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2
Introdução ............................................................................................................................. 2
Conteúdo................................................................................................................................ 4
Princípios norteadores do procedimento sumariíssimo ............................................ 4
Princípio fundamental dos Juizados .............................................................................. 5
Modelo oralidade ............................................................................................................... 5
Competência dos juizados especiais cíveis, sejam os estaduais (fazendários e
comuns), sejam os federais ........................................................................................... 12
Natureza da competência.............................................................................................. 12
Competência em razão do valor e da matéria .......................................................... 13
Causas de “menor complexidade”................................................................................ 16
Sentença ............................................................................................................................ 20
Execuções de causas....................................................................................................... 21
Competência territorial (em razão do foro) ............................................................... 22
Omissão das Leis nºs 10.259/01 e 12.153/09 .............................................................. 23
Atividade proposta .......................................................................................................... 25
Referências........................................................................................................................... 27
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 29
Notas ........................................................................................................................................... 35
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 37
Aula 2 ..................................................................................................................................... 37
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 37
Segundo o art. 2º da Lei 9.099/95, este procedimento deve ser orientado pelos
critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e
celeridade, buscando, sempre que possível, a autocomposição, por uma de
suas formas (transação, renúncia ao direito sobre que funda a ação ou
reconhecimento da procedência do pedido).
Objetivo:
1. Compreender os princípios norteadores dos procedimentos dos Juizados
Especiais;
Modelo oralidade
Com intuito de tornar mais efetivos esses 2 (dois) objetivos constitucionais (a
incessante busca pela autocomposição e a criação de um procedimento
sumariíssimo), optou-se por um processo cujo modelo fosse o da oralidade, o
qual, por sua vez, possui, diretamente, o que podemos denominar de
subprincípios (prevalência da palavra escrita, concentração, identidade física e
irrecorribilidade das decisões interlocutórias), assim como depende,
indiretamente, da implementação de outros 4 (quatro) critérios, quais sejam:
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.
ENUNCIADO PRINCÍPIO
ENUNCIADO 86 – Os prazos
processuais nos procedimentos
sujeitos ao rito especial dos Juizados
Especiais não se suspendem e nem se
interrompem (nova redação – XXI
Encontro – Vitória/ES).
Natureza da competência
A interpretação dos dispositivos legais que versam sobre a matéria não é muito
complexa. Veja só:
Diante da clareza legislativa, vemos que aos órgãos jurisdicionais não havia
outra opção senão ratificar a competência absoluta. [...] a competência do
Juizado especial federal cível é absoluta e, por se tratar de questão de ordem
pública, deve ser conhecida de ofício pelo juiz, nem que para isto tenha o
mesmo de reavaliar o valor atribuído erroneamente à causa (TRF-4ª Região. AG
2007.04.00.004895-7, 5ª Turma, rel. Des. Federal Luiz Antonio Bonat).
Causas
Ora, se é cabível ação de ressarcimento por danos em prédio urbano (275, II,
CPC/73), independente do valor, não podemos aceitar que o autor estaria
renunciando ao que exceder a 40 (quarenta) salários mínimos, tampouco dizer
que a sentença seria ineficaz naquilo em que exceder o referido teto.
Ambos os casos - Mas em ambos os casos – é preciso que você perceba, que,
seja quanto às causas segundo seu valor ou independente dele, existem
restrições presentes nas 3 (três) leis, segundo as quais determinadas causas,
de forma absoluta, não seriam consideradas como de “menor complexidade”.
Há de se resolver o problema:
Aceitando a capacidade de ser AUTOR, por parte do condomínio, como aceito,
inclusive, por parte da doutrina e jurisprudência, admissão inclusive ratificada
por enunciado do FONAJE (Enunciado número 9);
Atenção
Execuções de causas
Há ainda a questão das execuções de causas que, originariamente, não
ultrapassavam o teto, as quais, contudo, ao chegaram à fase de cumprimento
de sentença, em muito as ultrapassam. Mas, quanto aos Juizados Estaduais não
fazendários, a questão passa, de fato, por aspectos inerentes à competência,
que precisamos levantar.
Essa é uma situação bem comum no dia a dia dos Juizados, qual seja, a ação
ser proposta no foro do domicílio do réu (na maioria das vezes, pessoas
jurídicas fornecedores, em relações de consumo), tal como está previsto no
próprio CPC. Questão relevante é a opção da escolha de qualquer lugar onde o
réu exerça suas atividades profissionais. Partilhamos do entendimento segundo
o qual essa opção poderá se dar apenas quando a demanda versar sobre fato
que diga respeito à atividade profissional do demandando e, quando for pessoa
Assim, podemos trazer o seguinte quadro, útil aos Juizados Especiais Cíveis
estaduais fazendários e federais:
Art. 4º, da Lei 9.099/95 Artigos 46 e seguintes, Art. 100, § 2º, CRFB/88
CPC/2015, mas - As causas intentadas
abrangentes e contra a União poderão
adequados às pessoas ser aforadas na seção
jurídicas de direito judiciária em que for
público, nos planos domiciliado o autor,
estadual, municipal e naquela onde houver
distrital. ocorrido o ato ou fato
que deu origem à
demanda ou onde esteja
situada a coisa, ou,
ainda, no Distrito
Federal.
Esta ação poderia ser Esta ação poderia ser Esta ação pode ser
proposta no foro do proposta no foro do proposta, por exemplo,
domicílio do Autor ou do domicílio do Réu. no foro do domicílio do
Atividade proposta
Em determinado processo (a cuja causa foi atribuído, pelo autor, o valor de R$
3.500,00), em trâmite perante o Juizado Especial cível não fazendário, o réu,
contra o qual foi estipulada obrigação de fazer em antecipação de tutela
(decisão interlocutória), descumpriu-a deliberadamente, mesmo intimado
pessoalmente para seu cumprimento, o que perdurou até após meses o trânsito
em julgado da sentença, que manteve a referida tutela (que, no caso, foi de
urgência). Como foi estipulada multa diária em caso de descumprimento, seu
valor atingiu, considerando-a até a data do efetivo cumprimento, a cifra de R$
387.000,00 (trezentos e oitenta e sete mil reais).
4. Dessa forma, deve o juiz aplicar, no âmbito dos juizados especiais, na análise
do caso concreto, os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, além de
não se distanciar dos critérios da celeridade, simplicidade e equidade que
norteiam os juizados especiais, mas não há limite ou teto para a cobrança do
débito acrescido da multa e outros consectários.
Material complementar
Referências
CÂMARA, Alexandre Freitas. Juizados especiais cíveis estaduais federais e
da fazenda pública: uma abordagem crítica. 7. ed. Rio de Janeiro: Lumen
júris, 2012.
Exercícios de fixação
Questão 1
II – Princípio da informalidade.
Questão 2
Questão 3
Questão 4
Questão 5
Questão 6
III – Pode ser proposta no foro de onde a obrigação deva ser satisfeita.
Logo:
Questão 8
Leia as assertivas abaixo, para, em seguida, optar pela alternativa incorreta que
melhor corresponda ao entendimento doutrinário e jurisprudencial afeto à
matéria:
Inciso II: A Lei de Locações (8.245/91), quatro anos anterior à (Lei) 9.099,
tem em seu Artigo 80 a seguinte previsão: as ações de despejo poderiam ser
consideradas causas cíveis de menor complexidade. Mas a Lei 9.099 preferiu
incluir, tão somente, a ação de despejo para uso próprio. Reforçado por:
CÂMARA, Alexandre Freitas. Juizados especiais cíveis estaduais federais
e da fazenda pública: uma abordagem crítica. 7. ed. Rio de Janeiro: Lumen
Júris, 2012. p.31, segundo o qual seria curioso notar que essa não é,
certamente, a menos complexa das ações de despejo, já que nessas causas
podem surgir discussões acerca da sinceridade do pedido de retomada que
podem levar a uma instrução probatória complexa. A mais simples das ações
de despejo, porém, a que tem por fundamento a assim chamada denúncia
vazia da locação, ou seja, sua denúncia imotivada, não está incluída pela Lei
9.099. A respeito do inciso II, não há muito em que se aprofundar. Aplicação
do Artigo 327, CC: “efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo
Inciso III: Do mesmo Artigo 4º estabelece que o autor pode optar por
mover sua ação de ressarcimento (de qualquer natureza) no foro de seu
domicílio. Estão abrangidas, neste caso, essencialmente, as ações de
indenização, criando-se um foro privilegiado comum a demandas desta
espécie, tal como observamos no art. 101, I, do CDC (Código de Defesa do
Consumidor – Lei 8.078/90).
Lei 9.099/95: A Lei 9.099/95, porém, foi além do CPC e do CDC (Lei
8.078/90), já que estes fixam o foro privilegiado em matérias específicas, isto
Aula 2
Exercícios de fixação
Questão 1 - D
Justificativa: I – Errada, já que, em regra, sequer é cabível recurso (cujas
custas seriam ou não passíveis de complemento) contra decisões
interlocutórias. Logo, a questão não poderia estar tratando desse princípio.
II – A informalidade refere-se aos atos processuais em sentido estrito, como a
menor formalidade da petição inicial e não com o procedimento, genericamente
tratado.
III – Já a simplicidade, por sua vez, refere-se, sim, à sumarização do
procedimento, considerado como um todo, razão, portanto, da inviabilidade do
Questão 2 - C
Justificativa: Está errada a “a”, porque, como se viu em nossa aula, a oralidade
reúne mais do que isso: também, por exemplo, a irrecorribilidade em separado
das decisões interlocutórias e a identidade física do juiz. Está errada a “b”,
porque inexiste a preclusão relatada, justamente para evitar manifestações
constantes das partes que pudessem afetar a celeridade típica do
procedimento. Está errada a “d”, porque o Artigo 27, parágrafo único da Lei
9.099/95, permite esta designação para dia posterior. Certa a alínea “c”,
considerando-se que as partes, em conjunto, manifestaram esta vontade, o que
se sobrepõe aos demais fundamentos, inclusive a própria celeridade.
Questão 3 - B
Justificativa: Os 3 (três) Enunciados têm como objetivo evidente simplificar o
procedimento (como se vê no Enunciado 123), bem como torná-lo o mais
informal possível, como vemos nos Enunciados 100 e 112.
Questão 4 - A
Justificativa: É indubitável que a audiência é designada, em especial, para
proporcionar um encontro entre as partes e incentivar alguma das formas de
autocomposição.
Questão 5 - D
Justificativa: É indubitável que a audiência é designada, em especial, para
proporcionar um encontro entre as partes e incentivar alguma das formas de
autocomposição.
Questão 6 - C
Questão 7 - A
Justificativa: Como se viu ao longo da aula, não são cabíveis ações que
tramitem por procedimentos especiais nos Juizados. Frisamos, oportunamente,
o ENUNCIADO 8 (XXXIV FONAJE) – As ações cíveis sujeitas aos procedimentos
especiais não são admissíveis nos Juizados Especiais.
Questão 8 - D
Justificativa: Aplica-se, subsidiariamente, à Lei 12.153/09, o artigo 4º da Lei
9.099/95. Não se trata de responsabilidade civil, nem relação de consumo,
razão pela qual não incide o foro privilegiado.
Questão 9 - C
Justificativa: A competência é de natureza relativa, como se viu ao longo desta
aula.