Até que ponto a existência de determinadas directrizes de
Direito Internacional Público sobre a conformação global dos sistemas estaduais de
Direito internacional Privado formam regras de conflito consuetudinárias? Duas
teses procuram responder esta questão:

- A tese da plena liberdade dos Estados, que entende que do Direito Internacional
Público não resulatariam quaisquer directrizes sobre a conformação dos sistemas
estaduais de DIP. Segundo esta tese, que tem Story como um dos seus apoiantes, a
aplicação do direito dos estrangeiros encontraria fundamento unicamente na
cortezia internacional.

- Para a segunda tese, é possivel extrair do Direito Internacional público, sobretudo


dos que dizem respeito à protecção dos direitos dos estrangeiros e à igualdade dos
Estados enquanto membros da comunidade internacional, directrizes para a
confromação das normas de conflitos nacionais.
Na ordem do DIP estão elementos de estrainedade nas relações jurídicas. Ora, o
respeito pelo Direitos dos estrangeiros obriga os Estados a conferir a aqueles uma
tutela dos seus direitos e legitimos interesses, seja quanto os direitos de
personalidade seja quanto aos direitos patrimoniais. A aplicação exclusiva do
direito material do foro às situações que envolvam estrangeiros levaria a negação
dos direitos adquiridos por estes à luz de um ordenamento jurídico estrangeiro.

Outrossim, os Estados fazem parte de uma comunidade internacional, e por essa


rzão não podem ignorar a vigência de outros ordementos jurídicos nem podem ter a
pretensão de regular de forma exclusiva relações que atravessam as sua fronteiras.
Assim sendo, é compreensivél que algumas regras ou princípios de normas de
conexão consagrados pelos sistemas de DIP nacionais retirem o seu fundamento
em práticas que são acompanhadas de uma convicção de obrigatoriedade
vinculativa. Portanto, é perfeitamente admissivél que o costume internacional seja
fonte do DIP que opera no plano da ordem jurídica interna.

- Tratados internacionais:

Os tratados internacionais constituem a principal fonte internacional do DIP a


vigorar na ordem jurídica interna, e podem ser multilaterais ou bilaterais.

Dentre os tratados multilaterais merecem destaque aqueles que visam a unificação


das normas de conflitos, quais sejam:

a) as Convenções de Genebra Destinadas a Regular certos Conflitos de Leis em


máteria de Letras, Livranças e Cheques (1930 e 1931);

b) as Convenções emanadas da Conferência de Haia (1902)

c) Convenção de Munique sobre a Lei aplicáel as Apelidos e Nomes próprios


(1980).

Quanto aos tratados bilaterais, estes constituem essencialmente fonte do Direito


dos Estrangeiros.
- A jurisprudência internacional:

A jurisprudência internacional enquanto do internacional do DIP tem vista


primeiramente os orgãos internacionais, e não os Estados. Só indiretamente,
mediante o costume internacional, a jurisprudência internacional pode ser citadad
como fonte internacional do DIP que opera na ordem jurídica interna.

V. Destinatarios das normas de DIP de origem internacional

Não menos importante que o estudo das fontes internacionais das normas do DIP é
a determinação dos destinatarios das normas que provêm destas fontes. Afinal, a
quem se dirigem as normas do DIP de fonte internacional, aos sujeitos das relações
juridicas transnacionais ou aos Estados?

As normas do DIP que constam em convenções internacionais, a partir do


momento em que vigoram na ordem jurídica interna, são aplicáveis pelos orgãos de
aplicação do direito e invocáveis pelos particulares.

O costume internacional, que não se dirija exclusivamente aos sujeitos de situações


directamente relevantes na ordem jurídica internacional, é aplicável pelos orgãos
internos da administração da justiça e invocáveis pelos particulares a esfera interna.

Por ultimo, as directrizes de Direito Internacional sobre a conformação global das


normas de conflito estaduais que não podem fundamentar a palicação de uma lei,
em razão de elevada indeterminção do seu conteúdo, se limitam a estabelcer
obrigações internacionais dos Estados.
Bibliográfia

- Pinheiro, Luís de Lima; Direito Internacional Privado; Vol. I, 2015; Edições


Almedina

- Pedro, Albano; Prática de Direito Internacional Privado; Mayamba Editora;


Editora; 2017

- Martins, Alexandra; Noções Fundamentais De Direito - Apontamentos, UCAN;


2009

- Constituição da República de Angola, 2010

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