Você está na página 1de 5

 Correição parcial

A Correição parcial visa uma providência administrativo-judiciária, ela


tem uma aplicação bastante estreita e é usada em especifico contra despachos
do juiz que importem a inversão tumultuária do processo, porém, sempre que
não houver recurso especifico previsto em lei.
Dependendo do Estado, cada tribunal tem sua legislação interna que prevê
esse recurso. No Estado de São Paulo, a Correição parcial foi criada pelo
Decreto-Lei Estadual n.14.234/44, um tempo depois, através da Lei Estadual
n.8.040/63 se estabeleceu que o prazo para interpor esse recurso seria de
cinco dias, e que o modo de processamento seria o mesmo do agravo de
instrumento. Já o Decreto-Lei Complementar nº 3, de 27 de agosto de 1969 -
Código Judiciário do Estado de São Paulo, em seu artigo 94 dispôs: “Observar-
se-á, no processo de correição parcial, o rito do agravo do instrumento, ouvido
o Ministério Público”. Em âmbito federal encontra-se previsto na Lei 5.010/66.
O seu procedimento segue o mesmo do agravo de instrumento do
processo civil, no qual o com as novas regras trazidas pela Lei n. 13.105/2015
prazo da correição não pode se mais de cinco dias, mas o de quinze dias.
Nesse sentido:

(i) o prazo de interposição será de quinze dias, a contar da


ciência do despacho impugnado; (ii) a petição será dirigida
diretamente ao tribunal competente, contendo a exposição do
fato e do direito e as razões do pedido de reforma da decisão;
(iii) obrigatoriamente deverão integrar o instrumento cópia da
decisão recorrida, da certidão da respectiva intimação e outras
peças que o corrigente entender úteis; (iv) recebida e
distribuída a correição, o relator poderá requisitar informações
do juiz, que as prestará no prazo de dez dias, podendo ser
atribuído efeito suspensivo ao recurso; (v) o corrigido será
intimado para apresentar as suas contrarrazões em dez dias;
(vi) em seguida, manifesta-se o Ministério Público, salvo
quando este for o próprio corrigente, e os autos irão para
julgamento, a menos que o juiz comunique que reformou a
decisão; (vii) a correição parcial, em regra, não terá efeito
suspensivo. Corrigente é o recorrente; corrigido é o recorrido.
(CAPEZ, 2022, p.574).

O réu, o Ministério Público, o querelante e o assistente da acusação têm


a legitimidade de interpor esse recurso, que vem com o objetivo de corrigir o
erro cometido pelo juiz em ato processual que provoque essa inversão
tumultuária no processo. Sua interposição não é adequada a correição quando
for impugnar “error in judicando”, isso é, quando o seu objeto versar sobre
decisão que envolva matéria de mérito.
 Recurso Ordinário Constitucional
O Recurso Ordinário Constitucional é utilizado quando se houver uma
decisão denegatória de habeas corpus ou mandado de segurança, sempre que
proferida em segunda instância ou por Tribunal Superior.
No Supremo Tribunal Federal ele será cabível em dois casos: o primeiro
será quando as decisões dos Tribunais Superiores que julgar em única
instância o mandado de segurança, o habeas data, o habeas data e o mandato
de injução, desde que sejam denegatórias, como previsto no art.102, II, “a” da
CF; Já o segundo caso ocorre quando houver decisões que são referentes aos
crimes políticos, que está previsto na Lei de Segurança Nacional, encontrado
no art.102, II, “b” da CF. Nessa hipótese o recurso recebe o nome de Recurso
Criminal Ordinário Constitucional.
No Supremo Tribunal de Justiça esse recurso será cabível em três casos:
o primeiro caso é quando se tiver decisões denegatórias de habeas corpus
proferidas em única ou última instância; a segunda será nas decisões
denegatórias de mandado de segurança, sendo nesses dois casos, quando
proferidas em única ou última instância, pelo Tribunal Regional Federal, ou
pelos Tribunais dos Estados ou do Distrito Federal; o terceiro caso será em
decisões proferidas que forem partes Estado estrangeiro ou organismo
internacional de um lado, e, do outro, município ou pessoa residente ou
domiciliada no país. Esses casos estão previstos no art. 105, II, “a, b, c’.
Sua interposição realiza-se da seguinte maneira:

É interposto por meio de petição dirigida ao presidente do


tribunal recorrido, dentro do prazo de cinco dias, no caso de
denegação do habeas corpus (art. 30 da Lei n. 8.038/90), ou
quinze, no caso do mandado de segurança (art. 33), com as
razões do pedido de reforma. Em seguida, os autos vão com
vista ao Ministério Público, para parecer em dois dias, no caso
do habeas corpus (art. 31), ou cinco dias, no caso do mandado
de segurança (art. 35). Os autos são distribuídos ao relator,
que marcará data para o julgamento. (CAPEZ, 2022, p.615)

 Recurso Extraordinário
O recurso extraordinário é destinado a devolver ao STF a competência
para conhecer e julgar questão federal de natureza constitucional, no qual pode
ser suscitada e decidida em qualquer tribunal do país. Sendo assim, ele vai ser
interposto perante o STF nas decisões judiciais quando não couber mais o
recurso ordinário. Ele tem como finalidade primordial à correção de equívocos
que ocorrem em julgamentos de causas judiciais por órgãos de instancia
inferior, presando garantir a autoridade e a unidade da Constituição Federal em
todo o território brasileiro.
Para que seja conhecido o recurso extraordinário, afigura-se indispensável
o concurso de outras circunstâncias, os chamados pressupostos específicos do
recurso extraordinário, são eles: quando a causa for decidida em última
instância; o prequestionamento; a Questão federal de natureza constitucional;
julgar válida lei local contestada em face de lei federal; e as Súmulas 283, 284
e 279 do STF.
O recuso extraordinário possui capacidade postulatória, mas é necessário
que estejam presentes os requisitos de admissibilidade, pode a parte
sucumbente (MP, o querelante, a defesa e o assistente de acusação) realizar a
interposição do recurso extraordinário.
Sobre sua interposição seguira os termos elencados nos arts.1.029 a 1.042
do CPC, nesse sentido:

Nos termos dos arts. 1.029 a 1.042 do CPC, o recurso


extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na
Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou
o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas
que conterão: I – a exposição do fato e do direito; II – a
demonstração do cabimento do recurso interposto; III – as
razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão
recorrida. (CAPEZ, 2022, p.605).

Já quando estabelecer-se através de dissídio jurisprudencial seguira da


seguinte forma:

Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o


recorrente fará a prova da divergência com a certidão, cópia ou
citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado,
inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o
acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado
disponível na rede mundial de computadores, com indicação da
respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as
circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos
confrontados. (CAPEZ, 2022, p.606)

 Recurso Especial
O recurso especial é aquele no qual está destinado a devolver ao STJ a
competência de conhecer e julgar questões federais que contenham natureza
infraconstitucional, quando suscitada e decidida perante os Tribunais Regionais
Federais ou Tribunais do Estado e do Distrito Federal.
Até a promulgação da CF/88 o STF, por meio do recurso extraordinário,
tinha a nobre tarefa de assegurar à legislação federal infraconstitucional a
autoridade e a unidade de aplicação em todo o território nacional, quando está
em confronto com a legislação local, estadual ou municipal. Com o excesso de
demandas judiciárias que estavam sobrecarregando os ministros do STF, o
que tornava inviável o desempenho satisfatório do ofício jurisdicional, assim,
atendendo os pedidos dos profissionais, o legislador constituinte veio a criar o
Supremo Tribunal de Justiça concedendo ampla competência pra julgar esse
recurso, como descrito no artigo 105, inciso III, alíneas “a”, “b” e “c” da
Constituição Federal.
Para que seja conhecido pelo STJ, deve se seguir algumas condições
especificas para que haja a admissibilidade desse recurso, são os chamados
pressupostos específicos do recurso especial. Nesse mesmo sentido:

(i) Causa decidida em única ou última instância: dada a


semelhança guardada pelo recurso especial com o recurso
extraordinário, pelas razões já expostas, e a fim de evitar
desnecessárias repetições, anote-se, quanto a esse
pressuposto, o que foi dito sobre o recurso extraordinário. Há,
todavia, uma importante diferença: enquanto a Carta
Constitucional, ao disciplinar o recurso extraordinário, não
restringe, quanto à origem das decisões recorridas, o seu
cabimento, o mesmo Texto, no art. 105, III, considera passíveis
de impugnação mediante recurso especial somente aquelas
emanadas dos Tribunais Regionais Federais, dos tribunais dos
Estados e do Distrito Federal. (ii) Prequestionamento: o STJ
não tem admitido recurso especial contra acórdão tomado por
maioria de votos, contra o qual não se ofereceram embargos
infringentes: (iii) Questão federal de natureza
infraconstitucional: para que o recurso especial seja conhecido,
afigura-se indispensável que a causa decidida em única ou
última instância suscite questão federal de natureza
infraconstitucional. A própria Constituição Federal, no art. 105,
III, cuida de arrolar as questões que ensejam o julgamento do
recurso em tela. São as hipóteses de cabimento do recurso
especial: – “Alínea a contrariar tratado ou lei federal, ou negar-
lhes vigência;”: são duas as hipóteses de cabimento previstas
nesta alínea. A primeira, quando a decisão impugnada,
prolatada por um daqueles tribunais acima mencionados (item
“i”), contrariar tratado ou lei federal; a segunda, quando negar
vigência ao tratado ou à lei federal [...]. “Alínea b julgar válido
ato de governo local contestado em face de lei federal;” (cf.
redação da alínea b do inciso III do art. 105): aqui também
possui perfeita aplicação o que se disse anteriormente levando-
se em conta, apenas, que o cabimento do recurso especial
exige que a decisão recorrida considere válido ato de governo
local que haja sido impugnado de ilegalidade, não de
inconstitucionalidade, quando, então, o recurso adequado será
o extraordinário. – “Alínea c der a lei federal interpretação
divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.”: sob esse
fundamento, o recurso especial possui clara função de
instrumento constitucional de uniformização da interpretação e
da aplicação da lei federal. (CAPEZ, 2022, p.613 e 614).

Bibliografia
Recurso de Correição Parcial: https://www.youtube.com/watch?
v=bVm4ibZNJb0
DECRETO-LEI COMPLEMENTAR Nº 3, DE 27 DE AGOSTO DE 1969
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. Saraivajur, 2022.
https://keleserafin.jusbrasil.com.br

Você também pode gostar