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RESCURSO EXTRAORDINÁRIO (ofensa à constituição) e RECURSO ESPECIAL (ofensa à lei

federal)

*NOÇÕES: São dois recursos excepcionais ou recursos extraordinários.

*GÊNERO: Recursos Extraordinários.

*ESPÉCIE: Recurso Extraordinário (RE) e Recurso Especial (RESP).

*FUNDAMENTAÇÃO: Recursos de fundamentação vinculado (está vinculado à lei – ou seja, só


fundamenta com o que está na lei). RE: 102, III, “a” “b” “c” “d” CF/88; RESP: 105, III, “a” “b” “c”.

*CARACTERÍSTICAS:

1) Efeito Devolutivo Restritivo: significa que os recursos extraordinários não admitem o reexame da
matéria fática. Esses recursos não se preocupam com o direito subjetivo da parte, visando tutelar
somente o direito objetivo.

Esses recursos só tutelam a norma jurídica. Exemplo: o STF só quer saber se a constituição é
cumprida, aplicar a forma correta da constituição. O STJ está preocupado se as leis federais (tipo
código civil) estão sendo aplicadas.

2) Reexame de Provas: Súmula 7 STJ e Súmula 279 STF. É preciso distinguir o recurso
extraordinário imposto para discutir apreciação de prova, o que não se admite, daquele que se
interpõe para discutir a aplicação do direito probatório, que é uma questão de direito e, como tal,
passível de controle por essa via.

3) Pré-questionamento: é o enfrentamento, pelo tribunal recorrido no acórdão impugnado da questão


de direito que é objeto do recurso excepcional, decorrente da interpretação que se deu,
historicamente, à expressão “causas decididas”, constantes nos artigos 102, III e 105, III da CF/88

- Se não enfrentou determinada matéria pelo juiz de piso e TJ, nem o STJ em o STF analisarão.

- Pré-questionamento explícito: é o enfrentamento do tema com menção expressa ao dispositivo


normativo, cuja interpretação é o objeto de recurso (artigo de lei).

- Pré-questionamento implícito: quando o enfrentamento do tema ocorre sem menção expressa ao


dispositivo normativo.

3.1) Embargos de Declaração Pré-questionador – art.1025 CPC: mesmo que TJ não admita os
embargos, ele serve como pré-questionamento. Esse artigo cancelou a súmula 211STJ.

4) Exigência de Prévio Esgotamento na Instâncias Ordinárias: os recursos extraordinários


pressupõem uma decisão contra a qual já foram esgotadas as possibilidades de impugnação nas
instâncias ordinárias ou instância única (é vedado o recurso “per saltum”).

- NÃO CABE Recurso Extraordinário ou Especial contra Tutela Provisória de Urgência – não cabe
porque trata de requisitos subjetivos, pois os tribunais superiores só analisam requisitos objetivos.
- Os recursos excepcionais não serão admitidos nessas hipóteses pois não se trata de uma
manifestação definitiva ou conclusiva.

*PROCEDIMENTO – art. 1030 CPC (alterado pela lei 13256/16):

- Art. 1030, caput: a parte protocola o recurso na secretaria do tribunal de origem (TJ ou TRF). O
recorrido
Será intimado para contrarrazão (prazo 15dias). O presidente ou o vice-presidente faz o exame de
admissibilidade (no TJES quem faz é o vice);

- Art. 1030, I: se Negar Provimento:


a) primeira parte – matéria sem repercussão geral (STF);
segunda parte – mérito já reconhecido em sede de repercussão geral (STF);
b) tese firmada em sede de Recurso Repetitivo (recurso em sentido contrário a essa tese) STF/STJ;

- Art. 1030, II: (buscar retratação) devolver para o órgão que proferiu a decisão para retratação se
acórdão divergir de tese do STJ de Repercussão Geral ou Recurso Repetitivo;

- Art. 1030, III: sobrestar o Recurso, se a tese ainda não estiver firmada no STF ou STJ (que versar
sobre controvérsia de caráter repetitivo);

- Art. 1030, §2º: Agravo Interno é o direito à distinção, nos casos dos incisos I e III.
Se o tribunal não aceitar o Agravo Interno: Reclamação Constitucional, nos termos do art. 988, §5º
(STF ou STJ quem julga) – manda subir o recurso se aceitar a Reclamação.

- Art. 1030, IV: Pode afetar o recurso (ser esse recurso o de amostragem para tese de recurso
repetitivo). Pode o autor do recurso selecionado, desistir do recurso, mas o recurso será julgado e o
mérito será apreciado, não cabendo para o desistente o que for firmado.

- Art. 1030, V – Realiza o juízo de admissibilidade - se o tema for inédito (alínea “a”); se for
selecionado como representativo de controvérsia (alínea “b”); se não fizer a retratação (alínea “c”);

- Art. 1030, §2º: Se o juízo de admissibilidade for negativo – cabe agravo do 1042 CPC –
protocolizado no Tribunal de origem.

*PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS – ART.1029 CPC:


segue o raciocínio do art. 932,§único do CPC – prazo 5 dias para o recorrente corrigir o vício ou
complementar documentação (tipo emenda).

- 1029, §3º - STJ ou STF pode desconsiderar um vício formal ou determinar a correção, desde que o
recurso esteja tempestivo e o erro não for muito grave (ou seja, se for erro irrelevante).

*EFEITO SUSPENSIVO: Recurso Especial e Recurso Extraordinário não possuem efeito suspensivo
automático consoante regra do art. 995 do CPC (decisão só não terá eficácia se a lei dizer que não
tem ou se o juiz dizer que não tem eficácia).

- Se o recurso não tem efeito suspensivo, já pode proceder a Execução Provisória.

*EXECUÇÃO PROVISÓRIA – pedido de efeito suspensivo: art. 1029, §5º, III, I e II (nessa ordem) –
apreciar o pedido do efeito suspensivo:

- III: Vice ou presidente – período entre interposição e publicação da decisão de admissão do


recurso;
- I: Relator (por prevenção) – no período entre a publicação da decisão de admissão do recurso e
sua distribuição;
- II: Relator, se já distribuído.

*CABIMENTO DO RESP (recurso especial): Art. 105, III, “a”, “b”, “c” CF/88

- O juizado especial não é tribunal, logo não cabe de decisão do colegiado do juizado especial.

- Art. 105, III, “a”: Não cabe Resp por esse inciso por ofensa a jurisprudência pacificada do STJ;
- Art. 105, III, “b”: Ato de governo local versus Lei Federal;

- Art. 105, III, “c”: a principal função constitucional do STJ é promover a unidade do direito,
uniformizar a jurisprudência nacional, eliminando divergências existentes entre Tribunais diferentes
(ler essa alínea “c” junto com o art. 1029, §1º CPC, fazer confronto analítico.

- CONVERSÃO DO RESP (recurso especial) EM RE (recurso extraordinário): art. 1032 CPC


(fungibilidade)

*CABIMENTO DO RE (recurso extraordinário): Art. 102, III, “a”, “b”, “c”, “d” CF/88

- Art. 102, III, “a”: Contrariar, Violação Direta da Constituição. O Art. 1033 do CPC diz que se for de
forma reflexa, será feita conversão do recurso de RE para RESP, pois o STF só aceita violação
direta;

- Art. 102, III, “b”: Controle de Constitucionalidade Difuso. Cláusula de Reserva de Plenário – não
pode o juiz fazer, só o plenário (art. 948 ao 950 CPC e art. 97 CF/88.
>O órgão especial ou o Pleno declarará a inconstitucionalidade da norma e devolverá o processo
para a turma ou câmara, para que, se faça o julgamento, com base nessa declaração de
inconstitucionalidade. Dessa decisão da turma ou câmara é que caberá recurso extraordinário (RE).

- Art. 102, III, “c”: Ato de governo local versus Constituição Federal;

- Art. 102, III, “d”: Lei local (municipal ou estadual) versus Lei Federal – conflito de competência
legislativa – por isso que é no STF.

Artigos citados:

CF/88 - art. 102, III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a
decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;


(ler tbm art. 948 ao 950 CPC e art. 97 CF/88.)
CPC: Art. 948.  Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público,
o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir
o conhecimento do processo.
Art. 949.  Se a arguição for:
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver.
Parágrafo único.  Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a
arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal
Federal sobre a questão.
Art. 950.  Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de
julgamento.
§ 1o As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado poderão manifestar-se
no incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos no
regimento interno do tribunal.
§ 2o  A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal poderá manifestar-
se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno,
sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos.
§ 3o Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o relator poderá admitir, por
despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades.
CF/88 Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão
especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.


§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo
Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal.
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais
discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-
lo pela manifestação de dois terços de seus membros.

CF/88 - art. 105, III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:


I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar
os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da
Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas
decisões terão caráter vinculante.

CPC - art. 995.  O relator poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, determinar, quando o conflito for
positivo, o sobrestamento do processo e, nesse caso, bem como no de conflito negativo, designará um dos juízes para
resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes.
Parágrafo único.  O relator poderá julgar de plano o conflito de competência quando sua decisão se fundar em:
I - súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
II - tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência.

CPC - art. 1025 Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-
questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior
considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.

CPC - Art. 1.029  O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão
interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
I - a exposição do fato e do direito;
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.

CPC Art. 932, Parágrafo único Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5
(cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.

§ 1o  Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência com a certidão,
cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver
sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de
computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que
identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.

§  2º (Revogado). 

§ 3o O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso
tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.

§ 4o  Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas repetitivas, o presidente do


Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça receber requerimento de suspensão de processos em que
se discuta questão federal constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando razões de segurança jurídica ou de
excepcional interesse social, estender a suspensão a todo o território nacional, até ulterior decisão do recurso
extraordinário ou do recurso especial a ser interposto.

§ 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado
por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e
sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; 
II - ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e
a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do
art. 1.037.         

CPC - Art.  1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar
contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente
do tribunal recorrido, que deverá: 

I – negar seguimento:

a)  a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido
a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade com
entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral; 

b)  a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em conformidade com
entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de
julgamento de recursos repetitivos;

II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir do
entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes
de repercussão geral ou de recursos repetitivos;

III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria constitucional ou infraconstitucional;

IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou infraconstitucional, nos termos do § 6º do


art. 1.036;

V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior
Tribunal de Justiça, desde que:  
a)  o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos; 
b)  o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou
c)  o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.

§  1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V caberá agravo ao tribunal superior, nos
termos do art. 1.042.

§  2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos termos do art. 1.021. 

CPC - Art. 1.032.  Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão
constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão
geral e se manifeste sobre a questão constitucional.

Parágrafo único.  Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o recurso ao Supremo Tribunal Federal,
que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça.

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