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DIREITO CONSTITUCIONAL

PODER JUDICIÁRIO

1. QUINTO CONSTITUCIONAL

O quinto constitucional (Arts. 94 - 111-A I – AA5, I CF). É o instituto que veda que em alguns
tribunais, todas as vagas ocupadas por julgadores, (Desembargador / Ministros), sejam
ocupadas por juízes de carreira promovidos por antiguidade ou merecimento; deste modo,
ressalvaram-se 20% das vagas (1/5º ) para membros oriundos da Advocacia (1/10º) ou do MP
(1/10º). A norma se aplica para os TJs, TRFs, TRTs e TSTs, não se aplicando aos tribunais de
superposição (STF / STJ). O STJ se sujeira a regra do 3º constitucional (art. 104 CF).

Tres requisitos devem ser obedecidos para que possa membros da advocacia ou do MP
possam concorrer à vaga do 5º constitucional, a saber:

1. Mais de 10 anos de comprovado exercício da profissão;


2. Reputação ilibada;
3. Notório saber jurídico.

Dentre os habilitados a instituição “OAB/MP”, devem escolher seis nomes indicando a lista
sêxtupla para o tribunal; caberá ao tribunal reduzir a lista ao meio, indicando lista tríplice ao
chefe do poder executivo que em fim, escolherá livremente aquele que ocupará a vaga
disponível.

2. CLAUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO

A clausula de reserva de plenário, previsto no art.97 da CF, estabelece uma regra de teor
proibitivo, veda que os órgãos fracionários de tribunais (Ex. câmaras ou Turmas), declarem a
inconstitucionalidade da lei quando arguida nos processos que apreciarem sem que já se tenha
um precedente no próprio tribunal (Plenário, órgão especial ou STF) em razão desta regra, o
órgão fracionário do tribunal para que o dito órgão ou seu órgão especial possa pela maioria
absoluta dos seus membros, declarar a inconstitucionalidade.

O STF (Súmula vinculante 10) pacificou que a clausula de reserva de plenário deve ser
obedecida, mesmo que o órgão fracionários não declare formalmente a inconstitucionalidade;
caso pretenda afirmar a lei no caso concreto, deverá remetê-la o feito ao plenário.

3. REMÉDIOS CONSTITUCIUONAIS

Competência originária do STF, STJ, TRFs e TJ para apreciar originariamente MS E HD.

A CRFB estabelece competência originaria do STF para processar e julgar originariamente o MS


e HD quando a autoridade coautora for: o Presidente da república, mesa diretora da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal, TCU, PGR ou pelo próprio STF (art. 102, I CF).
O art. 105, I, B define competência originaria para o STJ quando a autoridade coautora for:
Ministros de Estado, um dos Comandantes das Forças Armadas ou o próprio STJ.

O art. 108, I, C define competência originária para o TRF, nos casos em que a autoridade
coautora for o próprio TRF ou um juiz federal.

O art. 125 da CF determina que cabe a Constituição Estadual, inclusive definindo as


competências originarias no TJ.

PODER EXECUTIVO

4. PROCESSO CONTRA O PRESIDENTE DA REPUBLICA

A CRFB exige autorização prévia de 2/3 dos deputados federais para que se possa processar o
Presidente da República em razão de suposta pratica de crimes comuns e de responsabilidade.
Dada a autorização e se tratando de crime comum, o feito será encaminhado para O STF que
tem a competência para processar e julgar o caso originariamente.

Caso se trate de crime de responsabilidade, o feito não segue para o STF e sim para o Senado
Federal (Art. 51, I C/C art. 52, I CF).

No caso Dilma, o Senado entendeu não ser obrigado a instaurar o processo; compreendeu que
o poder de deliberar para decidir pela instauração ou não (decisão tomável pela maioria
simples dos Senadores presentes na sessão deliberativa). Em razão disso, o entendimento
firmado no episódio Dilma, se consolidou no sentido de ser necessária dupla autorização para
a instauração do processo “Câmara com 2/3 ou mais e senado pela maioria simples”.

Instaurado o processo, o presidente é afastado da função por 180 dias.

O quorum necessário para condenar é de 2/3 ou mais dos senadores, havendo condenação, a
pena principal a ser aplicada é de impedimento de continuidade (Impeachment).

No caso Dilma, o Senado entendeu ter liberdade de decidir se deve ou não aplicada a pena
acessória (Decisão pela maioria simples dos presentes) de suspenção por 8 anos dos direitos
políticos e incompatibilização com qualquer função pública (No caso citado não se aplica a
sansão secundaria).

O processo e conduzido e o julgamento é presidido pelo Ministro presidente do STF. (Art. 52


parágrafo único CF).

5. INICIATIVA DE LEIS NO PODER LEGISLATIVO DA UNIÃO

Existe iniciativa interna e a externa (Art. 61 CF) Legitimados internos: os Deputados, Senadores
e as comissões parlamentares. Legitimados externos são: Presidente da República, o STF, os
tribunais superiores, PGR, o povo através da iniciativa popular.

OBS: Não são legitimados: a AGU, Vice Presidente da República, o Ministro da Justiça e os
comandantes das forças armadas.
DIREITO TRIBUTÁRIO

1. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS –


DESNECESSIDADE DE OFERECIMENTO DE GARANTIA. (SÚMULA VINCULANTE 21 STF)

O STF considerou inconstitucional exigir garantia prévia (depósito ou arrolamento de bens)


como condição de admissibilidade do recurso no processo administrativo fiscal. As leis que
exigem o dito requisito são inconstitucionais por violação aos princípios constitucionais, a
saber:

a) Isonomia;
b) Contraditório;
c) Ampla defesa;
d) Devido processo legal;
e) Razoabilidade;
f) Proporcionalidade.

2. PENHORA DE BENS DE FAMILIA EM EXECUÇÃO FISCAL (LEI 8.009/90)

O art.1º da lei 8.009.90 estabelece que o bem de família seja como regra impenhorável. Já o
art. 3º elenca as situações excepcionais em que a penhora é valida. A regra de
impenhorabilidade se opõe a Fazenda; O art. 184 do CTN assegura que o fisco respeita a
impenhorabilidade decorrente de lei (como é o caso do bem de família em que a proibição de
penhora emana da lei 8.000/90).

Existe uma situação em que é possível a penhora do bem de família em execução fiscal, a
saber: Quando o objeto da execução é divida tributária ligada ao imóvel “Ex: IPTU, ITR, TAXA
DE COLETA DE LIXO, CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA”. A previsão consta no art. 3º , IV da lei
8.009/90.

Após a vigência da lei complementar 150/2015 foi revogado o art. 3º inciso I da lei 8.009/90
não mais se admitindo a penhora de bem de família do empregador doméstico em execução
fiscal cobrando divida de contribuição previdenciária de empregado doméstico.

3. DA DAÇÃO DE BENS EM PAGAMENTO COMO CAUSA DE EXTINÇÃO DE CRÉDITO


TRIBUÁRIO

Até o ano 2001 não se admitia dação de bens em pagamento nas relações obrigacionais
tributárias Brasileiras. Após a vigência da lei complementar 104/01 passou-se a admitir a
“dação de bem imóveis” não cabendo a dação de coisa móvel, tendo sido inserido o inciso XI
no art. 156 do CTN (este artigo elenca as causas de extinção do crédito tributário).

Para que caiba na prática a o uso da dação imobiliária, é imprescindível que cada ente
federativo, faça uma lei “basta ser uma lei ordinária” regulamentando esse procedimento.

4. CONCESSÃO E REVOGAÇÃO DE ISENÇÕES

Como regra, a concessão de revogação de isenção de tributos, depende de lei; essa regra, vale
para todos os tributos salvo o ICMS. A lei exigida para a isenção de tributos deve ser uma lei
específica (art. 150 VI CF); basta que o uso da lei ordinária, cabendo toda via o uso de lei
complementar. Caso uma LC conceda a isenção, é possível revoga-la por LO já que a matéria
não é reservada a LC.

Quanto ao ICMS, é vedado que o Estado conceda a isenção através de leis; a isenção desses
impostos dependerá de convênios do CONFAZ ou de tratados internacionais.

5. CAUSAS DE SUSPENÇÃO DE EXIGIBILIDADE DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO E SEUS PRICIPAIS


EFEITOS

O art. 151 do CTN elenca as 6 causas de suspenção de exigibilidade de créditos tributários:

1. Moratória;
2. Depósito de montante integral em dinheiro;
3. Reclamação e recursos no processo administrativo;
4. Concessão de liminar em mandado de segurança;
5. Concessão de tutela antecipada nas ações ordinárias;
6. Parcelamento.

MODERECOCOPA
Suspensa na exigibilidade do crédito, fica impedido o ajuizamento de execução fiscal e
assegura-se ao contribuinte, o direito de obtenção de certidões de regularidade fiscal (certidão
negativa de débito ou certidão positiva com efeito de negativa).

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