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Aula 12

Direito Processual Civil p/ TRF 4ª Região (Oficial de Justiça Avaliador


Federal) - Pós-Edital
Ricardo Torques

04772634703 - Luciana libano felix de souza


Ricardo Torques
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SUMÁRIO
1 - Considerações Iniciais ...................................................................................................................................... 2
2 - Precedentes .................................................................................................................................................... 2
2.1 - Noções iniciais....................................................................................................................................................... 2
2.2 - Ratio decidendi e obiter dicta ............................................................................................................................... 6
2.3 - Distinguishing e overrulling .................................................................................................................................. 6
2.4 - Julgamentos repetitivos ........................................................................................................................................ 8
3 - Ordem dos processos no tribunal ..................................................................................................................... 8
4 - Incidente de assunção de competência ..........................................................................................................
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5 - Incidente de arguição de inconstitucionalidade .............................................................................................. 19
6 - Conflito de competência ................................................................................................................................ 20
7 - Homologação de decisão estrangeira e da concessão do exequatur à carta rogatória ...................................... 22
8 - Ação Rescisória ............................................................................................................................................. 24
8.1 - Noções Gerais ..................................................................................................................................................... 24
8.2 - Hipóteses de cabimento...................................................................................................................................... 25
8.3 - Ação anulatória .................................................................................................................................................. 29
8.4 - Legitimados para ação rescisória ....................................................................................................................... 30
8.5 - Prazo ................................................................................................................................................................... 31
8.6 - Procedimento ...................................................................................................................................................... 32
9 - Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas .......................................................................................... 34
10 - Reclamação ................................................................................................................................................. 39
11 – Lista de Questões ........................................................................................................................................ 41
11.1 – Lista de Questões sem Comentários ................................................................................................................ 41
11.2 – Gabarito ........................................................................................................................................................... 55
11.3 – Lista de Questões com Comentários ................................................................................................................ 56
12 - Legislação Destacada e Jurisprudência Correlata .......................................................................................... 89
13 - Considerações Finais .................................................................................................................................... 93

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PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E MEIOS DE


IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje vamos tratar a respeito dos meios específicos de impugnação e da ordem dos
processos nos tribunais. Temos muitas novidades em relação à sistemática anterior do CPC73.
Entre os temas relevantes desta aula destacamos a teoria dos precedentes e o incidente de assunção
de competência. Novidades que tendem a ser recorrentes em provas.
Dessa forma, abordaremos os seguintes pontos do edital:
Meios de impugnação à sentença.
Ação rescisória. Reclamação e correição. Repercussão geral. Súmula vinculante. Recursos repetitivos.
Boa aula!

2 - PRECEDENTES

2.1 - NOÇÕES INICIAIS

A questão dos precedentes do NCPC passa, primeiramente, pela compreensão de que o nosso
sistema é baseado na civil law. Não é correto afirmar que estamos em direção a um sistema de
comom law. Isso porque ambos os sistemas possuem vários pontos convergentes que permitem que
tenhamos, dentro do nosso sistema atual, uma unificação no tratamento das decisões judiciais.
A ideia foi conferir segurança jurídica a partir de outros julgados, muitas vezes praticamente
idênticos ao processo sob análise. Não é admissível que, dentro do mesmo tribunal, tenhamos vários
posicionamentos díspares.
Além disso, essa padronização permite que os tribunais superiores reduzam o volume de processos,
além de conferir aos tribunais de segunda instância (TJs e TRFs) maiores poderes e a capacidade de
organizar um entendimento uniforme.
A ideia, portanto, não é tornar nosso sistema um sistema de comom law, mas conferir estabilidade,
previsibilidade e padronização para o julgamento dos processos perante o tribunal.
Ainda dentro desses conceitos introdutórios, é importante que façamos a distinção entre
precedentes, jurisprudência e súmulas.
Precedentes e jurisprudência não são sinônimos.
Os PRECEDENTES são qualquer julgamento que possa ser utilizado como fundamento de um outro
julgamento, que será posteriormente proferido. Assim, sempre que um juiz ou colegiado utilizar

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julgamentos anteriores como razão de decidir do processo, essa decisão será denominada de
precedente.
Ainda, é importante saber que quando a decisão se limita à aplicação direta da legislação, essa
decisão não poderá ser considerada como precedente. O procedente exige que haja um poder
argumentativo e interpretativo do órgão prolator.
Esses vários precedentes formam a jurisprudência de determinado órgão judiciário. Assim, a
JURISPRUDÊNCIA pode ser conceituada como o resultado de várias decisões judicias no mesmo
sentido sobre uma mesma matéria proferida pelos tribunais. Logo, jurisprudência é o somatório de
precedentes no mesmo sentido.
A jurisprudência, portanto, é a consolidação de determinado entendimento extraído a partir de
diversos precedentes sobre determinada matéria no mesmo sentido.
Por fim, compreende-se como SÚMULA a consolidação objetiva da jurisprudência. Assim, o
tribunal, ao reconhecer que já há um entendimento majoritário acerca de determinada questão
jurídica, poderá formalizar o entendimento em um enunciado de súmula, tornando aquela
compreensão objetiva.
Assim, em termos de evolução do entendimento a partir de julgamentos, temos a seguinte evolução
na consolidação do entendimento:

súmula

jurisprudência

precedente

Em síntese:

PRECEDENTE JURISPRUDÊNCIA SÚMULA

resultado de várias
decisões anteriores
decisões judicias no
utilizados como consolidação objetiva da
mesmo sentido sobre uma
justificativa de jurisprudência
mesma matéria proferida
entendimento anterior
pelos tribunais

Vistos esses conceitos iniciais, vamos analisar o art. 926, do NCPC:


Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.

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§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão


enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que
motivaram sua criação.
De acordo com o art. 926, do NCPC, os tribunais devem uniformizar o entendimento da
jurisprudência mantendo-a estável, íntegra e coerente. Além disso, a partir da jurisprudência
consagrada e de acordo com os parâmetros estabelecidos no regimento interno, os tribunais irão
adotar enunciados de súmula, observando os precedentes decididos pela corte.
Assim, em relação às súmulas:

OS TRIBUNAIS DEVEM OBSERVAR NA EDIÇÃO DAS SÚMULAS

•a regulamentação contida nos regimentos internos;


•as circunstâncias fáticas dos precedentes que motivam a criação do entendimento.

Ainda em relação ao art. 926, do NCPC, cumpre compreender o que é essa jurisprudência estável,
íntegra e coerente. Isso depende, preliminarmente, de decisões racionais, que se afastem das
convicções pessoais dos julgadores.
Jurisprudência estável envolve a consolidação de entendimentos, que não podem ser modificados
sem justificativas plausíveis. Princípios como a isonomia e a segurança jurídica impõe que a alteração
de jurisprudência anterior seja feita com justificativa séria, palatável e racionalmente exposta.
Jurisprudência íntegra envolve o respeito às decisões anteriores que envolvem a mesma matéria
jurídica. Assim, todos os fundamentos apresentados devem ser objeto de análise para firmar o
entendimento majoritário.
Jurisprudência coerente reflete a ideia de isonomia de entendimento em relação a casos
semelhantes ou que abordem teses jurídicas semelhantes. O tribunal deve, portanto, observar de
forma coerente casos análogos.
Na sequência, confira o art. 927 que trata dos denominados precedentes obrigatórios.
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em
julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal
de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
A ideia aqui é simples: com essa nova sistemática processual, temos a formação de precedentes
vinculativos dentro do Poder Judiciário. Se observadas as qualidades acima estudas, os seguintes
precedentes possuirão eficácia vinculativa:

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PRECEDENTES OBRIGATÓRIOS

•decisões do STF em controle concentrado de constitucionalidade;


•enunciados de Súmula Vinculante;
•acórdão em incidente de assunção de competência e resolução de demandas repetitivas em
recursos extraordinário ou especial;
•enunciados do STF em matéria constitucional do STJ em matéria infraconstitucional;
•orientação do plenário do órgão em relação a julgadores vinculados.

Vamos analisar cada uma das hipóteses acima?!


(1) Em relação às decisões do STF em controle concentrado de constitucionalidade, cumpre observar
que, à luz do art. 102, §2º, da CF, há entendimento no sentido de que as decisões definitivas de
mérito, proferidas pelo STF nas ADI e nas ADC, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal.
Além disso, tal regulamentação consta expressamente na Lei nº 9.868/1999.
Essas normas estabelecem a eficácia erga omnes da coisa julgada material dessas decisões.
O art. 927, I, do NCPC, por sua vez, determina a eficácia vinculante dos fundamentos determinantes
da decisão de mérito, consignando expressamente a teoria amplamente aplicada em relação às
ações de constitucionalidade quanto à transcendência dos motivos determinantes. É a ideia de que
a fundamentação utilizada pelo STF em sede de controle de constitucionalidade vincula toda a
atuação do Poder Judiciário.
Apenas para registrar, a revogação de súmula é admissível:
 por superação de entendimento;
 pela superveniência de lei; ou
 pela mudança de posicionamento do tribunal.
Para tanto, o tribunal, à luz do seu regimento interno, poderá alterá-las, realizando, inclusive,
audiências públicas e admitindo amicus curiae na forma do art. 927, §2º, do NCPC.
(2) Em relação à Súmulas Vinculantes, não há a necessidade de trazer maiores explicações. Aprovada
a súmula, seguindo o art. 103-A, da CF, ela torna-se de observância obrigatória em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta de todos os entes
federados.
(3) No inciso III temos a fixação de obrigatoriedade de observância dos acórdãos em IAC e IRDR em
recursos extraordinário ou especial, assuntos que serão melhor explorados adiante.
(4) Em relação aos enunciados do STF, em matéria constitucional, e do STJ, em matéria
infraconstitucional, fixou-se uma regra geral segundo a qual todos os entendimentos sumulados dos
órgãos de superposição são vinculativos.

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(5) No que atine às decisões do plenário do órgão colegiado em relação aos julgadores vinculados,
temos previsão expressa de que são precedentes vinculativos no âmbito dos tribunais de segunda
instância.
Por exemplo, as decisões do plenário do TJ-SP são vinculativas em relação aos seus juízes. Do mesmo
modo, as decisões do plenário do TRF da 4ª Região são vinculativas em relação aos juízes federais
abrangidos (dos estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul).

2.2 - RATIO DECIDENDI E OBITER DICTA

Para compreender os dispositivos acima, devemos tratar sobre obiter dicta e ratio decidendi.
Ao adotar um sistema de precedentes, vamos nos deparar com os fundamentos e as razões de
decidir de caráter vinculante, mas também com alguns pontos que não são vinculantes.
Portanto, devemos pensar em ratio decidendi como as razões de decidir vinculativas, que
constituem o núcleo do precedente.
Há, entretanto, outros argumentos que são colocados apenas “de passagem”, sem força vinculante,
denominados de obiter dicta. Essa fundamentação é prescindível ao resultado da demanda,
contudo, constitui meio auxiliar para a fundamentação do ato decisório. Logo, eles devem constar
do processo como ato de fundamentação.
A fundamentação tem caráter extremamente importante, que deve ser exercido de forma racional,
tendo em vista a ratio decidendi e também a obiter dicta.
Para fins de prova:
RATIO DECIDENDI

•razões de decidir vinculativas


•constituem o núcleo do precedente

OBTER DICTA

•fundamentos prescindíveis do julgamento


•não alteram o resultado do julgamento

2.3 - DISTINGUISHING E OVERRULLING

Outros dois conceitos importantes para a compreensão da teoria dos precedentes são os conceitos:
distinguishing e overrulling.
Trata-se da distinção e da superação dos precedentes.
Em relação à distinção devemos lembrar do art. 489, §1º, VI, do NCPC.
Esse dispositivo prevê que, se a parte trouxer um precedente, uma jurisprudência ou uma súmula,
o juiz está vinculado a esses posicionamentos, a não ser que faça demonstração da distinção do caso
concreto em relação aos entendimentos citados.

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Por outro lado, a superação envolve medidas mais incisivas. Nesse caso, argumenta-se que o caso
não se aplica porque deve ser superado. Argumenta-se que aquele precedente deixa de ter eficácia
vinculante devendo ser substituído por outro entendimento.
Note que, na distinção, dizemos que o conteúdo não se aplica ao caso concreto; ao passo que, no
caso da superação, afirma-se que, embora o conteúdo seja semelhante, a conclusão adotada está
superada frente ao novo entendimento a ser firmado.
A superação denota a evolução do posicionamento e do entendimento jurídico em relação a
determinadas matérias, de acordo com as vicissitudes das relações sociais, sem descurar da ideia de
jurisprudência estável, íntegra e coerente.
É justamente em face disso que temos a disciplina constante dos §§ abaixo do art. 927, do NCPC:
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 [vedação à decisão surpresa] e no art. 489, § 1o
[fundamentação das decisões], quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá
ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir
para a rediscussão da tese.
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais
superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da
alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento
de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os
princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e
divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.
Desse modo:
 Ao decidirem, os juízes e os tribunais não podem proferir decisões surpresas, seguindo uma fundamentação
adequada e racional.
 A superação de tese jurídica poderá ser precedida de audiência pública e da admissão do amicus curiae no
processo a fim de que haja amplo debate acerca da superação do entendimento.
 Quando houver superação de entendimento, em razão dos efeitos que essa decisão poderá gerar, admite-
se a modulação dos efeitos, a fim de que sejam considerados a partir de determinado lapso de tempo, tendo
em vista o interesse social ou a segurança jurídica.
 Para a superação de teses, devem ser observados os princípios da segurança jurídica e da proteção da
confiança e da isonomia.
 Os Tribunais devem dar publicidade a seus precedentes.
Para fins de prova...

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DISTINGUISHING (distinção) OVERRRULLING (superação)

não aplicação do precedente citado sob o


demonstra a distinção do caso concreto argumento de que aquele precedente está
em relação aos entendimentos citados. superado, momento em que é firmado
novo entendimento a respeito

2.4 - JULGAMENTOS REPETITIVOS

Para encerrar os dispositivos iniciais do assunto, vejamos o art. 928, do NCPC:


Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em:
I - incidente de resolução de demandas repetitivas;
II - recursos especial e extraordinário repetitivos.
Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual.
Nesse dispositivo, consideram-se casos repetitivos a decisão proferida em incidentes de resolução
de demandas repetitivas e os recursos especial e extraordinário repetitivos.

3 - ORDEM DOS PROCESSOS NO TRIBUNAL


A ordem dos processos no tribunal estava disciplinada no CPC73. No NCPC, nota-se que o legislador
conferiu maiores poderes ao relator do processo perante os tribunais.
Todos os processos que passam pelo Tribunal devem ser protocolizados e encaminhados às
autoridades competentes. A primeira regra que você deve ter em mente é a imediaticidade do
protocolo, uma vez apresentado o recurso ou a ação originária, deve-se efetuar o protocolo que
registrará o momento exato em que o documento foi apresentado no tribunal.
Todos os documentos que ingressam no Tribunal sujeitam-se ao registro. Esse registro é uma forma
de controlar, guardar e arquivar os documentos apresentados. Esses documentos podem ser desde
correspondências destinadas ao órgão como os processos que tramitam perante o Tribunal.
O registro ocorrerá em repartição específica dentro do Tribunal e será controlado por sistema de
informática. As petições serão protocoladas na Secretaria na mesma data do recebimento do feito.
Após o registro, temos o protocolo da petição na forma do art. 929, com a distribuição entre os
membros do tribunal:
Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria
ordená-los, com imediata distribuição.
Parágrafo único. A critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser descentralizados, mediante
delegação a ofícios de justiça de primeiro grau.

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O art. 930, do NCPC, na sequência, fixa que o regimento interno do tribunal possui atribuição
regulamentar dessas questões procedimentais.
Em relação à distribuição, temos três aspectos a serem observados:
 alternatividade (distribuição de forma alternada entre os membros);
 sorteio eletrônico (distribuição aleatória de forma eletrônica dos processos entre os membros); e
 publicidade (divulgação dos recursos).
A ideia desses aspectos é a observância da imparcialidade no rateio dos trabalhos entre os membros
do tribunal.
Veja:
Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a
alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.
Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso
subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo.
Ainda quanto ao dispositivo, note que a distribuição do primeiro recurso implica a prevenção de
determinado membro para os demais recursos referentes ao mesmo processo.
Por exemplo, se autor e réu recorrerem, quem receber o primeiro recurso no procedimento de
distribuição do processo, receberá também o segundo recurso, a fim de que a relatoria do processo
fique com o mesmo membro do Tribunal.
Após o protocolo e a distribuição dos processos, prevê o art. 931, do NCPC, que o processo será
imediatamente encaminhado ao gabinete do relator para que prepare o voto no prazo de 30 dias.
Art. 931. Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 (TRINTA) DIAS, depois
de elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria.
No art. 932, do NCPC, temos um rol de atribuições do relator. Vamos citar o dispositivo e, na
sequência, analisá-lo. Na medida em que você ler, note que o relator terá uma série de atribuições
diante da nova temática trazida pelo NCPC.
Muito embora a competência no tribunal seja do próprio tribunal, há uma delegação de
competência para que o relator possa proferir determinadas decisões monocráticas, tornando o
processo racional, efetivo e célere.
Veja:
Art. 932. Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o
caso, homologar autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
III - NÃO conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os
fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a RECURSO que for CONTRÁRIO a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;

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b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a DECISÃO recorrida for
CONTRÁRIA a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado
originariamente perante o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. ANTES DE CONSIDERAR INADMISSÍVEL O RECURSO, o relator concederá o prazo de 5 (CINCO)
DIAS ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
Em relação às atribuições do relator, façamos alguns destaques:
 O relator é responsável por dirigir e ordenar o processo até a decisão final do tribunal.
Para tanto, caso seja necessário, o relator irá determinar a produção de provas, homologar acordo
firmado no tribunal etc.
 O relator poderá apreciar em sede de decisão monocrática a análise de pedidos de tutelas
provisórias, de urgência ou de evidência.
Essa análise de pedidos de tutela provisória abrange tanto o requerimento em sede recursal como
também em processos que se iniciam perante os tribunais.
 O relator é responsável pela análise de admissibilidade do processo perante o tribunal.
Na temática do NCPC, não temos mais a admissibilidade sendo efetuada, como regra, perante o juízo
a quo. Ou seja, o juiz que prolata a decisão recorrida não tem mais a prerrogativa de avaliar os
pressupostos processuais.
Esses pressupostos serão analisados exclusivamente pelo relator, no tribunal (órgão ad quem).
Assim, o relator poderá não conhecer o processo nas seguintes situações:
➢ recurso inadmissível;
Nesses casos, entretanto, devemos observar que antes de qualquer decisão do relator, o recorrente
deverá ser intimado para que possa retificar o equívoco processual no prazo de cinco dias.
Portanto, se o recorrente não juntar, por exemplo, o mandado de procuração, ao invés de o relator
negar provimento porque é inadmissível o recurso, intimará a parte contrária para, no prazo de cinco
dias, suprir a irregularidade processual.

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Em relação a esse prazo de cinco dias, é importante destacar que o STF1 entendeu que a intimação
ocorrerá apenas nos casos de vícios formais:
O prazo de 5 dias previsto no parágrafo único do art. 932 do CPC/2015 só se aplica aos casos em que seja
necessário sanar vícios formais, como ausência de procuração ou de assinatura, e não à complementação da
fundamentação. Assim, esse dispositivo não incide nos casos em que o recorrente não ataca todos os
fundamentos da decisão recorrida. Isso porque, nesta hipótese, seria necessária a complementação das razões
do recurso, o que não é permitido. STF. 1ª Turma.
➢ recurso prejudicado; ou
➢ recurso que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida.
 O relator poderá negar provimento ao recurso, sem envio do processo para o órgão colegiado,
caso O RECURSO seja contrário:
➢ à Súmula do STF, do STJ ou do tribunal a que está vinculado;
➢ ao acórdão do STF ou do STJ em recursos repetitivos;
➢ ao entendimento fixado em IRDR ou IAC.
 Por outro lado, o relator poderá dar provimento ao recurso, sem mesmo enviá-lo para o órgão
colegiado, quando A DECISÃO RECORRIDA estiver contrária:
➢ à Súmula do STF, do STJ ou do tribunal a que está vinculado;
➢ ao acórdão do STF ou do STJ em recursos repetitivos;
➢ ao entendimento fixado em IRDR ou IAC.
 O relator poderá decidir pelo incidente de desconsideração de personalidade jurídica, uma das
hipóteses admitidas de intervenção de terceiros no NCPC.
 O relator determinará a intimação do Ministério Público, quando envolver situação na qual o
parquet deve atuar como fiscal da ordem jurídica.
 Por fim, temos um dispositivo de redação aberta, que prevê a possibilidade de o relator tomar
outras decisões que estiverem fixadas no regimento interno do Tribunal.
No art. 933, do NCPC, temos a disciplina relativa à identificação de fato superveniente ou questão
de ofício não apreciada.
Um exemplo de fato superveniente é o perecimento do bem móvel objeto do litígio durante o
processamento do recurso. Já a questão de ofício não apreciada ocorre, por exemplo, quando o
relator identifica que houve nulidade na citação ou prescrição da pretensão.
Com o intuito de evitar decisões surpresas, se identificadas essas hipóteses, o relator determinará a
intimação das partes para se manifestarem no prazo de cinco dias.
Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão
apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as
partes para que se manifestem no prazo de 5 (CINCO) DIAS.
§ 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que
as partes se manifestem especificamente.

1
ARE 953221 AgR/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2016.

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§ 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que
tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para
prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores.
Após a confecção do voto e do relatório do processo, que deve ocorrer no prazo de 30 dias, o relator
enviará o processo ao Presidente do Tribunal, que designará dia para julgamento do processo.
Art. 934. Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para julgamento,
ordenando, em todas as hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial.
No art. 935, temos uma regra de procedimento. Entre a publicação da pauta e a efetiva sessão de
julgamento temos que observar um prazo mínimo de cinco dias. Esse prazo é o tempo mínimo,
segundo entendimento do legislador, para que as partes possam ser cientificadas e preparar a
defesa oral para sessão de julgamento, se for o caso.
Esse lapso mínimo não será necessário, entretanto, quando envolver adiamento.
Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o PRAZO DE
5 (CINCO) DIAS, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo
julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte.
§ 1o Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publicação da pauta de julgamento.
§ 2o Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento.
O art. 936, do NCPC, estabelece uma ordem de julgamento dos processos:
Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa necessária e os processos de
competência originária serão julgados na seguinte ordem:
I - aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos;
II - os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento;
III - aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e
IV - os demais casos.
Para a prova....

ORDEM DE JULGAMENTO

processos em que houver requerimento de sustentação


oral

processos em que houver requerimento de preferência


(até o início da sessão)

processos iniciados na sessão anterior ainda não


julgados

demais processos

O art. 937, do NCPC, trata da sustentação oral na sessão de julgamento.


De acordo com o NCPC, a sustentação oral ocorrerá nas seguintes espécies recursais.

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apelação

recurso ordinário

recurso especial

recurso extraordinário

embargos de divergência
SUSTENTAÇÃO ORAL
ação rescisória

mandado de segurança

reclamação

agravo de instrumento (contra decisão em tutela provisória)

outras hipóteses conforme o Regimento Interno

Nos processos acima temos a sustentação oral.


Primeiramente, será admitida a fala do recorrente, do recorrido e, por fim, do membro do Ministério
Público, se for o caso. Cada uma dessas manifestações será pelo prazo improrrogável de 15 minutos.
Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra,
sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público,
pelo PRAZO IMPRORROGÁVEL DE 15 (QUINZE) MINUTOS PARA CADA UM, a fim de sustentarem suas razões,
nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:
I - no recurso de apelação;
II - no recurso ordinário;
III - no recurso especial;
IV - no recurso extraordinário;
V - nos embargos de divergência;
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VII - (VETADO);
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias
de urgência ou da evidência;
IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.
§ 1o A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas observará o disposto no art. 984, no
que couber.
§ 2o O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da sessão, que o processo
seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais.

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§ 3o Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação oral no agravo interno
interposto com tra decisão de relator que o extinga.
§ 4o É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal
realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e
imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão.
O art. 938, por sua vez, trata das questões preliminares, que devem ser decididas antes da análise
do mérito. Para fins de prova, é importante que façamos uma leitura atenta:
Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo
caso seja incompatível com a decisão.
§ 1o Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido de ofício, o relator
determinará a realização ou a renovação do ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de
jurisdição, intimadas as partes.
§ 2o Cumprida a diligência de que trata o § 1o, o relator, sempre que possível, prosseguirá no julgamento do
recurso.
§ 3o Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento em diligência, que se
realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução.
§ 4o Quando não determinadas pelo relator, as providências indicadas nos §§ 1o e 3o poderão ser determinadas
pelo órgão competente para julgamento do recurso.
Rejeitada a questão preliminar, segue-se com o julgamento conforme estabelece o art. 939, do
NCPC:
Art. 939. Se a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do mérito for com ela compatível, seguir-se-ão a
discussão e o julgamento da matéria principal, sobre a qual deverão se pronunciar os juízes vencidos na
preliminar.
Após a sustentação oral, temos o debate entre os membros do tribunal. Após os debates, passa-se
à tomada dos votos. Contudo, caso o relator ou qualquer dos membros, à luz do que foi discutido,
entender que é melhor analisar o processo de forma detida, poderá pedir vista do processo para
análise em gabinete pelo prazo de 10 dias.
Nesse caso, temos a suspensão do julgamento, que será continuado em sessão futura.
Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir imediatamente seu voto poderá
solicitar vista pelo PRAZO MÁXIMO DE 10 (DEZ) DIAS, após o qual o recurso será reincluído em pauta para
julgamento na sessão seguinte à data da devolução.
§ 1o Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for solicitada pelo juiz prorrogação de prazo
de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão fracionário os requisitará para julgamento do recurso
na sessão ordinária subsequente, com publicação da pauta em que for incluído.
§ 2o Quando requisitar os autos na forma do § 1o, se aquele que fez o pedido de vista ainda não se sentir
habilitado a votar, o presidente convocará substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento
interno do tribunal.
O art. 941 trata da proclamação do resultado. Veja:
Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o
acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor.
§ 1o O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já
proferido por juiz afastado ou substituído.

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§ 2o No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo
VOTO DE 3 (TRÊS) JUÍZES.
§ 3o O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os
fins legais, inclusive de pré-questionamento.
Desse dispositivo, você deve memorizar:
 O Presidente irá anunciar o resultado do julgamento.
 Em regra, o relator será responsável pela redação do acórdão, exceto se sua tese for vencida, caso em que
o acórdão será redigido pelo primeiro voto contrário vencedor do julgamento.
 A decisão é tomada pelo voto de três membros do tribunal.
A fim de que você tenha uma noção integral do procedimento, veja uma linha do procedimento dos
processos perante os tribunais:

LINHA DO TEMPO

1) Protocolo

2) Distribuição

3) Conclusão ao relator

4) Voto e relatório (30 dias)

5) Envio ao Presidente para designação de dia para julgamento.

6) Julgamento

O art. 942, do NCPC, traz uma regra específica interessante.


A regra é o julgamento por apenas três membros. Caso esse julgamento por três membros não seja
unânime, temos a possibilidade de prosseguimento do julgamento com a convocação de novos
membros a fim de que seja assegurada a decisão por maioria.
Por exemplo, em determinado órgão colegiado composto por sete membros, três são os Juízes
designados para votar. O resultado dessa votação resulta em 2 x 1. Como a decisão não foi unânime,
temos o prosseguimento da votação, até que tenhamos 4 votos, que representa o número mínimo
para a maioria do tribunal.
É isso que temos disciplinado no art. 942, do NCPC:
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser
designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no

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regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,
assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos
julgadores.
§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros
julgadores que porventura componham o órgão colegiado.
§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do
julgamento.
Da leitura dos dispositivos acima, conclui-se que esse expediente poderá ser utilizado para o recurso
de apelação. Contudo, pergunta-se:

Esse procedimento poderá ser aplicado para mais alguma espécie de recurso?

SIM! É possível usá-lo na ação rescisória e no agravo de instrumento. Contudo, não poderá ser
utilizado para incidente de assunção de competência (IAC), para o incidente de resolução de
demandas repetitivas (IRDR), remessa necessária ou para os processos cujo julgamento seja do
próprio plenário ou de corte especial do órgão.
Veja:
§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime
proferido em:
I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento
ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.
§ 4o NÃO se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;
II - da remessa necessária;
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.
Para a prova...

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apelação

aplica-se ação rescisória

agravo de instrumento
PROSSEGUIMENTO DA
VOTAÇÃO QUANDO NÃO
ATINGIR 3 VOTOS IAC
UNÂNIMES

IRDR
não se aplica
remessa necessária

processo julgado pelo plenário ou corte


especial

O art. 943, do NCPC, traz a possibilidade de que os acórdãos sejam registrados de forma eletrônica
nos processos judiciais. Além disso, prevê o dispositivo que TODOS OS ACÓRDÃOS DEVEM CONTER
EMENTA.
Art. 943. Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser registrados em documento eletrônico
inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do
processo quando este não for eletrônico.
§ 1o Todo acórdão conterá ementa.
§ 2o Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no prazo de 10 (dez) dias.
Encerrada a sessão de julgamento, o relator (em regra) receberá os autos para confecção do acórdão
a partir do que foi discutido e no prazo de 30 dias. No caso de ultrapassar esse prazo, considera-se
acórdão a decisão com abreviaturas na forma como constou da ata da sessão de julgamento.
Art. 944. Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da sessão de julgamento, as
notas taquigráficas o substituirão, para todos os fins legais, independentemente de revisão.
Parágrafo único. No caso do caput, o presidente do tribunal lavrará, de imediato, as conclusões e a ementa e
mandará publicar o acórdão.
Art. 945. Revogado.
Para encerrar essas regras finais da ordem dos processos nos tribunais, devemos conhecer o art.
946, do NCPC, que estabelece que o processo de agravo de instrumento tem preferência para ser
julgado em relação à apelação quando ambos os processos forem interpostos.
Assim, se em determinado processo estiver pendente de julgamento um agravo de instrumento e,
posteriormente, for lançada a sentença, a parte deve recorrer ao tribunal por meio do recurso de

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apelação. Nesse caso, a preferência para julgamento será do agravo. Após o julgamento do agravo,
passa-se ao julgamento da apelação.
Deve-se julgar, primeiramente, ainda que na mesma sessão, o agravo de instrumento. Esse
entendimento é lógico, pois evidencia a possibilidade de a decisão do incidente interferir no
resultado final do processo.
Confira:
Art. 946. O agravo de instrumento será julgado antes da apelação interposta no mesmo processo.
Parágrafo único. Se ambos os recursos de que trata o caput houverem de ser julgados na mesma sessão, terá
precedência o agravo de instrumento.

4 - INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA


O incidente de assunção de competência é uma novidade que temos no NCPC, destinada a tratar do
julgamento de processos que envolvem questões relevantes.
A finalidade do IAC é tratar da uniformização da jurisprudência do próprio tribunal, que depende da
criação de um órgão colegiado para tratar do assunto.
A finalidade do órgão é o julgamento do processo quando provocado por intermédio do IAC, e a
promoção da uniformização da jurisprudência desse órgão, que terá força vinculativa sobre os juízes
e órgãos fracionários do tribunal.
Poderíamos ter a utilização do IAC, por exemplo, em relação aos requisitos para a desconsideração
da personalidade jurídica. O órgão poderá ser chamado para fixar esses requisitos que iriam vincular
o tribunal e juízes vinculados, em relação aos requisitos da desconsideração da personalidade
jurídica.
De acordo com o art. 947, do NCPC, se o relator identificar que o recurso, a remessa necessária ou
se determinado processo de competência originária do tribunal envolve relevante questão de
direito, que possa trazer grande repercussão social e sem repetição em múltiplos processos, temos
a possibilidade de utilização do IAC.
Por intermédio de expediente, leva-se o julgamento ao órgão colegiado maior do tribunal, conforme
estiver indicado no regimento interno do tribunal.
Veja:
Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou
de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social,
sem repetição em múltiplos processos.
§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da parte,
do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de
competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.
§ 2o O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária se
reconhecer interesse público na assunção de competência.
§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se
houver revisão de tese.

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§ 4o Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja
conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.

5 - INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE


Nos arts. 948 a 950 tratamos do controle de constitucionalidade incidental. Esse é o controle que
ocorre no caso concreto, não de forma abstrata por intermédio das ações constitucionais.
No caso do controle incidental, se arguida a inconstitucionalidade de determinada lei ou ato
normativo será instaurado o incidente.
Nesse caso, deve-se:
1. ouvir o Ministério Público;
2. submeter a questão a julgamento perante a turma/câmara;
3. se rejeitado o incidente, o julgamento prosseguirá; mas, caso haja admissão do incidente, em
razão da reserva de plenário, o processo será submetido ao plenário;
4. Presidente irá designar data para análise do incidente;
5. Admite-se:
a. Manifestação da pessoa de direito público que editou o ato questionado;
b. Manifestação por escrito dos legitimados para propor ações concentradas de
constitucionalidade (Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da
Câmara dos Deputados, Mesa da Assembleia Legislativa, Governador, Procurador-
Geral da República, Conselho Federal da OAB, partido político com representação no
Congresso Nacional e confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional).
c. Manifestação de outros órgãos ou entidades por decisão irrecorrível do relator.
É isso que temos disciplinado nos dispositivos abaixo:
Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o
relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir
o conhecimento do processo.
Art. 949. Se a arguição for:
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais NÃO submeterão ao plenário ou ao órgão especial a
arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo
Tribunal Federal sobre a questão.
Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de
julgamento.
§ 1o As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado poderão manifestar-
se no incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos
no regimento interno do tribunal.
§ 2o A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal poderá manifestar-
se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno,
sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos.

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§ 3o Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o relator poderá admitir, por
despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades.

6 - CONFLITO DE COMPETÊNCIA
Nos arts. 951 a 959, do NCPC, temos regras referentes ao julgamento do conflito de competência.
Esse expediente processual é utilizado quando há disputa pela competência ou pela incompetência
para o julgamento de determinado processo.
O art. 951, do NCPC, trata do legitimado ativo para arguir o conflito de competência. Esse pode ser
suscitado:
➢ pela parte;
➢ pelo Ministério Público; ou
➢ pelo próprio juiz.
Ainda em relação à atuação do Ministério Público, ele será chamado a se manifestar sempre que
configurar uma das situações de atuação como fiscal da ordem jurídica.
Art. 951. O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério Público ou pelo
juiz.
Parágrafo único. O Ministério Público somente será ouvido nos conflitos de competência relativos aos processos
previstos no art. 178, mas terá qualidade de parte nos conflitos que suscitar.
O art. 952, do NCPC, na sequência, prevê que não poderá suscitar o conflito de competência a parte
que arguiu a incompetência relativa. Veja:
Art. 952. NÃO pode suscitar conflito a parte que, no processo, arguiu incompetência relativa.
Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a parte que não o arguiu suscite a
incompetência.
O art. 953, a seguir, prevê a forma como será suscitado o conflito em face do legitimado. Se o juiz
incitar o conflito, ele o fará por intermédio de um ofício. Por outro lado, quando a parte ou o
Ministério Público suscitarem o conflito, o farão por petição.
Art. 953. O conflito será suscitado ao tribunal:
I - pelo juiz, por ofício;
II - pela parte e pelo Ministério Público, por petição.
Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os documentos necessários à prova do conflito.
O art. 954, do NCPC, por sua vez estabelece que, distribuído o conflito de competência, o relator
determinará a oitiva dos juízes envolvidos nele.
Art. 954. Após a distribuição, o relator determinará a oitiva dos juízes em conflito ou, se um deles for suscitante,
apenas do suscitado.
Parágrafo único. No prazo designado pelo relator, incumbirá ao juiz ou aos juízes prestar as informações.
O conflito de competência pode ser positivo ou negativo.
O conflito positivo ocorre quando dois ou mais juízes se dizem competentes para julgar a matéria.

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O conflito negativo, por outro lado, ocorre quando dois ou mais juízes se dizem incompetentes.
No primeiro caso, o relator poderá determinar o sobrestamento do processo até que seja decidido,
efetivamente, o juiz competente.
No segundo caso, o relator poderá designar um entre os juízes conflitantes para que fique
responsável por decidir sobre as questões urgentes.
Art. 955. O relator poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, determinar, quando o conflito
for positivo, o sobrestamento do processo e, nesse caso, bem como no de conflito negativo, designará um dos
juízes para resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes.
Assim:

Dois juízes reputam-se competentes.

Positivo

O relator do conflito no tribunal poderá


sobrestar o processo até julgamento final

CONFLITO

Dois juízes reputam-se incompetentes

Negativo
O relator do conflito no tribunal poderá designar
um dos juízes conflitantes para resolver medidas
urgentes

No parágrafo único temos a possibilidade de o juiz proferir decisão monocrática do incidente. Isso
ocorrerá quando a matéria estiver firmada em súmula do STF ou do STJ ou em tese firmada em
julgamento de casos repetitivos (IRDR) ou incidente de assunção de competência (IAC).
Veja:
Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o conflito de competência quando sua decisão se fundar em:
I - súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
II - tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência.
Se não for o caso de julgamento monocrático pelo tribunal, haverá remessa do processo para o
Ministério Público para parecer no prazo de 5 dias, conforme prevê o art. 956, do NCPC:
Art. 956. Decorrido o prazo designado pelo relator, será ouvido o Ministério Público, no prazo de 5 (CINCO)
DIAS, ainda que as informações não tenham sido prestadas, e, em seguida, o conflito irá a julgamento.
O art. 957 trata da decisão do incidente.
Art. 957. Ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juízo competente, pronunciando-se também sobre a
validade dos atos do juízo incompetente.

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Parágrafo único. Os autos do processo em que se manifestou o conflito serão remetidos ao juiz declarado
competente.
Por fim, os arts. 958 e 959, ambos do NCPC, tratam da utilização do regimento interno para
regulamentação de questões específicas relativas ao conflito de competência.
Art. 958. No conflito que envolva órgãos fracionários dos tribunais, desembargadores e juízes em exercício no
tribunal, observar-se-á o que dispuser o regimento interno do tribunal.
Art. 959. O regimento interno do tribunal regulará o processo e o julgamento do conflito de atribuições entre
autoridade judiciária e autoridade administrativa.

7 - HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA E DA CONCESSÃO DO


EXEQUATUR À CARTA ROGATÓRIA

O art. 960, do NCPC, trata da homologação de decisão estrangeira, que ocorre perante o STJ e tem
por finalidade executar decisões estrangeiras dentro do nosso território.
Apenas não será utilizado o procedimento de homologação de sentença estrangeira caso haja, entre
o Brasil e o país estrangeiro, tratado internacional específico. Nesses casos, admite-se, se assim
previr o tratado, a execução direta de decisões.
Veja o art. 960, do NCPC:
Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de decisão
estrangeira, SALVO disposição especial em sentido contrário prevista em tratado.
§ 1o A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória.
§ 2o A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor no Brasil e o Regimento Interno do
Superior Tribunal de Justiça.
§ 3o A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se,
subsidiariamente, as disposições deste Capítulo.
Desse modo, quando tivermos uma sentença ou uma decisão interlocutória, para que tenham
eficácia perante nosso ordenamento jurídico, elas dependem dessa análise perante o STJ.
Não confunda!

SENTENÇA depende de homologação perante o


ESTRANGEIRA STJ

CARTA
concessão de exequatur pelo STJ
ROGATÓRIA

Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira
ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado.
§ 1o É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não judicial que, pela lei
brasileira, teria natureza jurisdicional.

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§ 2o A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente.


§ 3o A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar atos de execução provisória
no processo de homologação de decisão estrangeira.
§ 4o Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando prevista em tratado ou em
promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira.
§ 5o A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, INDEPENDENTEMENTE de
homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.
§ 6o Na hipótese do § 5o, competirá a qualquer juiz examinar a validade da decisão, em caráter principal ou
incidental, quando essa questão for suscitada em processo de sua competência.
Ainda em relação à homologação, temos algumas regras específicas que devemos considerar para a
prova:
 admite-se a homologação parcial;
 admite-se o deferimento de tutelas provisórias de urgência ou execução provisórias em procedimentos de
homologação de decisão estrangeira.
 sentença estrangeira de divórcio independe de homologação e, caso haja impugnação perante os tribunais
judiciais brasileiros, podem ter a validade analisada por qualquer magistrado.
A execução de medida de urgência no Brasil poderá ocorrer por intermédio de carta rogatória, ainda
que sem a audiência da parte contrária, desde que posteriormente seja assegurado o direito de
defesa (contraditório diferido).
Confira:
Art. 962. É passível de execução a decisão estrangeira concessiva de medida de urgência.
§ 1o A execução no Brasil de decisão interlocutória estrangeira concessiva de medida de urgência dar-se-á por
carta rogatória.
§ 2o A medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser executada, DESDE QUE garantido o
contraditório em momento posterior.
§ 3o O juízo sobre a urgência da medida compete exclusivamente à autoridade jurisdicional prolatora da decisão
estrangeira.
§ 4o Quando dispensada a homologação para que a sentença estrangeira produza efeitos no Brasil, a decisão
concessiva de medida de urgência dependerá, para produzir efeitos, de ter sua validade expressamente
reconhecida pelo juiz competente para dar-lhe cumprimento, dispensada a homologação pelo Superior Tribunal
de Justiça.
Um dos questionamentos que podem surgir ao estudarmos a homologação de sentença estrangeira
é: por que existe esse procedimento? O que é efetivamente observado pelo STJ para que tenhamos
a homologação?
A ideia é aferir se a decisão internacional obedece alguns parâmetros e observa alguns valores
importantes do nosso Direito Processual Civil, que estão sintetizados no art. 963, do NCPC:
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão:
I - ser proferida por autoridade competente;
II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia;
III - ser eficaz no país em que foi proferida;

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IV - NÃO ofender a coisa julgada brasileira;


V - estar acompanhada de tradução oficial, SALVO disposição que a dispense prevista em tratado;
VI - NÃO conter manifesta ofensa à ordem pública.
Parágrafo único. Para a concessão do exequatur às cartas rogatórias, observar-se-ão os pressupostos previstos
no caput deste artigo e no art. 962, § 2o.
Para a prova:

REQUISITOS INDISPENSÁVEIS À
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA

eficácia no país em tradução oficial


autoridade não ofensa à
citação regular que a decisão foi (exceto caso de
competente ordem pública
lançada dispensa por tratado)

Ainda que observem todos os requisitos, temos algumas matérias que não podem ser homologadas.
Nos casos do art. 23, do NCPC, temos a fixação da competência internacional exclusiva em relação
às quais não é admissível a homologação de sentença ou a concessão de exequatur. Nas hipóteses
descritas no art. 23, apenas as autoridades internas é que terão capacidade para decidir sobre.
Art. 964. NÃO será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da autoridade
judiciária brasileira.
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória.
Por fim, leia o art. 965, do NCPC:
Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o juízo federal competente, a requerimento
da parte, conforme as normas estabelecidas para o cumprimento de decisão nacional.
Parágrafo único. O pedido de execução deverá ser instruído com cópia autenticada da decisão homologatória
ou do exequatur, conforme o caso.
O dispositivo acima estabelece que o cumprimento dessas decisões estrangeiras homologadas, ou
após a concessão do exequatur, ocorrerá perante a Justiça Federal.

8 - AÇÃO RESCISÓRIA

8.1 - NOÇÕES GERAIS

Trata-se de meio autônomo de impugnação das decisões judiciais, com previsibilidade nos arts. 966
a 975, do NCPC. Dito de outra forma, a ação rescisória é uma ação autônoma, não vinculada a outro
processo, que tem por finalidade impugnar uma sentença judicial já transitada em julgado.

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Essa ação tem por finalidade desconstituir um julgado protegido pela coisa julgada, com o intuito
de dar ensejo a um novo julgamento.
Cuidado!

iudicium juízo desconstituição da coisa


rescidens rescidente julgada

iudicium juízo
novo julgamento
rescissorium rescisório

É importante que você compreenda também que o iudicium rescidens antecede o iudicium
rescissorium. Antes de proferir um novo julgamento, é necessário que haja a rescisão do julgado
protegido com a coisa julgada.
Há a possibilidade de pedido apenas para rescisão do julgado, sem pedido para novo julgamento. O
que não se admite é pedido para novo julgamento sem pedido de desconstituição da coisa julgada.
Nesse contexto, podemos concluir que o pedido de novo julgamento depende de juízo de
desconstituição, contudo, o inverso não é necessariamente verdadeiro.
Além desses dois juízos que vimos acima, fala-se também em um terceiro juízo, o de admissibilidade.
Como veremos, a ação rescisória é uma ação julgada no âmbito dos tribunais que possui alguns
requisitos específicos.
Assim, com o ajuizamento da ação rescisória, sucessivamente, serão exercidos três juízos:

1º - juízo de admissibilidade – verificação do cabimento da ação rescisória;

2º - juízo rescindente – desconstituição da coisa julgada;

3º - juízo rescisório – novo julgamento

8.2 - HIPÓTESES DE CABIMENTO

As hipóteses de cabimento da ação rescisória constam do art. 966, do NCPC:


Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;

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IV - ofender a coisa julgada;


V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada
na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não
pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
Vamos analisar objetivamente cada uma das hipóteses:
 No inc. I, temos a possibilidade de ajuizar ação rescisória quando a decisão de mérito do juiz for
proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.
As três situações constituem tipos penais descritos no Código Penal. Para fins do nosso estudo, basta
que você conheça brevemente o conceito de cada um deles:

Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,


PREVARICAÇÃO ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal (art. 319, do CP).

Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda


CONCUSSÃO que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida (art. 316, do CP).

Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou


CORRUPÇÃO DO indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-
JUIZ la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem (art. 317, do CP).

 No inc. II temos a possibilidade de ajuizamento de ação rescisória quando a sentença de mérito


for proferida por juiz impedido (art. 144, do NCPC) ou absolutamente incompetente.
Lembre-se de que: se o juiz for suspeito (art. 145, do NCPC), ou houver incompetência relativa, não
será cabível a ação rescisória. Isso porque tanto a suspeição quanto a incompetência relativa devem
ser arguidas no momento oportuno sob pena de preclusão, no caso da suspeição, e de prorrogação
da competência, no caso de incompetência relativa.
 No inc. III temos a possibilidade de ajuizamento da ação rescisória quando a decisão de mérito
resultar de dolo, de coação da parte vencedora ou de simulação entre as partes.
Atenção! No CPC73, não tínhamos a previsão da coação e da simulação como hipóteses de
cabimento da ação rescisória.
Para fins de prova, cumpre conhecer os conceitos acima:

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DOLO Meio empregado para enganar alguém.

Constrangimento a uma determinada pessoa realizado por


COAÇÃO intermédio de ameaça com intuito de ela pratique atos contra a sua
vontade.

Prática de atos por intermédio do qual as partes declaram algo, mas


SIMULAÇÃO pretendem fim diverso do que o aparentemente pretendido com a
finalidade de fraudar a lei.

Conluio, conivência ou acordo entre as partes que fingem litigar


COLUSÃO
para enganar terceiros.

 No inc. IV temos o cabimento da ação rescisória quando a sentença de mérito ofender à coisa
julgada.
Veja um exemplo: Foi ajuizada uma primeira ação, A1, que transitou em julgado. Posteriormente é
ajuizada novamente a mesma ação, A2. A A2 não poderia ser ajuizada, pois já existe julgamento
sobre o assunto envolvendo as mesmas partes, temos a litispendência. Logo, é possível ajuizar uma
ação rescisória, A3, para anular a A2, por ofensa à coisa julgada da A1.
 No inc. V temos o cabimento da ação rescisória quando a sentença de mérito violar
manifestamente norma jurídica.
 No inc. VI temos o cabimento da ação rescisória quando a sentença de mérito for fundada em
prova cuja falsidade foi demonstrada ou possa ser demonstrada na ação rescisória.
A falsidade poderá ser confirmada:
➢ em processo penal; ou
➢ na própria ação rescisória.
No inc. VII temos o cabimento da ação rescisória quando, após o trânsito em julgado da sentença de
mérito, o autor obtiver uma prova nova capaz de assegurar pronunciamento favorável, cuja
existência desconhecia ou cuja prova não pode fazer uso no processo anterior.
No inc. VIII temos o cabimento da ação rescisória quando a sentença de mérito for fundada em erro
de fato que possa ser extraída dos elementos constantes dos autos originários.
O erro de fato está disciplinado expressamente no §1º abaixo:
§ 1o Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente
fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto
controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
Do dispositivo acima, devemos compreender que o erro de fato decorre da existência de algum fato
que foi considerado inexistente pelo juiz na sentença de mérito, mesmo havendo fortes elementos
que indicam a existência de tais fatos.
Para a prova...

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HIPÓTESES DE CABIMENTO

•Sentença de mérito do juiz for proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do
juiz.
•Sentença de mérito por Juiz impedido ou absolutamente incompetente.
•Sentença de mérito resultar de dolo, coação da parte vencedora ou de simulação entre as partes.
•Sentença de mérito ofender à coisa julgada.
•Sentença de mérito violar manifestamente norma jurídica.
•Sentença de mérito fundada em prova comprovadamente falsa (em processo penal ou na própria
ação rescisória).
•Prova nova capaz de assegurar provimento favorável que, à época do processo originário, o autor
ignorava ou não pode usar.
•Sentença de mérito fundada em erro de fato extraível dos autos originários.

Esse rol acima é numerus clausus ou taxativo. Não é um rol exemplificativo e que não comporta
interpretação extensiva.
Em relação ao §2º é importante que você tenha em mente que tanto sentenças de mérito como
sentenças terminativas que não analisam o mérito são passíveis de ação rescisória. No CPC73, havia
previsão de que apenas sentenças nas quais havia formação de coisa julgada material poderia ser
rescindida. Nesses casos, a sentença analisava o mérito da causa que, se adequada às hipóteses de
cabimento acima, justificavam a rescisão da ação.
Não obstante essa previsão – durante a vigência do CPC73 – tínhamos entendimento no sentido de
que a ação rescisória seria cabível tanto nas sentenças com análise do mérito quanto nas sentenças
sem resolução do mérito.
Agora, com o NCPC, esse assunto está pacificado:

Cabe ação rescisória tanto nas sentenças com análise do mérito


como nas sentenças terminativas (ou que não analisam o
mérito).

Veja:
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que,
EMBORA NÃO SEJA DE MÉRITO, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
Assim, dentro das situações que vimos acima, quando a sentença sem julgamento de mérito impedir
a propositura de uma nova ação ou obstar a admissibilidade do recurso, é possível ajuizar a ação
rescisória.

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Por exemplo, sentença sem julgamento de mérito fundada em erro extraível dos autos que levou o
magistrado a decidir pela perempção, que é uma sanção processual que impede a propositura de
nova demanda. Nesse caso, não obstante se tratar de uma sentença sem julgamento do mérito, é
admissível a ação rescisória.
Na sequência, confira o §3º:
§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
Para encerrarmos as hipóteses de cabimento da ação rescisória, veja os §§5º e 6º:
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em
enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a
existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
(Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016).
§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia,
demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de
questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016).
Os dispositivos acima preveem que a sentença de mérito que violar enunciado de súmula ou acórdão
proferido em julgado de casos repetitivos é considerada como violação à norma jurídica.
Nesses casos, o autor deverá cotejar, na petição inicial, a contrariedade à súmula ou à jurisprudência
em casos repetitivos com a sentença que pretende rescindir.
Aprofundando um pouco...

No art. 701, §3º, do NCPC, temos uma hipótese específica de ação rescisória, que é aplicável ao
procedimento especial da ação monitória. Quando a parte ingressa com uma ação monitória, se
restar demonstrada a evidência do direito do autor, o juiz expedirá ordem para pagamento que, se
não cumprida no prazo de 15 dias, constituirá automaticamente um título executivo judicial em favor
do autor, para que ele promova a ação. Essa decisão que concede a tutela de evidência e que pode
ser transformada em título executivo judicial – caso se enquadre em uma das hipóteses previstas
nos incisos do art. 966, do NCPC – pode ser atacada por intermédio da ação rescisória.
Veja:
§ 2o Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade, se
não realizado o pagamento e não apresentados os embargos previstos no art. 702, observando-se, no que
couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.
§ 3o É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando ocorrer a hipótese do § 2o.

8.3 - AÇÃO ANULATÓRIA

O §4º prevê a ação anulatória. Veja:

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§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e
homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à
anulação, nos termos da lei.
Assim, quando nós tivermos uma sentença homologatória ela não será passível de ação rescisória,
mas de ação anulatória, desde que se enquadre nas hipóteses descritas acima.
Por exemplo, acordo homologado judicialmente, no qual o réu foi coagido a transacionar. Trata-se
de decisão homologatória que pode ser objeto de ação anulatória com fundamento no inc. III, do
art. 966, do NCPC.

8.4 - LEGITIMADOS PARA AÇÃO RESCISÓRIA

O art. 967, do NCPC, estabelece os legitimados para propositura da ação rescisória:


Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para intervir como fiscal da ordem
jurídica quando não for parte.
Para a prova, é fundamental memorizar em que situações temos o cabimento da ação rescisória:

parte no processo originário

sucessor da parte a título


universal ou singular

LEGITIMADOS
terceiro juridicamente a) não foi ouvido no processo quando
PARA PROPOR A
interessado obrigatória a intervenção;
AÇÃO RESCISÓRIA

b) a sentença é efeito de simulação ou


Ministério Público, quando:
colusão das partes; ou

quando a parte não c) for caso de atuação do Ministério


participou do processo que Público na qualidade de fiscal da ordem
deveria ter sido ouvida. jurídica.

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8.5 - PRAZO

O prazo para ajuizamento da ação rescisória está disciplinado no art. 975, do NCPC. Prevê o
dispositivo que a ação rescisória deve ser ajuizada no prazo de dois anos, a contar da última decisão
proferida nos autos.
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (DOIS) ANOS contados do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.
§ 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando
expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense.
§ 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova
nova, observado o prazo máximo de 5 (CINCO) ANOS, contado do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.
§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado
e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da
simulação ou da colusão.
Esse prazo de dois anos é decadencial, e extingue o direito da parte de buscar o juízo rescisório e
novo julgamento.
A contagem do prazo observa, pela regra, a data do trânsito em julgado. Há, contudo, duas exceções:
1ª exceção: contam-se os dois anos da descoberta de prova nova, hipótese em que o termo inicial leva em
consideração a descoberta ou o acesso pela parte à prova (para a hipótese de cabimento do inc. VII).
2ª exceção: contam-se os dois anos do conhecimento da simulação ou da colusão pelo terceiro e para o
Ministério Público a partir da ciência dos fatos que podem ser rescindidos.
Desse modo, para a prova...

PRAZO

2 anos

contagem

regra exceções

do conhecimento da
da descoberta ou acesso
do trânsito em julgado simulação ou colusão pela
à prova nova
parte interessada

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8.6 - PROCEDIMENTO

Em relação ao procedimento da ação rescisória temos alguns dispositivos constantes do NCPC.


Em relação à petição inicial, devemos observar as regras constantes do art. 968, do NCPC.
A petição inicial deverá observar os requisitos definidos no procedimento comum para a
apresentação, além do depósito prévio de 5% sobe o valor da causa.
Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319, devendo o
autor:
I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo;
II - depositar a importância de CINCO POR CENTO SOBRE O VALOR DA CAUSA, que se converterá em multa caso
a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.
§ 1o NÃO se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas
respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que
tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça.
§ 2o O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo NÃO será superior a 1.000 (mil) salários-mínimos.
§ 3o Além dos casos previstos no art. 330, a petição inicial será indeferida quando não efetuado o depósito
exigido pelo inciso II do caput deste artigo.
§ 4o Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 332.
§ 5o Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado para emendar
a petição inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescindenda:
I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2o do art. 966;
II - tiver sido substituída por decisão posterior.
§ 6o Na hipótese do § 5o, após a emenda da petição inicial, será permitido ao réu complementar os fundamentos
de defesa, e, em seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente.
Sobre o depósito prévio de 5%, temos que observar:

DEPÓSITO PRÉVIO

regra dispensados

5% sobre o valor beneficiário da


da causa (limitado Fazenda Pública (União, MP DP gratuidade de
a 1000 SM) estados, DF, municípios, justiça
autarquias e fundações de
direito público)

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Em regra, a interposição de ação rescisória não impede o cumprimento da decisão atacada. Vale
dizer, a sentença continuará a produzir efeitos a não ser que seja concedido tutela provisória para o
fim de suspender o efeito da decisão atacada. É isso que disciplina o dispositivo abaixo:
Art. 969. A propositura da ação rescisória NÃO impede o cumprimento da decisão rescindenda, RESSALVADA
a concessão de tutela provisória.
Uma vez apresentada a petição inicial, haverá distribuição da ação entre os relatores, já que se trata
de processo de competência de tribunal.
Presentes os pressupostos de admissibilidade da ação rescisória, o juiz determinará a citação da
parte ré para apresentar contestação em prazo fixado entre 15 e 30 dias. Veja:
Art. 970. O RELATOR ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (QUINZE) DIAS NEM
SUPERIOR A 30 (TRINTA) DIAS para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação,
observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.
Com a apresentação da contestação, os autos serão novamente remetidos ao relator para ele efetue
a análise e prepare o seu voto. Em seguida, a secretaria do tribunal providenciará cópia do relatório
que será encaminhado aos demais julgadores do órgão colegiado competente para julgamento da
ação rescisória, na forma do art. 971, do NCPC:
Art. 971. Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá cópias do
relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o julgamento.
Parágrafo único. A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz que não haja participado do
julgamento rescindendo.
É possível, a depender da hipótese de cabimento, que seja necessária a produção de prova. Se
necessária a produção de provas para análise da ação rescisória, o relator do processo poderá
expedir carta de ordem delegando a competência para produção dos atos instrutórios ao juiz que
proferiu a sentença a qual pretende-se recorrer.
Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a competência ao
órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (UM) A 3 (TRÊS) MESES PARA A DEVOLUÇÃO
DOS AUTOS.
A finalidade do dispositivo acima é facilitar a colheita das provas, o que é perfeitamente
compreensível quando envolver comarcas localizadas no interior, distantes da sede do tribunal.
O prazo para que sejam produzidas as provas, de acordo com o art. 972, do NCPC, é de um a três
meses.
Com a conclusão da fase instrutória, as partes serão intimadas para apresentar alegações finais no
prazo de 10 dias. Na sequência, os autos serão remetidos para julgamento no órgão colegiado.
É importante ficar atento para o fato de que esse fato é sucessivo, vale dizer, primeiramente será
intimada a parte autora para apresentar suas alegações no prazo de 10 dias. Decorrido o prazo ou
apresentadas as alegações finais, segue-se com a intimação da parte ré para apresentar as suas
razões finais também no prazo de 10 dias.
Veja:
Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais, sucessivamente, pelo
prazo de 10 (DEZ) DIAS.

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Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo-se ao julgamento pelo órgão
competente.
Na sessão de julgamento podemos ter, basicamente, dois resultados:
1ª possibilidade – rejeição, inadmissibilidade ou improcedência do pedido da parte autora.
Nesse caso, devemos analisar se a decisão do órgão colegiado foi unânime ou não.
Se não foi unânime, temos apenas uma sentença negativa à parte autora que arcará com as despesas do
processo e com os honorários do advogado.
Por outro lado, se a rejeição, a inadmissibilidade ou a improcedência forem unânimes, o depósito de 5% será
revertido em proveito da parte ré.
2ª possibilidade – procedência do pedido.
Se a decisão foi pela procedência, o depósito prévio será restituído à parte autora e, se for o caso, o tribunal
proferirá novo julgamento.
É isso que extraímos do art. 974, do NCPC:
Art. 974. Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso, novo
julgamento e determinará a restituição do depósito a que se refere o inciso II do art. 968.
Parágrafo único. Considerando, por unanimidade, inadmissível ou improcedente o pedido, o tribunal
determinará a reversão, em favor do réu, da importância do depósito, sem prejuízo do disposto no § 2o do art.
82.
Para a prova, podemos sistematizar a evolução do procedimento da seguinte forma:

PROCEDIMENTO

1) Ajuizamento.
2) Registro e distribuição a um relator.
3) Admissibilidade da ação e análise de pedido de tutela provisória (se for o caso).
4) Citação do réu para contestar (15-30 dias).
5) Relatório.
6) Remessa de cópia do relatório aos demais julgadores.
7) Instrução probatória (se for o caso). Possibilidade de expedição de carta de ordem (1-3 meses).
8) Alegações finais no prazo sucessivo de 10 dias (autor-réu).
9) Julgamento.
9.1) Se unanimemente rejeitado, inadmitido ou improcedente, reverte-se os 5% ao réu.
9.2) Se dado provimento, restitui-se os 5% e, se for o caso, procede-se novo julgamento.

9 - INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS


O incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) é uma das grandes novidades do NCPC,
que tem por finalidade, em resumo, firmar uma tese jurídica a ser seguida no âmbito do tribunal
perante o qual foi fixado o entendimento.

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A utilização desse expediente não será admissível em todos os tipos de processo, mas apenas em
relação àqueles em que forem observados os requisitos do art. 977 do NCPC:
Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver,
simultaneamente:
I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito;
II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
Para a prova...

É CABÍVEL O IRDR

repetição de processos sobre a risco à isonomia e à segurança


mesma controvérsia jurídica jurídica

Assim, sempre que houver causa jurídica relevante e repetitiva no âmbito dos tribunais que possa
levar a decisões conflitantes, com risco à isonomia e à segurança jurídica será possível ajuizar o IRDR.
Além disso, devemos ficar atentos a algumas regras específicas:
 A desistência da ação ou abandono do processo principal não prejudica o IRDR;
 É necessária a participação do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica, quando não for parte.
 Não será admitido o IRDR quando a questão jurídica já estiver sob julgamento em instância superior.
Confira os parágrafos:
§ 1º A desistência ou o abandono do processo NÃO impede o exame de mérito do incidente.
§ 2º Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua
titularidade em caso de desistência ou de abandono.
§ 3º A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer de seus
pressupostos de admissibilidade não impede que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente
suscitado.
§ 4º É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores, no
âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito
material ou processual repetitiva.
§ 5º NÃO serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas repetitivas.
Na sequência passamos às regras procedimentais a partir do ajuizamento do IRDR. De acordo com
o art. 977 do NCPC, o IRDR será endereçado ao Presidente do Tribunal.
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:
I - pelo juiz ou relator, por ofício;
II - pelas partes, por petição;
III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.
Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos necessários à demonstração do
preenchimento dos pressupostos para a instauração do incidente.

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É importante compreender que o incidente pode ser suscitado pelo juiz ou relator do processo, pelas
partes processuais e, também, pelo Ministério Público ou Defensoria Pública.
Quanto ao julgamento, o IRDR é da competência do órgão responsável pela uniformização
jurisprudencial no tribunal, segundo as regras internas.
Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno dentre aqueles
responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal.
Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente
o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o incidente.
O art. 979 do NCPC, por sua vez, trata da publicidade do julgamento. Prevê o dispositivo que a
publicidade é ampla e específica. A ideia é dar ciência à comunidade jurídica como um todo sobre o
entendimento do tribunal sobre aspectos jurídicos relevantes.
Art. 979. A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais ampla e específica divulgação e
publicidade, por meio de registro eletrônico no Conselho Nacional de Justiça.
§ 1º Os tribunais manterão banco eletrônico de dados atualizados com informações específicas sobre questões
de direito submetidas ao incidente, comunicando-o imediatamente ao Conselho Nacional de Justiça para
inclusão no cadastro.
§ 2º Para possibilitar a identificação dos processos abrangidos pela decisão do incidente, o registro eletrônico
das teses jurídicas constantes do cadastro conterá, no mínimo, os fundamentos determinantes da decisão e os
dispositivos normativos a ela relacionados.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao julgamento de recursos repetitivos e da repercussão geral em recurso
extraordinário.
O IRDR deve ser julgado no prazo de um ano. Além disso, há preferência sobre os demais feitos, com
exceção dos processos que envolvam réu preso e pedidos de habeas corpus. Após o decurso do
prazo de um ano, caso não esteja julgado ainda o IRDR, os processos que estavam suspensos
retomam o fluxo processual.
Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (UM) ANO e terá preferência sobre os demais feitos,
ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.
Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos processos prevista no art. 982,
salvo decisão fundamentada do relator em sentido contrário.
Atenção!

PRAZO PARA JULGAR O IRDR

1 ano

após, processos suspensos em face do


incidente retomam o curso

O art. 891 do NCPC prevê o juízo de admissibilidade pelo próprio órgão colegiado responsável pelo
julgamento do IRDR:

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Art. 981. Após a distribuição, o órgão colegiado competente para julgar o incidente procederá ao seu juízo de
admissibilidade, considerando a presença dos pressupostos do art. 976.
No exercício de admissibilidade o tribunal irá constatar se há repetição de processos sobre a mesma
controvérsia jurídica e risco à isonomia e à segurança jurídica.
Após a admissão do IRDR, competirá ao relator do incidente determinar a suspensão de processos
pendentes relacionados e, no prazo de 15 dias, requisitar informações e abrir vista ao Ministério
Público.
Art. 982. Admitido o incidente, o relator:
I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme
o caso;
II - poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute o objeto do
incidente, que as prestarão no PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS;
III - intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS.
§ 1º A suspensão será comunicada aos órgãos jurisdicionais competentes.
§ 2º Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao juízo onde tramita o processo
suspenso.
§ 3º Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado mencionado no art. 977, incisos II e III, poderá
requerer, ao tribunal competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão de todos os
processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que versem sobre a questão objeto do incidente
já instaurado.
§ 4º Independentemente dos limites da competência territorial, a parte no processo em curso no qual se discuta
a mesma questão objeto do incidente é legitimada para requerer a providência prevista no § 3o deste artigo.
§ 5º Cessa a suspensão a que se refere o inciso I do caput deste artigo se não for interposto recurso especial ou
recurso extraordinário contra a decisão proferida no incidente.
O art. 983, do NCPC, prevê, após a suspensão, requisição de informações e manifestação do
Ministério Público, a oitiva das partes e interessados no prazo de 15 dias. Após as manifestações, o
processo novamente será remetido ao Ministério Público para parecer.
Art. 983. O relator ouvirá as partes e os demais interessados, inclusive pessoas, órgãos e entidades com
interesse na controvérsia, que, no PRAZO COMUM DE 15 (QUINZE) DIAS, poderão requerer a juntada de
documentos, bem como as diligências necessárias para a elucidação da questão de direito controvertida, e, em
seguida, manifestar-se-á o Ministério Público, no mesmo prazo.
§ 1º Para instruir o incidente, o relator poderá designar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de
pessoas com experiência e conhecimento na matéria.
§ 2º Concluídas as diligências, o relator solicitará dia para o julgamento do incidente.
Após as manifestações, o IRDR será submetido a julgamento. Na sessão de julgamento, após a
exposição do objeto da controvérsia há os debates orais, dos quais participam as partes, MP e
interessados conforme esquema abaixo:

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DEBATES ORAIS

autor, réu e MP interessados

30 minutos 30 minutos (divididos)

Vejamos o dispositivo:
Art. 984. No julgamento do incidente, observar-se-á a seguinte ordem:
I - o relator fará a exposição do objeto do incidente;
II - poderão sustentar suas razões, sucessivamente:
a) o autor e o réu do processo originário e o Ministério Público, pelo prazo de 30 (TRINTA) MINUTOS;
b) os demais interessados, no prazo de 30 (TRINTA) MINUTOS, divididos entre todos, sendo exigida inscrição
com 2 (dois) dias de antecedência.
§ 1º Considerando o número de inscritos, o prazo poderá ser ampliado.
§ 2º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos suscitados concernentes à tese jurídica
discutida, sejam favoráveis ou contrários.
Confira uma linha do tempo com a evolução do procedimento de julgamento do IRDR:

Encaminhamento ao Juízo de Admissibilidade


Ajuizamento do IRDR
Presidente pelo Tribunal

Encaminhamento para
relator: suspensão,
Oitiva de partes e
requisição de Parecer MP (15 dias)
interessados (15 dias)
informações (15 dias) e
MP (15 dias)

Audiência Pública Julgamento

A partir do julgamento do IRDR todos os processos individuais pendentes e futuros que envolvem
mesma questão de direito devem observar o que foi decidido pelo tribunal, sob pena de caber
reclamação direta ao tribunal.

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Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:


I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na
área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo
Estado ou região;
II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território de
competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986.
§ 1º Não observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação.
§ 2º Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço concedido, permitido ou autorizado,
o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para
fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada.
A revisão da tese fixada em IRDR poderá iniciada:
• de ofício pelo tribunal;
• pelo Ministério Público; ou
• pela Defensoria Pública.
Confira:
Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante
requerimento dos legitimados mencionados no art. 977, inciso III.
Para encerrar vejamos o art. 987 do NCPC:
Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso.
§ 1º O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional
eventualmente discutida.
§ 2º Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça será aplicada no território nacional a todos os processos individuais ou coletivos que versem
sobre idêntica questão de direito.
O dispositivo prevê a possibilidade de recurso contra decisão firmada em IRDR. Conforme o artigo
cabe RExt ou Resp para os tribunais superiores. Nesses casos, da relevância da controvérsia, presume
a repercussão geral e o que for decidido pelo STF assumirá caráter geral.

10 - RECLAMAÇÃO
De acordo com o art. 988, do NCPC, a reclamação constitucional é cabível em quatro situações:
1) Admite-se o uso da ação para preservar a competência do tribunal. Caso tenhamos alguma
hipótese de usurpação de competência (por exemplo, admissibilidade de recurso feito pelo juiz a
quo) há a possibilidade de utilização da referida ação.
2) Admite-se o uso da reclamação para garantir a autoridade das decisões do tribunal. Caso haja
violação de decisão do tribunal por outros órgãos judiciais hierarquicamente inferiores (por
exemplo, juiz de primeira instância vinculado), admite-se o uso da ação a fim de assegurar a
autoridade da decisão do tribunal.

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Essas duas primeiras hipóteses são as tradicionais e estão previstas na maioria dos regimentos
internos. Agora, encontram-se expressamente positivadas também no NCPC.
Além disso, temos duas outras hipóteses em que a reclamação poderá ser utilizada.
3) Admite-se a reclamação, em sede constitucional, para garantir a observância de Súmulas
Vinculantes e de decisões do STF proferidas em controle concentrado de constitucionalidade.
4) Admite-se a reclamação constitucional para garantir a observância de acórdão proferido em IRDR
ou em IAC.
Essas hipóteses estão previstas no art. 988, do NCPC:
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em
controle concentrado de constitucionalidade; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de incidente de assunção de competência; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
Se ocorrer algumas das hipóteses acima descritas, surge a possibilidade de utilização da reclamação
constitucional, que pode ser ajuizada perante qualquer tribunal conforme prevê o dispositivo
abaixo:
§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional
cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.
§ 2o A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal.
§ 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que
possível.
§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos
casos que a ela correspondam.
No §5º temos discriminadas duas hipóteses em que não será cabível a reclamação.
No primeiro caso, temos a inadmissibilidade da reclamação quando já transitada a decisão
reclamada. No segundo caso, temos a impossibilidade de utilização da reclamação quando houver
outro expediente passível de utilização perante as vias ordinárias.
§ 5º É INADMISSÍVEL a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)
II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral
reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando
NÃO esgotadas as instâncias ordinárias. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 6º A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado
não prejudica a reclamação.
O art. 989, do NCPC, trata do procedimento da reclamação.
1) Formulação da reclamação;

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2) Despacho inicial;
3) Requisição de informações no prazo de 10 dias;
4) Suspensão do processo ou ato impugnado para evitar dano irreparável;
5) Citação do beneficiário da decisão reclamada para contestar no prazo de 15 dias.
Veja o dispositivo:
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator:
I - requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no
prazo de 10 (DEZ) DIAS;
II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável;
III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (QUINZE) DIAS para
apresentar a sua contestação.
Veja o art. 990, do NCPC:
Art. 990. Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante.
Seguindo com o procedimento, temos:
6) Parecer do Ministério Público
O art. 991, do NCPC, prevê que, quando o Ministério Público não for parte, será intimado para ter
vista dos autos pelo prazo de cinco dias.
Art. 991. Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Público terá vista do processo por 5 (CINCO)
DIAS, após o decurso do prazo para informações e para o oferecimento da contestação pelo beneficiário do ato
impugnado.
Após o parecer, temos:
7) Julgamento.
Veja:
Art. 992. Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou
determinará medida adequada à solução da controvérsia.
Por fim, confira o art. 993, do NCPC:
Art. 993. O presidente do tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão
posteriormente.

11 – LISTA DE QUESTÕES

11.1 – LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

FCC
1. FCC/TRT-2ªR/2018
Sobre a ação rescisória, nos termos do Código de Processo Civil, é correto afirmar:

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a) O sucessor a título singular daquele que foi parte no processo não tem legitimidade para
propor ação rescisória.
b) O direito à rescisão se extingue em 3 anos contados da data do trânsito em julgado da última
decisão proferida no processo.
c) A ação rescisória não pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão.
d) Recebida a inicial o relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo de até 15 dias
para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á,
no que couber, o procedimento comum.
e) A decisão transitada em julgado que, em embora não seja de mérito, impeça nova
propositura da demanda, poderá ser objeto de ação rescisória.

2. FCC/PGE-TO/2018
Em relação à ação rescisória,
a) o Ministério Público pode ajuizá-la apenas se não foi ouvido no processo em que lhe era
obrigatória a intervenção.
b) seu rol é meramente elucidativo, abrangendo na atual sistemática processual os atos
homologatórios praticados no curso da execução.
c) somente a decisão de mérito é rescindível.
d) seu objeto deve abranger necessariamente a decisão meritória em sua integralidade.
e) sua propositura não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão
de tutela provisória.

3. FCC/DPE-AM/2018
Com relação ao incidente de assunção de competência, considere:
I. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa
necessária ou de processo de competência originária envolver importante questão de fato,
com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
II. Na hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da
parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária
ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento interno
do tribunal indicar.
III. Caberá reclamação para garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de
incidente de assunção de competência.
IV. O acórdão proferido em incidente de assunção de competência não vincula os órgãos
fracionários do tribunal em que proferido.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.

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b) I e II.
c) I e III.
d) I e IV.
e) II e IV.

4. FCC/TST/2017
Em conformidade com as regras do Código de Processo Civil, a propositura de ação rescisória
a) não é cabível para rescindir decisão judicial com trânsito em julgado que estiver baseada em
erro de fato capaz de ser verificado a partir da análise dos autos do processo judicial.
b) não é cabível para rescindir decisão judicial com trânsito em julgado que não enfrente o
mérito da demanda.
c) não é cabível para rescindir apenas um capítulo da decisão judicial com trânsito em julgado.
d) é cabível por violação manifesta de norma jurídica, contra decisão judicial com trânsito em
julgado, fundamentada em entendimento sumulado ou julgado pelo regime de casos
repetitivos, se o juiz não considerou a ocorrência de distinção.
e) é cabível por violação manifesta de norma jurídica contra decisão judicial com trânsito em
julgado que, sem reconhecer a distinção, aplica súmula ou entendimento firmado em casos
repetitivos, dispensando o autor do ônus da demonstração da distinção.

5. FCC/TST/2017
Conforme as regras previstas no Código de Processo Civil, sobre o incidente de resolução de
demandas repetitivas,
a) é obrigatória a exigência de custas processuais para que o incidente de resolução de
demandas repetitivas seja instaurado.
b) não é obrigatória a intervenção do Ministério Público no incidente de resolução de
demandas repetitivas instaurado em que não seja o requerente.
c) não é obrigatória a ocorrência de repetição de demandas judiciais envolvendo a mesma
questão de direito para que o incidente de resolução de demandas repetitivas seja instaurado.
d) é obrigatório que não haja afetação de recurso repetitivo no Superior Tribunal de Justiça ou
no Supremo Tribunal Federal sobre a mesma questão de direito para que o incidente de
resolução de demandas repetitivas seja instaurado.
e) é obrigatória a ocorrência de repetição de processos envolvendo a mesma questão de fato
ou de direito para que o incidente de resolução de demandas repetitivas seja instaurado.

6. FCC/TST/2017
De acordo com as regras do Código de Processo Civil sobre o cabimento da reclamação, a Lei
n°13.256/2016 prevê que

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a) não é cabível a propositura de reclamação para assegurar a observância obrigatória de


súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, mesmo que antes do trânsito em julgado da
decisão judicial objeto da reclamação.
b) é cabível a propositura de reclamação para assegurar a observância obrigatória de
julgamento proferido em sede de recurso extraordinário com repercussão geral, mesmo que
depois do trânsito em julgado da decisão judicial objeto da reclamação, caso não tenham sido
exauridas as instâncias ordinárias.
c) não é cabível a propositura de reclamação para assegurar a observância obrigatória de
julgamento proferido em sede de recurso especial repetitivo ou recurso extraordinário
repetitivo, mesmo que antes do trânsito em julgado da decisão judicial objeto da reclamação,
caso já tenham sido exauridas as instâncias ordinárias.
d) é cabível a propositura de reclamação para assegurar a observância obrigatória de
julgamento proferido em sede de incidente de assunção de competência, desde que antes do
trânsito em julgado da decisão judicial objeto da reclamação.
e) é cabível a propositura de reclamação para assegurar a observância obrigatória de
julgamento proferido em sede de incidente de resolução de demandas repetitivas, mesmo que
depois do trânsito em julgado da decisão judicial objeto da reclamação.

7. FCC/TJ-SC/2017
Em relação à ação rescisória,
a) não é cabível, por violação manifesta à norma jurídica, contra decisão baseada em enunciado
de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos, que não tenha
considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão
decisório que lhe deu fundamento.
b) só se pode ajuizá-la de decisões que tenham resolvido o mérito e transitadas em julgado.
c) há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar
inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo dispensável que o fato não represente ponto
controvertido sobre o qual o juiz deveria ter-se pronunciado.
d) pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão.
e) sua propositura impede como regra o cumprimento da decisão rescindenda, até seu final
julgamento.

8. FCC/DPE-PR/2017
A Defensoria Pública patrocina demanda em que o assistido vem a sucumbir em primeira
instância, motivando a interposição de recurso. No Tribunal, este recurso vem a ser improvido,
cujo acórdão viola diretamente a Constituição Federal. Por esta razão, é interposto recurso
extraordinário dentro do prazo processual e com a observância de todos os pressupostos
recursais. Ocorre que, passado mais de um ano da sua interposição, o aludido recurso sequer
teve seu juízo de admissibilidade apreciado pelo Presidente do Tribunal local.

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Em face desta situação hipotética, a medida cabível e mais adequada para o seguimento do
recurso interposto é a
a) interposição de agravo regimental.
b) interposição de agravo.
c) interposição de agravo interno.
d) propositura de reclamação.
e) correição parcial.

9. FCC/DPE-PR/2017
Acerca do incidente de resolução de demandas repetitivas e dos recursos, considere:
I. É admitida a revisão de tese jurídica firmada em incidente de resolução de demandas
repetitivas – IRDR, cuja legitimidade de deflagrá-la é outorgada somente ao mesmo Tribunal,
de ofício, ou ao Ministério Público e à Defensoria Pública.
II. Segundo a doutrina, o terceiro prejudicado pode interpor apelação em face da sentença
deduzindo fatos novos e apresentando provas tendentes a comprová-los, inclusive com a
possibilidade de pleitear outras provas em grau recursal.
III. Assim como a parte que sucumbiu parcialmente, o terceiro prejudicado e o Ministério
Público podem interpor recurso adesivo quando intimados para apresentar contrarrazões de
apelação.
IV. O legislador permite o exercício do juízo de retratação no recurso de apelação somente nos
casos de sentença de indeferimento da inicial, de improcedência liminar do pedido e da que
reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada.
V. Representa violação ao princípio do juízo natural a alteração da qualificação jurídica sobre
os contornos fáticos informados na sentença, cuja apelação, se assim interposta, não deverá
ser conhecida.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) II e V.
c) I e II.
d) I, II, III e IV.
e) I.

10. FCC/TRT-24ªR/2017
No que concerne à Reclamação, na sistemática do Código de Processo Civil, e consoante
entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça,
é correto afirmar:

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a) O cabimento da reclamação proposta perante o Supremo Tribunal Federal para garantir a


autoridade de decisão proferida sob a sistemática da repercussão geral está condicionado ao
esgotamento da instância ordinária.
b) É admissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada.
c) A inadmissibilidade ou o julgamento interposto contra a decisão proferida pelo órgão
reclamado prejudica a reclamação.
d) Ao despachar a reclamação, o relator, dentre outras providências, determinará a citação do
beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 10 dias para apresentar sua contestação.
e) Não é permitido a qualquer interessado impugnar o pedido do reclamante.

11. FCC/DPE-ES/2016
Com o advento no novo Código de Processo Civil, alguns entendimentos jurisprudenciais
pacíficos e mesmo súmulas editadas à luz da legislação revogada, perderam a sua
fundamentação jurídica e, portanto, não mais poderão persistir no ordenamento jurídico. O
overrulling, como técnica adequada de aplicação dos precedentes
a) depende da modificação legislativa e somente é aplicável após a revogação da Súmula pelo
próprio Tribunal que a editou.
b) consiste na revisão de precedentes que foram elaborados a partir de vícios formais e,
portanto, devem ser extirpados do ordenamento jurídico.
c) não implicaria a revogação do precedente, mas tão somente o afastamento de seu efeito
vinculante em relação aos órgãos jurisdicionais de hierarquia inferior.
d) impõe à parte o ônus de demonstrar a distinção entre o caso concreto e os fatos que
serviram para a formação da tese jurídica do precedente, distinguindo-as e justificando, assim,
a sua inaplicabilidade ao caso concreto.
e) está relacionado com a demonstração de que a superveniência de fatores que podem operar
a revogação ou a superação do precedente firmado à luz do ordenamento revogado.

12. FCC/PGE-MT/2016
Segundo o novo Código de Processo Civil, a reclamação
a) é cabível diante da inobservância de Súmula de qualquer Tribunal.
b) somente pode ser proposta perante os Tribunais Superiores.
c) fica prejudicada diante da inadmissibilidade ou do julgamento do recurso interposto contra
a decisão proferida pelo órgão reclamado.
d) pode ser utilizada mesmo após o trânsito em julgado da decisão, por não se tratar de
recurso.
e) é cabível para garantir a observância de precedente proferido em julgamentos de casos
repetitivos, a fim de dar correta aplicação da tese jurídica.

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13. FCC/DPE-ES/2016
De acordo com o novo CPC, a ação rescisória
a) é cabível contra decisão fundada em interpretação de ato normativo tido pelo Supremo
Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de
constitucionalidade concentrado ou difuso, contado o prazo decadencial a partir do trânsito
em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
b) impede o cumprimento da decisão rescindenda enquanto não ultimado o seu julgamento.
c) é cabível somente contra decisão de mérito transitada em julgado, sendo inadmissível ação
rescisória de sentença terminativa.
d) deve ser proposta no prazo 02 anos, contados sempre do trânsito em julgado da decisão
rescindenda.
e) proposta com base em prova nova, deverá ser proposta em até 05 anos da data da
descoberta desta nova prova.

14. FCC/SEGEP-MA/2016
A ação rescisória se presta a rescindir
a) somente a sentença de mérito como um todo, não podendo ter por objeto apenas um de
seus capítulos.
b) os atos homologatórios praticados no curso de execução, mas não os atos de disposição de
direitos praticados pelas partes, ainda que homologados pelo juiz antes da prolação de
sentença.
c) apenas sentença de mérito transitada em julgado.
d) qualquer decisão que violar manifestamente norma jurídica.
e) decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça nova propositura da
demanda ou admissibilidade de recurso correspondente.

VUNESP

15. VUNESP/TJ-AC/2019
É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) quando
houver, simultaneamente, efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre
a mesma questão unicamente de direito, assim como risco de ofensa à isonomia e à segurança
jurídica. No que diz respeito ao chamado IRDR, segundo os ditames literalmente dispostos no
Código de Processo Civil, assinale a afirmação correta.
(A) O amicus curiae não pode recorrer da decisão que o julgar.
(B) A apelação do feito, de onde adveio o incidente, deve ser julgada pela Câmara de origem,
e não pelo órgão colegiado incumbido de julgar o IRDR.

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(C) Tendo como objeto questão relativa à prestação de serviço concedido, o resultado do
julgamento será comunicado à entidade pública reguladora competente, para fiscalização da
efetiva aplicação da tese adotada por parte dos entes sujeitos à regulação.
(D) O Estado do Acre tem legitimidade para revisão da tese jurídica nele firmada.

16. VUNESP/MP-SP/2018
Acerca do incidente de resolução de demandas repetitivas, assinale a alternativa correta.
(A) Durante a suspensão dos processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no
Estado ou região, conforme o caso, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao
tribunal responsável pelo julgamento do incidente.
(B) A tese jurídica adotada pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
no julgamento, respectivamente, do recurso extraordinário ou especial interposto contra a
decisão de mérito do incidente será aplicada apenas na área de competência do Tribunal de
Justiça ou Tribunal Regional Federal no qual foi suscitado o incidente.
(C) Caberá recurso ordinário no caso de inobservância da tese adotada no incidente.
(D) A tese fixada no incidente será aplicada a todos os processos individuais ou coletivos que
versem sobre idêntica questão de direito e que tramitam na área de jurisdição do respectivo
tribunal, salvo aqueles que tramitam nos Juizados Especiais.
(E) Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme
o caso, com efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional
eventualmente discutida.

17. VUNESP/ Prefeitura de Sorocaba/2018


Acerca do incidente de resolução de demandas repetitivas, assinale a alternativa correta.
(A) Suspende-se o processo pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas.
(B) O amicus curiae não pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas.
(C) Cabe reexame necessário nos casos em que a sentença estiver fundada em entendimento
firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas.
(D) A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer
de seus pressupostos de admissibilidade impede que seja o incidente novamente suscitado.
(E) No incidente de resolução de demandas repetitivas serão exigidas custas processuais das
partes diretamente interessadas na lide.

18. VUNESP/Prefeitura de Marília – SP/2017


Sobre a ação rescisória, assinale a alternativa correta.
a) Não pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão, devendo englobar a decisão como
um todo.

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b) Pode ter por objeto apenas decisão de mérito.


c) O direito à rescisão se extingue em dois anos contados do trânsito em julgado da decisão
que se pretende rescindir, ainda que esta não seja a última decisão proferida no processo.
d) A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda,
ressalvada a concessão de tutela provisória.
e) Ainda que a decisão de mérito transitada em julgado seja rescindida, os atos de disposição
de direitos praticados pelas partes não estão sujeitos à anulação.

19. VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos – SP/2017


O incidente de resolução de demandas repetitivas
a) é uma ação autônoma, dirigida ao presidente do tribunal.
b) impede o exame de seu mérito, se houver desistência.
c) não poderá ser revisto quando fixar tese jurídica.
d) será julgado no prazo de um ano, sob a possibilidade de cessar a suspensão dos processos.
e) exige pagamento de custas processuais.

20. VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos – SP/2017


Nos termos estabelecidos no atual Código de Processo Civil, assinale a alternativa correta
quanto à ação rescisória.
a) Pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão ou todos eles.
b) Se presta a rescindir apenas a sentença de mérito, excluindo qualquer decisão
homologatória.
c) É cabível quando a decisão violar disposição literal de lei que possui mais de uma
interpretação.
d) Sua propositura impede o cumprimento da decisão rescindenda.
e) O direito de propô-la se extingue em dois anos contados do trânsito em julgado da decisão
a ser rescindida.

21. VUNESP/Câmara de Sumaré – SP/2017


Sobre a ação rescisória, assinale a alternativa correta.
a) Somente quem foi parte no processo ou o seu sucessor tem legitimidade para propô-la.
b) Com a petição inicial deverá ser depositada a importância total sobre o valor da causa.
c) Sua propositura impede o cumprimento da decisão rescindenda.
d) A ação pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão rescindenda.
e) O réu será citado para contestar a ação no prazo de quinze dias.

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22. VUNESP/TJ-SP/2017
Quanto ao incidente de resolução de demandas repetitivas,
a) tanto que seja admitido, a suspensão dos processos pendentes em que se discuta a questão
controvertida poderá ser determinada pelo relator ou eventualmente pelo tribunal superior
competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial.
b) poderá ser instaurado quando houver risco de multiplicação de processos como decorrência
de controvérsia sobre questão unicamente de direito, de que possa resultar prejuízo à
isonomia e à segurança jurídica.
c) pode tramitar, paralela e concorrentemente, com a afetação, perante tribunal superior, de
recurso para definição de tese sobre questão material ou processual repetitiva.
d) o órgão colegiado incumbido de julgá-lo fixará a tese e, para preservar o juiz natural,
devolverá o julgamento do recurso, da remessa necessária ou do processo de competência
originária para que se complete o julgamento perante o órgão de onde se originou o incidente.

23. VUNESP/Câmara de Cotia – SP/2017


A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando
a) for proferida por juiz impedido ou por juízo relativamente incompetente.
b) resultar de dolo ou coação da parte vencida em detrimento da parte vencedora.
c) violar manifestamente norma jurídica.
d) ofender a coisa julgada de sentença homologatória.
e) houver a preclusão, por força maior, do recurso correspondente.

24. VUNESP/Prefeitura de Mogi das Cruzes-SP/2016


Quando o resultado da apelação não for unânime, reformando, por maioria, a sentença,
a) poderá a parte vencida interpor embargos infringentes a ser decidido por cinco
desembargadores, discutindo-se o ponto da discórdia.
b) poderá a parte vencida interpor embargos infringentes a ser decidido por cinco
desembargadores, devolvendo-se toda a matéria.
c) caberá à parte vencida, se o caso, interpor recurso especial ou extraordinário, devolvendo-
se toda a matéria.
d) prosseguirá a sessão, com outros julgadores, em número suficiente para garantir a
possibilidade de inversão do resultado inicial, devolvendo-se toda a matéria.
e) poderá a parte vencida requerer o prosseguimento da sessão, com outros julgadores,
devolvendo-se a matéria que é o ponto da discórdia.

25. VUNESP/Prefeitura de Alumínio - SP/2016


Sobre a ação rescisória, é correto afirmar que

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a) o Ministério Público deve sempre intervir nessas ações, mas dela nunca poderá ser parte.
b) a petição inicial da rescisória deve vir acompanhada de um depósito no valor de 5% do valor
da causa, não havendo teto para que seja calculada tal quantia.
c) as ações rescisórias não podem ser julgadas improcedentes liminarmente, havendo sempre
a necessidade de ser instalado o contraditório.
d) cabe ação rescisória de decisão que for baseada em enunciado de súmula ou acórdão
proferido em julgamentos de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de
distinção entre a questão discutida e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
e) cabe ação rescisória de sentença que homologa a transação e a desistência da ação.

26. VUNESP/TJM-SP/2016
O carro de Paulo colidiu com a traseira do veículo pertencente a João, ocasionando danos de
média monta em ambos os veículos. Em razão disso, entraram em discussão e a esposa de
Paulo, Clarisse, adentrou na discussão e acabou desferindo uma paulada na cabeça de João,
ocasionando ferimentos leves. João ingressou com ação indenizatória em face de Clarisse em
razão da agressão, mas a ação foi julgada extinta por ilegitimidade de parte ao fundamento de
que foi seu esposo quem colidiu com o veículo de João. A sentença transitou em julgado.
Diante desses fatos hipotéticos, assinale a alternativa correta.
a) Deve ser proposta ação anulatória em face da sentença, pois Clarisse tem legitimidade para
figurar no polo passivo da ação, tendo ocorrido infração a uma norma de direito material.
b) A ação pode ser reproposta em face de Paulo, embora o questionamento seja de ato
praticado por Clarisse.
c) Se João tivesse ingressado com ação contra Clarisse e Paulo e a ação tivesse sido julgada
extinta somente em face de Clarisse, seria necessário aguardar o julgamento da ação que
prossegue contra Paulo para a propositura da ação anulatória.
d) A sentença pode ser objeto de ação rescisória, pois foi fundada em erro de fato verificável
do exame dos autos e a decisão transitada em julgado impede a nova propositura da demanda
em face de Clarisse.
e) A sentença não pode ser objeto de ação rescisória, pois não houve decisão de mérito.

27. VUNESP/Prefeitura de Várzea Paulista – SP/2016


Sobre a ação rescisória, nos termos literais do Novo Código de Processo Civil, é correto
asseverar que
a) há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato existente ou quando considerar
inexistente fato efetivamente ocorrido.
b) pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
c) os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes e homologados pelo juízo, podem
por intermédio dela ser impugnados.

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d) julgada procedente, o tribunal rescindirá a decisão, assim como proferirá, se for o caso, novo
julgamento e determinará a conversão do depósito prévio em favor da União ou do Estado.
e) o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo
de 4 (quatro) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

28. VUNESP/IPSM/2018
É meio autônomo de impugnação da sentença:
a) Apelação.
b) Recurso Especial.
c) Recurso Ordinário.
d) Embargos de Declaração.
e) Ação Rescisória.

FGV

29. FGV/ALE-RO/2018
Não é impugnável por ação rescisória a decisão que
(A) julga procedente pedido formulado pelo Ministério Público em ação civil pública.
(B) acolhe antecipadamente um dos dois pedidos formulados, sem prejuízo do prosseguimento
do feito, rumo à fase instrutória, para o futuro julgamento do outro pedido.
(C) julga procedente pedido formulado em mandado de segurança.
(D) julga procedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo.
(E) pronuncia a prescrição da pretensão deduzida em ação condenatória proposta em face da
Fazenda Pública.

30. FGV/TJ-SC/2018
Julgado improcedente o seu pedido, a parte autora manejou recurso de apelação para
impugnar a sentença. Mas, observando que a peça recursal padecia de irregularidades formais,
o juiz reputou inadmissível o apelo, deixando de recebê-lo.
Inconformado com essa decisão, deve o autor se valer de:
(A) nova apelação;
(B) agravo de instrumento;
(C) reclamação;
(D) mandado de segurança;
(E) recurso extraordinário.

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31. FGV/ALE-RJ/2017
Diante da disciplina recursal estabelecida na Lei nº 13.105/2015, é correto afirmar que:
a) foi mantida a possibilidade de sustentação oral na sessão de julgamento do recurso de
apelação, apenas aumentando o prazo de quinze para vinte minutos para cada expositor;
b) é cabível a sustentação oral no julgamento de agravo interno interposto contra a decisão
monocrática do relator que indefere a petição inicial de ação rescisória;
c) para o prosseguimento no julgamento da apelação, consoante a técnica prevista no artigo
942, é necessário que o voto majoritário na divergência esteja em sentido oposto à tese
adotada na sentença;
d) a sentença proferida na primeira fase da ação de exigir contas produz efeitos logo após a
sua publicação, pois a respectiva apelação não tem efeito suspensivo;
e) continua sendo cabível a interposição de recurso ordinário ao Superior Tribunal de Justiça
no julgamento de mérito de mandado de segurança da competência originária do Tribunal de
Justiça, quando a ordem for concedida.

32. FGV/TRT-12ª R/2017


Emanuel e Sheila, em colusão e com o objetivo escuso de fraude à legislação tributária,
simularam um litígio perante a Justiça Estadual, que não teve a intervenção do Ministério
Público, em razão da ausência de interesse público subjacente à simulada lide. Após quatro
anos da última decisão proferida no processo, o Ministério Público teve ciência dessa colusão
e ajuizou ação rescisória, postulando a desconstituição da decisão de mérito transitada em
julgado.
Diante dessa situação hipotética, de acordo com o CPC, é correto afirmar que:
a) o Ministério Público não tem legitimidade para ajuizar ação rescisória, pois não foi parte no
processo;
b) o Ministério Público tem legitimidade para ajuizar a ação rescisória e o direito à rescisão não
se extinguiu, pois o prazo deve ser contado a partir da ciência da simulação ou da colusão;
c) o Ministério Público não tem legitimidade para ajuizar ação rescisória, pois não interveio no
processo como custos legis;
d) embora o Ministério Público tenha legitimidade para ajuizar a ação rescisória, extinguiu-se
o direito à rescisão em face do transcurso do prazo decadencial de dois anos;
e) o Ministério Público tem legitimidade para ajuizar a ação rescisória e o direito à rescisão não
se extinguiu, pois o prazo para a propositura é de cinco anos.

33. FGV/PGM – Niterói/2014


No que concerne à ação rescisória, assinale a afirmativa incorreta.
a) Tem por escopo a desconstituição de decisão de mérito proferida em processo precedente
e já transitada em julgado.

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b) A sua petição inicial deve conter o pedido de rescisão e, quando cabível, o de rejulgamento
da causa originária.
c) A sua propositura não impede o imediato cumprimento da decisão rescindenda, ressalvadas
as hipóteses de deferimento de tutelas de urgência, desde que presentes os respectivos
pressupostos legais.
d) Pode dar azo à interposição de embargos infringentes, pela parte ré, caso se acolha o pedido
por maioria de votos, seja em sede de iudicium rescindens, seja em sede de iudicium
rescissorium.
e) O seu ajuizamento pressupõe o exaurimento de todas as vias recursais cabíveis, no feito
primitivo, em relação à decisão rescindenda.

34. FGV/PROCEMPA/2014
A ação rescisória é instrumento de cabimento excepcional no sistema processual, uma vez que
sua utilização para fins de desconstituição de decisões que já tinham feito coisa julgada
material abalam a segurança jurídica das relações. Dessa forma, para que haja sua regular
utilização, devem ser observados requisitos formais, temporais e materiais.
As opções a seguir indicam hipóteses em que a ação rescisória é cabível, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças dadas por concussão do Juiz.
b) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças proferidas por Juiz suspeito.
c) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças proferidas em violação à literal
disposição de lei.
d) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças fundadas em erro de fato,
resultantes de atos ou documentos da causa.
e) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças que ofendam a coisa julgada já
existente acerca do assunto debatido.

35. FGV/Câmara Municipal do Recife-PE/2014


Contribuinte ajuizou demanda, pelo rito ordinário, em face do Município, em que se insurgiu
contra a nova alíquota prevista em lei para o imposto sobre propriedade predial e territorial
urbana, sob o fundamento de ser ela extremamente elevada e ofensiva aos princípios da
capacidade contributiva e da razoabilidade. Regularmente citado, o ente federativo não
apresentou contestação. Depois de decretada a revelia da parte ré, o juiz proferiu sentença em
que julgava procedente o pedido. Sem que tivesse havido a interposição de recurso de
apelação pelo Município, os autos subiram ao Tribunal de Justiça por força do duplo grau de
jurisdição obrigatório. Vislumbrando na lei municipal os vícios de inconstitucionalidade
alegados na petição inicial, deve órgão fracionário ao qual foram distribuídos os autos:
a) proceder de imediato ao reexame necessário, confirmando a sentença de procedência do
pedido, não lhe sendo obrigatório suscitar o prévio incidente de arguição de

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inconstitucionalidade por se tratar de duplo grau de jurisdição obrigatório, e não de recurso de


apelação;
b) proceder de imediato ao reexame necessário, confirmando a sentença de procedência do
pedido, não lhe sendo obrigatório suscitar o prévio incidente de arguição de
inconstitucionalidade porque o seu acórdão se limitaria a afastar a incidência da lei no caso
concreto, sem lhe declarar expressamente a inconstitucionalidade;
c) proceder de imediato ao reexame necessário, confirmando a sentença de procedência do
pedido, não lhe sendo obrigatório suscitar o prévio incidente de arguição de
inconstitucionalidade em razão da revelia do Município-réu, a importar na própria confissão
dos vícios de inconstitucionalidade alegados na inicial;
d) suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade e, após a apreciação, pelo
tribunal pleno, ou órgão especial, da matéria constitucional, retomar o julgamento do feito,
ficando obrigatoriamente vinculado à premissa fixada no julgamento do incidente;
e) suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade, embora, após a apreciação,
pelo tribunal pleno, ou órgão especial, da matéria constitucional, não fique obrigatoriamente
vinculado, ao retomar o julgamento do feito, à premissa fixada no julgamento do incidente.

36. FGV/SUSAM/2014
A ação rescisória é instrumento excepcional no sistema pátrio, pois o seu ajuizamento
abala a segurança jurídica que se alcança no momento em que as decisões de mérito em que
as decisões de mérito transitam em julgado materialmente. Assinale a opção que traz uma
situação em que a ação rescisória não passará por juízo rescisório.
a) Sentença de mérito dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.
b) Sentença de mérito que viola literal disposição de lei.
c) Sentença de mérito fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da
causa.
d) Sentença de mérito que resulta de dolo da parte vencedora em detrimento da parte
vencida.
e) Sentença de mérito que ofende a coisa julgada já existente acerca do objeto do processo.

11.2 – GABARITO

1. E 8. D 15. C
2. E 9. C 16. E
3. A 10. A 17. A
4. D 11. E 18. D
5. D 12. E 19. D
6. D 13. A 20. A
7. D 14. E 21. D

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22. A 27. B 32. B


23. C 28. E 33. E
24. D 29. D 34. B
25. D 30. C 35. D
26. D 31. B 36. E

11.3 – LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS

FCC

1. FCC/TRT-2ªR/2018
Sobre a ação rescisória, nos termos do Código de Processo Civil, é correto afirmar:
a) O sucessor a título singular daquele que foi parte no processo não tem legitimidade para
propor ação rescisória.
b) O direito à rescisão se extingue em 3 anos contados da data do trânsito em julgado da última
decisão proferida no processo.
c) A ação rescisória não pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão.
d) Recebida a inicial o relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo de até 15 dias
para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á,
no que couber, o procedimento comum.
e) A decisão transitada em julgado que, em embora não seja de mérito, impeça nova
propositura da demanda, poderá ser objeto de ação rescisória.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 967, I, do NCPC, têm legitimidade para propor
a ação rescisória quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular.
A alternativa B está incorreta. O direito à rescisão se extingue em 2 anos contados do trânsito em
julgado da última decisão proferida no processo, conforme prevê o art. 975, da Lei nº 13.105/15.
A alternativa C está incorreta. Com base no §3º, do art. 966, da referida Lei, a ação rescisória pode
ter por objeto apenas 1 capítulo da decisão.
A alternativa D está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 970, do NCPC:
Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem
superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação,
observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.
Por fim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 966, §2º, I, da Lei
nº 13.105/15:
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda;

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2. FCC/PGE-TO/2018
Em relação à ação rescisória,
a) o Ministério Público pode ajuizá-la apenas se não foi ouvido no processo em que lhe era
obrigatória a intervenção.
b) seu rol é meramente elucidativo, abrangendo na atual sistemática processual os atos
homologatórios praticados no curso da execução.
c) somente a decisão de mérito é rescindível.
d) seu objeto deve abranger necessariamente a decisão meritória em sua integralidade.
e) sua propositura não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão
de tutela provisória.

Comentários
A alternativa A está incorreta. O art. 967, III, do NCPC, as hipóteses em que o MP tem legitimidade
para propor ação rescisória. Vejamos:
Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
A alternativa B está incorreta. Conforme prevê o art. 966, caput e §4º, da Lei nº 13.105/15, o rol é
taxativo e caberá ação anulatória.
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada
na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não
pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e
homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à
anulação, nos termos da lei.
A alternativa C está incorreta. Vejamos o que dispõe o §2º, do art. 966, da referida Lei:

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§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
A alternativa D está incorreta. De acordo com o §3º, do art. 966, do NCPC, a ação rescisória pode
ter por objeto apenas 1 capítulo da decisão.
Por fim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 969, da Lei nº
13.105/15:
Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a
concessão de tutela provisória.

3. FCC/DPE-AM/2018
Com relação ao incidente de assunção de competência, considere:
I. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa
necessária ou de processo de competência originária envolver importante questão de fato,
com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
II. Na hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da
parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária
ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento interno
do tribunal indicar.
III. Caberá reclamação para garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de
incidente de assunção de competência.
IV. O acórdão proferido em incidente de assunção de competência não vincula os órgãos
fracionários do tribunal em que proferido.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) I e IV.
e) II e IV.

Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está incorreto. O incidente de assunção de competência (IAC) e o incidente de resolução
de demandas repetitivas (IRDR) são cabíveis quando envolver questão de Direito. Vejamos o que
dispõe o art. 947, caput, do NCPC:

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Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou
de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social,
sem repetição em múltiplos processos.
O item II está correto, pois se refere ao art. 947, §1º, da Lei nº 13.105/15:
§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da parte,
do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de
competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.
O item III está correto, com base no art. 988, IV, da referida Lei:
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de incidente de assunção de competência;
Por fim, o item IV está incorreto. De acordo com o §3º, do art. 947, do NCPC, o acórdão proferido
em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver
revisão de tese.
Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

4. FCC/TST/2017
Em conformidade com as regras do Código de Processo Civil, a propositura de ação rescisória
a) não é cabível para rescindir decisão judicial com trânsito em julgado que estiver baseada em
erro de fato capaz de ser verificado a partir da análise dos autos do processo judicial.
b) não é cabível para rescindir decisão judicial com trânsito em julgado que não enfrente o
mérito da demanda.
c) não é cabível para rescindir apenas um capítulo da decisão judicial com trânsito em julgado.
d) é cabível por violação manifesta de norma jurídica, contra decisão judicial com trânsito em
julgado, fundamentada em entendimento sumulado ou julgado pelo regime de casos
repetitivos, se o juiz não considerou a ocorrência de distinção.
e) é cabível por violação manifesta de norma jurídica contra decisão judicial com trânsito em
julgado que, sem reconhecer a distinção, aplica súmula ou entendimento firmado em casos
repetitivos, dispensando o autor do ônus da demonstração da distinção.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 966, VIII, do NCPC, a decisão de mérito,
transitada em julgado, pode ser rescindida quando for fundada em erro de fato verificável do exame
dos autos.
A alternativa B está incorreta. Vejamos o que dispõe o §2º, do art. 966, da Lei nº 13.105/15:
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.

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A alternativa C está incorreta. Com base no §3º, do art. 966, da referida Lei, a ação rescisória pode
ter por objeto apenas 1 capítulo da decisão.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 966, V, combinado
com os §§ 5º e 6º, do NCPC:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
V - violar manifestamente norma jurídica;
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em
enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a
existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia,
demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de
questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica.
Assim, a alternativa E está incorreta.

5. FCC/TST/2017
Conforme as regras previstas no Código de Processo Civil, sobre o incidente de resolução de
demandas repetitivas,
a) é obrigatória a exigência de custas processuais para que o incidente de resolução de
demandas repetitivas seja instaurado.
b) não é obrigatória a intervenção do Ministério Público no incidente de resolução de
demandas repetitivas instaurado em que não seja o requerente.
c) não é obrigatória a ocorrência de repetição de demandas judiciais envolvendo a mesma
questão de direito para que o incidente de resolução de demandas repetitivas seja instaurado.
d) é obrigatório que não haja afetação de recurso repetitivo no Superior Tribunal de Justiça ou
no Supremo Tribunal Federal sobre a mesma questão de direito para que o incidente de
resolução de demandas repetitivas seja instaurado.
e) é obrigatória a ocorrência de repetição de processos envolvendo a mesma questão de fato
ou de direito para que o incidente de resolução de demandas repetitivas seja instaurado.

Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 976, do NCPC. Visto isso, passemos a análise das
alternativas.
A alternativa D é correta e gabarito da questão, nos termos do §4º:
§ 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito
de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material
ou processual repetitiva.
A alternativa A está incorreta. De acordo com o §5º, não serão exigidas custas processuais no
incidente de resolução de demandas repetitivas.

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A alternativa B está incorreta. Com base no §2º, se não for o requerente, o Ministério Público
intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou
de abandono.
As alternativas C e E estão incorretas. Conforme estabelece o art. 976, I, é cabível a instauração
do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente efetiva
repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito.

6. FCC/TST/2017
De acordo com as regras do Código de Processo Civil sobre o cabimento da reclamação, a Lei
n°13.256/2016 prevê que
a) não é cabível a propositura de reclamação para assegurar a observância obrigatória de
súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, mesmo que antes do trânsito em julgado da
decisão judicial objeto da reclamação.
b) é cabível a propositura de reclamação para assegurar a observância obrigatória de
julgamento proferido em sede de recurso extraordinário com repercussão geral, mesmo que
depois do trânsito em julgado da decisão judicial objeto da reclamação, caso não tenham sido
exauridas as instâncias ordinárias.
c) não é cabível a propositura de reclamação para assegurar a observância obrigatória de
julgamento proferido em sede de recurso especial repetitivo ou recurso extraordinário
repetitivo, mesmo que antes do trânsito em julgado da decisão judicial objeto da reclamação,
caso já tenham sido exauridas as instâncias ordinárias.
d) é cabível a propositura de reclamação para assegurar a observância obrigatória de
julgamento proferido em sede de incidente de assunção de competência, desde que antes do
trânsito em julgado da decisão judicial objeto da reclamação.
e) é cabível a propositura de reclamação para assegurar a observância obrigatória de
julgamento proferido em sede de incidente de resolução de demandas repetitivas, mesmo que
depois do trânsito em julgado da decisão judicial objeto da reclamação.

Comentários
A questão requer o conhecimento do art. 988, do NCPC.
A alternativa D é correta e gabarito da questão, pois é o que dispõe o inc. IV:
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de incidente de assunção de competência;
A alternativa A está incorreta, com base no inc. III:
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em
controle concentrado de constitucionalidade;

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As alternativas B, C e E estão incorretas, com base no art. 988, nos termos do §5º que assinala os
casos nos quais a reclamação não será admissível:
§ 5º É inadmissível a reclamação:
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada;
II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão
geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial
repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias.

7. FCC/TJ-SC/2017
Em relação à ação rescisória,
a) não é cabível, por violação manifesta à norma jurídica, contra decisão baseada em enunciado
de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos, que não tenha
considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão
decisório que lhe deu fundamento.
b) só se pode ajuizá-la de decisões que tenham resolvido o mérito e transitadas em julgado.
c) há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar
inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo dispensável que o fato não represente ponto
controvertido sobre o qual o juiz deveria ter-se pronunciado.
d) pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão.
e) sua propositura impede como regra o cumprimento da decisão rescindenda, até seu final
julgamento.

Comentários
A alternativa A está incorreta. As hipóteses em que se admite a ação rescisória estão previstas no
art. 966, do NCPC:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada
na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não
pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
A respeito do inc. V, vejamos o que estabelece o §5º, do mesmo dispositivo legal:

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§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em
enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a
existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
A alternativa B está incorreta. O §2º, do art. 966, da Lei nº 13.105/15, determina será possível o
ajuizamento de ação rescisória em face de decisão que não seja de mérito em algumas situações:
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
A alternativa C está incorreta. De acordo com o §1º, do art. 966, da referida Lei, há erro de fato
quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato
efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto
controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o §3º, do art. 966, do
NCPC:
§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
A alternativa E está incorreta. Com base no art. 969, da Lei nº 13.105/15, a propositura da ação
rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela
provisória.

8. FCC/DPE-PR/2017
A Defensoria Pública patrocina demanda em que o assistido vem a sucumbir em primeira
instância, motivando a interposição de recurso. No Tribunal, este recurso vem a ser improvido,
cujo acórdão viola diretamente a Constituição Federal. Por esta razão, é interposto recurso
extraordinário dentro do prazo processual e com a observância de todos os pressupostos
recursais. Ocorre que, passado mais de um ano da sua interposição, o aludido recurso sequer
teve seu juízo de admissibilidade apreciado pelo Presidente do Tribunal local.
Em face desta situação hipotética, a medida cabível e mais adequada para o seguimento do
recurso interposto é a
a) interposição de agravo regimental.
b) interposição de agravo.
c) interposição de agravo interno.
d) propositura de reclamação.
e) correição parcial.

Comentários
De acordo com o art. 988, do NCPC, a reclamação é uma ação que visa preservar a competência do
tribunal, garantir a autoridade das decisões do tribunal e a eficácia dos precedentes e da
jurisprudência vinculante das Cortes Supremas.

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Ademais, conforme o §1º, do art. 988, a reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e
seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja
autoridade se pretenda garantir.
Vejamos o dispositivo:
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em
controle concentrado de constitucionalidade;
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de incidente de assunção de competência;
§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional
cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.
Então, nesse caso, a medida cabível e adequada para o seguimento do recurso interposto é a
propositura de reclamação. Dessa forma, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

9. FCC/DPE-PR/2017
Acerca do incidente de resolução de demandas repetitivas e dos recursos, considere:
I. É admitida a revisão de tese jurídica firmada em incidente de resolução de demandas
repetitivas – IRDR, cuja legitimidade de deflagrá-la é outorgada somente ao mesmo Tribunal,
de ofício, ou ao Ministério Público e à Defensoria Pública.
II. Segundo a doutrina, o terceiro prejudicado pode interpor apelação em face da sentença
deduzindo fatos novos e apresentando provas tendentes a comprová-los, inclusive com a
possibilidade de pleitear outras provas em grau recursal.
III. Assim como a parte que sucumbiu parcialmente, o terceiro prejudicado e o Ministério
Público podem interpor recurso adesivo quando intimados para apresentar contrarrazões de
apelação.
IV. O legislador permite o exercício do juízo de retratação no recurso de apelação somente nos
casos de sentença de indeferimento da inicial, de improcedência liminar do pedido e da que
reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada.
V. Representa violação ao princípio do juízo natural a alteração da qualificação jurídica sobre
os contornos fáticos informados na sentença, cuja apelação, se assim interposta, não deverá
ser conhecida.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) II e V.
c) I e II.
d) I, II, III e IV.

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e) I.

Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está correto, pois é o que dispõe o art. 986, do NCPC:
Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante
requerimento dos legitimados mencionados no art. 977, inciso III.
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:
III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.
O item II está correto. De acordo com o art. 996, da Lei nº 13.105/15, o terceiro prejudicado é
legitimado para interpor recurso contra a decisão que afete a sua esfera jurídica.
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público,
como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Ademais, conforme o art. 1.014, poderá deduzir fatos novos em sua apelação e produzir provas
referentes a eles, como exceção à regra de que todos os fatos devem ser alegados na fase e
conhecimento do juízo de primeiro grau de jurisdição.
Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte
provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
O item III está incorreto. Nem o terceiro prejudicado, nem o Ministério Público, quando atua como
fiscal da ordem jurídica, tem autorização para interpor recurso adesivo. Quem detém legitimidade
para interpor recurso adesivo é a parte. Vejamos o art. 997 e 1º, do NCPC:
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais.
§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.
O item IV está incorreto. O legislador permite o exercício do juízo de retratação no recurso de
apelação também em todas as hipóteses em que o processo é extinto sem julgamento do mérito,
conforme prevê o art. 485, 7º, da referida Lei:
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias
para retratar-se.
O item V está incorreto. Não há que se falar em violação ao princípio do juiz natural na hipótese
trazida pela afirmativa, pois a qualificação jurídica atribuída pela parte ao fato não o vincula, pois
não é esta qualificação o objeto do julgamento, mas, sim, o fato em si.
Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

10. FCC/TRT-24ªR/2017
No que concerne à Reclamação, na sistemática do Código de Processo Civil, e consoante
entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça,
é correto afirmar:

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a) O cabimento da reclamação proposta perante o Supremo Tribunal Federal para garantir a


autoridade de decisão proferida sob a sistemática da repercussão geral está condicionado ao
esgotamento da instância ordinária.
b) É admissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada.
c) A inadmissibilidade ou o julgamento interposto contra a decisão proferida pelo órgão
reclamado prejudica a reclamação.
d) Ao despachar a reclamação, o relator, dentre outras providências, determinará a citação do
beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 10 dias para apresentar sua contestação.
e) Não é permitido a qualquer interessado impugnar o pedido do reclamante.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A reclamação tem justamente por finalidade
==7b696==

garantir a autoridade da decisão do tribunal, na forma do art. 988 do NCPC. No que diz respeito às
reclamações perante o STJ/STF, que observam o regimento de repercussão geral, devemos observar
o §5º, II, do art. 988:
§ 5º É INADMISSÍVEL a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral
reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando
NÃO esgotadas as instâncias ordinárias. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)
Portanto, é pressuposto para ajuizamento da reclamação perante o STJ e o STF o esgotamento das
instâncias ordinárias sob pena de não cabimento da reclamação com repercussão geral reconhecida.
A alternativa B está incorreta, pois o trânsito em julgado é outro pressuposto para ajuizamento
dessa ação. Confira:
§ 5º É INADMISSÍVEL a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)
A alternativa C está incorreta, pois contraria o teor literal do §6º do art. 988 do NCPC:
§ 6º A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado
não prejudica a reclamação.
A alternativa D, por sua vez, está incorreta, pois o prazo para contestação – que está prescrito no
art. 989, III, do NCPC, é de 15 dias, não de 10.
A alternativa E, por fim, peça ao vedar a impugnação. Pelo contrário, o art. 989, I, do NCPC, prevê
expressamente a possibilidade de impugnação.

11. FCC/DPE-ES/2016
Com o advento no novo Código de Processo Civil, alguns entendimentos jurisprudenciais
pacíficos e mesmo súmulas editadas à luz da legislação revogada, perderam a sua
fundamentação jurídica e, portanto, não mais poderão persistir no ordenamento jurídico. O
overrulling, como técnica adequada de aplicação dos precedentes

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a) depende da modificação legislativa e somente é aplicável após a revogação da Súmula pelo


próprio Tribunal que a editou.
b) consiste na revisão de precedentes que foram elaborados a partir de vícios formais e,
portanto, devem ser extirpados do ordenamento jurídico.
c) não implicaria a revogação do precedente, mas tão somente o afastamento de seu efeito
vinculante em relação aos órgãos jurisdicionais de hierarquia inferior.
d) impõe à parte o ônus de demonstrar a distinção entre o caso concreto e os fatos que
serviram para a formação da tese jurídica do precedente, distinguindo-as e justificando, assim,
a sua inaplicabilidade ao caso concreto.
e) está relacionado com a demonstração de que a superveniência de fatores que podem operar
a revogação ou a superação do precedente firmado à luz do ordenamento revogado.

Comentários
O overrulling, como técnica adequada de aplicação dos precedentes, está relacionado com a
demonstração de que a superveniência de fatores, que podem operar a revogação ou a superação
do precedente, sejam firmados à luz do ordenamento revogado. Este consiste
no principal método de superação e de afastamento dos precedentes judiciais, correspondendo ao
cancelamento ou à revogação total de um precedente pelo órgão que o fixou.
Dessa forma, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

12. FCC/PGE-MT/2016
Segundo o novo Código de Processo Civil, a reclamação
a) é cabível diante da inobservância de Súmula de qualquer Tribunal.
b) somente pode ser proposta perante os Tribunais Superiores.
c) fica prejudicada diante da inadmissibilidade ou do julgamento do recurso interposto contra
a decisão proferida pelo órgão reclamado.
d) pode ser utilizada mesmo após o trânsito em julgado da decisão, por não se tratar de
recurso.
e) é cabível para garantir a observância de precedente proferido em julgamentos de casos
repetitivos, a fim de dar correta aplicação da tese jurídica.

Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 988, do NCPC. Vamos analisar cada umas das alternativas:
A alternativa A está incorreta. De acordo com o inc. III, caberá reclamação para garantir a
observância de enunciado de súmula vinculante, e não de súmula de qualquer tribunal.
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em
controle concentrado de constitucionalidade;

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A alternativa B está incorreta. Segundo o §1º, a reclamação pode ser proposta perante qualquer
tribunal, não sendo restrita aos tribunais superiores.
§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional
cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.
A alternativa C está incorreta. Com base no §6º, a inadmissibilidade ou o julgamento do recurso
interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação.
§ 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado
não prejudica a reclamação.
A alternativa D está incorreta. O §5º, I, estabelece que é inadmissível a reclamação proposta após o
trânsito em julgado da decisão recorrida.
§ 5º É inadmissível a reclamação:
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada;
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o inc. IV:
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de incidente de assunção de competência;

13. FCC/DPE-ES/2016
De acordo com o novo CPC, a ação rescisória
a) é cabível contra decisão fundada em interpretação de ato normativo tido pelo Supremo
Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de
constitucionalidade concentrado ou difuso, contado o prazo decadencial a partir do trânsito
em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
b) impede o cumprimento da decisão rescindenda enquanto não ultimado o seu julgamento.
c) é cabível somente contra decisão de mérito transitada em julgado, sendo inadmissível ação
rescisória de sentença terminativa.
d) deve ser proposta no prazo 02 anos, contados sempre do trânsito em julgado da decisão
rescindenda.
e) proposta com base em prova nova, deverá ser proposta em até 05 anos da data da
descoberta desta nova prova.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. As hipóteses de cabimento da ação rescisória
estão previstas no art. 966, do NCPC. Vejamos:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;

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V - violar manifestamente norma jurídica;


VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada
na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não
pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
Temos outra hipótese de cabimento desta ação, conforme estabelece o art. 535, §5º, combinado
com o §8º, da Lei nº 13.105/15, que corresponde a trazida pela questão.
§ 5o Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação
reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo
Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo
Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade
concentrado ou difuso.
§ 8o Se a decisão referida no § 5o for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação
rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 969, da referida Lei, a propositura da ação
rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela
provisória.
A alternativa C está incorreta. Segundo o art. 966, §2º, do NCPC, não é requisito da ação rescisória
que a decisão rescindenda seja de mérito.
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
A alternativa D está incorreta. A regra prevê o prazo de dois anos, contados do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo, para a propositura da ação rescisória, conforme art. 975,
da Lei nº 13.105/15. Porém, a lei traz duas exceções a essa regra: quando a ação rescisória tiver por
fundamento nova prova, o prazo será contado de sua descoberta, respeitando-se o limite máximo
de 5 anos (art. 966, VII), e na hipótese de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a
contar, para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a
partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão (art. 975, §§2º e 3º).
A alternativa E está incorreta. O termo inicial do prazo decadencial para o ajuizamento da ação
rescisória será contado da descoberta da nova prova, porém, o prazo decadencial continuará sendo
o de 2 anos, devendo-se respeitar o limite máximo de tempo de 5 anos, estabelecido no art. 975,
§2º, do NCPC.

14. FCC/SEGEP-MA/2016
A ação rescisória se presta a rescindir
a) somente a sentença de mérito como um todo, não podendo ter por objeto apenas um de
seus capítulos.

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b) os atos homologatórios praticados no curso de execução, mas não os atos de disposição de


direitos praticados pelas partes, ainda que homologados pelo juiz antes da prolação de
sentença.
c) apenas sentença de mérito transitada em julgado.
d) qualquer decisão que violar manifestamente norma jurídica.
e) decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça nova propositura da
demanda ou admissibilidade de recurso correspondente.

Comentários
A questão requer o conhecimento do art. 966, do NCPC. Vamos analisar cada uma das alternativas:
A alternativa A está incorreta. De acordo com o §3º, a ação rescisória pode ter por objeto apenas
um capítulo da decisão.
A alternativa B está incorreta. Segundo o §4º, os atos de disposição de direitos, praticados pelas
partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos
homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação.
A alternativa C está incorreta. Com base no §2º, nas hipóteses de cabimento da ação rescisória, será
rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça nova
propositura da demanda ou admissibilidade do recurso correspondente.
A alternativa D está incorreta. O art. 966, V, prevê que a decisão de mérito, transitada em julgado,
pode ser rescindida quando violar manifestamente norma jurídica.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, conforme §2º acima mencionado.

VUNESP
15. VUNESP/TJ-AC/2019
É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) quando
houver, simultaneamente, efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre
a mesma questão unicamente de direito, assim como risco de ofensa à isonomia e à segurança
jurídica. No que diz respeito ao chamado IRDR, segundo os ditames literalmente dispostos no
Código de Processo Civil, assinale a afirmação correta.
(A) O amicus curiae não pode recorrer da decisão que o julgar.
(B) A apelação do feito, de onde adveio o incidente, deve ser julgada pela Câmara de origem,
e não pelo órgão colegiado incumbido de julgar o IRDR.
(C) Tendo como objeto questão relativa à prestação de serviço concedido, o resultado do
julgamento será comunicado à entidade pública reguladora competente, para fiscalização da
efetiva aplicação da tese adotada por parte dos entes sujeitos à regulação.
(D) O Estado do Acre tem legitimidade para revisão da tese jurídica nele firmada.
Comentários

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A alternativa C é a correta e gabarito da questão. A criação do precedente no julgamento do IRDR


gera duas importantes consequências: (a) a eficácia vinculante para processos judiciais; e (b) tendo
o incidente como objeto questão relativa a prestação de serviço concedido, permitido ou autorizado,
o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente
para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada. Veja
a redação do CPC:
Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:
§2º Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço concedido, permitido ou autorizado,
o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para
fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada.
Vejamos as demais assertivas.
A alternativa A está incorreta, pois o amicus curiae pode sim recorrer da decisão que julgar o IRDR.
Veja o CPC:
Art. 138. [...]
§3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.
A assertiva B está errada, contra o julgamento de mérito do incidente, caberá recurso especial ou
extraordinário que será julgado pelo órgão colegiado incumbido de julgar o IRDR e fixar a tese
jurídica. Veja o CPC:
Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno dentre aqueles
responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal.
Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente
o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o incidente.
***
Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso.
A alternativa D está incorreta, porque a revisão da tese jurídica firmada no IRDR só pode ser
requerida pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública. Veja o CPC:
Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante
requerimento dos legitimados mencionados no art. 977, inciso III.
***
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:
[...]
III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.

16. VUNESP/MP-SP/2018
Acerca do incidente de resolução de demandas repetitivas, assinale a alternativa correta.
(A) Durante a suspensão dos processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no
Estado ou região, conforme o caso, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao
tribunal responsável pelo julgamento do incidente.

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(B) A tese jurídica adotada pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
no julgamento, respectivamente, do recurso extraordinário ou especial interposto contra a
decisão de mérito do incidente será aplicada apenas na área de competência do Tribunal de
Justiça ou Tribunal Regional Federal no qual foi suscitado o incidente.
(C) Caberá recurso ordinário no caso de inobservância da tese adotada no incidente.
(D) A tese fixada no incidente será aplicada a todos os processos individuais ou coletivos que
versem sobre idêntica questão de direito e que tramitam na área de jurisdição do respectivo
tribunal, salvo aqueles que tramitam nos Juizados Especiais.
(E) Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme
o caso, com efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional
eventualmente discutida.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Durante a suspensão dos processos, o pedido de tutela de urgência
deverá ser dirigido ao juízo onde tramite o processo, e não ao tribunal responsável pelo julgamento
do incidente (art. 982, § 2º, do CPC).
A alternativa B também está incorreta. A tese será aplicada em todo o território nacional e a todos
os processos, individuais ou coletivos, que versarem sobre questão de direito idêntica (art. 987, §
2º, do CPC).
A alternativa C também está incorreta. Não observada a tese adotada no incidente, caberá
reclamação, não “recurso ordinário” (art. 985, § 1º, do CPC).
A alternativa D está incorreta. A tese será aplicada, inclusive, aos processos que tramitam nos
Juizados Especiais do respectivo Estado ou região (art. 985, I, do CPC).
E a alternativa E está correta, sendo o gabarito da questão. De acordo com o art. 987, caput, e § 1º,
do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso,
com efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional eventualmente
discutida.

17. VUNESP/ Prefeitura de Sorocaba/2018


Acerca do incidente de resolução de demandas repetitivas, assinale a alternativa correta.
(A) Suspende-se o processo pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas.
(B) O amicus curiae não pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas.
(C) Cabe reexame necessário nos casos em que a sentença estiver fundada em entendimento
firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas.
(D) A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer
de seus pressupostos de admissibilidade impede que seja o incidente novamente suscitado.
(E) No incidente de resolução de demandas repetitivas serão exigidas custas processuais das
partes diretamente interessadas na lide.

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Comentários:
O incidente de resolução de demandas repetitivas, novidade trazida pelo CPC/15, conta com capítulo
próprio, sendo aquele constante dos art. 976 ao 987. Apesar disso, existem dispositivos espalhados
pelo Código que também tratam do assunto. Um exemplo, é o dispositivo do art. 313, IV, que, ao
tratar sobre a suspensão do processo, dispõe:
Art. 313. Suspende-se o processo:
(...)
IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;
Diante disso, podemos concluir que a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.
Vejamos as demais alternativas:
A alternativa B está incorreta, uma vez que o amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o
incidente de resolução de demandas repetitivas, por expressa previsão legal (art. 138, § 3º, CPC).
A alternativa C está incorreta, uma vez que a sentença fundada em entendimento firmado em
incidente de resolução de demandas repetitivas é, justamente, uma das hipóteses que impede a
remessa necessária (ou o reexame necessário, ou o duplo grau de jurisdição obrigatório). Confiram:
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença: (...)
§ 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
(...)
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
A alternativa D está incorreta, porque afronta diretamente o disposto no art. 976, § 3º:
§ 3o A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer de seus
pressupostos de admissibilidade não impede que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente
suscitado.
E a alternativa E está incorreta, porque afronta diretamente o art. 976, § 5º:
§ 5o Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas repetitivas.

18. VUNESP/Prefeitura de Marília – SP/2017


Sobre a ação rescisória, assinale a alternativa correta.
a) Não pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão, devendo englobar a decisão como
um todo.
b) Pode ter por objeto apenas decisão de mérito.
c) O direito à rescisão se extingue em dois anos contados do trânsito em julgado da decisão
que se pretende rescindir, ainda que esta não seja a última decisão proferida no processo.
d) A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda,
ressalvada a concessão de tutela provisória.

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e) Ainda que a decisão de mérito transitada em julgado seja rescindida, os atos de disposição
de direitos praticados pelas partes não estão sujeitos à anulação.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Nos termos do §3º, do art. 966, da Lei nº 13.105/15, a ação rescisória
pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão.
A alternativa B está incorreta. A ação rescisória pode ter por objeto decisão que não seja de mérito.
Vejamos o que dispõe o art. 966, §2º, da referida Lei:
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 975, do NCPC, o direito à rescisão se extingue
em 2 anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o art. 969, da Lei nº 13.105/15:
Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a
concessão de tutela provisória.
A alternativa E está incorreta. Os atos de disposição de direitos, nesse caso, estão sujeitos à
anulação, conforme prevê o art. 966, §4º, da referida Lei:
§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e
homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à
anulação, nos termos da lei.

19. VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos – SP/2017


O incidente de resolução de demandas repetitivas
a) é uma ação autônoma, dirigida ao presidente do tribunal.
b) impede o exame de seu mérito, se houver desistência.
c) não poderá ser revisto quando fixar tese jurídica.
d) será julgado no prazo de um ano, sob a possibilidade de cessar a suspensão dos processos.
e) exige pagamento de custas processuais.

Comentários
A alternativa A está incorreta. O incidente não tem natureza de ação autônoma, mas de incidente
processual. Vejamos o art. 977, do NCPC:
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:
A alternativa B está incorreta. Com base no §1º, do art. 976, da Lei nº 13.105/15, a desistência ou o
abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente.

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A alternativa C está incorreta. O IRDR poderá ser revisto, conforme dispõe o art. 986, da referida
Lei:
Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante
requerimento dos legitimados mencionados no art. 977, inciso III.
A alternativa D é correta e gabarito da questão, nos termos do art. 980, do NCPC:
Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados
os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.
Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos processos prevista no art. 982, salvo
decisão fundamentada do relator em sentido contrário.
A alternativa E está incorreta. O §5º, do art. 976, da Lei n 13.105/15, estabelece que não serão
exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas repetitivas.

20. VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos – SP/2017


Nos termos estabelecidos no atual Código de Processo Civil, assinale a alternativa correta
quanto à ação rescisória.
a) Pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão ou todos eles.
b) Se presta a rescindir apenas a sentença de mérito, excluindo qualquer decisão
homologatória.
c) É cabível quando a decisão violar disposição literal de lei que possui mais de uma
interpretação.
d) Sua propositura impede o cumprimento da decisão rescindenda.
e) O direito de propô-la se extingue em dois anos contados do trânsito em julgado da decisão
a ser rescindida.

Comentários
A alternativa A é correta e gabarito da questão, conforme prevê o art. 966, §3º, do NCPC:
§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o §2º, do art. 966, da Lei nº 13.105/15, a sentença
que embora não seja de mérito, será rescindível.
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
A alternativa C está incorreta, pois não se trata de nenhuma das hipóteses de cabimento da ação
rescisória, previstas no art. 966, do NCPC.
A alternativa D está incorreta. Com base no art. 969, do NCPC, a propositura da ação rescisória não
impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória.

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A alternativa E está incorreta. Segundo o art. 975, caput, da Lei nº 13.105/15, o direito à rescisão se
extingue em 2 anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

21. VUNESP/Câmara de Sumaré – SP/2017


Sobre a ação rescisória, assinale a alternativa correta.
a) Somente quem foi parte no processo ou o seu sucessor tem legitimidade para propô-la.
b) Com a petição inicial deverá ser depositada a importância total sobre o valor da causa.
c) Sua propositura impede o cumprimento da decisão rescindenda.
d) A ação pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão rescindenda.
e) O réu será citado para contestar a ação no prazo de quinze dias.

Comentários
A alternativa A está incorreta. O art. 967, do NCPC, prevê quem têm legitimidade para propor a ação
rescisória. Vejamos:
Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
A alternativa B está incorreta. Na petição inicial, o autor deverá depositar 5% do valor da causa,
conforme dispõe o art. 968, II, da Lei nº 13.105/15:
Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319, devendo o autor:
II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação
seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 969, da referida Lei, a propositura da ação
rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela
provisória.
A alternativa D é correta e gabarito da questão, nos termos do art. 966, §3º, do NCPC:
§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
A alternativa E está incorreta. Com base no art. 970, da Lei nº 13.105/15, o réu será citado para
contestar a ação em um prazo nunca inferior a 15 dias nem superior a 30 dias.
Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem
superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação,
observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.

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22. VUNESP/TJ-SP/2017
Quanto ao incidente de resolução de demandas repetitivas,
a) tanto que seja admitido, a suspensão dos processos pendentes em que se discuta a questão
controvertida poderá ser determinada pelo relator ou eventualmente pelo tribunal superior
competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial.
b) poderá ser instaurado quando houver risco de multiplicação de processos como decorrência
de controvérsia sobre questão unicamente de direito, de que possa resultar prejuízo à
isonomia e à segurança jurídica.
c) pode tramitar, paralela e concorrentemente, com a afetação, perante tribunal superior, de
recurso para definição de tese sobre questão material ou processual repetitiva.
d) o órgão colegiado incumbido de julgá-lo fixará a tese e, para preservar o juiz natural,
devolverá o julgamento do recurso, da remessa necessária ou do processo de competência
originária para que se complete o julgamento perante o órgão de onde se originou o incidente.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 982, I e §3º, da Lei nº
13.105/15:
Art. 982. Admitido o incidente, o relator:
I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme
o caso;
§ 3o Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado mencionado no art. 977, incisos II e III,
poderá requerer, ao tribunal competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão de
todos os processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que versem sobre a questão objeto do
incidente já instaurado.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 976, I, da referida Lei, é incabível a instauração
do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver efetiva repetição de processos.
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 976, §4º, do NCPC, é incabível o incidente de
resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores já tiver afetado recurso para
definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.
A alternativa D está incorreta. Segundo o parágrafo único, do art. 978, da Lei nº 13.105/15, o órgão
colegiado incumbido de julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas e de fixar a tese
jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária
de onde se originou o incidente.

23. VUNESP/Câmara de Cotia – SP/2017


A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando
a) for proferida por juiz impedido ou por juízo relativamente incompetente.
b) resultar de dolo ou coação da parte vencida em detrimento da parte vencedora.
c) violar manifestamente norma jurídica.

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d) ofender a coisa julgada de sentença homologatória.


e) houver a preclusão, por força maior, do recurso correspondente.

Comentários
Vejamos o que dispõe o art. 966, do NCPC:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada
na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não
pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.
Vejamos os erros das demais alternativas:
a) for proferida por juiz impedido ou por juízo relativamente incompetente.
b) resultar de dolo ou coação da parte vencida em detrimento da parte vencedora.
d) ofender a coisa julgada de sentença homologatória.
e) houver a preclusão, por força maior, do recurso correspondente.

24. VUNESP/Prefeitura de Mogi das Cruzes-SP/2016


Quando o resultado da apelação não for unânime, reformando, por maioria, a sentença,
a) poderá a parte vencida interpor embargos infringentes a ser decidido por cinco
desembargadores, discutindo-se o ponto da discórdia.
b) poderá a parte vencida interpor embargos infringentes a ser decidido por cinco
desembargadores, devolvendo-se toda a matéria.
c) caberá à parte vencida, se o caso, interpor recurso especial ou extraordinário, devolvendo-
se toda a matéria.
d) prosseguirá a sessão, com outros julgadores, em número suficiente para garantir a
possibilidade de inversão do resultado inicial, devolvendo-se toda a matéria.
e) poderá a parte vencida requerer o prosseguimento da sessão, com outros julgadores,
devolvendo-se a matéria que é o ponto da discórdia.

Comentários

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As alternativas A e B estão incorretas. Os embargos infringentes foram revogados pelo NCPC.


A alternativa C está incorreta. Esses recursos não devolvem ao tribunal toda a matéria discutida nos
autos, mas, única e exclusivamente, a matéria de direito.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A técnica de julgamento ampliativa dará
seguimento ao julgamento da apelação com a presença de outros julgadores. Trata-se de uma
continuidade do julgamento da apelação, cujo efeito devolutivo é amplo, por isso, afirma-se que
essa técnica devolve toda a matéria para julgamento.
A alternativa E está incorreta. Conforme mencionado acima, essa técnica devolve toda a matéria
para julgamento, e não apenas o ponto específico da discórdia.

25. VUNESP/Prefeitura de Alumínio - SP/2016


Sobre a ação rescisória, é correto afirmar que
a) o Ministério Público deve sempre intervir nessas ações, mas dela nunca poderá ser parte.
b) a petição inicial da rescisória deve vir acompanhada de um depósito no valor de 5% do valor
da causa, não havendo teto para que seja calculada tal quantia.
c) as ações rescisórias não podem ser julgadas improcedentes liminarmente, havendo sempre
a necessidade de ser instalado o contraditório.
d) cabe ação rescisória de decisão que for baseada em enunciado de súmula ou acórdão
proferido em julgamentos de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de
distinção entre a questão discutida e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
e) cabe ação rescisória de sentença que homologa a transação e a desistência da ação.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 967, III, do NCPC, o MP também consta no rol
dos legitimados a propor ação rescisória. Vejamos:
Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 968, II, combinado com o §2º, da Lei nº 13.105/15, a
petição inicial da rescisória deve vir acompanhada de um depósito no valor de 5% do valor da causa.
Porém, o valor não poderá ser superior a 1.000 salários mínimos.
Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319, devendo o autor:
II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação
seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.
§ 2o O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo não será superior a 1.000 (mil) salários-mínimos.

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A alternativa C está incorreta. Quando a ação rescisória é julgada improcedente em sede liminar,
não há instalação do contraditório.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 966, V, combinado
com o §5º, do NCPC:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
V - violar manifestamente norma jurídica;
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em
enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a
existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
A alternativa E está incorreta. Vejamos o §4º, do art. 966, da referida Lei:
§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e
homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à
anulação, nos termos da lei.
Para estes atos serem invalidados, o interessado deve ajuizar uma ação anulatória e não rescisória.

26. VUNESP/TJM-SP/2016
O carro de Paulo colidiu com a traseira do veículo pertencente a João, ocasionando danos de
média monta em ambos os veículos. Em razão disso, entraram em discussão e a esposa de
Paulo, Clarisse, adentrou na discussão e acabou desferindo uma paulada na cabeça de João,
ocasionando ferimentos leves. João ingressou com ação indenizatória em face de Clarisse em
razão da agressão, mas a ação foi julgada extinta por ilegitimidade de parte ao fundamento de
que foi seu esposo quem colidiu com o veículo de João. A sentença transitou em julgado.
Diante desses fatos hipotéticos, assinale a alternativa correta.
a) Deve ser proposta ação anulatória em face da sentença, pois Clarisse tem legitimidade para
figurar no polo passivo da ação, tendo ocorrido infração a uma norma de direito material.
b) A ação pode ser reproposta em face de Paulo, embora o questionamento seja de ato
praticado por Clarisse.
c) Se João tivesse ingressado com ação contra Clarisse e Paulo e a ação tivesse sido julgada
extinta somente em face de Clarisse, seria necessário aguardar o julgamento da ação que
prossegue contra Paulo para a propositura da ação anulatória.
d) A sentença pode ser objeto de ação rescisória, pois foi fundada em erro de fato verificável
do exame dos autos e a decisão transitada em julgado impede a nova propositura da demanda
em face de Clarisse.
e) A sentença não pode ser objeto de ação rescisória, pois não houve decisão de mérito.

Comentários
De acordo com o art. 966, VIII, combinado com o art. 975, do NCPC, tendo a sentença transitado em
julgado, a única forma admitida pela lei processual para que o julgamento seja desfeito é o
ajuizamento de ação rescisória, no prazo de 2 anos, contados do trânsito em julgado da sentença.

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Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.
Lembre-se de que, apesar da extinção do processo por ilegitimidade de parte não ser uma sentença
de mérito é um dos requisitos gerais para o ajuizamento da ação rescisória, a própria lei processual
traz uma exceção, admitindo o seu ajuizamento. Vejamos o §2º, I, do art. 966:
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda;
Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

27. VUNESP/Prefeitura de Várzea Paulista – SP/2016


Sobre a ação rescisória, nos termos literais do Novo Código de Processo Civil, é correto
asseverar que
a) há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato existente ou quando considerar
inexistente fato efetivamente ocorrido.
b) pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
c) os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes e homologados pelo juízo, podem
por intermédio dela ser impugnados.
d) julgada procedente, o tribunal rescindirá a decisão, assim como proferirá, se for o caso, novo
julgamento e determinará a conversão do depósito prévio em favor da União ou do Estado.
e) o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo
de 4 (quatro) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o §1º, do art. 966, da Lei nº 13.105/15, há erro de fato
quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato
efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto
controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 966, §3º, do NCPC:
§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
A alternativa C está incorreta. Com base no §4º, do art. 966, da referida Lei, os atos de disposição
de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo
juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação.
A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 974, combinado com o art. 968, II, do NCPC, julgando
procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso, novo julgamento e
determinará a restituição do depósito na importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que

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se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou
improcedente.
A alternativa E está incorreta. O §2º, do art. 975, da Lei nº 13.105/15, estabelece que o termo inicial
do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 anos, contado
do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

28. VUNESP/IPSM/2018
É meio autônomo de impugnação da sentença:
a) Apelação.
b) Recurso Especial.
c) Recurso Ordinário.
d) Embargos de Declaração.
e) Ação Rescisória.

Comentários
A diferença entre ações autônomas e recursos (meios de impugnação judicial), é que a ação
autônoma se desenvolve em uma relação processual autônoma, ou seja, em uma outra relação
processual diversa daquela onde foi proferida a decisão impugnada, enquanto que o recurso se
desenvolve na mesma relação processual onde foi produzida a decisão combatida.
A ação rescisória é uma ação autônoma de impugnação com finalidade de desconstituir a coisa
julgada e, eventualmente, julgar novamente a lide originária.
Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

FGV

29. FGV/ALE-RO/2018
Não é impugnável por ação rescisória a decisão que
(A) julga procedente pedido formulado pelo Ministério Público em ação civil pública.
(B) acolhe antecipadamente um dos dois pedidos formulados, sem prejuízo do prosseguimento
do feito, rumo à fase instrutória, para o futuro julgamento do outro pedido.
(C) julga procedente pedido formulado em mandado de segurança.
(D) julga procedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo.
(E) pronuncia a prescrição da pretensão deduzida em ação condenatória proposta em face da
Fazenda Pública.
Comentários
A questão cobra do candidato o conteúdo referente à Ação Rescisória. Como sabemos, as decisões
proferidas pelo Supremo Tribunal Federal em causas abstratas, que versam sobre a

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constitucionalidade ou sobre a inconstitucionalidade de leis, não são passíveis de serem atacadas


por ação rescisória. É por essa razão que está correta a alternativa D, gabarito da questão.
Todas as demais alternativas apresentam decisões que podem ser atacadas por ação rescisória, de
acordo com o art. 966, do CPC.

30. FGV/TJ-SC/2018
Julgado improcedente o seu pedido, a parte autora manejou recurso de apelação para
impugnar a sentença. Mas, observando que a peça recursal padecia de irregularidades formais,
o juiz reputou inadmissível o apelo, deixando de recebê-lo.
Inconformado com essa decisão, deve o autor se valer de:
(A) nova apelação;
(B) agravo de instrumento;
(C) reclamação;
(D) mandado de segurança;
(E) recurso extraordinário.
Comentários
Questão interessante que retrata modificação havida do CPC73 para o NCPC. O juízo de
retratabilidade de recurso de apelação é feito tão somente pelo tribunal, por intermédio do relator,
ou em sede de agravo interno pelo órgão colegiado, quando o relator não conhece do recurso.
Nesse caso, quando o juízo de primeira instância faz tal análise, temos usurpação de competência
do tribunal, que poderá ser afastada por intermédio de reclamação, com fundamento no art. 988, I,
do NCPC.
Assim, a alternativa C é a correta e gabarito da questão.

31. FGV/ALE-RJ/2017
Diante da disciplina recursal estabelecida na Lei nº 13.105/2015, é correto afirmar que:
a) foi mantida a possibilidade de sustentação oral na sessão de julgamento do recurso de
apelação, apenas aumentando o prazo de quinze para vinte minutos para cada expositor;
b) é cabível a sustentação oral no julgamento de agravo interno interposto contra a decisão
monocrática do relator que indefere a petição inicial de ação rescisória;
c) para o prosseguimento no julgamento da apelação, consoante a técnica prevista no artigo
942, é necessário que o voto majoritário na divergência esteja em sentido oposto à tese
adotada na sentença;
d) a sentença proferida na primeira fase da ação de exigir contas produz efeitos logo após a
sua publicação, pois a respectiva apelação não tem efeito suspensivo;

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e) continua sendo cabível a interposição de recurso ordinário ao Superior Tribunal de Justiça


no julgamento de mérito de mandado de segurança da competência originária do Tribunal de
Justiça, quando a ordem for concedida.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 937, I, do NCPC, o prazo de sustentação oral na
apelação permanece por 15 minutos.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Na ação rescisória caberá sustentação oral
no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga. Vejamos o art. 937, VI,
combinado com o §3º, da referida Lei:
Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra,
sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público,
pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes
hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
§ 3o Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação oral no agravo interno
interposto contra decisão de relator que o extinga.
A alternativa C está incorreta. A lei não prevê a necessidade de oposição entre as teses divergentes.
A alternativa D está incorreta. Aplica-se a regra geral do efeito suspensivo, pois a sentença de ação
de exigir contas não se encontra no rol do art. 1.012, da Lei nº 13.105/15.
A alternativa E está incorreta, porque, de acordo com o art. 105, II, b, da CF, o recurso ordinário será
cabível apenas quando a decisão for denegatória e não concessiva, como foi referido na alternativa.

32. FGV/TRT-12ª R/2017


Emanuel e Sheila, em colusão e com o objetivo escuso de fraude à legislação tributária,
simularam um litígio perante a Justiça Estadual, que não teve a intervenção do Ministério
Público, em razão da ausência de interesse público subjacente à simulada lide. Após quatro
anos da última decisão proferida no processo, o Ministério Público teve ciência dessa colusão
e ajuizou ação rescisória, postulando a desconstituição da decisão de mérito transitada em
julgado.
Diante dessa situação hipotética, de acordo com o CPC, é correto afirmar que:
a) o Ministério Público não tem legitimidade para ajuizar ação rescisória, pois não foi parte no
processo;
b) o Ministério Público tem legitimidade para ajuizar a ação rescisória e o direito à rescisão não
se extinguiu, pois o prazo deve ser contado a partir da ciência da simulação ou da colusão;
c) o Ministério Público não tem legitimidade para ajuizar ação rescisória, pois não interveio no
processo como custos legis;
d) embora o Ministério Público tenha legitimidade para ajuizar a ação rescisória, extinguiu-se
o direito à rescisão em face do transcurso do prazo decadencial de dois anos;

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e) o Ministério Público tem legitimidade para ajuizar a ação rescisória e o direito à rescisão não
se extinguiu, pois o prazo para a propositura é de cinco anos.

Comentários
De acordo com o art. 967, III, “b”, do NCPC, o Ministério Público tem legitimidade de propor ação
rescisória, mesmo que não tenha atuado no processo, seja como parte ou como fiscal da lei, quando
a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes.
Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
III - o Ministério Público:
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;
Além disso, com base no §3º, do art. 975, do NCPC, o prazo, em regra, é de 2 anos contados do
trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. Porém, nas hipóteses de simulação ou
de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o Ministério
Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou
da colusão.
Art. 975
§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado
e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação
ou da colusão.
Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

33. FGV/PGM – Niterói/2014


No que concerne à ação rescisória, assinale a afirmativa incorreta.
a) Tem por escopo a desconstituição de decisão de mérito proferida em processo precedente
e já transitada em julgado.
b) A sua petição inicial deve conter o pedido de rescisão e, quando cabível, o de rejulgamento
da causa originária.
c) A sua propositura não impede o imediato cumprimento da decisão rescindenda, ressalvadas
as hipóteses de deferimento de tutelas de urgência, desde que presentes os respectivos
pressupostos legais.
d) Pode dar azo à interposição de embargos infringentes, pela parte ré, caso se acolha o pedido
por maioria de votos, seja em sede de iudicium rescindens, seja em sede de iudicium
rescissorium.
e) O seu ajuizamento pressupõe o exaurimento de todas as vias recursais cabíveis, no feito
primitivo, em relação à decisão rescindenda.

Comentários
A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o a súmula nº 514, do STF,
admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se
tenham esgotado todos os recursos.

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Ou seja, a ação rescisória não pressupõe o esgotamento dos recursos, mas apenas o trânsito em
julgado.

34. FGV/PROCEMPA/2014
A ação rescisória é instrumento de cabimento excepcional no sistema processual, uma vez que
sua utilização para fins de desconstituição de decisões que já tinham feito coisa julgada
material abalam a segurança jurídica das relações. Dessa forma, para que haja sua regular
utilização, devem ser observados requisitos formais, temporais e materiais.
As opções a seguir indicam hipóteses em que a ação rescisória é cabível, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças dadas por concussão do Juiz.
b) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças proferidas por Juiz suspeito.
c) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças proferidas em violação à literal
disposição de lei.
d) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças fundadas em erro de fato,
resultantes de atos ou documentos da causa.
e) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças que ofendam a coisa julgada já
existente acerca do assunto debatido.

Comentários
O art. 966, do NCPC, prevê em quais hipóteses a decisão de mérito, transitada em julgado, poderá
ser rescindida. Vejamos:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; (ALTERNATIVA A)
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada; (ALTERNATIVA E)
V - violar manifestamente norma jurídica; (ALTERNATIVA C)
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada
na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não
pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. (ALTERNATIVA D)
O inc. II, elenca como causas para admissão da ação rescisória o impedimento e a incompetência
absoluta do juiz, mas não menciona a suspeição. Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito
da questão.

35. FGV/Câmara Municipal do Recife-PE/2014

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Contribuinte ajuizou demanda, pelo rito ordinário, em face do Município, em que se insurgiu
contra a nova alíquota prevista em lei para o imposto sobre propriedade predial e territorial
urbana, sob o fundamento de ser ela extremamente elevada e ofensiva aos princípios da
capacidade contributiva e da razoabilidade. Regularmente citado, o ente federativo não
apresentou contestação. Depois de decretada a revelia da parte ré, o juiz proferiu sentença em
que julgava procedente o pedido. Sem que tivesse havido a interposição de recurso de
apelação pelo Município, os autos subiram ao Tribunal de Justiça por força do duplo grau de
jurisdição obrigatório. Vislumbrando na lei municipal os vícios de inconstitucionalidade
alegados na petição inicial, deve órgão fracionário ao qual foram distribuídos os autos:
a) proceder de imediato ao reexame necessário, confirmando a sentença de procedência do
pedido, não lhe sendo obrigatório suscitar o prévio incidente de arguição de
inconstitucionalidade por se tratar de duplo grau de jurisdição obrigatório, e não de recurso de
apelação;
b) proceder de imediato ao reexame necessário, confirmando a sentença de procedência do
pedido, não lhe sendo obrigatório suscitar o prévio incidente de arguição de
inconstitucionalidade porque o seu acórdão se limitaria a afastar a incidência da lei no caso
concreto, sem lhe declarar expressamente a inconstitucionalidade;
c) proceder de imediato ao reexame necessário, confirmando a sentença de procedência do
pedido, não lhe sendo obrigatório suscitar o prévio incidente de arguição de
inconstitucionalidade em razão da revelia do Município-réu, a importar na própria confissão
dos vícios de inconstitucionalidade alegados na inicial;
d) suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade e, após a apreciação, pelo
tribunal pleno, ou órgão especial, da matéria constitucional, retomar o julgamento do feito,
ficando obrigatoriamente vinculado à premissa fixada no julgamento do incidente;
e) suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade, embora, após a apreciação,
pelo tribunal pleno, ou órgão especial, da matéria constitucional, não fique obrigatoriamente
vinculado, ao retomar o julgamento do feito, à premissa fixada no julgamento do incidente.

Comentários
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o que dispõe o art. 948, combinado
com o art. 949, II e parágrafo único, ambos do NCPC:
Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o
relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir
o conhecimento do processo.
Art. 949. Se a arguição for:
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a
arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal
Federal sobre a questão.

36. FGV/SUSAM/2014

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A ação rescisória é instrumento excepcional no sistema pátrio, pois o seu ajuizamento


abala a segurança jurídica que se alcança no momento em que as decisões de mérito em que
as decisões de mérito transitam em julgado materialmente. Assinale a opção que traz uma
situação em que a ação rescisória não passará por juízo rescisório.
a) Sentença de mérito dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.
b) Sentença de mérito que viola literal disposição de lei.
c) Sentença de mérito fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da
causa.
d) Sentença de mérito que resulta de dolo da parte vencedora em detrimento da parte
vencida.
e) Sentença de mérito que ofende a coisa julgada já existente acerca do objeto do processo.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 966, I, do NCPC, a sentença de mérito dada por
prevaricação, concussão ou corrupção do juiz está sujeita à ação rescisória, devendo ser
desconstituída a fim de que a questão seja submetida a novo julgamento.
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
A alternativa B está incorreta. com base no art. 966, V, da Lei nº 13.105/15, a sentença de mérito
que viola manifestamente norma jurídica está sujeita à ação rescisória, podendo ser desconstituída
a fim de que a questão seja submetida a novo julgamento.
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
V - violar manifestamente norma jurídica;
A alternativa C está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 966, VIII, da referida Lei:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
A alternativa D está incorreta, nos termos do art. 966, III, do NCPC:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
Por fim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A sentença de mérito que ofende a
coisa julgada acerca do objeto do processo está sujeita à ação rescisória, conforme dispõe o art. 966,
IV, da Lei nº 13.105/15:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
IV - ofender a coisa julgada;
No caso da ação rescisória que tem por objeto sentença de mérito que ofende a coisa julgada, apesar
de se buscar a desconstituição do julgado, não se busca um novo julgamento, mas, tão-somente, a

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manutenção da decisão anteriormente proferida, que já se encontrava revestida pelo manto da


coisa julgada.

12 - LEGISLAÇÃO DESTACADA E JURISPRUDÊNCIA CORRELATA


 art. 926 a 928, todos do NCPC: regras gerais sobre precedentes.
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão
enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que
motivaram sua criação.
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em
julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal
de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 [vedação à decisão surpresa] e no art. 489, § 1o
[fundamentação das decisões], quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá
ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir
para a rediscussão da tese.
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais
superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da
alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento
de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os
princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e
divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.
Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em:
I - incidente de resolução de demandas repetitivas;
II - recursos especial e extraordinário repetitivos.
Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual.
 art. 932, do NCPC: atribuições do relator.
Art. 932. Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o
caso, homologar autocomposição das partes;

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II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
III - NÃO conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os
fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a RECURSO que for CONTRÁRIO a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a DECISÃO recorrida for
CONTRÁRIA a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado
originariamente perante o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. ANTES DE CONSIDERAR INADMISSÍVEL O RECURSO, o relator concederá o prazo de 5 (CINCO)
DIAS ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
 arts. 941 e 942, do NCPC: divergência no tribunal.
Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o
acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor.
§ 1o O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já
proferido por juiz afastado ou substituído.
§ 2o No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo
VOTO DE 3 (TRÊS) JUÍZES.
§ 3o O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os
fins legais, inclusive de pré-questionamento.
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser
designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no
regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,
assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos
julgadores.
§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros
julgadores que porventura componham o órgão colegiado.
§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do
julgamento.
§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime
proferido em:

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I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento
ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.
§ 4o NÃO se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;
II - da remessa necessária;
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.
 art. 947, do NCPC: incidente de assunção de competência.
Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou
de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social,
sem repetição em múltiplos processos.
§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da parte,
do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de
competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.
§ 2o O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária se
reconhecer interesse público na assunção de competência.
§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se
houver revisão de tese.
§ 4o Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja
conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.
 art. 966, do NCPC: julgamento da ação rescisória
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada
na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não
pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
 art. 966, §4º, do NCPC: ação anulatória.
§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e
homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à
anulação, nos termos da lei.
 art. 967, do NCPC: legitimados para a propositura da ação rescisória.
Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:

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I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;


II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para intervir como fiscal da ordem
jurídica quando não for parte.
 art. 975, do NCPC: prazo
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (DOIS) ANOS contados do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.
§ 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando
expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense.
§ 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova
nova, observado o prazo máximo de 5 (CINCO) ANOS, contado do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.
§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado
e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da
simulação ou da colusão.
 art. 988, do NCPC: reclamação constitucional
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em
controle concentrado de constitucionalidade; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de incidente de assunção de competência; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional
cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.
§ 2o A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal.
§ 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que
possível.
§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos
casos que a ela correspondam.
§ 5º É INADMISSÍVEL a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)
II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral
reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando
NÃO esgotadas as instâncias ordinárias. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)

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§ 6º A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado
não prejudica a reclamação.

13 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais um encontro.
Aguardo vocês na próxima aula!
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou
disponível no fórum do Curso e por e-mail.
Ricardo Torques

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