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29/03/2023, 14:54 Caderno - Informativos Direito Constitucional - Poder Judiciário - Buscador Dizer o Direito

Informativos Direito Constitucional - Poder Judiciário

Direito Constitucional
Poder Judiciário

É inconstitucional lei estadual que permita que um juiz estadual seja removido para outro
Estado
É inconstitucional — por violar a competência da União para dispor sobre a magistratura
brasileira, tanto na justiça estadual como na justiça federal — norma estadual que permite a
remoção entre juízes de direito vinculados a diferentes tribunais de justiça.
STF. Plenário. ADI 6782/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 6/3/2023 (Info 1085).

A revogação ou modificação do ato normativo em que se fundou a edição de enunciado de


súmula vinculante acarreta, em regra, a necessidade de sua revisão ou cancelamento pelo STF,
conforme o caso
Imaginemos que o STF edite uma súmula vinculante baseado na interpretação do art. XX da Lei.
Se o Congresso Nacional revogar o art. XX ou alterá-lo, diante desse fato, será necessária a
revisão ou o mesmo o cancelamento da súmula vinculante que havia sido editada?
Em regra, sim.
Em regra, deve-se revisar ou cancelar enunciado de súmula vinculante quando ocorrer a
revogação ou a alteração da legislação que lhe serviu de fundamento.
Contudo, o STF pode concluir, com base nas circunstâncias do caso concreto, pela
desnecessidade de tais medidas.
STF. Plenário. RE 1116485/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 01/03/2023 (Repercussão Geral –
Tema 477) (Info 1084).

Lei estadual pode autorizar que o Tribunal de Justiça transforme, instale juizado em
substituição a adjunto e fixe a competência dos juizados especiais
É constitucional — por não violar o princípio da legalidade — lei estadual que prevê que o Órgão
Especial do Tribunal de Justiça pode transformar, instalar juizado em substituição a adjunto e
fixar a competência dos juizados especiais.
STF. Plenário. ADI 4235/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/12/2022 (Info 1079).

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É inconstitucional, por disciplinar matéria concernente ao Estatuto da Magistratura, norma


estadual que prevê a adoção do maior tempo de serviço público como critério de desempate
para a promoção de magistrados
Compete à União, mediante lei complementar de iniciativa reservada ao Supremo Tribunal
Federal, legislar sobre a organização da magistratura nacional (art. 93, caput, da CF/88).
Enquanto esta norma não é editada, a uniformização do regime jurídico da magistratura
permanece sob a regência da LC 35/79 (Lei Orgânica da Magistratura - LOMAN).
Portanto, as disposições e regras nela previstas devem ser seguidas por todos os legisladores
estaduais e do Distrito Federal, sob pena de incidirem em inconstitucionalidade formal, de modo
que o tempo de serviço público — como previsto na norma estadual impugnada — representa
critério estranho aos fixados pela LOMAN.
STF. Plenário. ADI 6772/AL, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/9/2022 (Info 1069).

Os períodos de férias, recesso, licenças e afastamentos de juiz convocado para atuar como
desembargador devem ser considerados quanto ao direito de recebimento de diferença de
vencimentos previsto no art. 124 da LOMAN
O art. 124 da Lei Complementar nº 35/1979 dispõe que “o Magistrado que for convocado para
substituir, em primeira ou segunda instância, perceberá a diferença de vencimentos
correspondentes ao cargo que passa a exercer”.
Não há, como se pode constatar, qualquer limitação do direito ao recebimento da diferença de
vencimentos nos períodos de férias, recesso licenças e afastamentos legais, contanto que o
magistrado esteja no exercício do cargo substituído. Os referidos períodos de não exercício das
funções judicantes não afastam o exercício do cargo substituído enquanto não for revogado o
ato de convocação magistrado.
Ademais, o art. 102 da Lei nº 8.112/90, aplicável de forma subsidiária aos magistrados federais,
traz diversas hipóteses de afastamentos, dentre elas férias e algumas licenças, cujo período é
expressamente considerado como de efetivo exercício:
STJ. 2ª Turma. REsp 1902244-CE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 16/08/2022 (Info 759).

É constitucional a Resolução 184/2013 do CNJ, que determina aos tribunais de justiça o


encaminhamento, para eventual elaboração de nota técnica, de cópia dos anteprojetos de lei de
criação de cargos, funções comissionadas e unidades judiciárias
Veja o que diz a Resolução:
Art. 1º Os anteprojetos de lei de criação de cargos de magistrados e servidores, cargos em
comissão, funções comissionadas e unidades judiciárias no âmbito do Poder Judiciário da
União obedecerão ao disposto nesta Resolução. (...)
§ 3º Os Tribunais de Justiça dos Estados devem encaminhar cópia dos anteprojetos de lei
referidos no caput ao CNJ, que, se entender necessário, elaborará nota técnica, nos termos do
artigo 103 do Regimento Interno.
A referida Resolução foi editada em consideração à LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade

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Fiscal) e da Lei de Diretrizes Orçamentárias quanto à geração de novas despesas públicas,


visando à execução orçamentária de forma responsável e equilibrada, nos termos do art. 167 da
CF/88. Insere-se, portanto, na perspectiva de uma gestão do Poder Judiciário com
responsabilidade, planejamento, avaliação, controle, limite e transparência, a fim de fomentar o
uso racional dos recursos públicos mediante análise prévia de anteprojetos de lei.
STF. Plenário. ADI 5119/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 20/6/2022 (Info 1059).

Magistrado que está de licença para estudar no exterior não tem direito à retribuição por
direção de fórum nem à gratificação pelo exercício cumulado de jurisdição
O magistrado em gozo de licença para capacitação no exterior não faz jus ao pagamento das
vantagens de Retribuição por Direção de Fórum e Gratificação pelo Exercício Cumulado de
Jurisdição ou Acumulação de Acervo Processual.
STJ. 1ª Turma. RMS 67416-SE, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 29/03/2022 (Info 731).

É ilegal a inclusão de oficiais de infância e juventude previstos na LC 501/2010 do Estado de


Santa Catarina na escala de plantão dos oficiais gerais
Segundo a legislação do Estado de Santa Catarina (LC nº 501/2010), todas as atribuições dos
oficiais da infância e juventude estão associadas à atuação nessa área específica e encontram-
se vinculadas ao juízo da infância e juventude.
Desse modo, não há margem de discricionariedade para que o administrador, neste caso, inclua
os oficiais de infância e juventude no plantão geral, por mais razoável que pareça a ideia. Essa
inclusão contraria a lei estadual.
STJ. 1ª Turma. RMS 55554-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 22/03/2022 (Info 730).

É inconstitucional norma de constituição estadual que, ao dispor a respeito da remoção de


magistrados, cria distinção indevida entre juízes titulares e substitutos
Ao dispor sobre matéria própria do Estatuto da Magistratura, o dispositivo da constituição
estadual violou, formalmente, a reserva de lei complementar nacional, de iniciativa do Supremo
Tribunal Federal, prevista no art. 93, caput, da Constituição Federal.
Enquanto não editada a referida lei complementar, a uniformização do regime jurídico da
magistratura permanece sob a regência da LC 35/79, a Lei Orgânica da Magistratura Nacional
(LOMAN), de modo que não é possível ao legislador estadual inovar sobre esse âmbito.
Ademais, o dispositivo impugnado ofendeu, materialmente, o princípio constitucional da
isonomia ao estabelecer tratamento diferenciado entre juízes titulares e substitutos.
STF. Plenário. ADI 3358/PE, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 22/10/2021 (Info 1035).

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Se, após elaborar a lista sêxtupla para o quinto constitucional, a OAB perceber que um dos
indicados não preencheu os requisitos, ela poderá pedir a desconsideração da lista ainda que já
tenha havido a nomeação do indicado
A Ordem dos Advogados do Brasil possui autonomia para elaborar e revisar lista sêxtupla para
indicação de advogados para concorrer à vaga do quinto constitucional.
STJ. Corte Especial. AgInt na SS 3262-SC, Rel. Presidente Min. Humberto Martins, julgado em
20/10/2021 (Info 716).

É inconstitucional lei ordinária que fixa idades mínima e máxima para ingresso na magistratura
É inconstitucional norma estadual que estabelece limites etários para ingresso na magistratura.
Normas estaduais (sejam leis ou normas da Constituição Estadual), que disponham sobre o
ingresso na carreira da magistratura violam o art. 93, caput, da CF/88, por usurpar iniciativa
legislativa privativa do STF:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de
provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se,
nas nomeações, à ordem de classificação;
STF. Plenário. ADI 6794/CE, ADI 6795/MS e ADI 6796/RO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
24/9/2021 (Info 1031).

É inconstitucional o art. 58, VI, da Lei nº 11.697/2008 (lei de organização judiciária do DF), que
prevê o tempo de serviço público efetivo como sendo um dos critérios de apuração da
antiguidade dos magistrados
Compete ao Supremo Tribunal Federal a iniciativa para propor projeto de lei que disponha sobre
critério de desempate para promoção na carreira da magistratura.
É inconstitucional norma que adote tempo de serviço em qualquer cargo público como critério
de desempate para promoção na magistratura.A utilização do critério de tempo de serviço
público favoreceria injustamente o magistrado com trajetória profissional exercida de modo
preponderante no setor público.
STF. Plenário. ADI 6779/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/8/2021 (Info 1027).

São inconstitucionais normas de regimento interno de tribunal local que, no processo de


progressão na carreira da magistratura, complementam a LOMAN com critérios de desempate
estranhos à função jurisdicional

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É competência da União legislar sobre a organização da magistratura nacional, mediante Lei


Complementar de iniciativa reservada ao Supremo Tribunal Federal. Logo, deve ser reconhecida
a inconstitucionalidade formal de normas estaduais com conteúdo em desacordo com a
legislação nacional.
O art. 164, IV, “e” e “f”, do Regimento Interno do TJRO, exorbitou indevidamente ao estabelecido
pela LOMAN, desprezando o critério da precedência na carreira para efeito de promoção a
entrância superior em prol dos critérios do tempo de exercício de função pública, não
especificamente como magistrado, e do tempo de serviço prestado ao Estado de Rondônia.
Assim, é inconstitucional norma do regimento interno do Tribunal de Justiça que preveja como
critérios de desempate no processo de promoção de magistrados:
i) o maior tempo de serviço público;
ii) o maior tempo de serviço público prestado ao Estado.
STF. Plenário. ADI 6766/RO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/8/2021 (Info 1026).

É inconstitucional a previsão de “controle de qualidade”, a cargo do Poder Executivo, para aferir


os serviços públicos prestados pelo Poder Judiciário
Caso concreto: Lei estadual previu a possibilidade de o Poder Executivo fazer o controle de
qualidade da prestação de serviços públicos prestados pelo Poder Judiciário (exs: tempo médio
de atendimento ao cidadão quando de demandas judiciais; índice de satisfação do cidadão com
os serviços de justiça; taxa de resolução de demandas de cidadãos por justiça em prazos
inferiores a 90 dias).
Tais dispositivos da lei estadual são inconstitucionais.
A possibilidade de um órgão externo exercer atividade de fiscalização das atividades do Poder
Judiciário, sob pena de sanções pecuniárias e controle orçamentário, ofende a independência e
a autonomia financeira, orçamentária e administrativa do Poder Judiciário, consagradas nos
arts. 2º e 99 da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 1905/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 16/8/2021 (Info 1025).

Servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público não podem exercer a advocacia


São constitucionais as restrições ao exercício da advocacia aos servidores do Poder Judiciário e
do Ministério Público, previstas nos arts. 28, IV, e 30, I, da Lei nº 8.906/94, e no art. 21 da Lei nº
11.415/2006 (atual art. 21 da Lei nº 13.316/2015).
STF. Plenário. ADI 5235/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/6/2021 (Info 1021).

O caráter nacional da magistratura impede diferenciação remuneratória entre magistrados


federais e estaduais; logo, o teto remuneratório da magistratura federal não pode ser superior
que o da magistratura estadual

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Não é possível o estabelecimento de subteto remuneratório para a magistratura estadual inferior


ao teto remuneratório da magistratura federal.
A correta interpretação do art. 37, XI e § 12, da Constituição Federal exclui a submissão dos
membros da magistratura estadual ao subteto de remuneração.
STF. Plenário. ADI 3854/DF e ADI 4014/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 4/12/2020
(Info 1001).

Decisões administrativas do CNJ devem ser cumpridas mesmo que exista decisão judicial em
sentido contrário proferida por outro órgão judiciário que não seja o STF
O art. 106 do Regimento Interno do CNJ prevê o seguinte:
Art. 106. O CNJ determinará à autoridade recalcitrante, sob as cominações do disposto no artigo
anterior, o imediato cumprimento de decisão ou ato seu, quando impugnado perante outro juízo
que não o Supremo Tribunal Federal.
O STF afirmou que essa previsão é constitucional e decorre do exercício legítimo de poder
normativo atribuído constitucionalmente ao CNJ, que é o órgão formulador da política judiciária
nacional.
Assim, o CNJ pode determinar à autoridade recalcitrante o cumprimento imediato de suas
decisões, ainda que impugnadas perante a Justiça Federal de primeira instância, quando se
tratar de hipótese de competência originária do STF.
STF. Plenário. ADI 4412/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).

Compete ao STF processar e julgar originariamente ações propostas contra o CNJ e contra o
CNMP no exercício de suas atividades-fim
Nos termos do art. 102, I, “r”, da Constituição Federal, é competência exclusiva do STF processar
e julgar, originariamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do Conselho CNJ e do CNMP
proferidas no exercício de suas competências constitucionais, respectivamente, previstas nos
arts. 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º, da CF/88.
STF. Plenário. Pet 4770 AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).
STF. Plenário. Rcl 33459 AgR/PE, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info
1000).
STF. Plenário. ADI 4412/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).

Lei estadual pode prever que os oficiais de justiça também auxiliem nos serviços de secretaria
da vara
É constitucional norma que inclui, entre as incumbências dos oficiais de justiça, a tarefa de
“auxiliar os serviços de secretaria da vara, quando não estiverem realizando diligência.”
STF. Plenário. ADI 4853/MA, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 3/11/2020 (Info 997).

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A remoção ocorre antes da promoção por merecimento; a remoção não ocorre antes da
promoção por antiguidade
A promoção na magistratura por antiguidade precede a mediante remoção.
STF. Plenário. RE 1037926, Rel. Marco Aurélio, julgado em 16/09/2020 (Repercussão Geral –
Tema 964) (Info 994).

Não é compatível com a Constituição Federal a regra segundo a qual apenas os


Desembargadores mais antigos possam concorrer aos cargos diretivos dos Tribunais de
Justiça
O art. 62 da Constituição do Estado de São Paulo, ao restringir o universo dos possíveis
candidatos aos órgãos de cúpula do TJ/SP aos integrantes de seu órgão especial, é
inconstitucional porque desrespeitou a autonomia administrativa dos tribunais, consagrada no
art. 96, I, “a”, e no art. 99 da CF/88.
O art. 102 da LOMAN (LC 35/79) não foi recepcionado pela CF/88, considerando que não é
compatível com a Constituição Federal a regra segundo a qual apenas os Desembargadores
mais antigos possam concorrer aos cargos diretivos dos tribunais. Essa matéria, em razão da
autonomia consagrada no art. 96, I, “a”, e no art. 99 da CF/88, deve ser remetida à disciplina
regimental de cada tribunal.
STF. Plenário. ADI 3976/SP e MS 32451/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 25/6/2020 (Info
983).

Se o Tribunal aplica censura para magistrado que praticou conduta grave, essa decisão enseja
revisão disciplinar do CNJ por ser contrária ao texto expresso da lei considerando que o art. 44
da LOMAN afirma que a censura será aplicada se a infração não justificar punição mais grave
O Conselho Nacional de Justiça pode proceder à revisão disciplinar de juízes e membros de
tribunais desde que observado o requisito temporal: processos disciplinares julgados há menos
de 1 ano (art. 103-B, § 4º, V, da CF/88).
Vale ressaltar que, depois de instaurada a revisão, não existe prazo para que o CNJ julgue o
procedimento.
A Constituição Federal e o Regimento Interno do CNJ conferem legitimidade universal para
propositura da revisão disciplinar, que pode ser instaurada por provocação de terceiros e até
mesmo de ofício.
As hipóteses de cabimento da revisão estão elencadas no art. 83 do Regimento Interno do CNJ.
O inciso I prevê que cabe a revisão quando a decisão for contrária a texto expresso da lei.
Se o Tribunal aplica a pena de censura para um magistrado que praticou conduta grave, essa
decisão enseja revisão disciplinar por ser contrária ao texto expresso da lei. Isso porque,
segundo o art. 44 da LC 35/79 (LOMAN) a pena de censura será aplicada “se a infração não
justificar punição mais grave”.
STF. 2ª Turma. MS 30364/PA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 17/3/2020 (Info 970).

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Inexiste ilegalidade em portaria editada pelo Juiz Diretor do Foro que restringiu o ingresso de
pessoas portando arma de fogo nas dependências do Fórum
Inexiste ilegalidade em portaria editada pelo Juiz Diretor do Foro da Comarca de Sete Quedas
que restringiu o ingresso de pessoas portando arma de fogo nas dependências do Fórum.
STJ. 1ª Turma. RMS 38090-MS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/03/2020 (Info 667).

A readmissão na carreira da Magistratura não encontra amparo na Lei Orgânica da


Magistratura Nacional nem na Constituição Federal de 1988
Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o servidor exonerado não possui o direito
de reingresso no cargo. Isso porque o atual ordenamento constitucional impõe a prévia
aprovação em concurso público como condição para o provimento em cargo efetivo da
Administração Pública.
O STF já declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que previa a possibilidade de o
magistrado exonerado reingressar nos quadros da magistratura: ADI 2983, Rel. Min. Carlos
Velloso, julgado em 23/02/2005.
O CNJ também já expediu orientação normativa vinculante afirmando que não são possíveis
formas de provimentos dos cargos relacionados à carreira da Magistratura que não estejam
explicitamente previstas na Constituição Federal nem na LOMAN.
Assim, o magistrado que pediu exoneração não tem direito de readmissão no cargo mesmo que
essa possibilidade esteja prevista em lei estadual.
STJ. 2ª Turma. RMS 61880-MT, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 03/03/2020 (Info
666).

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