Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Disciplina da OAB
Direito Constitucional
1. Em razão de profunda crise fiscal vivenciada pela República Delta, que teve
como consequência a diminuição drástica de suas receitas tributárias, o governo do
país resolveu recorrer a um empréstimo, de forma a obter os recursos financeiros
necessários para que o Tesouro Nacional pudesse honrar os compromissos
assumidos. Neste sentido, o Presidente da República, seguindo os trâmites
institucionais exigidos, recorre ao Banco Central, a fim de obter os referidos
recursos a juros mais baixos que os praticados pelos bancos privados nacionais ou
internacionais. Se situação similar viesse a ocorrer na República Federativa do
Brasil, segundo o nosso sistema jurídico-constitucional, o Banco Central
(A) teria que conceder o empréstimo, como instituição integrante do Poder Executivo,
mas observando o limite máximo de cinquenta por cento de suas reservas.
(B) não poderia conceder o referido empréstimo para o Tesouro Nacional brasileiro,
com base em expressa disposição constante na Constituição Federal de 1988.
Justificativa: a competência da União para emitir moeda será exercida
exclusivamente pelo banco central, sendo vetado ao banco central conceder, direta
ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou
entidade que não seja instituição financeira, todavia, o banco central poderá
comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de
regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. Ressalto que, as disponibilidades de
caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das
empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os
casos previstos em lei (art. 164, CF)
(C) avaliaria as condições concretas do caso, podendo, ou não, conceder o empréstimo,
atuando em bases semelhantes às utilizadas pela iniciativa privada.
(D) não poderia fazê-lo em termos que viessem a colocar em risco a saúde financeira da
instituição, embora esteja obrigado a realizar o empréstimo.
Direitos Humanos
Filosofia do Direito
1. É preciso sair do estado natural, no qual cada um age em função dos seus
próprios caprichos, e convencionar com todos os demais em submeter-se a uma
limitação exterior, publicamente acordada, e, por conseguinte, entrar num estado
em que tudo que deve ser reconhecido como seu é determinado pela lei...
Immanuel Kant
A perspectiva contratualista de Kant, apresentada na obra Doutrina do Direito,
sustenta ser necessário passar de um estado de natureza, no qual as pessoas agem
egoisticamente, para um estado civil, em que a vida em comum seja regulada pela
lei, como forma de justiça pública. Isso implica interferir na liberdade das pessoas.
Em relação à liberdade no estado civil, assinale a opção que apresenta a posição
que Kant sustenta na obra em referência.
(A) O homem deixou sua liberdade selvagem e sem freio para encontrar toda a sua
liberdade na dependência legal, isto é, num estado jurídico, porque essa dependência
procede de sua própria vontade legisladora. Justificativa: Em um contexto kantiano, é
preciso entender que o homem deixou o seu estado selvagem na natureza e cedeu o
poder para o Estado em forma de vontade. Para o liberalismo clássico, a lei é a
representação da vontade geral (vide Rousseau) e, portanto, é justo que o homem
se submeta a lei, visto que de certa forma foi ele mesmo que a criou
(B) A liberdade num estado jurídico ou civil consiste na capacidade da vontade
soberana de cada indivíduo de fazer aquilo que deseja, pois somente nesse estado o
homem se vê livre das forças da natureza que limitam sua vontade.
(C) A liberdade civil resulta da estrutura política do estado, de forma que somente pode
ser considerado liberdade aquilo que decorre de uma afirmação de vontade do soberano.
No estado civil, a liberdade não pode ser considerada uma vontade pessoal.
(D) Na república, a liberdade é do governante para governar em prol de todos os
cidadãos, de modo que o governante possui liberdade, e os governados possuem direitos
que são instituídos pelo governo.