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RECURSO EXTRAORDINÁRIO E

RECURSO ESPECIAL
EM MATÉRIA PENAL
 CPP. Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito
suspensivo, e uma vez arrazoados pelo recorrido os autos
do traslado, os originais baixarão à primeira instância,
para a execução da sentença.

 CPP. Art. 638. O recurso extraordinário será processado


e julgado no Supremo Tribunal Federal na forma
estabelecida pelo respectivo regimento interno.
 – Recurso Extraordinário – Artigo 102, III, da Constituição
Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,


precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas
decididas em única ou última instância, quando a decisão
recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face
desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.         
 O Recurso Extraordinário tem como função impedir que normas
Constitucionais sejam desrespeitadas pelos tribunais nas decisões
sobre casos concretos.

 O Recurso Extraordinário, como o seu próprio nome já diz, é


excepcional, e não se trata de um recurso que visa rever a matéria do
processo em si, ou seja, o direito do recorrente em si, mas tem o
condão de verificar se o procedimento utilizado naquela relação
jurídica foi devidamente observado, em obediência aos requisitos
estabelecidos na Constituição da República.

 O STF não é uma quarta Instância, mas sim a guardiã da


Constituição.

 STF. Súmula 735. Não cabe recurso extraordinário contra


acórdão que defere medida liminar.
 – Recurso Especial – Artigo 105, III, da Constituição
Federal.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em
única ou última instância, pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal
e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de
lei federal;                   
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja
atribuído outro tribunal.
 O Recuso Especial tem como intuito proteger e coibir os
desrespeitos a normas federais, sendo submetido a exame
de matéria infraconstitucional.

 Não cabe interposição de Recurso Especial contra decisão


proferida por Juizado Especial.

STJ. Súmula 203 . Não cabe recurso especial contra decisão


proferida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais.
 Tanto o REsp quanto o RE não tratam de questões
fáticas. Deste modo, não visam à justiça no caso
concreto, mas sim à manutenção e coerência do
ordenamento jurídico pátrio (necessidade de
uniformização).

 Reconhecida a soberania da União e proclamada a


obrigatoriedade das leis federais em todo o território da
República, forçoso é colocar essas leis sob a proteção de
um Tribunal Federal que lhes possa restabelecer a
supremacia quando desconhecida ou atacada pela
magistratura dos Estados. (Epitácio Pessoa)
 Para disciplinar o RE e o REsp foi editada a Lei 8.038/90 (art.
26 a 29).

 Ocorre que o artigo 1072, III do CPP, expressamente,


revogou os arts. 26 a 29 da Lei 8.038/1990.

 Segundo Bardaró (2017) com o novo CPC as regras sobre


recursos especial e extraordinário e agravos contra a
denegação de tais recursos passou a ser regida pelo novel
código.

 Quanto aos prazos processuais o artigo 798 do CPP dispõe


que todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e
peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou
dia feriado.
 Prazo: 15 dias para interposição perante o Tribunal recorrido, em petição
endereçada ao presidente ou vice-presidente, já acompanhada das razões.O
recorrido será intimado a apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias.

 É importante destacar, que se a parte ingressar com os dois tipos de


recursos, especial e extraordinário, deverá impetrar em petições distintas,
uma direcionada para o STJ e o outro para o STF.

 Ainda no juízo de origem, apresentadas as contrarrazões, ou findo o prazo


de 15 dias sem sua apresentação, o recurso segue para o juízo de
admissibilidade, provisório, no órgão a quo.

 Admitido, o recurso deverá ser remetido ao STF ou STJ.

 Negado seguimento, caberá agravo em recurso especial ou


extraordinário (art. 1.042 CPC)
PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

(I) órgão que proferiu a decisão


(II) necessidade de se tratar de questão de direito
(III) Prequestionamento

(IV) hipóteses de cabimento previstas na CF/88.


 Alcançados os pressupostos genéricos, a Constituição
Federal propugna hipóteses de cabimento específicas
tanto para o recurso extraordinário, quanto para o
recurso especial. 
REPERCUSSÃO GERAL
 A Emenda Constitucional 45/2004, trouxe um novo requisito de admissibilidade para o recurso
extraordinário, a existência de uma “repercussão geral” da questão constitucional. De forma que a
controvérsia não se limite apenas a causa em si, mas tenha revelância econômica, social, política ou jurídica.

CF/88. Art. 102 § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso,
nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros.    

 Esse pressuposto é exclusivo para o recurso extraordinário e não se aplica ao recurso especial

 .A repercussão é presumida (artigo 1.035 §3º CPC) se o acórdão recorrido inobservou súmula ou
jurisprudência dominante do STF ou reconheceu, em Plenário, a inconstitucionalidade de lei federal ou
tratado.

 A disciplina do procedimento para a votação e deliberação sobre a ocorrência ou não de repercussão geral
está prevista no RISTF.
DOS RECURSOS REPETITIVOS
 O novo CPC, nos arts. 1.036 a 1.041, passou a prever um regramento
unitário para o julgamento dos recursos extraordinário e especial repetitivos
(relação à mesma controvérsia).

 O procedimento do julgamento dos recursos repetitivos pode ser dividido


em cinco etapas:
*seleção dos recursos representativos da controvérsia;
*afetação da questão repetitiva;
*instrução da controvérsia;
*decisão da questão objeto da controvérsia repetitiva;
*projeção dos efeitos da decisão nos casos repetitivos sobrestados e futuros.

 De observar que a suspensão dos processos penais exigirá muita cautela.


Não parece justificável a suspensão de processos penais em que o acusado
esteja preso cautelarmente.

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