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MODELO 01

CURSO: DIREITO TURNO: MATUTINO


PERÍODO: 8º PERÍODO TURMA:
DISCIPLINA: PRÁTICA CONSTITUCIONAL DATA DA ENTREGA: 24/11/2021
PROFESSOR: CAROLINA HISSA NOTA:
GRUPO:

ALUNO Gabriella Domingos Peixoto da Silva


RESPONSÁVEL:

1. O que se entende por Cláusula de reserva de plenário? Explique apontando os


fundamentos constitucionais. Há exceção à aplicação da regra de cláusula de reserva de
plenário? Explique apontando os fundamentos legais. Qual princípio fundamenta a
cláusula de reserva de plenário?

2. Proposta de emenda à Constituição é apresentada por cerca de 10% (dez por cento)
dos Deputados Federais, cujo teor é criar novo dispositivo constitucional que determine a
submissão de todas as decisões do Supremo Tribunal Federal, no controle abstrato de
normas, ao crivo do Congresso Nacional, de modo que a decisão do Tribunal somente
produziria efeitos após a aprovação da maioria absoluta dos membros do Congresso
Nacional em sessão unicameral. A proposta é discutida e votada nas duas casas do
Congresso Nacional, onde recebe a aprovação da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores nos dois turnos de votação. Encaminhada para o Presidente da República,
este resolve sancionar a proposta, publicando a nova emenda no Diário Oficial. Cinco dias
após a publicação da emenda constitucional, a Mesa da Câmara dos Deputados
apresenta perante o Supremo Tribunal Federal ação declaratória de constitucionalidade
em que pede a declaração de constitucionalidade desta emenda com eficácia erga omnes
e efeito vinculante. A partir da hipótese apresentada, responda justificadamente aos
questionamentos a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e
apresentando a fundamentação legal pertinente ao caso.
A) Há inconstitucionalidades materiais ou formais na emenda em questão.
B) No que consiste o chamado controle abstrato.

3. A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu


Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007, foram
incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro pelo rito do artigo 5º, § 3º, da Constituição
da República. Maria Y, portadora de necessidades especiais, consulta-o como advogado,
indagando:

A) Ao ser incorporada ao ordenamento pátrio com base no artigo 5º, § 3º, da Constituição
Federal, qual o status hierárquico normativo da referida convenção internacional?
B) Os demais tratados internacionais sobre direitos humanos incorporados sem a
observância do procedimento disposto no artigo 5º, § 3º, da Constituição Federal,
possuem o mesmo status hierárquico? Justifique.
C) A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, após seu
processo de internalização, de acordo com o artigo 5º, § 3º, da Constituição Federal, pode
servir de parâmetro para controle de constitucionalidade? Justifique sua resposta e
explique no que consiste tal bloco de constitucionalidade.
4. O que são normas constitucionais inconstitucionais?

5. Analise a seguinte afirmação: Se a lei for declarada inconstitucional por decisão


definitiva do STF, caberá ao Senado Federal, mediante resolução, suspender sua
execução.

6. Seria possível a mitigação da cláusula de reserva de plenário no âmbito das turmas


recursais?

7. Discorra sobre o instituto da Súmula vinculante.

8. Ao tratar do Recurso Extraordinário é indispensável para a existência deste de


requisitos processuais e materiais. Discorra sobre esses requisitos.

RESPOSTAS

1- Prevista no art. 97 da Constituição da Republica Federativa do Brasil , a cláusula de


reserva do plenário determina que o julgamento da inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público, quando efetuada por tribunal, só será possível pelo voto da
maioria absoluta dos seus membros ou dos membros de seu órgão especial
(art. 93, XI CRFB/88), ou seja, pelo tribunal pleno. Esta cláusula não impede que os juízos
singulares declarem a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo no controle difuso,
bem como não se aplica as turmas recursais dos juizados especiais, pois turma recursal
não é tribunal. Deve-se ressaltar que essa cláusula só é exigida para a declaração de
inconstitucionalidade, não se aplicando para a declaração de constitucionalidade, devido
ao Princípio de Presunção de Constitucionalidade das Leis.
O art. 481, parágrafo único, introduzido no CPC pela L. 9.756/1998 – que dispensa a
submissão ao plenário, ou ao órgão especial, da arguição de inconstitucionalidade,
quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do STF sobre a questão. É
baseada no princípio da presunção de constitucionalidade das leis e atos normativos
emanados do poder público.

2- A) Há diversas inconstitucionalidades formais. Inicialmente a PEC não poderia ser


apresentada por 10% (dez por cento) dos Deputados Federais, já que, segundo o Art. 60,
I da Constituição, esta só pode ser emendada por proposta de, no mínimo, um terço dos
membros da Câmara dos Deputados. A proposta deveria ser aprovada por três quintos
dos membros de cada casa do Congresso Nacional (Art. 60, § 2º da Constituição) e não
pela maioria absoluta dos Deputados e Senadores. Por fim, não cabe sanção ou veto de
proposta de emenda à Constituição, pois, conforme Art. 60, § 3º da Constituição, as
emendas deverão ser promulgadas pelas Mesas da Câmara e do Senado.

B) Não. A ação não poderia ser conhecida pelo Supremo Tribunal Federal por ausência do
requisito legal da existência de controvérsia judicial relevante (Art. 14, III da Lei n.
9.868/1999), já que não houve tempo hábil para que o Judiciário questionasse a norma
objeto da referida ação.

3- A) O examinando deve identificar que a referida convenção internacional possui status


de norma constitucional (Emenda Constitucional), pois foi aprovada de acordo com o rito
de incorporação do artigo 5º, § 3º, da Constituição Federal.
B) O examinando deve identificar que os tratados internacionais de direitos humanos não
incorporados segundo o procedimento do artigo 5º, § 3º, da Constituição Federal,
possuem status hierárquico de norma supralegal, conforme restou consolidado na
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

C) O examinando deve identificar que, após sua incorporação conforme o procedimento


descrito pelo artigo 5º, § 3º, a convenção possui status de norma constitucional. Deste
modo, pode vir a ser considerada como parâmetro para controle de constitucionalidade,
assim como as demais normas da Constituição da República.

4- As normas constitucionais inconstitucionais podem ser entendidas como as normas


contraditórias advindas do poder constituinte originário, na qual o intérprete da
Constituição se depara com duas ou mais normas aparentemente contraditórias, ressalto
que não há que se falar em controle de constitucionalidade de normas constitucionais.

5- A afirmação está correta isso pois o artigo 102, III, da Constituição Federal dita que: “
julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida”, além disso o artigo 52, X, da Constituição Federal
prevê: “suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por
decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;”.

6- Sim, pois a cláusula só é exigida para a declaração de inconstitucionalidade.

7- A súmula vinculante é um mecanismo constitucional de uniformização da jurisprudência


do Supremo Tribunal Federal que possui força normativa sobre os órgãos do Poder
Judiciário, bem como sobre toda a administração pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal. Trata-se de um instituto jurídico de extrema importância no
sistema constitucional e processual brasileiro.

8- São pressupostos intrínsecos de admissibilidade o cabimento, a legitimidade recursal,


o interesse recursal e a inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer.

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