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CURSO DE DIREITO
DIREITOS HUMANOS
Fiel Depositário
Catanduva
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ALBINO
CURSO DE DIREITO
DIREITOS HUMANOS
Fiel Depositário
2- Questões
1ª Parte:
a) Faça um breve relatório descritivo do HC 96.772-8 SP;
Resposta: O HC 96.772-8 SP tem como partes João Marcos Bachega e Maria
DanielaBachega Feijó Rosa e o Superior Tribunal de Justiça trata sobre o tema da
infidelidade depositária, teve o pedido deferido pois não é admitida no Brasil a prisão
civil do depositário infiel, ainda que depositário judicial, matéria que é tratada com a
revogação da Súmula 619 do STF.
b) Quanto às normas envolvidas, indique a legislação aplicável ao tema;
b.1 Legislação brasileira;
Resposta: Súmula 619/STF: A prisão do depositário judicial pode ser
decretada no próprio processo em que se constituiu o encargo,
independentemente da propositura de ação de depósito. (Revogada)
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Artigo 5° §§ 2° e 3° da CF:§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte.
§3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
b.2 Convenções internacionais aplicáveis; ao indicar as convenções: -
apontar a ratificação/adesão das convenções mencionadas; - indicar os
instrumentos formais de aprovação e incorporação no Brasil das
convenções mencionadas no caso; - apontar a vigência das convenções
mencionadas no caso;
Resposta: Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da
Costa Rica),
Artigo 7°:
Direito à Liberdade Pessoal
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e á segurança pessoais.
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e nas
condições previamente fixadas pelas constituições políticas dos Estados-
Partes ou pelas leis de acordo com elas promulgadas.
3. Ninguém pode ser submetido à detenção ou encarceramento arbitrário.
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da sua
detenção e notificada, sem demora, da acusação ou acusações formuladas
contra ela.
5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, á presença
de um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções
judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser
posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade
pode ser condiciona a garantias que assegurem o seu comparecimento em
juízo.
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou
tribunal competente, a fim de que este decida, sem demora, sobre ou
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tribunal competente, a fim de que este decida, sem demora, sobre a
legalidade de sua prisão ou detenção e ordene sua soltura se a prisão ou a
detenção forem ilegais. Nos Estados-Partes cujas leis prevêem que toda
pessoa que se vir ameaçada de ser privada de sua liberdade tem direito a
recorrer a um juiz ou tribunal competente a fim de que este decida sobre a
legalidade de tal ameaça tal recurso não pode ser restringido nem abolido.
O recurso pode ser interposto pela própria pessoa ou por outra pessoa.
7. Ninguém deve ser detido por dívida. Este princípio não limita os mandados
de autoridade judiciários competentes expedidos em virtude de
inadimplemento de obrigação alimentar.
Artigo 29°
Normas de Interpretação
Nenhuma disposição desta Convenção pode ser interpretada no sentido de:
a) Permitir a qualquer dos Estados-Partes, grupo ou pessoa, suprimir o
gozo e exercício dos direitos e liberdades reconhecidos na Convenção
ou limitá-los em maior medida do que a nela prevista;
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade que possam
ser reconhecidos de acordo com as leis de qualquer dos Estados-Partes
ou de acordo com outra convenção em que seja parte um dos referidos
Estados;
c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser humano ou
que decorrem da forma democrática representativa de governo; e
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração
Americana dos Direitos e Deveres do Homem e outros atos
internacionais da mesma natureza.
e) A Convençao Americana de Direitos Humanos foi aderida a
Constituiçao de 1988 pelo vice presidente da república Fernando
Henrique Cardoso, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 84,
VIII da CF, entrando em vigor no dia 25 de setembro de 1992, mesma
data de sua publicação segundo o artigo 74, § 2° da CF
– “(Declaração formulada no ato da adesão à Convenção)
O Governo do Brasil entende que os artigos 43 e 48, d, não incluem o
direito automático de visitas e investigações in loco da Comissão
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Interamericana de Direitos Humanos, que dependerão da anuência
expressa do Estado.
Reconhecimento da competência da Corte
O Governo da República Federativa do Brasil declara que reconhece,
por tempo indeterminado, como obrigatória e de pleno direito a
competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, em todos
os casos relacionados com a interpretação ou aplicação da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos, em conformidade com o artigo 62,
sob reserva de reciprocidade e para fatos posteriores a esta declaração.”
o processo de formação dos tratados internacionais passa por seis fases
distintas, a saber: negociação, assinatura, ratificação, promulgação,
registro e publicação.
Quer se trate de tratados celebrados por Estados, quer de tratados
celebrados por organizações internacionais, sua formação segue as
regras da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969,
com as alterações introduzidas em 1986, sem prejuízo das normas
específicas de direito interno de cada Estado soberano. Essa convenção
foi concluída em 23 de maio de 1969, aprovada no Brasil pelo Decreto
Legislativo n.º 496, de 17 de julho de 2009 e promulgada pelo Decreto
n.º 7.030, de 14 de dezembro de 2009.
Quanto à incorporação dos tratados internacionais ao direito dos
Estados soberanos (ou, tecnicamente falando, seu consentimento
definitivo), esta ocorre de acordo com as regras do direito interno do
respectivo Estado, regras estas normalmente estabelecidas
na Constituição, como é o caso da República Federativa do Brasil.No
Brasil, a competência para incorporação ou consentimento definitivo do
tratado internacional é compartilhada entre o Legislativo e o Executivo,
com atuação específica de cada Poder, nos termos expressos
da Constituição de 1988, passando por aprovação e promulgação, em
três fases distintas, a saber: a celebração, o referendo ou aprovação e a
promulgação. A celebração é ato da competência privativa do
Presidente da República (Constituição de 1988, art. 84, inciso VIII), a
aprovação ou referendo é da competência exclusiva do Congresso
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Nacional (Constituição, art. 49, inciso I; art. 84, inciso VIII), e a
promulgação é da competência privativa do Presidente da República
(Constituição de 1988, art. 84, inciso IV).
Relevante anotar, demais disso, que, por disposição expressa do
art. 5.º, § 3.º, da Constituição da República, introduzido pela Emenda
Constitucional n.º 45, de 8 de dezembro de 2004, os tratados e
convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos membros da cada Casa do
Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Uma particularidade que merece ser realçada: se é emenda
constitucional prescinde da promulgação presidencial, uma vez que as
emendas constitucionais são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, como prevê expressamente o art. 60, §
3.º, da Constituição.
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depositantes infiéis e devedores de alimentos, mas um tratado internacional assinado
pelo Brasil permite apenas o segundo tipo de prisão, qual regra deve ser seguida?
No Recurso Especial nº 466343 / SP, o Supremo Tribunal Federal decidiu por
unanimidade que, tendo em vista a interpretação do artigo 7.7 da Constituição, o
Supremo Tribunal Federal não pode prender (sob qualquer forma de preservação) o
depositário infiel. Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
Nesse julgamento, podem-se tirar duas razões distintas para a mesma
conclusão: para o ministro Gilmar Mendes (cuja opinião prevalece), os tratados
internacionais de direitos humanos são supremos, ou seja, de acordo com a
Constituição, Elas não têm efeito (exceto para os pressupostos do Artigo 5, mas têm
precedência sobre as leis de infraestrutura com as quais entram em conflito (antes ou
depois da ratificação do tratado); Por outro lado, o Ministro Celso de Mello (Celso de
Mello) propôs três situações diferentes para a resolução de conflitos:
1) Se o tratado de direitos humanos for assinado pelo Brasil e
incorporado à legislação nacional antes da Constituição de 1988,
então O tratado é de natureza constitucional porque é oficialmente
aceito pelos arts. 5. Seção 2 (“Os direitos e garantias expressos nesta
Constituição não excluem outros direitos e garantias decorrentes dos
sistemas e princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais
aos quais a República Federativa do Brasil tenha aderido”);
2) Pela natureza das suas normas, os tratados de direitos humanos
assinados entre a Constituição de 1988 e a CE n.º 45/2004 também
têm carácter constitucional;
3) Os tratados posteriores à CE 45/2004 baseiam-se apenas no artigo 3.º
do art. Somente quando os procedimentos e quorum forem
aprovados, as regras da Constituição terão efeito. Número 5.
O Plenário do STF aprovou por unanimidade a proposta de síntese vinculante nº 31,
que dizia: "Independentemente do tipo de depósito, a prisão civil para depositante
infiel é ilegal". Portanto, de acordo com a visão do Supremo Tribunal Federal,
atualmente, apenas a prisão civil para devedores de dívidas é permitida no Brasil, e a
prisão civil para tutores infiéis não é permitida, pois se especula que o direito à
alimentação (direito à vida) tem precedência sobre o direito à alimentação Liberdade
do devedor
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f) Conclua sua análise manifestando seu posicionamento de forma fundamentada.
Descreva os fundamentos legais e hermenêuticos utilizados pelo STF no
julgamento
Resposta: Quando os tribunais locais realizam atividades interpretativas,
especialmente no âmbito dos tratados internacionais de direitos humanos, eles
devem respeitar os princípios básicos da hermenêutica (por exemplo, os
princípios proclamados no artigo 29 da Convenção Americana sobre Direitos
Humanos). O princípio é o primeiro: a fim de dar-lhe a mais ampla proteção
legal, provou-se que ele é mais adequado às normas comprovadamente mais
adequadas às pessoas. Neste processo de interpretação, o poder judicial deve
seguir o padrão das regras mais favoráveis (podem ser as regras estipuladas no
tratado internacional ou as regras estipuladas no próprio direito interno do
país), e o efeito máximo deve ser obtido a partir das declarações e declarações
internacionais. A constitucionalização para proteger os direitos básicos das
pessoas torna-se papo-furado sob o castigo da liberdade, da tolerância e do
respeito pela natureza humana. Neste caso, a "Convenção Americana sobre
Direitos Humanos" (Convenção de San José da Costa Rica) aplica o Artigo 7,
n° 7,c/c e Artigo 29: Este é um caso típico em que as regras são mais propícias
à proteção efetiva dos direitos humanos. pessoas.
3- Referências
https://www.oas.org/pt/cidh/mandato/Basicos/convencionrat.asp
https://drvaldinar.jusbrasil.com.br/artigos/165504598/como-sao-formados-os-tratados-
internacionais-e-como-se-realiza-o-processo-de-sua-incorporacao-no-ordenamento-juridico-
brasileiro
https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/14712898/habeas-corpus-hc-96772-sp
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