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Aula 12

TJDFT (Analista Judiciário - Sem


Especialidade) Direito Processual Civil -
2022 (Pós-Edital)

Autor:
Ricardo Torques

23 de Fevereiro de 2022
Ricardo Torques
Aula 12

Sumário

Precedentes ........................................................................................................................................................ 2

1 - Noções iniciais ........................................................................................................................................... 2

2 - Ratio decidendi e obiter dicta .................................................................................................................. 6

3 - Distinguishing e overrulling ........................................................................................................................ 7

4 - Julgamentos repetitivos ............................................................................................................................. 9

Ordem dos processos no tribunal........................................................................................................................ 9

Incidente de assunção de competência ............................................................................................................. 21

Incidente de arguição de inconstitucionalidade ................................................................................................ 22

Conflito de competência ................................................................................................................................... 23

Homologação de decisão estrangeira e da concessão do exequatur à carta rogatória ................................ 26

Ação Rescisória ................................................................................................................................................. 30

1 - Noções Gerais......................................................................................................................................... 30

2 - Hipóteses de cabimento .......................................................................................................................... 31

3 - Ação anulatória....................................................................................................................................... 36

4 - Legitimados para ação rescisória ........................................................................................................... 36

5 - Prazo ....................................................................................................................................................... 37

6 - Procedimento ........................................................................................................................................... 38

Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas ............................................................................................ 42

Reclamação ...................................................................................................................................................... 48

Legislação Destacada e Jurisprudência Correlata ........................................................................................... 51

Lista de Questões com Comentários.................................................................................................................. 58

FGV ........................................................................................................................................................... 58

Outras Bancas ........................................................................................................................................... 68

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Lista de Questões sem Comentários ................................................................................................................ 111

FGV ......................................................................................................................................................... 111

Outras Bancas ......................................................................................................................................... 115

Gabarito ......................................................................................................................................................... 132

PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E MEIOS DE


IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje vamos tratar a respeito dos meios específicos de impugnação e da ordem dos processos nos
tribunais. Temos muitas novidades em relação à sistemática anterior do CPC73.

Entre os temas relevantes desta aula destacamos a teoria dos precedentes e o incidente de assunção de
competência. Novidades que tendem a ser recorrentes em provas.

PRECEDENTES

1 - Noções iniciais

A questão dos precedentes do CPC passa, primeiramente, pela compreensão de que o nosso sistema é
baseado na civil law. Não é correto afirmar que estamos em direção a um sistema de comom law. Isso porque
ambos os sistemas possuem vários pontos convergentes que permitem que tenhamos, dentro do nosso
sistema atual, uma unificação no tratamento das decisões judiciais.

A ideia foi conferir segurança jurídica a partir de outros julgados, muitas vezes praticamente idênticos ao
processo sob análise. Não é admissível que, dentro do mesmo tribunal, tenhamos vários posicionamentos
díspares.

Além disso, essa padronização permite que os tribunais superiores reduzam o volume de processos, além de
conferir aos tribunais de segunda instância (TJs e TRFs) maiores poderes e a capacidade de organizar um
entendimento uniforme.

A ideia, portanto, não é tornar nosso sistema um sistema de comom law, mas conferir estabilidade,
previsibilidade e padronização para o julgamento dos processos perante o tribunal.

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Ainda dentro desses conceitos introdutórios, é importante que façamos a distinção entre precedentes,
jurisprudência e súmulas.

Precedentes e jurisprudência não são sinônimos.

Os PRECEDENTES são qualquer julgamento que possa ser utilizado como fundamento de um outro
julgamento, que será posteriormente proferido. Assim, sempre que um juiz ou colegiado utilizar julgamentos
anteriores como razão de decidir do processo, essa decisão será denominada de precedente.

Ainda, é importante saber que quando a decisão se limita à aplicação direta da legislação, essa decisão não
poderá ser considerada como precedente. O procedente exige que haja um poder argumentativo e
interpretativo do órgão prolator.

Esses vários precedentes formam a jurisprudência de determinado órgão judiciário. Assim, a


JURISPRUDÊNCIA pode ser conceituada como o resultado de várias decisões judicias no mesmo sentido
sobre uma mesma matéria proferida pelos tribunais. Logo, jurisprudência é o somatório de precedentes no
mesmo sentido.

A jurisprudência, portanto, é a consolidação de determinado entendimento extraído a partir de diversos


precedentes sobre determinada matéria no mesmo sentido.

Por fim, compreende-se como SÚMULA a consolidação objetiva da jurisprudência. Assim, o tribunal, ao
reconhecer que já há um entendimento majoritário acerca de determinada questão jurídica, poderá
formalizar o entendimento em um enunciado de súmula, tornando aquela compreensão objetiva.

Assim, em termos de evolução do entendimento a partir de julgamentos, temos a seguinte evolução na


consolidação do entendimento:

súmula

jurisprudência

precedente

Em síntese:

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PRECEDENTE JURISPRUDÊNCIA SÚMULA

resultado de várias
decisões anteriores
decisões judicias no
utilizados como consolidação objetiva da
mesmo sentido sobre
justificativa de jurisprudência
uma mesma matéria
entendimento anterior
proferida pelos tribunais

Vistos esses conceitos iniciais, vamos analisar o art. 926, do CPC:

Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e
coerente.

§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os


tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência
dominante.

§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas


dos precedentes que motivaram sua criação.

De acordo com o art. 926, do CPC, os tribunais devem uniformizar o entendimento da jurisprudência
mantendo-a estável, íntegra e coerente. Além disso, a partir da jurisprudência consagrada e de acordo com
os parâmetros estabelecidos no regimento interno, os tribunais irão adotar enunciados de súmula,
observando os precedentes decididos pela corte.

Assim, em relação às súmulas:

OS TRIBUNAIS DEVEM OBSERVAR NA EDIÇÃO DAS SÚMULAS

• a regulamentação contida nos regimentos internos;


• as circunstâncias fáticas dos precedentes que motivam a criação do entendimento.

Ainda em relação ao art. 926, do CPC, cumpre compreender o que é essa jurisprudência estável, íntegra e
coerente. Isso depende, preliminarmente, de decisões racionais, que se afastem das convicções pessoais dos
julgadores.

Jurisprudência estável envolve a consolidação de entendimentos, que não podem ser modificados sem
justificativas plausíveis. Princípios como a isonomia e a segurança jurídica impõe que a alteração de
jurisprudência anterior seja feita com justificativa séria, palatável e racionalmente exposta.

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Jurisprudência íntegra envolve o respeito às decisões anteriores que envolvem a mesma matéria jurídica.
Assim, todos os fundamentos apresentados devem ser objeto de análise para firmar o entendimento
majoritário.

Jurisprudência coerente reflete a ideia de isonomia de entendimento em relação a casos semelhantes ou


que abordem teses jurídicas semelhantes. O tribunal deve, portanto, observar de forma coerente casos
análogos.

Na sequência, confira o art. 927 que trata dos denominados precedentes obrigatórios.

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de


constitucionalidade;

II - os enunciados de súmula vinculante;

III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas


repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;

IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional


e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;

V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

A ideia aqui é simples: com essa nova sistemática processual, temos a formação de precedentes vinculativos
dentro do Poder Judiciário. Se observadas as qualidades acima estudas, os seguintes precedentes possuirão
eficácia vinculativa:

PRECEDENTES OBRIGATÓRIOS

• decisões do STF em controle concentrado de constitucionalidade;


• enunciados de Súmula Vinculante;
• acórdão em incidente de assunção de competência e resolução de demandas repetitivas
em recursos extraordinário ou especial;
• enunciados do STF em matéria constitucional do STJ em matéria infraconstitucional;
• orientação do plenário do órgão em relação a julgadores vinculados.

Vamos analisar cada uma das hipóteses acima?!

(1) Em relação às decisões do STF em controle concentrado de constitucionalidade, cumpre observar que, à
luz do art. 102, §2º, da CF, há entendimento no sentido de que as decisões definitivas de mérito, proferidas
pelo STF nas ADI e nas ADC, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais
órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal.

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Além disso, tal regulamentação consta expressamente na Lei nº 9.868/1999.

Essas normas estabelecem a eficácia erga omnes da coisa julgada material dessas decisões.

O art. 927, I, do CPC, por sua vez, determina a eficácia vinculante dos fundamentos determinantes da decisão
de mérito, consignando expressamente a teoria amplamente aplicada em relação às ações de
constitucionalidade quanto à transcendência dos motivos determinantes. É a ideia de que a fundamentação
utilizada pelo STF em sede de controle de constitucionalidade vincula toda a atuação do Poder Judiciário.

Apenas para registrar, a revogação de súmula é admissível:

 por superação de entendimento;

 pela superveniência de lei; ou

 pela mudança de posicionamento do tribunal.

Para tanto, o tribunal, à luz do seu regimento interno, poderá alterá-las, realizando, inclusive, audiências
públicas e admitindo amicus curiae na forma do art. 927, §2º, do CPC.

(2) Em relação à Súmulas Vinculantes, não há a necessidade de trazer maiores explicações. Aprovada a
súmula, seguindo o art. 103-A, da CF, ela torna-se de observância obrigatória em relação aos demais órgãos
do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta de todos os entes federados.

(3) No inciso III temos a fixação de obrigatoriedade de observância dos acórdãos em IAC e IRDR em recursos
extraordinário ou especial, assuntos que serão melhor explorados adiante.

(4) Em relação aos enunciados do STF, em matéria constitucional, e do STJ, em matéria infraconstitucional,
fixou-se uma regra geral segundo a qual todos os entendimentos sumulados dos órgãos de superposição são
vinculativos.

(5) No que atine às decisões do plenário do órgão colegiado em relação aos julgadores vinculados, temos
previsão expressa de que são precedentes vinculativos no âmbito dos tribunais de segunda instância.

Por exemplo, as decisões do plenário do TJ-SP são vinculativas em relação aos seus juízes. Do mesmo modo,
as decisões do plenário do TRF da 4ª Região são vinculativas em relação aos juízes federais abrangidos (dos
estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul).

2 - Ratio decidendi e obiter dicta

Para compreender os dispositivos acima, devemos tratar sobre obiter dicta e ratio decidendi.

Ao adotar um sistema de precedentes, vamos nos deparar com os fundamentos e as razões de decidir de
caráter vinculante, mas também com alguns pontos que não são vinculantes.

Portanto, devemos pensar em ratio decidendi como as razões de decidir vinculativas, que constituem o
núcleo do precedente.

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Há, entretanto, outros argumentos que são colocados apenas “de passagem”, sem força vinculante,
denominados de obiter dicta. Essa fundamentação é prescindível ao resultado da demanda, contudo,
constitui meio auxiliar para a fundamentação do ato decisório. Logo, eles devem constar do processo como
ato de fundamentação.

A fundamentação tem caráter extremamente importante, que deve ser exercido de forma racional, tendo
em vista a ratio decidendi e também a obiter dicta.

Para fins de prova:

RATIO DECIDENDI
• razões de decidir vinculativas
• constituem o núcleo do precedente

OBTER DICTA
• fundamentos prescindíveis do julgamento
• não alteram o resultado do julgamento

3 - Distinguishing e overrulling

Outros dois conceitos importantes para a compreensão da teoria dos precedentes são os conceitos:
distinguishing e overrulling.

Trata-se da distinção e da superação dos precedentes.

Em relação à distinção devemos lembrar do art. 489, §1º, VI, do CPC.

Esse dispositivo prevê que, se a parte trouxer um precedente, uma jurisprudência ou uma súmula, o juiz está
vinculado a esses posicionamentos, a não ser que faça demonstração da distinção do caso concreto em
relação aos entendimentos citados.

Por outro lado, a superação envolve medidas mais incisivas. Nesse caso, argumenta-se que o caso não se
aplica porque deve ser superado. Argumenta-se que aquele precedente deixa de ter eficácia vinculante
devendo ser substituído por outro entendimento.

Note que, na distinção, dizemos que o conteúdo não se aplica ao caso concreto; ao passo que, no caso da
superação, afirma-se que, embora o conteúdo seja semelhante, a conclusão adotada está superada frente
ao novo entendimento a ser firmado.

A superação denota a evolução do posicionamento e do entendimento jurídico em relação a determinadas


matérias, de acordo com as vicissitudes das relações sociais, sem descurar da ideia de jurisprudência estável,
íntegra e coerente.

É justamente em face disso que temos a disciplina constante dos §§ abaixo do art. 927, do CPC:

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§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 [vedação à decisão surpresa]


e no art. 489, § 1o [fundamentação das decisões], quando decidirem com fundamento
neste artigo.

§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de


casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de
pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.

§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal


e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode
haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.

§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese


adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação
adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da
confiança e da isonomia.

§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão


jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.

Desse modo:

 Ao decidirem, os juízes e os tribunais não podem proferir decisões surpresas, seguindo


uma fundamentação adequada e racional.

 A superação de tese jurídica poderá ser precedida de audiência pública e da admissão


do amicus curiae no processo a fim de que haja amplo debate acerca da superação do
entendimento.

 Quando houver superação de entendimento, em razão dos efeitos que essa decisão
poderá gerar, admite-se a modulação dos efeitos, a fim de que sejam considerados a partir
de determinado lapso de tempo, tendo em vista o interesse social ou a segurança jurídica.

 Para a superação de teses, devem ser observados os princípios da segurança jurídica e


da proteção da confiança e da isonomia.

 Os Tribunais devem dar publicidade a seus precedentes.

Para fins de prova...

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DISTINGUISHING (distinção) OVERRRULLING (superação)

não aplicação do precedente citado


demonstra a distinção do caso sob o argumento de que aquele
concreto em relação aos precedente está superado, momento
entendimentos citados. em que é firmado novo entendimento
a respeito

4 - Julgamentos repetitivos

Para encerrar os dispositivos iniciais do assunto, vejamos o art. 928, do CPC:

Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão
proferida em:

I - incidente de resolução de demandas repetitivas;

II - recursos especial e extraordinário repetitivos.

Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito
material ou processual.

Nesse dispositivo, consideram-se casos repetitivos a decisão proferida em incidentes de resolução de


demandas repetitivas e os recursos especial e extraordinário repetitivos.

ORDEM DOS PROCESSOS NO TRIBUNAL


A ordem dos processos no tribunal estava disciplinada no CPC73. No CPC, nota-se que o legislador conferiu
maiores poderes ao relator do processo perante os tribunais.

Todos os processos que passam pelo Tribunal devem ser protocolizados e encaminhados às autoridades
competentes. A primeira regra que você deve ter em mente é a imediaticidade do protocolo, uma vez
apresentado o recurso ou a ação originária, deve-se efetuar o protocolo que registrará o momento exato em
que o documento foi apresentado no tribunal.

Todos os documentos que ingressam no Tribunal sujeitam-se ao registro. Esse registro é uma forma de
controlar, guardar e arquivar os documentos apresentados. Esses documentos podem ser desde
correspondências destinadas ao órgão como os processos que tramitam perante o Tribunal.

O registro ocorrerá em repartição específica dentro do Tribunal e será controlado por sistema de informática.
As petições serão protocoladas na Secretaria na mesma data do recebimento do feito.

Após o registro, temos o protocolo da petição na forma do art. 929, com a distribuição entre os membros do
tribunal:

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Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada,
cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição.

Parágrafo único. A critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser


descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau.

O art. 930, do CPC, na sequência, fixa que o regimento interno do tribunal possui atribuição regulamentar
dessas questões procedimentais.

Em relação à distribuição, temos três aspectos a serem observados:

 alternatividade (distribuição de forma alternada entre os membros);

 sorteio eletrônico (distribuição aleatória de forma eletrônica dos processos entre os


membros); e

 publicidade (divulgação dos recursos).

A ideia desses aspectos é a observância da imparcialidade no rateio dos trabalhos entre os membros do
tribunal.

Veja:

Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal,


observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.

Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator


para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo
conexo.

Ainda quanto ao dispositivo, note que a distribuição do primeiro recurso implica a prevenção de determinado
membro para os demais recursos referentes ao mesmo processo.

Por exemplo, se autor e réu recorrerem, quem receber o primeiro recurso no procedimento de distribuição
do processo, receberá também o segundo recurso, a fim de que a relatoria do processo fique com o mesmo
membro do Tribunal.

Após o protocolo e a distribuição dos processos, prevê o art. 931, do CPC, que o processo será imediatamente
encaminhado ao gabinete do relator para que prepare o voto no prazo de 30 dias.

Art. 931. Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30


(TRINTA) DIAS, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria.

No art. 932, do CPC, temos um rol de atribuições do relator. Vamos citar o dispositivo e, na sequência,
analisá-lo. Na medida em que você ler, note que o relator terá uma série de atribuições diante da nova
temática trazida pelo CPC.

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Muito embora a competência no tribunal seja do próprio tribunal, há uma delegação de competência para
que o relator possa proferir determinadas decisões monocráticas, tornando o processo racional, efetivo e
célere.

Veja:

Art. 932. Incumbe ao relator:

I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem


como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;

II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência


originária do tribunal;

III - NÃO conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida;

IV - negar provimento a RECURSO que for CONTRÁRIO a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio


tribunal;

b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;

c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de


assunção de competência;

V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a


DECISÃO recorrida for CONTRÁRIA a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio


tribunal;

b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;

c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de


assunção de competência;

VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for


instaurado originariamente perante o tribunal;

VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;

VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.

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Parágrafo único. ANTES DE CONSIDERAR INADMISSÍVEL O RECURSO, o relator concederá


o prazo de 5 (CINCO) DIAS ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada
a documentação exigível.

Em relação às atribuições do relator, façamos alguns destaques:

 O relator é responsável por dirigir e ordenar o processo até a decisão final do tribunal.

Para tanto, caso seja necessário, o relator irá determinar a produção de provas, homologar acordo firmado
no tribunal etc.

 O relator poderá apreciar em sede de decisão monocrática a análise de pedidos de tutelas provisórias,
de urgência ou de evidência.

Essa análise de pedidos de tutela provisória abrange tanto o requerimento em sede recursal como também
em processos que se iniciam perante os tribunais.

 O relator é responsável pela análise de admissibilidade do processo perante o tribunal.

Na temática do CPC, não temos mais a admissibilidade sendo efetuada, como regra, perante o juízo a quo.
Ou seja, o juiz que prolata a decisão recorrida não tem mais a prerrogativa de avaliar os pressupostos
processuais.

Esses pressupostos serão analisados exclusivamente pelo relator, no tribunal (órgão ad quem).

Assim, o relator poderá não conhecer o processo nas seguintes situações:

➢ recurso inadmissível;

Nesses casos, entretanto, devemos observar que antes de qualquer decisão do relator, o recorrente deverá
ser intimado para que possa retificar o equívoco processual no prazo de cinco dias.

Portanto, se o recorrente não juntar, por exemplo, o mandado de procuração, ao invés de o relator negar
provimento porque é inadmissível o recurso, intimará a parte contrária para, no prazo de cinco dias, suprir a
irregularidade processual.

Em relação a esse prazo de cinco dias, é importante destacar que o STF1 entendeu que a intimação ocorrerá
apenas nos casos de vícios formais:

O prazo de 5 dias previsto no parágrafo único do art. 932 do CPC/2015 só se aplica aos
casos em que seja necessário sanar vícios formais, como ausência de procuração ou de
assinatura, e não à complementação da fundamentação. Assim, esse dispositivo não incide
nos casos em que o recorrente não ataca todos os fundamentos da decisão recorrida. Isso

1
ARE 953221 AgR/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2016.

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porque, nesta hipótese, seria necessária a complementação das razões do recurso, o que
não é permitido. STF. 1ª Turma.

➢ recurso prejudicado; ou
➢ recurso que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida.

 O relator poderá negar provimento ao recurso, sem envio do processo para o órgão colegiado, caso O
RECURSO seja contrário:

➢ à Súmula do STF, do STJ ou do tribunal a que está vinculado;


➢ ao acórdão do STF ou do STJ em recursos repetitivos;
➢ ao entendimento fixado em IRDR ou IAC.

 Por outro lado, o relator poderá dar provimento ao recurso, sem mesmo enviá-lo para o órgão
colegiado, quando A DECISÃO RECORRIDA estiver contrária:

➢ à Súmula do STF, do STJ ou do tribunal a que está vinculado;


➢ ao acórdão do STF ou do STJ em recursos repetitivos;
➢ ao entendimento fixado em IRDR ou IAC.

 O relator poderá decidir pelo incidente de desconsideração de personalidade jurídica, uma das
hipóteses admitidas de intervenção de terceiros no CPC.

 O relator determinará a intimação do Ministério Público, quando envolver situação na qual o parquet
deve atuar como fiscal da ordem jurídica.

Ä Por fim, temos um dispositivo de redação aberta, que prevê a possibilidade de o relator tomar outras
decisões que estiverem fixadas no regimento interno do Tribunal.

No art. 933, do CPC, temos a disciplina relativa à identificação de fato superveniente ou questão de ofício
não apreciada.

Um exemplo de fato superveniente é o perecimento do bem móvel objeto do litígio durante o processamento
do recurso. Já a questão de ofício não apreciada ocorre, por exemplo, quando o relator identifica que houve
nulidade na citação ou prescrição da pretensão.

Com o intuito de evitar decisões surpresas, se identificadas essas hipóteses, o relator determinará a
intimação das partes para se manifestarem no prazo de cinco dias.

Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou


a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser
considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no
prazo de 5 (CINCO) DIAS.

§ 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente


suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente.

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§ 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-
los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a
inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral
da nova questão aos julgadores.

Após a confecção do voto e do relatório do processo, que deve ocorrer no prazo de 30 dias, o relator enviará
o processo ao Presidente do Tribunal, que designará dia para julgamento do processo.

Art. 934. Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para
julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta
no órgão oficial.

No art. 935, temos uma regra de procedimento. Entre a publicação da pauta e a efetiva sessão de julgamento
temos que observar um prazo mínimo de cinco dias. Esse prazo é o tempo mínimo, segundo entendimento
do legislador, para que as partes possam ser cientificadas e preparar a defesa oral para sessão de julgamento,
se for o caso.

Esse lapso mínimo não será necessário, entretanto, quando envolver adiamento.

Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo
menos, o PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS, incluindo-se em nova pauta os processos que não
tenham sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para
a primeira sessão seguinte.

§ 1o Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publicação da pauta de
julgamento.

§ 2o Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento.

O art. 936, do CPC, estabelece uma ordem de julgamento dos processos:

Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa


necessária e os processos de competência originária serão julgados na seguinte ordem:

I - aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos;

II - os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento;

III - aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e

IV - os demais casos.

Para a prova....

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ORDEM DE JULGAMENTO

processos em que houver requerimento de sustentação oral

processos em que houver requerimento de preferência (até o início da sessão)

processos iniciados na sessão anterior ainda não julgados

demais processos

O art. 937, do CPC, trata da sustentação oral na sessão de julgamento.

De acordo com o CPC, a sustentação oral ocorrerá nas seguintes espécies recursais.

apelação

recurso ordinário

recurso especial

recurso extraordinário

embargos de divergência
SUSTENTAÇÃO ORAL
ação rescisória

mandado de segurança

reclamação

agravo de instrumento (contra decisão em tutela provisória)

outras hipóteses conforme o Regimento Interno

Nos processos acima temos a sustentação oral.

Primeiramente, será admitida a fala do recorrente, do recorrido e, por fim, do membro do Ministério Público,
se for o caso. Cada uma dessas manifestações será pelo prazo improrrogável de 15 minutos.

Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente
dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua
intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo PRAZO IMPRORROGÁVEL DE 15

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(QUINZE) MINUTOS PARA CADA UM, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes
hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:

I - no recurso de apelação;

II - no recurso ordinário;

III - no recurso especial;

IV - no recurso extraordinário;

V - nos embargos de divergência;

VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;

VII - (VETADO);

VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem


sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;

IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.

§ 1o A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas observará o


disposto no art. 984, no que couber.

§ 2o O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da
sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais.

§ 3o Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação


oral no agravo interno interposto com tra decisão de relator que o extinga.

§ 4o É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela onde


está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou outro
recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira
até o dia anterior ao da sessão.

O art. 938, por sua vez, trata das questões preliminares, que devem ser decididas antes da análise do mérito.
Para fins de prova, é importante que façamos uma leitura atenta:

Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito,
deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão.

§ 1o Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido de
ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual, no próprio
tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes.

§ 2o Cumprida a diligência de que trata o § 1o, o relator, sempre que possível, prosseguirá
no julgamento do recurso.

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§ 3o Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento


em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se
o recurso após a conclusão da instrução.

§ 4o Quando não determinadas pelo relator, as providências indicadas nos §§ 1 o e


3o poderão ser determinadas pelo órgão competente para julgamento do recurso.

Rejeitada a questão preliminar, segue-se com o julgamento conforme estabelece o art. 939, do CPC:

Art. 939. Se a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do mérito for com ela compatível,
seguir-se-ão a discussão e o julgamento da matéria principal, sobre a qual deverão se
pronunciar os juízes vencidos na preliminar.

Após a sustentação oral, temos o debate entre os membros do tribunal. Após os debates, passa-se à tomada
dos votos. Contudo, caso o relator ou qualquer dos membros, à luz do que foi discutido, entender que é
melhor analisar o processo de forma detida, poderá pedir vista do processo para análise em gabinete pelo
prazo de 10 dias.

Nesse caso, temos a suspensão do julgamento, que será continuado em sessão futura.

Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir imediatamente
seu voto poderá solicitar vista pelo PRAZO MÁXIMO DE 10 (DEZ) DIAS, após o qual o
recurso será reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte à data da devolução.

§ 1o Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for solicitada pelo juiz
prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão fracionário
os requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente, com
publicação da pauta em que for incluído.

§ 2o Quando requisitar os autos na forma do § 1o, se aquele que fez o pedido de vista ainda
não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará substituto para proferir voto, na
forma estabelecida no regimento interno do tribunal.

O art. 941 trata da proclamação do resultado. Veja:

Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento,


designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto
vencedor.

§ 1o O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo


presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído.

§ 2o No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no


órgão colegiado, pelo VOTO DE 3 (TRÊS) JUÍZES.

§ 3o O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do


acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento.

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Desse dispositivo, você deve memorizar:

 O Presidente irá anunciar o resultado do julgamento.

 Em regra, o relator será responsável pela redação do acórdão, exceto se sua tese for
vencida, caso em que o acórdão será redigido pelo primeiro voto contrário vencedor do
julgamento.

 A decisão é tomada pelo voto de três membros do tribunal.

A fim de que você tenha uma noção integral do procedimento, veja uma linha do procedimento dos
processos perante os tribunais:

LINHA DO TEMPO

1) Protocolo

2) Distribuição

3) Conclusão ao relator

4) Voto e relatório (30 dias)

5) Envio ao Presidente para designação de dia para julgamento

6) Julgamento

O art. 942, do CPC, traz uma regra específica interessante.

A regra é o julgamento por apenas três membros. Caso esse julgamento por três membros não seja unânime,
temos a possibilidade de prosseguimento do julgamento com a convocação de novos membros a fim de que
seja assegurada a decisão por maioria.

Por exemplo, em determinado órgão colegiado composto por sete membros, três são os Juízes designados
para votar. O resultado dessa votação resulta em 2 x 1. Como a decisão não foi unânime, temos o
prosseguimento da votação, até que tenhamos 4 votos, que representa o número mínimo para a maioria do
tribunal.

É isso que temos disciplinado no art. 942, do CPC:

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Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os
novos julgadores.

§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-


se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.

§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do
prosseguimento do julgamento.

Da leitura dos dispositivos acima, conclui-se que esse expediente poderá ser utilizado para o recurso de
apelação. Contudo, pergunta-se: 2

Esse procedimento poderá ser aplicado para mais alguma espécie de recurso?

SIM! É possível usá-lo na ação rescisória e no agravo de instrumento. Contudo, não poderá ser utilizado para
incidente de assunção de competência (IAC), para o incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR),
remessa necessária ou para os processos cujo julgamento seja do próprio plenário ou de corte especial do
órgão.

Veja:

§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento


não unânime proferido em:

I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu
prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;

II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o


mérito.

§ 4o NÃO se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:

I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;

II - da remessa necessária;

III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.

Para a prova...

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apelação

aplica-se ação rescisória

agravo de instrumento
PROSSEGUIMENTO DA
VOTAÇÃO QUANDO
NÃO ATINGIR 3 VOTOS IAC
UNÂNIMES

IRDR
não se aplica
2
remessa necessária

processo julgado pelo plenário ou


corte especial

O art. 943, do CPC, traz a possibilidade de que os acórdãos sejam registrados de forma eletrônica nos
processos judiciais. Além disso, prevê o dispositivo que TODOS OS ACÓRDÃOS DEVEM CONTER EMENTA.

Art. 943. Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser registrados em
documento eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo
ser impressos para juntada aos autos do processo quando este não for eletrônico.

§ 1o Todo acórdão conterá ementa.

§ 2o Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no prazo de 10 (dez)
dias.

Encerrada a sessão de julgamento, o relator (em regra) receberá os autos para confecção do acórdão a partir
do que foi discutido e no prazo de 30 dias. No caso de ultrapassar esse prazo, considera-se acórdão a decisão
com abreviaturas na forma como constou da ata da sessão de julgamento.

Art. 944. Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da sessão
de julgamento, as notas taquigráficas o substituirão, para todos os fins legais,
independentemente de revisão.

Parágrafo único. No caso do caput, o presidente do tribunal lavrará, de imediato, as


conclusões e a ementa e mandará publicar o acórdão.

Art. 945. Revogado.

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Para encerrar essas regras finais da ordem dos processos nos tribunais, devemos conhecer o art. 946, do
CPC, que estabelece que o processo de agravo de instrumento tem preferência para ser julgado em relação
à apelação quando ambos os processos forem interpostos.

Assim, se em determinado processo estiver pendente de julgamento um agravo de instrumento e,


posteriormente, for lançada a sentença, a parte deve recorrer ao tribunal por meio do recurso de apelação.
Nesse caso, a preferência para julgamento será do agravo. Após o julgamento do agravo, passa-se ao
julgamento da apelação.

Deve-se julgar, primeiramente, ainda que na mesma sessão, o agravo de instrumento. Esse entendimento é
lógico, pois evidencia a possibilidade de a decisão do incidente interferir no resultado final do processo.

Confira:

Art. 946. O agravo de instrumento será julgado antes da apelação interposta no mesmo
a
processo.

Parágrafo único. Se ambos os recursos de que trata o caput houverem de ser julgados na
mesma sessão, terá precedência o agravo de instrumento.

INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA


O incidente de assunção de competência é uma novidade que temos no CPC, destinada a tratar do
julgamento de processos que envolvem questões relevantes.

A finalidade do IAC é tratar da uniformização da jurisprudência do próprio tribunal, que depende da criação
de um órgão colegiado para tratar do assunto.

A finalidade do órgão é o julgamento do processo quando provocado por intermédio do IAC, e a promoção
da uniformização da jurisprudência desse órgão, que terá força vinculativa sobre os juízes e órgãos
fracionários do tribunal.

Poderíamos ter a utilização do IAC, por exemplo, em relação aos requisitos para a desconsideração da
personalidade jurídica. O órgão poderá ser chamado para fixar esses requisitos que iriam vincular o tribunal
e juízes vinculados, em relação aos requisitos da desconsideração da personalidade jurídica.

De acordo com o art. 947, do CPC, se o relator identificar que o recurso, a remessa necessária ou se
determinado processo de competência originária do tribunal envolve relevante questão de direito, que
possa trazer grande repercussão social e sem repetição em múltiplos processos, temos a possibilidade de
utilização do IAC.

Por intermédio de expediente, leva-se o julgamento ao órgão colegiado maior do tribunal, conforme estiver
indicado no regimento interno do tribunal.

Veja:

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Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de


remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante
questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos
processos.

§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a


requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso,
a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão
colegiado que o regimento indicar.

§ 2o O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de


competência originária se reconhecer interesse público na assunção de competência.

§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos


fracionários, exceto se houver revisão de tese.
4
§ 4o Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a
respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre
câmaras ou turmas do tribunal.

INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE


Nos arts. 948 a 950 tratamos do controle de constitucionalidade incidental. Esse é o controle que ocorre no
caso concreto, não de forma abstrata por intermédio das ações constitucionais.

No caso do controle incidental, se arguida a inconstitucionalidade de determinada lei ou ato normativo será
instaurado o incidente.

Nesse caso, deve-se:

1. ouvir o Ministério Público;


2. submeter a questão a julgamento perante a turma/câmara;
3. se rejeitado o incidente, o julgamento prosseguirá; mas, caso haja admissão do incidente, em razão
da reserva de plenário, o processo será submetido ao plenário;
4. Presidente irá designar data para análise do incidente;
5. Admite-se:
a. Manifestação da pessoa de direito público que editou o ato questionado;
b. Manifestação por escrito dos legitimados para propor ações concentradas de
constitucionalidade (Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos
Deputados, Mesa da Assembleia Legislativa, Governador, Procurador-Geral da República,
Conselho Federal da OAB, partido político com representação no Congresso Nacional e
confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional).
c. Manifestação de outros órgãos ou entidades por decisão irrecorrível do relator.

É isso que temos disciplinado nos dispositivos abaixo:

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Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo


do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a
questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo.

Art. 949. Se a arguição for:

I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;

II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial,


onde houver.

Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais NÃO submeterão ao plenário ou ao


órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento
destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.
0
Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará
a sessão de julgamento.

§ 1o As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado


poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem,
observados os prazos e as condições previstos no regimento interno do tribunal.

§ 2o A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição


Federal poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de
apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno, sendo-lhe assegurado o direito de
apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos.

§ 3o Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o relator


poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA
Nos arts. 951 a 959, do CPC, temos regras referentes ao julgamento do conflito de competência. Esse
expediente processual é utilizado quando há disputa pela competência ou pela incompetência para o
julgamento de determinado processo.

O art. 951, do CPC, trata do legitimado ativo para arguir o conflito de competência. Esse pode ser suscitado:

➢ pela parte;
➢ pelo Ministério Público; ou
➢ pelo próprio juiz.

Ainda em relação à atuação do Ministério Público, ele será chamado a se manifestar sempre que configurar
uma das situações de atuação como fiscal da ordem jurídica.

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Art. 951. O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo
Ministério Público ou pelo juiz.

Parágrafo único. O Ministério Público somente será ouvido nos conflitos de competência
relativos aos processos previstos no art. 178, mas terá qualidade de parte nos conflitos que
suscitar.

O art. 952, do CPC, na sequência, prevê que não poderá suscitar o conflito de competência a parte que arguiu
a incompetência relativa. Veja:

Art. 952. NÃO pode suscitar conflito a parte que, no processo, arguiu incompetência
relativa.

Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a parte que não o
arguiu suscite a incompetência. b

O art. 953, a seguir, prevê a forma como será suscitado o conflito em face do legitimado. Se o juiz incitar o
conflito, ele o fará por intermédio de um ofício. Por outro lado, quando a parte ou o Ministério Público
suscitarem o conflito, o farão por petição.

Art. 953. O conflito será suscitado ao tribunal:

I - pelo juiz, por ofício;

II - pela parte e pelo Ministério Público, por petição.

Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os documentos necessários à


prova do conflito.

O art. 954, do CPC, por sua vez estabelece que, distribuído o conflito de competência, o relator determinará
a oitiva dos juízes envolvidos nele.

Art. 954. Após a distribuição, o relator determinará a oitiva dos juízes em conflito ou, se
um deles for suscitante, apenas do suscitado.

Parágrafo único. No prazo designado pelo relator, incumbirá ao juiz ou aos juízes prestar
as informações.

O conflito de competência pode ser positivo ou negativo.

O conflito positivo ocorre quando dois ou mais juízes se dizem competentes para julgar a matéria.

O conflito negativo, por outro lado, ocorre quando dois ou mais juízes se dizem incompetentes.

No primeiro caso, o relator poderá determinar o sobrestamento do processo até que seja decidido,
efetivamente, o juiz competente.

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No segundo caso, o relator poderá designar um entre os juízes conflitantes para que fique responsável por
decidir sobre as questões urgentes.

Art. 955. O relator poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes,


determinar, quando o conflito for positivo, o sobrestamento do processo e, nesse caso,
bem como no de conflito negativo, designará um dos juízes para resolver, em caráter
provisório, as medidas urgentes.

Assim:

Dois juízes reputam-se competentes.

Positivo

O relator do conflito no tribunal poderá


sobrestar o processo até julgamento final

CONFLITO

Dois juízes reputam-se incompetentes

Negativo
O relator do conflito no tribunal poderá
designar um dos juízes conflitantes para
resolver medidas urgentes

No parágrafo único temos a possibilidade de o juiz proferir decisão monocrática do incidente. Isso ocorrerá
quando a matéria estiver firmada em súmula do STF ou do STJ ou em tese firmada em julgamento de casos
repetitivos (IRDR) ou incidente de assunção de competência (IAC).

Veja:

Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o conflito de competência quando sua
decisão se fundar em:

I - súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio


tribunal;

II - tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de


competência.

Se não for o caso de julgamento monocrático pelo tribunal, haverá remessa do processo para o Ministério
Público para parecer no prazo de 5 dias, conforme prevê o art. 956, do CPC:

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Art. 956. Decorrido o prazo designado pelo relator, será ouvido o Ministério Público, no
prazo de 5 (CINCO) DIAS, ainda que as informações não tenham sido prestadas, e, em
seguida, o conflito irá a julgamento.

O art. 957 trata da decisão do incidente.

Art. 957. Ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juízo competente,


pronunciando-se também sobre a validade dos atos do juízo incompetente.

Parágrafo único. Os autos do processo em que se manifestou o conflito serão remetidos


ao juiz declarado competente.

Por fim, os arts. 958 e 959, ambos do CPC, tratam da utilização do regimento interno para regulamentação
de questões específicas relativas ao conflito de competência.

Art. 958. No conflito que envolva órgãos fracionários dos tribunais, desembargadores e
juízes em exercício no tribunal, observar-se-á o que dispuser o regimento interno do
tribunal.

Art. 959. O regimento interno do tribunal regulará o processo e o julgamento do conflito


de atribuições entre autoridade judiciária e autoridade administrativa.

HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA E DA CONCESSÃO


DO EXEQUATUR À CARTA ROGATÓRIA

O art. 960, do CPC, trata da homologação de decisão estrangeira, que ocorre perante o STJ e tem por
finalidade executar decisões estrangeiras dentro do nosso território.

Apenas não será utilizado o procedimento de homologação de sentença estrangeira caso haja, entre o Brasil
e o país estrangeiro, tratado internacional específico. Nesses casos, admite-se, se assim previr o tratado, a
execução direta de decisões.

Veja o art. 960, do CPC:

Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação
de decisão estrangeira, SALVO disposição especial em sentido contrário prevista em
tratado.

§ 1o A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta
rogatória.

§ 2o A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor no Brasil e o


Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.

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§ 3o A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e


em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições deste Capítulo.

Desse modo, quando tivermos uma sentença ou uma decisão interlocutória, para que tenham eficácia
perante nosso ordenamento jurídico, elas dependem dessa análise perante o STJ.

Não confunda!

SENTENÇA depende de homologação perante


ESTRANGEIRA o STJ

CARTA
concessão de exequatur pelo STJ
ROGATÓRIA

Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de
sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição
em sentido contrário de lei ou tratado.

§ 1o É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não


judicial que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional.

§ 2o A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente.

§ 3o A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar atos de


execução provisória no processo de homologação de decisão estrangeira.

§ 4o Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando


prevista em tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira.

§ 5o A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil,


INDEPENDENTEMENTE de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.

§ 6o Na hipótese do § 5o, competirá a qualquer juiz examinar a validade da decisão, em


caráter principal ou incidental, quando essa questão for suscitada em processo de sua
competência.

Ainda em relação à homologação, temos algumas regras específicas que devemos considerar para a prova:

 admite-se a homologação parcial;

 admite-se o deferimento de tutelas provisórias de urgência ou execução provisórias em


procedimentos de homologação de decisão estrangeira.

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 sentença estrangeira de divórcio independe de homologação e, caso haja impugnação


perante os tribunais judiciais brasileiros, podem ter a validade analisada por qualquer
magistrado.

A execução de medida de urgência no Brasil poderá ocorrer por intermédio de carta rogatória, ainda que
sem a audiência da parte contrária, desde que posteriormente seja assegurado o direito de defesa
(contraditório diferido).

Confira:

Art. 962. É passível de execução a decisão estrangeira concessiva de medida de urgência.

§ 1o A execução no Brasil de decisão interlocutória estrangeira concessiva de medida de


urgência dar-se-á por carta rogatória.

§ 2o A medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser executada, DESDE
QUE garantido o contraditório em momento posterior.

§ 3o O juízo sobre a urgência da medida compete exclusivamente à autoridade jurisdicional


prolatora da decisão estrangeira.

§ 4o Quando dispensada a homologação para que a sentença estrangeira produza efeitos


no Brasil, a decisão concessiva de medida de urgência dependerá, para produzir efeitos, de
ter sua validade expressamente reconhecida pelo juiz competente para dar-lhe
cumprimento, dispensada a homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.

Um dos questionamentos que podem surgir ao estudarmos a homologação de sentença estrangeira é: por
que existe esse procedimento? O que é efetivamente observado pelo STJ para que tenhamos a
homologação?

A ideia é aferir se a decisão internacional obedece alguns parâmetros e observa alguns valores importantes
do nosso Direito Processual Civil, que estão sintetizados no art. 963, do CPC:

Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão:

I - ser proferida por autoridade competente;

II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia;

III - ser eficaz no país em que foi proferida;

IV - NÃO ofender a coisa julgada brasileira;

V - estar acompanhada de tradução oficial, SALVO disposição que a dispense prevista em


tratado;

VI - NÃO conter manifesta ofensa à ordem pública.

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Parágrafo único. Para a concessão do exequatur às cartas rogatórias, observar-se-ão os


pressupostos previstos no caput deste artigo e no art. 962, § 2o.

Para a prova:

REQUISITOS INDISPENSÁVEIS À
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA
ESTRANGEIRA

tradução oficial
eficácia no país em
autoridade (exceto caso de não ofensa à
citação regular que a decisão foi
competente dispensa por ordem pública
lançada
tratado)

Ainda que observem todos os requisitos, temos algumas matérias que não podem ser homologadas. Nos
casos do art. 23, do CPC, temos a fixação da competência internacional exclusiva em relação às quais não é
admissível a homologação de sentença ou a concessão de exequatur. Nas hipóteses descritas no art. 23,
apenas as autoridades internas é que terão capacidade para decidir sobre.

Art. 964. NÃO será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência


exclusiva da autoridade judiciária brasileira.

Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta


rogatória.

Por fim, leia o art. 965, do CPC:

Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o juízo federal


competente, a requerimento da parte, conforme as normas estabelecidas para o
cumprimento de decisão nacional.

Parágrafo único. O pedido de execução deverá ser instruído com cópia autenticada da
decisão homologatória ou do exequatur, conforme o caso.

O dispositivo acima estabelece que o cumprimento dessas decisões estrangeiras homologadas, ou após a
concessão do exequatur, ocorrerá perante a Justiça Federal.

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AÇÃO RESCISÓRIA

1 - Noções Gerais

Trata-se de meio autônomo de impugnação das decisões judiciais, com previsibilidade nos arts. 966 a 975,
do CPC. Dito de outra forma, a ação rescisória é uma ação autônoma, não vinculada a outro processo, que
tem por finalidade impugnar uma sentença judicial já transitada em julgado.

Essa ação tem por finalidade desconstituir um julgado protegido pela coisa julgada, com o intuito de dar
ensejo a um novo julgamento.

Cuidado!

iudicium juízo desconstituição da


rescidens rescidente coisa julgada

iudicium juízo
novo julgamento
rescissorium rescisório

É importante que você compreenda também que o iudicium rescidens antecede o iudicium rescissorium.
Antes de proferir um novo julgamento, é necessário que haja a rescisão do julgado protegido com a coisa
julgada.

Há a possibilidade de pedido apenas para rescisão do julgado, sem pedido para novo julgamento. O que não
se admite é pedido para novo julgamento sem pedido de desconstituição da coisa julgada. Nesse contexto,
podemos concluir que o pedido de novo julgamento depende de juízo de desconstituição, contudo, o inverso
não é necessariamente verdadeiro.

Além desses dois juízos que vimos acima, fala-se também em um terceiro juízo, o de admissibilidade. Como
veremos, a ação rescisória é uma ação julgada no âmbito dos tribunais que possui alguns requisitos
específicos.

Assim, com o ajuizamento da ação rescisória, sucessivamente, serão exercidos três juízos:

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1º - juízo de admissibilidade – verificação do cabimento da ação rescisória;

2º - juízo rescindente – desconstituição da coisa julgada;

3º - juízo rescisório – novo julgamento

2 - Hipóteses de cabimento

As hipóteses de cabimento da ação rescisória constam do art. 966, do CPC:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;

II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;

III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;

IV - ofender a coisa julgada;

V - violar manifestamente norma jurídica;

VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha
a ser demonstrada na própria ação rescisória;

VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento
favorável;

VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

Vamos analisar objetivamente cada uma das hipóteses:

 No inc. I, temos a possibilidade de ajuizar ação rescisória quando a decisão de mérito do juiz for proferida
por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.

As três situações constituem tipos penais descritos no Código Penal. Para fins do nosso estudo, basta que
você conheça brevemente o conceito de cada um deles:

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Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou


PREVARICAÇÃO praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse
ou sentimento pessoal (art. 319, do CP).

Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que


CONCUSSÃO fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida (art. 316, do CP).

Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou


CORRUPÇÃO DO indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas
JUIZ em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem (art. 317, do CP).

 No inc. II temos a possibilidade de ajuizamento de ação rescisória quando a sentença de mérito for
proferida por juiz impedido (art. 144, do CPC) ou absolutamente incompetente.

Lembre-se de que: se o juiz for suspeito (art. 145, do CPC), ou houver incompetência relativa, não será cabível
a ação rescisória. Isso porque tanto a suspeição quanto a incompetência relativa devem ser arguidas no
momento oportuno sob pena de preclusão, no caso da suspeição, e de prorrogação da competência, no caso
de incompetência relativa.

 No inc. III temos a possibilidade de ajuizamento da ação rescisória quando a decisão de mérito resultar
de dolo, de coação da parte vencedora ou de simulação entre as partes.

Atenção! No CPC73, não tínhamos a previsão da coação e da simulação como hipóteses de cabimento da
ação rescisória.

Para fins de prova, cumpre conhecer os conceitos acima:

DOLO Meio empregado para enganar alguém.

Constrangimento a uma determinada pessoa realizado por


COAÇÃO intermédio de ameaça com intuito de ela pratique atos contra a
sua vontade.

Prática de atos por intermédio do qual as partes declaram algo,


SIMULAÇÃO mas pretendem fim diverso do que o aparentemente pretendido
com a finalidade de fraudar a lei.

Conluio, conivência ou acordo entre as partes que fingem litigar


COLUSÃO
para enganar terceiros.

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 No inc. IV temos o cabimento da ação rescisória quando a sentença de mérito ofender à coisa julgada.

Veja um exemplo: Foi ajuizada uma primeira ação, A1, que transitou em julgado. Posteriormente é ajuizada
novamente a mesma ação, A2. A A2 não poderia ser ajuizada, pois já existe julgamento sobre o assunto
envolvendo as mesmas partes, temos a litispendência. Logo, é possível ajuizar uma ação rescisória, A3, para
anular a A2, por ofensa à coisa julgada da A1.

 No inc. V temos o cabimento da ação rescisória quando a sentença de mérito violar manifestamente
norma jurídica.

 No inc. VI temos o cabimento da ação rescisória quando a sentença de mérito for fundada em prova cuja
falsidade foi demonstrada ou possa ser demonstrada na ação rescisória.

A falsidade poderá ser confirmada:

➢ em processo penal; ou
➢ na própria ação rescisória.

No inc. VII temos o cabimento da ação rescisória quando, após o trânsito em julgado da sentença de mérito,
o autor obtiver uma prova nova capaz de assegurar pronunciamento favorável, cuja existência
desconhecia ou cuja prova não pode fazer uso no processo anterior.

No inc. VIII temos o cabimento da ação rescisória quando a sentença de mérito for fundada em erro de fato
que possa ser extraída dos elementos constantes dos autos originários.

O erro de fato está disciplinado expressamente no §1º abaixo:

§ 1o Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando


considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os
casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se
pronunciado.

Do dispositivo acima, devemos compreender que o erro de fato decorre da existência de algum fato que foi
considerado inexistente pelo juiz na sentença de mérito, mesmo havendo fortes elementos que indicam a
existência de tais fatos.

Para a prova...

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HIPÓTESES DE CABIMENTO
• Sentença de mérito do juiz for proferida por força de prevaricação, concussão ou
corrupção do juiz.
• Sentença de mérito por Juiz impedido ou absolutamente incompetente.
• Sentença de mérito resultar de dolo, coação da parte vencedora ou de simulação entre
as partes.
• Sentença de mérito ofender à coisa julgada.
• Sentença de mérito violar manifestamente norma jurídica.
• Sentença de mérito fundada em prova comprovadamente falsa (em processo penal ou
na própria ação rescisória).
• Prova nova capaz de assegurar provimento favorável que, à época do processo originário,
o autor ignorava ou não pode usar.
• Sentença de mérito fundada em erro de fato extraível dos autos originários.

Esse rol acima é numerus clausus ou taxativo. Não é um rol exemplificativo e que não comporta interpretação
extensiva.

Em relação ao §2º é importante que você tenha em mente que tanto sentenças de mérito como sentenças
terminativas que não analisam o mérito são passíveis de ação rescisória. No CPC73, havia previsão de que
apenas sentenças nas quais havia formação de coisa julgada material poderia ser rescindida. Nesses casos, a
sentença analisava o mérito da causa que, se adequada às hipóteses de cabimento acima, justificavam a
rescisão da ação.

Não obstante essa previsão – durante a vigência do CPC73 – tínhamos entendimento no sentido de que a
ação rescisória seria cabível tanto nas sentenças com análise do mérito quanto nas sentenças sem resolução
do mérito.

Agora, com o CPC, esse assunto está pacificado:

Cabe ação rescisória tanto nas sentenças com análise do


mérito como nas sentenças terminativas (ou que não
analisam o mérito).

Veja:

§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em
julgado que, EMBORA NÃO SEJA DE MÉRITO, impeça:

I - nova propositura da demanda; ou

II - admissibilidade do recurso correspondente.

Assim, dentro das situações que vimos acima, quando a sentença sem julgamento de mérito impedir a
propositura de uma nova ação ou obstar a admissibilidade do recurso, é possível ajuizar a ação rescisória.

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Por exemplo, sentença sem julgamento de mérito fundada em erro extraível dos autos que levou o
magistrado a decidir pela perempção, que é uma sanção processual que impede a propositura de nova
demanda. Nesse caso, não obstante se tratar de uma sentença sem julgamento do mérito, é admissível a
ação rescisória.

Na sequência, confira o §3º:

§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.

Para encerrarmos as hipóteses de cabimento da ação rescisória, veja os §§5º e 6º:

§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra
decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos
repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida
no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento. (Incluído pela Lei nº 13.256, de
2016).

§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor,


sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação
particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor
outra solução jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016).

Os dispositivos acima preveem que a sentença de mérito que violar enunciado de súmula ou acórdão
proferido em julgado de casos repetitivos é considerada como violação à norma jurídica.

Nesses casos, o autor deverá cotejar, na petição inicial, a contrariedade à súmula ou à jurisprudência em
casos repetitivos com a sentença que pretende rescindir.

Aprofundando um pouco...

No art. 701, §3º, do CPC, temos uma hipótese específica de ação rescisória, que é aplicável ao procedimento
especial da ação monitória. Quando a parte ingressa com uma ação monitória, se restar demonstrada a
evidência do direito do autor, o juiz expedirá ordem para pagamento que, se não cumprida no prazo de 15
dias, constituirá automaticamente um título executivo judicial em favor do autor, para que ele promova a
ação. Essa decisão que concede a tutela de evidência e que pode ser transformada em título executivo
judicial – caso se enquadre em uma das hipóteses previstas nos incisos do art. 966, do CPC – pode ser atacada
por intermédio da ação rescisória.

Veja:

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§ 2o Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de


qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e não apresentados os embargos
previstos no art. 702, observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.

§ 3o É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando ocorrer a hipótese do §


2o.

3 - Ação anulatória

O §4º prevê a ação anulatória. Veja:

§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes


do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no
curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.

Assim, quando nós tivermos uma sentença homologatória ela não será passível de ação rescisória, mas de
ação anulatória, desde que se enquadre nas hipóteses descritas acima.

Por exemplo, acordo homologado judicialmente, no qual o réu foi coagido a transacionar. Trata-se de decisão
homologatória que pode ser objeto de ação anulatória com fundamento no inc. III, do art. 966, do CPC.

4 - Legitimados para ação rescisória

O art. 967, do CPC, estabelece os legitimados para propositura da ação rescisória:

Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:

I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;

II - o terceiro juridicamente interessado;

III - o Ministério Público:

a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;

b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim


de fraudar a lei;

c) em outros casos em que se imponha sua atuação;

IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.

Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para intervir
como fiscal da ordem jurídica quando não for parte.

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Para a prova, é fundamental memorizar em que situações temos o cabimento da ação rescisória:

parte no processo
originário

sucessor da parte a título


universal ou singular

LEGITIMADOS
PARA PROPOR A terceiro juridicamente a) não foi ouvido no processo quando
AÇÃO interessado obrigatória a intervenção;
RESCISÓRIA

Ministério Público, b) a sentença é efeito de simulação ou


quando: colusão das partes; ou

quando a parte não c) for caso de atuação do Ministério


participou do processo que Público na qualidade de fiscal da
deveria ter sido ouvida. ordem jurídica.

5 - Prazo

O prazo para ajuizamento da ação rescisória está disciplinado no art. 975, do CPC. Prevê o dispositivo que a
ação rescisória deve ser ajuizada no prazo de dois anos, a contar da última decisão proferida nos autos.

Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (DOIS) ANOS contados do trânsito em


julgado da última decisão proferida no processo.

§ 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se


refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que
não houver expediente forense.

§ 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de
descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (CINCO) ANOS, contado do
trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para
o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir
do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão.

Esse prazo de dois anos é decadencial, e extingue o direito da parte de buscar o juízo rescisório e novo
julgamento.

A contagem do prazo observa, pela regra, a data do trânsito em julgado. Há, contudo, duas exceções:

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1ª exceção: contam-se os dois anos da descoberta de prova nova, hipótese em que o termo
inicial leva em consideração a descoberta ou o acesso pela parte à prova (para a hipótese
de cabimento do inc. VII).

2ª exceção: contam-se os dois anos do conhecimento da simulação ou da colusão pelo


terceiro e para o Ministério Público a partir da ciência dos fatos que podem ser rescindidos.

Desse modo, para a prova...

PRAZO

2 anos

contagem

regra exceções

do conhecimento da
da descoberta ou
do trânsito em julgado simulação ou colusão
acesso à prova nova
pela parte interessada

6 - Procedimento

Em relação ao procedimento da ação rescisória temos alguns dispositivos constantes do CPC.

Em relação à petição inicial, devemos observar as regras constantes do art. 968, do CPC.

A petição inicial deverá observar os requisitos definidos no procedimento comum para a apresentação, além
do depósito prévio de 5% sobe o valor da causa.

Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art.
319, devendo o autor:

I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo;

II - depositar a importância de CINCO POR CENTO SOBRE O VALOR DA CAUSA, que se


converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível
ou improcedente.

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§ 1o NÃO se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos
Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério
Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça.

§ 2o O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo NÃO será superior a 1.000 (mil)
salários-mínimos.

§ 3o Além dos casos previstos no art. 330, a petição inicial será indeferida quando não
efetuado o depósito exigido pelo inciso II do caput deste artigo.

§ 4o Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 332.

§ 5o Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será


intimado para emendar a petição inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória,
quando a decisão apontada como rescindenda:

I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2o do art. 966;

II - tiver sido substituída por decisão posterior.

§ 6o Na hipótese do § 5o, após a emenda da petição inicial, será permitido ao réu


complementar os fundamentos de defesa, e, em seguida, os autos serão remetidos ao
tribunal competente.

Sobre o depósito prévio de 5%, temos que observar:

DEPÓSITO PRÉVIO

regra dispensados

5% sobre o valor
beneficiário da
da causa Fazenda Pública (União, MP DP gratuidade de
(limitado a 1000 estados, DF, municípios, justiça
SM) autarquias e fundações
de direito público)

Em regra, a interposição de ação rescisória não impede o cumprimento da decisão atacada. Vale dizer, a
sentença continuará a produzir efeitos a não ser que seja concedido tutela provisória para o fim de suspender
o efeito da decisão atacada. É isso que disciplina o dispositivo abaixo:

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Art. 969. A propositura da ação rescisória NÃO impede o cumprimento da decisão


rescindenda, RESSALVADA a concessão de tutela provisória.

Uma vez apresentada a petição inicial, haverá distribuição da ação entre os relatores, já que se trata de
processo de competência de tribunal.

Presentes os pressupostos de admissibilidade da ação rescisória, o juiz determinará a citação da parte ré


para apresentar contestação em prazo fixado entre 15 e 30 dias. Veja:

Art. 970. O RELATOR ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15
(QUINZE) DIAS NEM SUPERIOR A 30 (TRINTA) DIAS para, querendo, apresentar resposta,
ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento
comum.

Com a apresentação da contestação, os autos serão novamente remetidos ao relator para ele efetue a
análise e prepare o seu voto. Em seguida, a secretaria do tribunal providenciará cópia do relatório que será
encaminhado aos demais julgadores do órgão colegiado competente para julgamento da ação rescisória, na
forma do art. 971, do CPC:

Art. 971. Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal
expedirá cópias do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão
competente para o julgamento.

Parágrafo único. A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz que não haja
participado do julgamento rescindendo.

É possível, a depender da hipótese de cabimento, que seja necessária a produção de prova. Se necessária a
produção de provas para análise da ação rescisória, o relator do processo poderá expedir carta de ordem
delegando a competência para produção dos atos instrutórios ao juiz que proferiu a sentença a qual
pretende-se recorrer.

Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar
a competência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (UM) A 3
(TRÊS) MESES PARA A DEVOLUÇÃO DOS AUTOS.

A finalidade do dispositivo acima é facilitar a colheita das provas, o que é perfeitamente compreensível
quando envolver comarcas localizadas no interior, distantes da sede do tribunal.

O prazo para que sejam produzidas as provas, de acordo com o art. 972, do CPC, é de um a três meses.

Com a conclusão da fase instrutória, as partes serão intimadas para apresentar alegações finais no prazo de
10 dias. Na sequência, os autos serão remetidos para julgamento no órgão colegiado.

É importante ficar atento para o fato de que esse fato é sucessivo, vale dizer, primeiramente será intimada
a parte autora para apresentar suas alegações no prazo de 10 dias. Decorrido o prazo ou apresentadas as

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alegações finais, segue-se com a intimação da parte ré para apresentar as suas razões finais também no
prazo de 10 dias.

Veja:

Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais,
sucessivamente, pelo prazo de 10 (DEZ) DIAS.

Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo-se ao


julgamento pelo órgão competente.

Na sessão de julgamento podemos ter, basicamente, dois resultados:

1ª possibilidade – rejeição, inadmissibilidade ou improcedência do pedido da parte autora.

Nesse caso, devemos analisar se a decisão do órgão colegiado foi unânime ou não.

Se não foi unânime, temos apenas uma sentença negativa à parte autora que arcará com
as despesas do processo e com os honorários do advogado.

Por outro lado, se a rejeição, a inadmissibilidade ou a improcedência forem unânimes, o


depósito de 5% será revertido em proveito da parte ré.

2ª possibilidade – procedência do pedido.

Se a decisão foi pela procedência, o depósito prévio será restituído à parte autora e, se for
o caso, o tribunal proferirá novo julgamento.

É isso que extraímos do art. 974, do CPC:

Art. 974. Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o
caso, novo julgamento e determinará a restituição do depósito a que se refere o inciso II
do art. 968.

Parágrafo único. Considerando, por unanimidade, inadmissível ou improcedente o pedido,


o tribunal determinará a reversão, em favor do réu, da importância do depósito, sem
prejuízo do disposto no § 2o do art. 82.

Para a prova, podemos sistematizar a evolução do procedimento da seguinte forma:

PROCEDIMENTO
1) Ajuizamento.

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2) Registro e distribuição a um relator.


3) Admissibilidade da ação e análise de pedido de tutela provisória (se for o caso).
4) Citação do réu para contestar (15-30 dias).
5) Relatório.
6) Remessa de cópia do relatório aos demais julgadores.
7) Instrução probatória (se for o caso). Possibilidade de expedição de carta de ordem (1-3 meses).
8) Alegações finais no prazo sucessivo de 10 dias (autor-réu).
9) Julgamento.
9.1) Se unanimemente rejeitado, inadmitido ou improcedente, reverte-se os 5% ao réu.
9.2) Se dado provimento, restitui-se os 5% e, se for o caso, procede-se novo julgamento.

INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS


O incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) é uma das grandes novidades do CPC, que tem por
finalidade, em resumo, firmar uma tese jurídica a ser seguida no âmbito do tribunal perante o qual foi fixado
o entendimento.

A utilização desse expediente não será admissível em todos os tipos de processo, mas apenas em relação
àqueles em que forem observados os requisitos do art. 977 do CPC:

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas


quando houver, simultaneamente:

I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão


unicamente de direito;

II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

Para a prova...

É CABÍVEL O IRDR

repetição de processos sobre a risco à isonomia e à segurança


mesma controvérsia jurídica jurídica

Assim, sempre que houver causa jurídica relevante e repetitiva no âmbito dos tribunais que possa levar a
decisões conflitantes, com risco à isonomia e à segurança jurídica será possível ajuizar o IRDR.

Além disso, devemos ficar atentos a algumas regras específicas:

 A desistência da ação ou abandono do processo principal não prejudica o IRDR;

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Ä É necessária a participação do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica, quando


não for parte.

 Não será admitido o IRDR quando a questão jurídica já estiver sob julgamento em
instância superior.

Confira os parágrafos:

§ 1º A desistência ou o abandono do processo NÃO impede o exame de mérito do


incidente.

§ 2º Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente


e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.

§ 3º A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de


qualquer de seus pressupostos de admissibilidade não impede que, uma vez satisfeito o
requisito, seja o incidente novamente suscitado.

§ 4º É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais


superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para
definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.

§ 5º NÃO serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas


repetitivas.

Na sequência passamos às regras procedimentais a partir do ajuizamento do IRDR. De acordo com o art. 977
do CPC, o IRDR será endereçado ao Presidente do Tribunal.

Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:

I - pelo juiz ou relator, por ofício;

II - pelas partes, por petição;

III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.

Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos necessários à


demonstração do preenchimento dos pressupostos para a instauração do incidente.

É importante compreender que o incidente pode ser suscitado pelo juiz ou relator do processo, pelas partes
processuais e, também, pelo Ministério Público ou Defensoria Pública.

Quanto ao julgamento, o IRDR é da competência do órgão responsável pela uniformização jurisprudencial


no tribunal, segundo as regras internas.

Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno
dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal.

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Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica
julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência
originária de onde se originou o incidente.

O art. 979 do CPC, por sua vez, trata da publicidade do julgamento. Prevê o dispositivo que a publicidade é
ampla e específica. A ideia é dar ciência à comunidade jurídica como um todo sobre o entendimento do
tribunal sobre aspectos jurídicos relevantes.

Art. 979. A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais ampla e


específica divulgação e publicidade, por meio de registro eletrônico no Conselho Nacional
de Justiça.

§ 1º Os tribunais manterão banco eletrônico de dados atualizados com informações


específicas sobre questões de direito submetidas ao incidente, comunicando-o
imediatamente ao Conselho Nacional de Justiça para inclusão no cadastro.

§ 2º Para possibilitar a identificação dos processos abrangidos pela decisão do incidente, o


registro eletrônico das teses jurídicas constantes do cadastro conterá, no mínimo, os
fundamentos determinantes da decisão e os dispositivos normativos a ela relacionados.

§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao julgamento de recursos repetitivos e da


repercussão geral em recurso extraordinário.

O IRDR deve ser julgado no prazo de um ano. Além disso, há preferência sobre os demais feitos, com exceção
dos processos que envolvam réu preso e pedidos de habeas corpus. Após o decurso do prazo de um ano,
caso não esteja julgado ainda o IRDR, os processos que estavam suspensos retomam o fluxo processual.

Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (UM) ANO e terá preferência sobre os
demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.

Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos processos
prevista no art. 982, salvo decisão fundamentada do relator em sentido contrário.

Atenção!

PRAZO PARA JULGAR O IRDR

1 ano

após, processos suspensos em face do


incidente retomam o curso

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O art. 981 do CPC prevê o juízo de admissibilidade pelo próprio órgão colegiado responsável pelo julgamento
do IRDR:

Art. 981. Após a distribuição, o órgão colegiado competente para julgar o incidente
procederá ao seu juízo de admissibilidade, considerando a presença dos pressupostos do
art. 976.

No exercício de admissibilidade o tribunal irá constatar se há repetição de processos sobre a mesma


controvérsia jurídica e risco à isonomia e à segurança jurídica.

Após a admissão do IRDR, competirá ao relator do incidente determinar a suspensão de processos pendentes
relacionados e, no prazo de 15 dias, requisitar informações e abrir vista ao Ministério Público.

Art. 982. Admitido o incidente, o relator:

I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado


ou na região, conforme o caso;

II - poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se


discute o objeto do incidente, que as prestarão no PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS;

III - intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no PRAZO DE 15 (QUINZE)


DIAS.

§ 1º A suspensão será comunicada aos órgãos jurisdicionais competentes.

§ 2º Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao juízo onde
tramita o processo suspenso.

§ 3º Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado mencionado no art. 977,


incisos II e III, poderá requerer, ao tribunal competente para conhecer do recurso
extraordinário ou especial, a suspensão de todos os processos individuais ou coletivos em
curso no território nacional que versem sobre a questão objeto do incidente já instaurado.

§ 4º Independentemente dos limites da competência territorial, a parte no processo em


curso no qual se discuta a mesma questão objeto do incidente é legitimada para requerer
a providência prevista no § 3o deste artigo.

§ 5º Cessa a suspensão a que se refere o inciso I do caput deste artigo se não for interposto
recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão proferida no incidente.

O art. 983, do CPC, prevê, após a suspensão, requisição de informações e manifestação do Ministério Público,
a oitiva das partes e interessados no prazo de 15 dias. Após as manifestações, o processo novamente será
remetido ao Ministério Público para parecer.

Art. 983. O relator ouvirá as partes e os demais interessados, inclusive pessoas, órgãos e
entidades com interesse na controvérsia, que, no PRAZO COMUM DE 15 (QUINZE) DIAS,

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poderão requerer a juntada de documentos, bem como as diligências necessárias para a


elucidação da questão de direito controvertida, e, em seguida, manifestar-se-á o Ministério
Público, no mesmo prazo.

§ 1º Para instruir o incidente, o relator poderá designar data para, em audiência pública,
ouvir depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria.

§ 2º Concluídas as diligências, o relator solicitará dia para o julgamento do incidente.

Após as manifestações, o IRDR será submetido a julgamento. Na sessão de julgamento, após a exposição do
objeto da controvérsia há os debates orais, dos quais participam as partes, MP e interessados conforme
esquema abaixo:

DEBATES ORAIS

autor, réu e MP interessados

30 minutos 30 minutos (divididos)

Vejamos o dispositivo:

Art. 984. No julgamento do incidente, observar-se-á a seguinte ordem:

I - o relator fará a exposição do objeto do incidente;

II - poderão sustentar suas razões, sucessivamente:

a) o autor e o réu do processo originário e o Ministério Público, pelo prazo de 30 (TRINTA)


MINUTOS;

b) os demais interessados, no prazo de 30 (TRINTA) MINUTOS, divididos entre todos, sendo


exigida inscrição com 2 (dois) dias de antecedência.

§ 1º Considerando o número de inscritos, o prazo poderá ser ampliado.

§ 2º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos suscitados


concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou contrários.

Confira uma linha do tempo com a evolução do procedimento de julgamento do IRDR:

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Juízo de
Encaminhamento ao
Ajuizamento do IRDR Admissibilidade pelo
Presidente
Tribunal

Encaminhamento para
relator: suspensão,
Oitiva de partes e
requisição de Parecer MP (15 dias)
interessados (15 dias)
informações (15 dias) e
MP (15 dias)

Audiência Pública Julgamento

A partir do julgamento do IRDR todos os processos individuais pendentes e futuros que envolvem mesma
questão de direito devem observar o que foi decidido pelo tribunal, sob pena de caber reclamação direta ao
tribunal.

Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:

I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de


direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que
tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região;

II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no
território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986.

§ 1º Não observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação.

§ 2º Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço concedido,


permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou
à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes
sujeitos a regulação, da tese adotada.

A revisão da tese fixada em IRDR poderá iniciada:

o de ofício pelo tribunal;


o pelo Ministério Público; ou
o pela Defensoria Pública.

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Confira:

Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de
ofício ou mediante requerimento dos legitimados mencionados no art. 977, inciso III.

Para encerrar vejamos o art. 987 do CPC:

Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou


especial, conforme o caso.

§ 1º O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão


constitucional eventualmente discutida.

§ 2º Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Supremo Tribunal Federal
ou pelo Superior Tribunal de Justiça será aplicada no território nacional a todos os
processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito.

O dispositivo prevê a possibilidade de recurso contra decisão firmada em IRDR. Conforme o artigo cabe RExt
ou Resp para os tribunais superiores. Nesses casos, da relevância da controvérsia, presume a repercussão
geral e o que for decidido pelo STF assumirá caráter geral.

RECLAMAÇÃO
De acordo com o art. 988, do CPC, a reclamação constitucional é cabível em quatro situações:

1) Admite-se o uso da ação para preservar a competência do tribunal. Caso tenhamos alguma hipótese de
usurpação de competência (por exemplo, admissibilidade de recurso feito pelo juiz a quo) há a possibilidade
de utilização da referida ação.

2) Admite-se o uso da reclamação para garantir a autoridade das decisões do tribunal. Caso haja violação de
decisão do tribunal por outros órgãos judiciais hierarquicamente inferiores (por exemplo, juiz de primeira
instância vinculado), admite-se o uso da ação a fim de assegurar a autoridade da decisão do tribunal.

Essas duas primeiras hipóteses são as tradicionais e estão previstas na maioria dos regimentos internos.
Agora, encontram-se expressamente positivadas também no CPC.

Além disso, temos duas outras hipóteses em que a reclamação poderá ser utilizada.

3) Admite-se a reclamação, em sede constitucional, para garantir a observância de Súmulas Vinculantes e de


decisões do STF proferidas em controle concentrado de constitucionalidade.

4) Admite-se a reclamação constitucional para garantir a observância de acórdão proferido em IRDR ou em


IAC.

Essas hipóteses estão previstas no art. 988, do CPC:

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Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:

I - preservar a competência do tribunal;

II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;

III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo


Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; (Redação dada pela Lei
nº 13.256, de 2016)

IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução


de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; (Redação dada pela
Lei nº 13.256, de 2016)

Se ocorrer algumas das hipóteses acima descritas, surge a possibilidade de utilização da reclamação
constitucional, que pode ser ajuizada perante qualquer tribunal conforme prevê o dispositivo abaixo:

§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete
ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda
garantir.

§ 2o A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do


tribunal.

§ 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo


principal, sempre que possível.

§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e


sua não aplicação aos casos que a ela correspondam.

No §5º temos discriminadas duas hipóteses em que não será cabível a reclamação.

No primeiro caso, temos a inadmissibilidade da reclamação quando já transitada a decisão reclamada. No


segundo caso, temos a impossibilidade de utilização da reclamação quando houver outro expediente passível
de utilização perante as vias ordinárias.

§ 5º É INADMISSÍVEL a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; (Incluído pela Lei nº 13.256,
de 2016)

II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com


repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos
extraordinário ou especial repetitivos, quando NÃO esgotadas as instâncias ordinárias.
(Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)

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§ 6º A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida


pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação.

O art. 989, do CPC, trata do procedimento da reclamação.

1) Formulação da reclamação;

2) Despacho inicial;

3) Requisição de informações no prazo de 10 dias;

4) Suspensão do processo ou ato impugnado para evitar dano irreparável;

5) Citação do beneficiário da decisão reclamada para contestar no prazo de 15 dias.

Veja o dispositivo:

Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator:

I - requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado,


que as prestará no prazo de 10 (DEZ) DIAS;

II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano


irreparável;

III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15


(QUINZE) DIAS para apresentar a sua contestação.

Veja o art. 990, do CPC:

Art. 990. Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante.

Seguindo com o procedimento, temos:

6) Parecer do Ministério Público

O art. 991, do CPC, prevê que, quando o Ministério Público não for parte, será intimado para ter vista dos
autos pelo prazo de cinco dias.

Art. 991. Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Público terá vista do
processo por 5 (CINCO) DIAS, após o decurso do prazo para informações e para o
oferecimento da contestação pelo beneficiário do ato impugnado.

Após o parecer, temos:

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7) Julgamento.

Veja:

Art. 992. Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de


seu julgado ou determinará medida adequada à solução da controvérsia.

Por fim, confira o art. 993, do CPC:

Art. 993. O presidente do tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão,


lavrando-se o acórdão posteriormente.

LEGISLAÇÃO DESTACADA E JURISPRUDÊNCIA CORRELATA


 art. 926 a 928, todos do CPC: regras gerais sobre precedentes.

Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e
coerente.

§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os


tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência
dominante.

§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas


dos precedentes que motivaram sua criação.

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de


constitucionalidade;

II - os enunciados de súmula vinculante;

III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas


repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;

IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional


e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;

V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 [vedação à decisão surpresa]


e no art. 489, § 1o [fundamentação das decisões], quando decidirem com fundamento
neste artigo.

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§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de


casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de
pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.

§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal


e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode
haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.

§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese


adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação
adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da
confiança e da isonomia.

§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão


jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.

Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão
proferida em:

I - incidente de resolução de demandas repetitivas;

II - recursos especial e extraordinário repetitivos.

Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito
material ou processual.

 art. 932, do CPC: atribuições do relator.

Art. 932. Incumbe ao relator:

I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem


como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;

II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência


originária do tribunal;

III - NÃO conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida;

IV - negar provimento a RECURSO que for CONTRÁRIO a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio


tribunal;

b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;

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c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de


assunção de competência;

V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a


DECISÃO recorrida for CONTRÁRIA a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio


tribunal;

b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;

c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de


assunção de competência;

VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for


instaurado originariamente perante o tribunal;

VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;

VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.

Parágrafo único. ANTES DE CONSIDERAR INADMISSÍVEL O RECURSO, o relator concederá


o prazo de 5 (CINCO) DIAS ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada
a documentação exigível.

 arts. 941 e 942, do CPC: divergência no tribunal.

Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento,


designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto
vencedor.

§ 1o O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo


presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído.

§ 2o No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no


órgão colegiado, pelo VOTO DE 3 (TRÊS) JUÍZES.

§ 3o O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do


acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento.

Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os
novos julgadores.

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§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-


se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.

§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do
prosseguimento do julgamento.

§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento


não unânime proferido em:

I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu
prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;

II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o


mérito.

§ 4o NÃO se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:

I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;

II - da remessa necessária;

III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.

 art. 947, do CPC: incidente de assunção de competência.

Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de


remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante
questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos
processos.

§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a


requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso,
a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão
colegiado que o regimento indicar.

§ 2o O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de


competência originária se reconhecer interesse público na assunção de competência.

§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos


fracionários, exceto se houver revisão de tese.

§ 4o Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a


respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre
câmaras ou turmas do tribunal.

 art. 966, do CPC: julgamento da ação rescisória

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Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;

II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;

III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;

IV - ofender a coisa julgada;

V - violar manifestamente norma jurídica;

VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha
a ser demonstrada na própria ação rescisória;

VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento
favorável;

VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

 art. 966, §4º, do CPC: ação anulatória.

§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes


do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no
curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.

 art. 967, do CPC: legitimados para a propositura da ação rescisória.

Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:

I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;

II - o terceiro juridicamente interessado;

III - o Ministério Público:

a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;

b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim


de fraudar a lei;

c) em outros casos em que se imponha sua atuação;

IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.

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Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para intervir
como fiscal da ordem jurídica quando não for parte.

 art. 975, do CPC: prazo

Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (DOIS) ANOS contados do trânsito em


julgado da última decisão proferida no processo.

§ 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se


refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que
não houver expediente forense.

§ 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de
descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (CINCO) ANOS, contado do
trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para
o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir
do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão.

 art. 988, do CPC: reclamação constitucional

Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:

I - preservar a competência do tribunal;

II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;

III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo


Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; (Redação dada pela Lei
nº 13.256, de 2016)

IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução


de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; (Redação dada pela
Lei nº 13.256, de 2016)

§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete
ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda
garantir.

§ 2o A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do


tribunal.

§ 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo


principal, sempre que possível.

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§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e


sua não aplicação aos casos que a ela correspondam.

§ 5º É INADMISSÍVEL a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; (Incluído pela Lei nº 13.256,
de 2016)

II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com


repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos
extraordinário ou especial repetitivos, quando NÃO esgotadas as instâncias ordinárias.
(Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 6º A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida


pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais um encontro.

Aguardo vocês na próxima aula!

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum do Curso e
por e-mail.

Ricardo Torques

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LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS


FGV

1. (FGV/ALE-RO - 2018) Não é impugnável por ação rescisória a decisão que


(A) julga procedente pedido formulado pelo Ministério Público em ação civil pública.
(B) acolhe antecipadamente um dos dois pedidos formulados, sem prejuízo do prosseguimento do feito,
rumo à fase instrutória, para o futuro julgamento do outro pedido.
(C) julga procedente pedido formulado em mandado de segurança.
(D) julga procedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.
(E) pronuncia a prescrição da pretensão deduzida em ação condenatória proposta em face da Fazenda
Pública.

Comentários

A questão cobra do candidato o conteúdo referente à Ação Rescisória. Como sabemos, as decisões proferidas
pelo Supremo Tribunal Federal em causas abstratas, que versam sobre a constitucionalidade ou sobre a
inconstitucionalidade de leis, não são passíveis de serem atacadas por ação rescisória. É por essa razão que
está correta a alternativa D, gabarito da questão.

Todas as demais alternativas apresentam decisões que podem ser atacadas por ação rescisória, de acordo
com o art. 966, do CPC.

2. (FGV/TJ-SC - 2018) Julgado improcedente o seu pedido, a parte autora manejou recurso de apelação
para impugnar a sentença. Mas, observando que a peça recursal padecia de irregularidades formais, o
juiz reputou inadmissível o apelo, deixando de recebê-lo.
Inconformado com essa decisão, deve o autor se valer de:
(A) nova apelação;
(B) agravo de instrumento;
(C) reclamação;
(D) mandado de segurança;
(E) recurso extraordinário.

Comentários

Questão interessante que retrata modificação havida do CPC73 para o CPC. O juízo de retratabilidade de
recurso de apelação é feito tão somente pelo tribunal, por intermédio do relator, ou em sede de agravo
interno pelo órgão colegiado, quando o relator não conhece do recurso.

Nesse caso, quando o juízo de primeira instância faz tal análise, temos usurpação de competência do
tribunal, que poderá ser afastada por intermédio de reclamação, com fundamento no art. 988, I, do CPC.

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Assim, a alternativa C é a correta e gabarito da questão.

3. (FGV/ALE-RJ - 2017) Diante da disciplina recursal estabelecida na Lei nº 13.105/2015, é correto afirmar
que:
a) foi mantida a possibilidade de sustentação oral na sessão de julgamento do recurso de apelação, apenas
aumentando o prazo de quinze para vinte minutos para cada expositor;
b) é cabível a sustentação oral no julgamento de agravo interno interposto contra a decisão monocrática do
relator que indefere a petição inicial de ação rescisória;
c) para o prosseguimento no julgamento da apelação, consoante a técnica prevista no artigo 942, é
necessário que o voto majoritário na divergência esteja em sentido oposto à tese adotada na sentença;
d) a sentença proferida na primeira fase da ação de exigir contas produz efeitos logo após a sua publicação,
pois a respectiva apelação não tem efeito suspensivo;
e) continua sendo cabível a interposição de recurso ordinário ao Superior Tribunal de Justiça no julgamento
de mérito de mandado de segurança da competência originária do Tribunal de Justiça, quando a ordem for
concedida.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 937, I, do CPC, o prazo de sustentação oral na apelação
permanece por 15 minutos.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Na ação rescisória caberá sustentação oral no agravo
interno interposto contra decisão de relator que o extinga. Vejamos o art. 937, VI, combinado com o §3º, da
referida Lei:

Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente
dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua
intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze)
minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos
termos da parte final do caput do art. 1.021:

VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;

§ 3o Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação


oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.

A alternativa C está incorreta. A lei não prevê a necessidade de oposição entre as teses divergentes.

A alternativa D está incorreta. Aplica-se a regra geral do efeito suspensivo, pois a sentença de ação de exigir
contas não se encontra no rol do art. 1.012, da Lei nº 13.105/15.

A alternativa E está incorreta, porque, de acordo com o art. 105, II, b, da CF, o recurso ordinário será cabível
apenas quando a decisão for denegatória e não concessiva, como foi referido na alternativa.

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4. (FGV/TRT-12ª R - 2017) Emanuel e Sheila, em colusão e com o objetivo escuso de fraude à legislação
tributária, simularam um litígio perante a Justiça Estadual, que não teve a intervenção do Ministério
Público, em razão da ausência de interesse público subjacente à simulada lide. Após quatro anos da
última decisão proferida no processo, o Ministério Público teve ciência dessa colusão e ajuizou ação
rescisória, postulando a desconstituição da decisão de mérito transitada em julgado.
Diante dessa situação hipotética, de acordo com o CPC, é correto afirmar que:
a) o Ministério Público não tem legitimidade para ajuizar ação rescisória, pois não foi parte no processo;
b) o Ministério Público tem legitimidade para ajuizar a ação rescisória e o direito à rescisão não se extinguiu,
pois o prazo deve ser contado a partir da ciência da simulação ou da colusão;
c) o Ministério Público não tem legitimidade para ajuizar ação rescisória, pois não interveio no processo
como custos legis;
d) embora o Ministério Público tenha legitimidade para ajuizar a ação rescisória, extinguiu-se o direito à
rescisão em face do transcurso do prazo decadencial de dois anos;
e) o Ministério Público tem legitimidade para ajuizar a ação rescisória e o direito à rescisão não se extinguiu,
pois o prazo para a propositura é de cinco anos.

Comentários

De acordo com o art. 967, III, “b”, do CPC, o Ministério Público tem legitimidade de propor ação rescisória,
mesmo que não tenha atuado no processo, seja como parte ou como fiscal da lei, quando a decisão
rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes.

Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:

III - o Ministério Público:

b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim


de fraudar a lei;

Além disso, com base no §3º, do art. 975, do CPC, o prazo, em regra, é de 2 anos contados do trânsito em
julgado da última decisão proferida no processo. Porém, nas hipóteses de simulação ou de colusão das
partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio
no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão.

Art. 975

§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para
o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir
do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão.

Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

5. (FGV/PGM-Niterói - 2014) No que concerne à ação rescisória, assinale a afirmativa incorreta.

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a) Tem por escopo a desconstituição de decisão de mérito proferida em processo precedente e já transitada
em julgado.
b) A sua petição inicial deve conter o pedido de rescisão e, quando cabível, o de rejulgamento da causa
originária.
c) A sua propositura não impede o imediato cumprimento da decisão rescindenda, ressalvadas as hipóteses
de deferimento de tutelas de urgência, desde que presentes os respectivos pressupostos legais.
d) Pode dar azo à interposição de embargos infringentes, pela parte ré, caso se acolha o pedido por maioria
de votos, seja em sede de iudicium rescindens, seja em sede de iudicium rescissorium.
e) O seu ajuizamento pressupõe o exaurimento de todas as vias recursais cabíveis, no feito primitivo, em
relação à decisão rescindenda.

Comentários

A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o a súmula nº 514, do STF, admite-
se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotado todos
os recursos.

Ou seja, a ação rescisória não pressupõe o esgotamento dos recursos, mas apenas o trânsito em julgado.

6. (FGV/PROCEMPA - 2014) A ação rescisória é instrumento de cabimento excepcional no sistema


processual, uma vez que sua utilização para fins de desconstituição de decisões que já tinham feito
coisa julgada material abalam a segurança jurídica das relações. Dessa forma, para que haja sua regular
utilização, devem ser observados requisitos formais, temporais e materiais.
As opções a seguir indicam hipóteses em que a ação rescisória é cabível, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças dadas por concussão do Juiz.
b) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças proferidas por Juiz suspeito.
c) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças proferidas em violação à literal disposição de lei.
d) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças fundadas em erro de fato, resultantes de atos ou
documentos da causa.
e) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças que ofendam a coisa julgada já existente acerca
do assunto debatido.

Comentários

O art. 966, do CPC, prevê em quais hipóteses a decisão de mérito, transitada em julgado, poderá ser
rescindida. Vejamos:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
(ALTERNATIVA A)

II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;

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III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;

IV - ofender a coisa julgada; (ALTERNATIVA E)

V - violar manifestamente norma jurídica; (ALTERNATIVA C)

VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha
a ser demonstrada na própria ação rescisória;

VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento
favorável;

VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. (ALTERNATIVA D)

O inc. II, elenca como causas para admissão da ação rescisória o impedimento e a incompetência absoluta
do juiz, mas não menciona a suspeição. Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

7. (FGV/Câmara Municipal do Recife-PE - 2014) Contribuinte ajuizou demanda, pelo rito ordinário, em
face do Município, em que se insurgiu contra a nova alíquota prevista em lei para o imposto sobre
propriedade predial e territorial urbana, sob o fundamento de ser ela extremamente elevada e
ofensiva aos princípios da capacidade contributiva e da razoabilidade. Regularmente citado, o ente
federativo não apresentou contestação. Depois de decretada a revelia da parte ré, o juiz proferiu
sentença em que julgava procedente o pedido. Sem que tivesse havido a interposição de recurso de
apelação pelo Município, os autos subiram ao Tribunal de Justiça por força do duplo grau de jurisdição
obrigatório. Vislumbrando na lei municipal os vícios de inconstitucionalidade alegados na petição
inicial, deve órgão fracionário ao qual foram distribuídos os autos:
a) proceder de imediato ao reexame necessário, confirmando a sentença de procedência do pedido, não lhe
sendo obrigatório suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade por se tratar de duplo
grau de jurisdição obrigatório, e não de recurso de apelação;
b) proceder de imediato ao reexame necessário, confirmando a sentença de procedência do pedido, não lhe
sendo obrigatório suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade porque o seu acórdão se
limitaria a afastar a incidência da lei no caso concreto, sem lhe declarar expressamente a
inconstitucionalidade;
c) proceder de imediato ao reexame necessário, confirmando a sentença de procedência do pedido, não lhe
sendo obrigatório suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade em razão da revelia do
Município-réu, a importar na própria confissão dos vícios de inconstitucionalidade alegados na inicial;
d) suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade e, após a apreciação, pelo tribunal pleno,
ou órgão especial, da matéria constitucional, retomar o julgamento do feito, ficando obrigatoriamente
vinculado à premissa fixada no julgamento do incidente;

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e) suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade, embora, após a apreciação, pelo tribunal
pleno, ou órgão especial, da matéria constitucional, não fique obrigatoriamente vinculado, ao retomar o
julgamento do feito, à premissa fixada no julgamento do incidente.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o que dispõe o art. 948, combinado com o
art. 949, II e parágrafo único, ambos do CPC:

Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo


do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a
questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo.

Art. 949. Se a arguição for:

II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial,


onde houver.

Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao


órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento
destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

8. (FGV/SUSAM - 2014) A ação rescisória é instrumento excepcional no sistema pátrio, pois o seu
ajuizamento abala a segurança jurídica que se alcança no momento em que as decisões de mérito em
que as decisões de mérito transitam em julgado materialmente. Assinale a opção que traz uma
situação em que a ação rescisória não passará por juízo rescisório.
a) Sentença de mérito dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.
b) Sentença de mérito que viola literal disposição de lei.
c) Sentença de mérito fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa.
d) Sentença de mérito que resulta de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida.
e) Sentença de mérito que ofende a coisa julgada já existente acerca do objeto do processo.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 966, I, do CPC, a sentença de mérito dada por
prevaricação, concussão ou corrupção do juiz está sujeita à ação rescisória, devendo ser desconstituída a fim
de que a questão seja submetida a novo julgamento.

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;

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A alternativa B está incorreta. com base no art. 966, V, da Lei nº 13.105/15, a sentença de mérito que viola
manifestamente norma jurídica está sujeita à ação rescisória, podendo ser desconstituída a fim de que a
questão seja submetida a novo julgamento.

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

V - violar manifestamente norma jurídica;

A alternativa C está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 966, VIII, da referida Lei:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

A alternativa D está incorreta, nos termos do art. 966, III, do CPC:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;

Por fim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A sentença de mérito que ofende a coisa
julgada acerca do objeto do processo está sujeita à ação rescisória, conforme dispõe o art. 966, IV, da Lei nº
13.105/15:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

IV - ofender a coisa julgada;

No caso da ação rescisória que tem por objeto sentença de mérito que ofende a coisa julgada, apesar de se
buscar a desconstituição do julgado, não se busca um novo julgamento, mas, tão-somente, a manutenção
da decisão anteriormente proferida, que já se encontrava revestida pelo manto da coisa julgada.

9. (FGV/TJ AL/2018) Quanto à ação rescisória, é correto afirmar que:


a) o prazo para o seu ajuizamento é de dois anos, a fluir da data da prolação da decisão rescindenda;
b) o Ministério Público não tem legitimidade para ajuizá-la;
c) é cabível para impugnar decisão que, embora sem ser de mérito, impeça a admissibilidade do recurso
correspondente;
d) é exigível do autor o depósito de 5% sobre o valor da causa, ainda que se trate de beneficiário da
gratuidade de justiça;
e) não é admissível a concessão de tutela provisória.

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A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O artigo 966, §2º enuncia que será rescindível a
decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça (1) nova propositura de demanda ou
(2) admissibilidade do recurso correspondente.

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 975, o prazo para a propositura da ação rescisória é de
2 anos (prazo decadencial) contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo, não
necessariamente da decisão rescindenda.

A alternativa B está incorreta. O artigo 967, III do CPC prevê que o Ministério Público será legitimado: (1) se
não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção; (2) quando a decisão rescindenda é o
efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei; (3) em outros casos em que se imponha
sua atuação.

A alternativa D está incorreta. A exigência do depósito prévio não se aplica aos entes públicos (União,
Estados, DF, Municípios, suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à
Defensoria Pública) e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça, de acordo com o art. 968,
§1º do CPC.

A alternativa E está incorreta. O artigo 969 admite a concessão de tutela provisória: “a propositura da ação
rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória.”

10. (FGV/ALERO/2018) Sobre a ação rescisória, assinale a afirmativa correta:


a) nos casos em que admissível a rescisória, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça nova propositura da demanda.
b) deve o autor depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, independentemente de
montante total, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada
inadmissível ou improcedente.
c) reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o processo deverá ser extinto sem
resolução de mérito.
d) o relator ordenará a citação do réu, e este terá o prazo de 15 dias para, querendo, apresentar resposta,
ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.
e) o direito à rescisão se extingue em 2 anos contados da preclusão da decisão que se pretende rescindir.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O artigo 966, §2º enuncia que será rescindível a
decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça (1) nova propositura de demanda ou
(2) admissibilidade do recurso correspondente.

A alternativa B está incorreta. O artigo 968, §2º limita o valor do depósito prévio a quantia não superior a
1.000 salários-mínimos.

A alternativa C está incorreta. Nos termos do art. 968, §§5º e 6º, sendo reconhecida a incompetência do
tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado para emendar a petição inicial, a fim de adequar

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o objeto da ação rescisória. Após a emenda a inicial, o réu poderá complementar os fundamentos de defesa
e, em seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente.

A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 970 do CPC, o relator designará prazo de defesa nunca
inferior a 15 dias, nem superior a 30 dias. Percebe-se que o legislador estabeleceu um intervalo, mas deixou
a critério do relator a fixação exata.

A alternativa E está incorreta. O prazo de 2 anos, segundo o art. 975 do CPC, é contado do trânsito em
julgado da última decisão proferida no processo.

11. (FGV/MPE RJ/2019) Determinada Procuradora de Justiça foi intimada para a emissão de parecer, em
processo individual envolvendo pessoa incapaz para os atos da vida civil, no qual se discutia a
juridicidade da tarifa cobrada pelo fornecimento de água potável. Ao analisar os autos e realizar as
pesquisas necessárias, constatou o equívoco no último reajuste promovido na tarifa, o qual estava
lastreado em um ato administrativo de caráter geral manifestamente ilegal, indicativo de que
inúmeros outros processos poderiam ser instaurados pela mesma causa.

Considerando a sistemática vigente, a relevância da matéria e a repercussão social, poderia ser proposta
ao relator, pela Procuradora de Justiça, para a imediata definição da matéria de direito pelo Tribunal de
Justiça, vinculando os juízes de direito e os órgãos fracionários do Tribunal, a seguinte medida:
a) reclamação;
b) embargos de divergência;
c) incidente de assunção de competência;
d) incidente de uniformização de jurisprudência;
e) incidente de resolução de demandas repetitivas.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O art. 947 do Código de Processo Civil estabelece que
é admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de
processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social,
sem repetição em múltiplos processos. Além disso, visando evitar divergências, a Procuradora de Justiça
(membro do MP, legitimada de acordo com o art. 947, §1º) poderá propor ao relator a instauração do IAC,
visando a vinculação de todos os juízes e órgãos fracionários (art. 947, §3º). Vejamos o art. 947:

Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de


remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão
de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.

§ 1º Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a


requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso,
a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado
que o regimento indicar.

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§ 2º O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de


competência originária se reconhecer interesse público na assunção de competência.

§ 3º O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos


fracionários, exceto se houver revisão de tese.

§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a


respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre
câmaras ou turmas do tribunal.

As alternativas A, B, D e E estão incorretas pois não se enquadram ao caso apresentado.

12. (FGV/DPE RJ/2019) Anastácia intentou determinada demanda em face de Otto, que, regularmente
citado, aduziu em contestação que a autora não havia observado o prazo decadencial, o qual, na ótica
do réu contestante, era de três anos. O juiz da causa, concluindo, equivocadamente, que o prazo da
decadência era o trienal, em vez do quinquenal, como previsto na lei civil, acabou por acolher a tese
defensiva, pondo fim à fase cognitiva do procedimento. Por lapso de seu advogado, Anastácia perdeu
o prazo para interpor recurso, assim permitindo que a sentença transitasse em julgado. Três meses
depois disso, procurou ela a Defensoria Pública, solicitando orientação jurídica.

A medida judicial adequada para se lograr a desconstituição da sentença proferida em desfavor de


Anastácia é:
a) mandado de segurança;
b) ação rescisória;
c) querela nullitatis;
d) reclamação;
e) nenhuma, já que o fato de a sentença não ter sido impugnada pelo recurso próprio a torna insuscetível
de qualquer revisão.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O art. 5º, III da Lei nº 12.016/2009 (Lei do Mandado de Segurança) veda a
concessão de mandado de segurança quando se tratar de decisão judicial transitada em julgado.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Percebe-se que a decisão que transitou em julgado
violou manifestamente norma jurídica (“o juiz da causa, concluindo, equivocadamente, que o prazo da
decadência era o trienal, em vez do quinquenal, como previsto na lei civil...”). Assim é cabível ação rescisória
com fundamento no art. 966, V do Código de Processo Civil.

A alternativa C está incorreta. A querela nullitatis (ação de nulidade / actio nullitatis) é cabível diante de
decisões com vícios transrescisórios, decorrentes da falta de citação ou citação defeituosa.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 988, §5º, I do CPC, é inadmissível a reclamação proposta após
o trânsito em julgado da decisão reclamada.

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A alternativa E está incorreta. Anastácia poderá valer-se da ação rescisória.

Outras Bancas

13. (NC-UFPR/Prefeitura de Curitiba-PR - 2019) A preocupação do legislador no Código de Processo Civil


com respeito aos precedentes vinculantes resultou na implementação de alguns dispositivos e
institutos aptos a fazer valer a autoridade das decisões dos tribunais. Um desses institutos é a
Reclamação, tratada no Código de Processo Civil a partir do artigo 988. A respeito da Reclamação e sua
previsão na lei processual, considere as seguintes afirmativas:
1. O Ministério Público possui legitimidade ativa para a Reclamação nas hipóteses em que figura ou deveria
ter figurado no processo como parte ou como fiscal da lei.
2. A propositura da Reclamação determina a produção de prova pré-constituída, já que no seu procedimento
não há espaço para instrução probatória.
3. A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão
jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.
4. A Reclamação poderá ser proposta mesmo após o trânsito em julgado da decisão, em respeito à força
vinculante dos precedentes dos tribunais, hipótese em que substitui a Ação Rescisória.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

Comentários

A alternativa correta é a letra C. Vejamos cada dos itens da questão.

O item 1 está correto, pois de acordo com o art. 988 do CPC, caberá reclamação da parte interessada ou do
Ministério Público.

O item 2 está certo, porque a reclamação não admite dilação probatória, razão pela qual requer prova pré-
constituída. Neste sentido, o §2º do art. 988 do CPC:

§2º A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do
tribunal.

O item 3 está correto, pois o art. 988, § 1º, do CPC prevê expressamente que a reclamação pode ser proposta
perante qualquer tribunal, deixando claro que, independentemente de previsão constitucional (estadual ou
federal), o Tribunal de Justiça e o Tribunal Regional Federal também são competentes para julgamento de
reclamação constitucional quando sua competência for usurpada ou para garantir a autoridade de suas
decisões. Neste sentido, o CPC:

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§1º A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete
ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda
garantir.

O item 4 está incorreto, pois a reclamação é inadmissível após o trânsito em julgado da decisão reclamada.
Veja o § 5º, I, do art. 588 do CPC:

§5º É inadmissível a reclamação:

I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada;

14. (NC-UFPR/ITAIPU BINACIONAL - 2019) Sobre o cumprimento de sentença estrangeira, identifique


como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A decisão interlocutória estrangeira não poderá ser executada no Brasil.
( ) A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a
concessão do exequatur às cartas rogatórias.
( ) É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não judicial que, pela lei
brasileira, teria natureza jurisdicional.
( ) A homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias é de
competência derivada do Superior Tribunal de Justiça.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – V – F – V.
b) F – F – V – V.
c) V – F – V – F.
d) F – V – F – V.
e) F – V – V – F.

Comentários

Vejamos cada uma as assertivas.

(V) – A assertiva está incorreta, pois nos termos do art. 960, §1º, do CPC, a decisão interlocutória estrangeira
poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória, caso em que não será necessária a ação de
homologação.

(V) – A alternativa está correta, pois reproduz dispositivo do CPC:

Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de
sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição
em sentido contrário de lei ou tratado.

(V) – A assertiva está certa, pois está em consonância com o que prevê o CPC:

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Art. 961. [...]

§1º É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não
judicial que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional.

(V) – A alternativa está errada, porque, dentre as inúmeras novidades trazidas ao sistema jurídico pela EC
45/2004, o Superior Tribunal de Justiça passou a ser o tribunal competente originariamente para a ação de
homologação de sentença estrangeira. Neste sentido:

Art. 105 da CF: Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

[...]

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas


rogatórias;

A alternativa E é a correta e gabarito da questão, pois a sequência correta das assertivas é F – V – V – F.

15. (IADES/ALEGO - 2019) Os tribunais, no controle difuso de constitucionalidade, para declarar a


inconstitucionalidade de uma lei federal, devem
a) julgar o incidente de inconstitucionalidade na turma ou câmara.
b) submeter ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver
pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal a respeito da questão, a fim de ratificar o
posicionamento.
c) submeter a questão da inconstitucionalidade à turma ou câmara a que competir o conhecimento do
processo. Assim, se a arguição for acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao
respectivo órgão especial, onde houver.
d) ouvir o Ministério Público e as partes após o julgamento da questão pela turma ou câmara.
e) proibir, em razão do princípio da eficiência, a manifestação dos responsáveis pela edição do ato
questionado.

Comentários

Veja o que prevê o CPC:

Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo


do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a
questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo.

Art. 949. Se a arguição for:

[...]

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II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial,


onde houver.

Logo, a alternativa C está correta, pois em consonância com o texto legal, sendo o gabarito da questão.

Vejamos as demais alternativas.

A alternativa A está incorreta, com base nos mesmos dispositivos supratranscritos.

De acordo com o art. 949, parágrafo único, do CPC, “os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao
plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes
ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão”. Logo, a alternativa B está errada.

Pela redação do art. 948 do CPC, a oitiva do Ministério Público e da parte que alegou o incidente de
inconstitucionalidade é anterior ao julgamento da questão pela turma ou câmara. Deste modo, a alternativa
D está incorreta.

A alternativa E está incorreta, por expressa previsão constante do art. 950, §1º, do CPC

Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará
a sessão de julgamento.

§ 1 º As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado


poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem,
observados os prazos e as condições previstos no regimento interno do tribunal.

16. (IADES/ALEGO - 2019) Quanto à ação rescisória, assinale a alternativa correta.


a) Cabe ação rescisória, com fundamento na violação manifesta a norma jurídica, diante da decisão com base
em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha
considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe
deu fundamento.
b) A ação rescisória deve dizer respeito a todos os capítulos da decisão; caso diga respeito a apenas um
capítulo, ela é incabível.
c) O prazo de resposta da ação rescisória é sempre de 15 dias.
d) O direito à rescisão se extingue em dois anos contados do trânsito em julgado da parte da decisão de
mérito que se quer rescindir.
e) A decisão de mérito, transitada em julgado, que for proferida por juiz relativamente incompetente pode
ser rescindida.

Comentários

O art. 966 do CPC trata das hipóteses de cabimento da ação rescisória. Em seu inciso V, o dispositivo prevê
que é cabível a referida ação quando ocorra violação manifesta da norma jurídica e essa hipótese tem como
fundamento o erro crasso do juízo na aplicação do direito no caso concreto, considerando-se que a decisão
que violar manifestamente norma jurídica deva ser desconstituída.

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Contudo, no §5º, do art. 966, do CPC, vem previsto que cabe ação rescisória com fundamento no inciso V
contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos
que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão
decisório que lhe deu fundamento. Assim, alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

A alternativa B está incorreta, pois de acordo com o art. 966, §3º, do CPC prevê que a “ação rescisória pode
ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão”.

O prazo de defesa da rescisória não é definido pela lei, cabendo ao relator definir o prazo de defesa que será
entre 15 a 30 dias. Mas, tratando-se de réu ente público, esse prazo será dobrado. Neste sentido é a previsão
do art. 970. do CPC. Assim, a alternativa C está incorreta.

A alternativa D está incorreta, pois a rescisória tem um prazo para ser ajuizada, que é decadencial de dois
anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo (art. 975 do CPC).

Por fim, a alternativa E está incorreta, nos termos do art. 966, II, do CPC, uma vez que a rescisória só cabe
nos casos de impedimento (é incabível nos casos de suspeição). Contudo, deve-se tratar de incompetência
absoluta, de modo que nos casos de incompetência relativa a rescisória não pode ser ajuizada.

17. (SELECON/Prefeitura de Cuiabá-MT - 2018) Nos termos do Código de Processo Civil de 201S, a ação
rescisória pode ter por fundamento decisão proferida por magistrado que naquele processo foi
considerado:
a) arbitrário
b) corrupto
c) deslocado
d) incapaz

Comentários

De acordo com o art. 966, I, do CPC, a decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando
se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.

Desse modo, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

18. (MPE-SP/MPE-SP - 2017) Assinale a alternativa correta.


a) O incidente de assunção de competência pode ser instaurado quando o julgamento de recurso, remessa
necessária ou processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande
repercussão social, exigindo-se a repetição da discussão em múltiplos processos.
b) Os incidentes de assunção de competência e de resolução de demandas repetitivas não podem ser
instaurados de ofício.
c) O incidente de resolução de demandas repetitivas é cabível quando houver efetiva repetição de processos
que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito e risco de ofensa à isonomia e
à segurança jurídica.

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d) É cabível o incidente de resolução de demanda repetitiva ainda que um dos tribunais superiores, no
âmbito de sua competência, já tenha afetado recurso para definição de tese sobre a mesma questão.
e) Após a admissão do incidente de resolução de demandas repetitivas e suspensos os processos pendentes,
o pedido de tutela de urgência deve ser requerido ao relator do incidente.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 947, do CPC, o incidente de assunção de competência
não exige a repetição da discussão em múltiplos processos.

Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de


remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão
de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.

A alternativa B está incorreta. Tanto o incidente de assunção de competência quanto o de resolução de


demandas repetitivas podem, sim, ser instaurados de ofício. Vejamos o que dispõe os arts. 947, §1º e o art.
977, I, ambos da Lei nº 13.105/15:

Art. 947

§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a


requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso,
a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado
que o regimento indicar.

Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:

I - pelo juiz ou relator, por ofício;

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o art. 976, caput, da referida
Lei:

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas


quando houver, simultaneamente:

I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão


unicamente de direito;

II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

A alternativa D está incorreta. Nesse caso, será incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas.
Vejamos o que dispõe o §4º, do art. 976, do CPC:

§ 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais


superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para
definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.

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A alternativa E está incorreta. Com base no art. 982, §2º, da Lei nº 13.105/15, após admitido o incidente,
durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao juízo onde tramita o processo
suspenso.

19. (FMP Concursos/MPE-RO - 2017) Sobre o incidente de resolução de demandas repetitivas, assinale a
alternativa CORRETA.
a) É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver,
simultaneamente, efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito e risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
b) A desistência ou o abandono do processo impede o exame de mérito do incidente.
c) Se não for o requerente, não haverá necessidade de intervenção do Ministério Público no incidente, bem
como não haverá necessidade de assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.
d) A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer de seus
pressupostos de admissibilidade impede nova suscitação do incidente.
e) O incidente de resolução de demandas repetitivas será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência
sobre todos os demais feitos, incluindo processos com réu preso e pedidos de habeas corpus.

Comentários

A alternativa A é correta e gabarito da questão, nos termos do art. 976, caput, do CPC:

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas


quando houver, simultaneamente:

I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão


unicamente de direito;

II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

Vejamos erros das demais alternativas:

✓ Alternativa B:

Art. 976

§ 1o A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente.

✓ Alternativa C:

Art. 976

§ 2o Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente


e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.

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✓ Alternativa D:

Art. 976

§ 3o A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de


qualquer de seus pressupostos de admissibilidade não impede que, uma vez satisfeito o
requisito, seja o incidente novamente suscitado.

✓ Alternativa E:

Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os
demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.

20. (MPT/MPT - 2017) Em relação ao incidente de resolução de demandas repetitivas previsto no Código
de Processo Civil, analise as assertivas a seguir:
I - É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver,
alternativamente: efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito ou risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
II - A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente, sendo que, nesse
caso, se não for o requerente, o Ministério Público deverá assumir sua titularidade.
III - Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada a todos os processos individuais ou coletivos que versem
sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive
àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região, bem como aos casos futuros
que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território de competência do tribunal,
salvo revisão da tese.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Apenas as assertivas I e II estão incorretas.
b) Apenas a assertiva I está incorreta.
c) Apenas a assertiva II está correta.
d) Todas as assertivas estão corretas.
e) Não respondida.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens.

O item I está incorreto. O erro está na palavra alternativamente. Vejamos o que diz o art. 976, caput, do CPC:

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas


quando houver, simultaneamente:

I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão


unicamente de direito;

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II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

O item II está correto, com base nos §§ 1º e 2º, do art. 976, da Lei nº 13.105/15:

§ 1o A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente.

§ 2o Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente


e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.

Por fim, o item III está correto, nos termos do art. 985, caput, da referida Lei:

Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:

I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de


direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que
tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região;

II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no
território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986.

Dessa forma, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

21. (MPT/MPT - 2017) Em relação ao incidente de assunção de competência previsto no Código de


Processo Civil, assinale a alternativa INCORRETA:
a) É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de
processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social,
desde que haja repetição em múltiplos processos.
b) Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da
parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo
de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.
c) Exceto se houver revisão de tese, o acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os
juízes e órgãos fracionários.
d) O incidente de assunção de competência pode ser utilizado quando ocorrer relevante questão de direito
a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas
do tribunal.
e) Não respondida.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 947, do CPC. Visto isso, passemos à análise das alternativas.

A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 947, caput, é admissível a
assunção de competência, contudo, desde que sem repetição em múltiplos processos.

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Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de


remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão
de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.

A alternativa B está correta, nos termos do §1º:

§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a


requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso,
a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado
que o regimento indicar.

A alternativa C está correta, com base no §3º:

§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos


fracionários, exceto se houver revisão de tese.

A alternativa D está correta, conforme prevê o §4º:

§ 4o Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a


respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre
câmaras ou turmas do tribunal.

22. (FAFIPA/Fundação Araucária-PR - 2017) De acordo com o art. 932, inciso IV, alínea “c” do Código de
Processo Civil vigente (Lei 13.105/2015), incumbe ao relator negar provimento ao recurso que for
contrário a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência. Em se tratando do que prevê o referido Diploma Processual acerca do incidente de
resolução de demandas repetitivas, assinale a alternativa CORRETA.
a) É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver efetiva
repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito ou risco
de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
b) Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir
sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.
c) O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados
somente os que envolvam réu preso.
d) Admitido o incidente, o relator: I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
tramitam no Estado ou na região, conforme o caso; II - poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo
tramita processo no qual se discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 10 (dez) dias; III -
intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 10 (dez) dias.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 976, caput, do CPC:

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Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas


quando houver, simultaneamente:

I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão


unicamente de direito;

II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o §2º, do art. 976, da Lei nº 13.105/15:

§ 2o Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente


e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.

A alternativa C está incorreta, nos termos do art. 980, da referida Lei:

Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os
demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.

A alternativa D está incorreta, com base no art. 982, do CPC:

Art. 982. Admitido o incidente, o relator:

I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado


ou na região, conforme o caso;

II - poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se


discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15 (quinze) dias;

III - intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 15 (quinze)


dias.

23. (FMP Concursos/PGE-AC - 2017) Considere as seguintes afirmativas sobre o tema da ordem dos
processos no tribunal no âmbito do Código de Processo Civil. Assinale a alternativa INCORRETA
a) Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o
sorteio eletrônico e a publicidade.
b) Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5
(cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo
julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte.
c) Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da sessão de julgamento, as notas
taquigráficas o substituirão, para todos os fins legais, independentemente de revisão.
d) Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser
designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos
no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,

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assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos
julgadores.
e) O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os
fins legais, exceto para a finalidade de prequestionamento.

Comentários

A alternativa A está correta, pois é o que dispõe o art. 930, do CPC.

A alternativa B está correta, pois é o que dispõe o art. 935, do CPC.

A alternativa C está correta, pois é o que dispõe o art. 944, do CPC.

A alternativa D está correta, pois é o que dispõe o art. 942, do CPC.

A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 941, §3º, do CPC, o voto
vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais,
inclusive de pré-questionamento.

24. (IESES/ALGÁS - 2017) A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
a) For proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente competente.
b) Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.
c) Resultar de dolo ou coação da parte vencida em detrimento da parte vencedora ou, ainda, de simulação
ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei.
d) For fundada em prova cuja autenticidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser
demonstrada na própria ação rescisória.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 966, do CPC. Vejamos:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
(ALTERNATIVA B)

II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;


(ALTERNATIVA A)

III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; (ALTERNATIVA C)

IV - ofender a coisa julgada;

V - violar manifestamente norma jurídica;

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VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha
a ser demonstrada na própria ação rescisória; (ALTERNATIVA D)

VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento
favorável;

VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

Portanto, a alternativa B é correta e gabarito da questão.

25. (FUNDEP/MPE-MG - 2017) Sobre o incidente de resolução de demandas repetitivas, assinale a


alternativa CORRETA:
a) É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver,
simultaneamente, a efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão de
fato e de direito e ainda risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
b) Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir a
titularidade somente no caso de abandono.
c) É incabível o incidente de resolução de repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua
respetiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou
processual repetitiva.
d) São devidas custas processuais no incidente de resolução de demandas repetitivas.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 976, do CPC. Vamos analisar cada uma das alternativas.

A alternativa A está incorreta. Segundo o caput do art. 976, é a identidade de questão de direito que autoriza
a instauração do incidente, e não de fato.

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas


quando houver, simultaneamente:

I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão


unicamente de direito;

II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o §2º, o Ministério Público assumirá a titularidade tanto em
caso de desistência quanto de abandono.

§ 2o Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente


e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o §4º:

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§ 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais


superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para
definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.

A alternativa D está incorreta. Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas
repetitivas. Vejamos o §5º:

§ 5o Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas


repetitivas.

26. (TRF-2ªR/TRF-2ªR - 2017) Analise as assertivas e, depois, assinale a opção correta:


I- Decisão de urgência, proferida pelo juiz estrangeiro antes da sentença, poderá ser executada no Brasil por
meio de carta rogatória.
II- Ainda que o litígio envolva apenas pessoas de direito privado e interesses privados, a carta rogatória deve
ser cumprida por juiz federal.
III- Mesmo quando a matéria envolva tema de competência exclusiva da jurisdição nacional, é juridicamente
viável a concessão de exequalur à carta rogatória estrangeira, que não vincula posterior homologação da
sentença a ser proferida.
a) Apenas a assertiva I é falsa.
b) Apenas a assertiva II é falsa.
c) Apenas a assertiva III é falsa.
d) Todas as assertivas são falsas.
e) Todas as assertivas estão corretas.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens.

O item I está correto, pois é o que dispõe o art. 962, §1º, do CPC:

Art. 962. É passível de execução a decisão estrangeira concessiva de medida de urgência.

§ 1o A execução no Brasil de decisão interlocutória estrangeira concessiva de medida de


urgência dar-se-á por carta rogatória.

O item II está correto, com base no art. 965, da referida Lei:

Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o juízo federal


competente, a requerimento da parte, conforme as normas estabelecidas para o
cumprimento de decisão nacional.

O item III está incorreto. De acordo com o art. 964, da Lei nº 13.105/15, não será homologada a decisão
estrangeira na hipótese de competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira.

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Ademais, conforme o parágrafo único, o dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta
rogatória.

Desse modo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

27. (IESES/CEGÁS - 2017) A decisão de mérito poderá ser rescindida em diversas situações elencadas nos
incisos do caput do artigo 966 do Novo Código de Processo Civil. Neste sentido, é FALSO afirmar:
a) A sentença transitando in julgado, a ação rescisória poderá ser interposta quando for fundada em prova
cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação
rescisória.
b) A ação rescisória poderá ser interposta quando a sentença transitada in julgado tiver sido proferida por
Juiz suspeito da causa.
c) Quando a decisão de mérito resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte
vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei.
d) Rescinde-se a causa quando for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. Há erro de fato
quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente
ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o
qual o juiz deveria ter se pronunciado.

Comentários

A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 966, VI, do CPC:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha
a ser demonstrada na própria ação rescisória;

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 966, II, da Lei nº 13.105/15, a
decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando for proferida por juiz impedido ou por
juízo absolutamente incompetente.

A alternativa C está correta, com base no art. 966, III, da referida Lei:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;

A alternativa D está correta, nos termos o art. 966, VIII e §1º, do CPC:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

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§ 1o Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando


considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os
casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se
pronunciado.

28. (IESES/TJ-MA - 2017) É certo afirmar:


I. Nos termos do novo Código de Processo Civil os tribunais devem buscar que as suas decisões sejam
estáveis, integras e coerentes.
II. Considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em incidente de assunção de
competência e recursos especial e extraordinário repetitivos.
III. Diante do princípio da taxatividade, todas as possibilidades previstas para a interposição do recurso de
agravo de instrumento estão estabelecidas no artigo 1.015 do Código de Processo Civil.
IV. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido
reconhecida e daquela, objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.
Analisando as proposições, pode-se afirmar:
a) Somente as proposições II e IV estão corretas.
b) Somente as proposições I e IV estão corretas.
c) Somente as proposições II e III estão corretas.
d) Somente as proposições I e III estão corretas.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens.

O item I está correto, pois se refere ao art. 926, caput, do CPC:

Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e
coerente.

O item II está incorreto. Vejamos o que dispõe o art. 928, caput, da Lei nº 13.105/15:

Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão
proferida em:

I - incidente de resolução de demandas repetitivas;

II - recursos especial e extraordinário repetitivos.

O item III está incorreto. As hipóteses de cabimento do agravo de instrumento estão previstas no art. 1.015,
da referida Lei. Porém, o último inciso estabelece que há outras hipóteses de cabimento podem ser previstas
expressamente em lei.

Por fim, o item IV está correto, nos termos do art. 998, do CPC:

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Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.

Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja


repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos
extraordinários ou especiais repetitivos.

Portanto, a alternativa B é correta e gabarito da questão.

29. (BIO-RIO/Prefeitura de Barra Mansa-RJ - 2016) Sobre o tema ação rescisória, assinale a opção
CORRETA:
a) O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados da publicação da sentença.
b) É cabível ação rescisória quando a decisão de mérito, transitada em julgada, for proferida por juiz
impedido ou por juízo absolutamente incompetente.
c) Os legitimados ativos para a propositura da ação rescisória são apenas as partes ou os seus sucessores a
título universal.
d) A propositura da ação rescisória impede o cumprimento da decisão rescindenda.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 975, do CPC, o direito à rescisão se extingue em 2 anos
contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

A alternativa B é correta e gabarito da questão, nos termos do art. 966, II, da Lei nº 13.105/15:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;

A alternativa C está incorreta. O art. 967, da referida Lei, estabelece quem têm legitimidade para propor
ação rescisória. Vejamos:

Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:

I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;

II - o terceiro juridicamente interessado;

III - o Ministério Público:

a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;

b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim


de fraudar a lei;

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c) em outros casos em que se imponha sua atuação;

IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.

A alternativa D está incorreta. Com base no art. 969, do CPC, a propositura da ação rescisória não impede o
cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória.

30. (MPE-PR/MPE-PR - 2016) Sobre a ordem dos processos nos tribunais, assinale a alternativa correta:
a) Quando o resultado da apelação não for unânime e houver alteração da decisão recorrida, haverá
ampliação do quórum de julgamento em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do
resultado inicial;
b) O incidente de assunção de competência pode ser suscitado quando o próprio tribunal verificar a repetição
de causas com grande repercussão econômica;
c) O incidente de assunção de competência é a via adequada para a definição do juízo competente para o
julgamento de uma determinada causa;
d) São requisitos para a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas a efetiva repetição
de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito e risco de ofensa
à isonomia e à segurança jurídica;
e) A uniformização de jurisprudência, prevista pelo Código de Processo Civil, deve ocorrer apenas nos
chamados processos objetivos em que o controle de constitucionalidade é abstrato e concentrado.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o caput do art. 942, do CPC, a técnica do julgamento ampliado
terá cabimento sempre que o resultado da apelação não for unânime, não importando se o julgamento for
dado pela manutenção ou pela alteração da decisão recorrida.

Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os
novos julgadores.

A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 947, caput, da Lei nº 13.105/15, a repercussão apta a justificar
a assunção de competência pelo tribunal é a repercussão social, e não a econômica.

Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de


remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão
de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.

A alternativa C está incorreta. A assunção de competência tem por objetivo racionalizar a prestação
jurisdicional por meio da uniformização dos julgamentos, e não definir a competência do juízo.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 976, do CPC:

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Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas


quando houver, simultaneamente:

I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão


unicamente de direito;

II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

A alternativa E está incorreta. A uniformização de jurisprudência deve ocorrer não apenas nos chamados
processos objetivos em que o controle de constitucionalidade é abstrato e concentrado, mas também em
todos os julgamentos realizados pelos juízes e tribunais quando algum órgão superior já tiver se manifestado
a respeito por meio de um dos procedimentos de uniformização previstos na lei processual. Vejamos o art.
927, da Lei nº 13.105/15:

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de


constitucionalidade;

II - os enunciados de súmula vinculante;

III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas


repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;

IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e


do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;

V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

31. (FUNDATEC/Prefeitura de Porto Alegre–RS - 2016)


No que diz respeito ao Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, inovação do Código de Processo
Civil (Lei nº 13.105/15), analise as assertivas a seguir:
I. O pedido de instauração do incidente, como ato postulatório, pode ser realizado pelas partes, pelo
Ministério Público e pela Defensoria Pública, mas não pelo juiz da causa.
II. O incidente será julgado no prazo de um ano. Superado esse prazo, o incidente será extinto sem resolução
de mérito, sem prejuízo de que seja novamente suscitado.
III. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada a todos os processos individuais ou coletivos que versem
sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive
àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região.
Quais estão corretas?
a) Apenas II.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.

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d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens:

O item I está incorreto. De acordo com o art. 977, do CPC, o pedido de instauração do incidente será dirigido
ao presidente de tribunal, pelo juiz ou relator, por ofício; pelas partes, por petição; ou pelo Ministério Público
ou pela Defensoria Pública, por petição.

O item II está incorreto. Com base no art. 980, da Lei nº 13.105/1, o incidente será julgado no prazo de 1 ano
e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas
corpus. Porém, conforme o parágrafo único, caso superado o prazo, a consequência não será a sua extinção
sem resolução de mérito, mas a cessação da suspensão, caso não haja decisão judicial em sentido contrário.

O item III está correto, pois reproduz o art. 985, I, da referida Lei:

Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:

I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de


direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que
tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região;

Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

32. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) O novo Código de Processo Civil instituiu o incidente de resolução de
demandas repetitivas, que consiste na identificação de processos que contenham a mesma questão de
direito, a ser instaurado perante os tribunais de segunda instância, em pedido dirigido ao presidente
do respectivo tribunal, que reunirá todos os processos conexos, em legítima supressão de instância,
para dar-lhes solução uniforme dentro dos limites da competência territorial do tribunal.

Comentários

A assertiva está incorreta. Essa não é a única hipótese em que o incidente pode ser instaurado, tendo lugar,
também, quando a multiplicidade de processos distribuídos a juízos diversos colocar em risco a isonomia ou
a segurança jurídica, conforme prevê o art. 976, do CPC.

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas


quando houver, simultaneamente:

I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão


unicamente de direito;

II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

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Também não há que se falar em supressão de instância, visto que o órgão especial do tribunal, designado
especificamente para esse fim, apesar de determinar a tese jurídica a ser aplicada, não julgará, efetivamente,
cada um dos processos suspensos que aguardam a fixação da referida tese.

33. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Nos termos do novo Código de Processo Civil, o incidente de assunção de
competência é admissível quando envolver relevante questão de direito, com grande repercussão
social, sem repetição em múltiplos processos, vinculando todos os juízes e órgão fracionados. O
recurso de agravo, diante de sua precariedade da análise do mérito, não é recurso apto à possível
assunção de competência, que decorre apenas de apelação, remessa necessária ou mesmo causa de
competência originária do tribunal.

Comentários

A assertiva está incorreta. O IAC é cabível em face de:

➢ Julgamento de recurso;
➢ Remessa necessária; ou
➢ Processo de competência originária.

Note que a legislação não restringe o cabimento do IAC apenas ao recurso de apelação, muito menos veda
o cabimento a partir de agravos.

34. (TRF-4R/TRF4R - 2016) Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.


Considerando o Código de Processo Civil de 2015:
I. O Código é marcado pelos princípios do contraditório permanente e obrigatório, da cooperação, do
máximo aproveitamento dos atos processuais, da primazia do julgamento de mérito e da excepcionalidade
dos recursos intermediários, entre outros.
II. O Código busca a segurança jurídica e a isonomia, reforçando o sistema de precedentes (stare decisis) e
estabelecendo como regra, no plano vertical, a observância dos precedentes e da jurisprudência e, no plano
horizontal, a estabilidade, a integridade e a coerência da jurisprudência.
III. A distinção (distinguishing), a superação (overruling) e a superação para a frente, mediante modulação
dos efeitos (prospective overruling), são técnicas de adequação do sistema de precedentes às alterações
interpretativas da norma e às circunstâncias factuais postas sob exame dos juízes e dos tribunais.
IV. Paralelamente à proteção da segurança jurídica, a necessidade de evolução da hermenêutica exige que
apenas súmulas, vinculantes ou não, sejam consideradas parâmetros para aplicação do sistema de
precedentes, sob pena de se imobilizar a exegese das normas.
a) Estão corretas apenas as assertivas I e II.
b) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.
c) Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV.
d) Estão corretas todas as assertivas.
e) Nenhuma assertiva está correta.

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Comentários

Vamos analisar cada um dos itens:

O item I está correto, visto que esses princípios estão consagrados no capítulo "das normas fundamentais do
processo civil", incluído no livro I da parte geral, do CPC.

O item II está correto, pois está previsto nas disposições gerais do título "da ordem dos processos e dos
processos de competência originária dos tribunais", incluído no livro III, denominado "dos processos nos
tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais”, da parte especial da Lei nº 13.105/15.

O item III está correto. Esses termos conceituais foram retirados da doutrina do common law e adaptados à
realidade jurídica brasileira.

O item IV está incorreto. A uniformização da jurisprudência deve ocorrer não apenas pelo respeito às
súmulas, vinculantes ou não, mas, também, mediante o respeito das teses jurídicas fixadas pelos tribunais
superiores e pelo pleno ou pelo órgão especial dos demais tribunais, a exemplo do julgamento das demandas
repetitivas e do incidente de assunção de competência.

Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

35. (FUNRIO/Prefeitura de Itupeva-SP - 2016) O regramento da Reclamação Constitucional que foi


estabelecido pela Lei no. 8.038-90 foi revogado pelo Código de Processo Civil de 2015 que, inclusive,
ampliou o seu âmbito de aplicação. Na novel normativa destaca-se, como inovação:
a) apresentação pelo Ministério Público.
b) a reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal.
c) qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante.
d) o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado.
e) o Presidente determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.

Comentários

A alternativa A está incorreta. A reclamação pode ser apresentada tanto pela parte quanto pelo MP,
conforme prevê o art. 13, da Lei nº 8.038/90 e o art. 988, do CPC.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O CPC ampliou sua abrangência ao admitir a sua
apresentação perante qualquer tribunal. Vejamos o §1º, do art. 988:

§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete
ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda
garantir.

Anteriormente, a reclamação somente poderia ser apresentada perante o Supremo Tribunal Federal e
perante o Superior Tribunal.

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A alternativa C está incorreta. Essa disposição está contida tanto no art. 15, da Lei nº 8.038/90, quanto no
art. 990, da Lei nº 13.105/15.

A alternativa D está incorreta. A cassação da decisão exorbitante está prevista tanto no art. 17, da Lei nº
8.038/90, quanto no art. 992, do CPC.

A alternativa E está incorreta. Esta disposição está contida tanto no art. 18, da Lei nº 8.038/90, quanto no
art. 993, da Lei nº 13.105/15.

36. (INSTITUTO AOC/EBSERH - 2016) João ajuizou ação visando obter reparação de danos decorrentes de
ato ilícito praticado por Pedro. Recebida a ação, Pedro foi citado e apresentou, tempestivamente, a
contestação. Após a tramitação do processo, a juíza, proferiu sentença de improcedência do pedido e
as partes foram devidamente intimadas. Apesar de não concordar com os fundamentos da sentença,
João deixou transcorrer in albis o prazo para apelação e a sentença transitou em julgado. No entanto,
João foi informado de que Pedro e a juíza são casados há 20 anos. Sabendo que o trânsito em julgado
ocorreu há um ano, assinale a alternativa correta.
a) Não há qualquer impedimento no fato de a juíza ter exercido suas funções em processo em que Pedro
figure como parte.
b) Visando obter nova decisão judicial, João deverá propor ação rescisória, fundamentada no fato da
sentença ter sido proferida por juiz impedido.
c) Tendo em vista o trânsito em julgado, João não poderá submeter novamente a causa à apreciação do
judiciário, sob pena de ofensa à coisa julgada.
d) João poderá apresentar recurso de apelação, ainda que intempestivamente, considerando que a decisão
foi proferida por juiz impedido.
e) Poderá ser apresentada exceção de impedimento por João, em virtude de ser parte no processo o cônjuge
da juíza.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A existência de casamento entre a juíza e o réu impede
que a ação seja processada e julgada por ela, conforme estabelece o art. 144, IV, do CPC:

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:

IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

De acordo com o art. 966, II, a sentença proferida por juiz impedido está sujeita à ação rescisória.

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;

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O prazo para ajuizamento é de 2 anos, contados da última decisão proferida no processo. Vejamos o caput
do art. 975:

Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo.

37. (INTEGRI/Câmara de Suzano-SP - 2016) Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna
imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Porém, em algumas hipóteses a
norma processual permite que ela seja rescindida. As afirmativas abaixo são hipóteses de cabimento
de ação rescisória, exceto:
a) Se verificar que a decisão foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.
b) Quando a decisão resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei.
c) Quando a decisão violar manifestamente norma jurídica.
d) Quando a decisão for proferida por juiz suspeito, impedido ou por juízo incompetente.

Comentários

O art. 966, do CPC, prevê quais são as hipóteses de cabimento da ação rescisória. Vejamos:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;

II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;

III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;

IV - ofender a coisa julgada;

V - violar manifestamente norma jurídica;

VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha
a ser demonstrada na própria ação rescisória;

VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento
favorável;

VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

A mera suspeição do juiz também não justifica a rescindibilidade do julgado. Ademais, podemos notar que
apenas a incompetência absoluta do juízo justifica a rescisão da decisão de mérito transitada em julgado, e
não qualquer incompetência. Portanto, a alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão.

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38. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Nos termos do novo Código de Processo Civil, a ação rescisória é a demanda
através da qual se busca desconstituir decisão coberta pela coisa julgada, com eventual rejulgamento
da causa original, não sendo cabível contra decisão interlocutória de mérito.

Comentários

A assertiva está incorreta. A ação rescisória é a demanda por meio da qual se busca desconstituir decisão
coberta pela coisa julgada, decisão essa que pode ser classificada como sentença ou como decisão
interlocutória de mérito, sendo cabível contra decisão interlocutória de mérito.

A possibilidade de se ajuizar ação rescisória em face de decisão interlocutória de mérito foi sedimentada
pelo enunciado 336 do Fórum Permanente de Processualistas Civis, que analisaram todos os dispositivos do
novo Código de Processo Civil.

39. (CETREDE/Prefeitura de Itapipoca-CE - 2016) Acerca da ação rescisória prevista do Código de Processo
Civil marque a opção CORRETA.
a) Para o ajuizamento da ação rescisória, o município deverá depositar a importância de 5% (cinco por cento)
sobre o valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível,
ou improcedente.
b) O ajuizamento da ação rescisória impede o cumprimento da sentença ou acórdão rescindendo, ressalvada
a concessão, caso imprescindíveis e sob os pressupostos previstos em lei, de medidas de natureza cautelar
ou antecipatória de tutela.
c) O direito de ajuizar ação rescisória extingue-se em 3 (três) anos, contados do trânsito em julgado da
decisão.
d) O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último
pronunciamento judicial.
e) Concluída a instrução, será aberta vista, sucessivamente, ao autor e ao réu, pelo prazo de 15 (quinze) dias,
para razões finais.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Os entes públicos estão isentos do pagamento dessa multa. Vejamos o art.
968, II, combinado com o §1º, da Lei nº 13.105/15:

Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art.
319, devendo o autor:

II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá
em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou
improcedente.

§ 1o Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos
Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério
Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça.

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A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 969, do CPC, a propositura da ação rescisória não impede
o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória.

A alternativa C está incorreta. Segundo o caput do art. 975, da referida Lei, o direito à rescisão se extingue
em 2 anos, contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe a súmula nº 401, do STJ:

Súmula 401 - O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível
qualquer recurso do último pronunciamento judicial.

A alternativa E está incorreta. Com base no caput do art. 973, do CPC, concluída a instrução, será aberta
vista ao autor e ao réu para razões finais, sucessivamente, pelo prazo de 10 dias.

40. (MPE-PR/MPE-PR - 2019) Assinale a alternativa correta no que diz respeito ao regime jurídico dos
processos nos tribunais, nos termos do Código de Processo Civil de 2015:
a) O julgamento de casos repetitivos terá lugar apenas para resolver questões de direito material.
b) Ao editar o enunciado de súmula, os tribunais devem retirar qualquer elemento fático do texto do
enunciado, preservando a regra jurídica geral e abstrata.
c) A ampliação do quórum de julgamento aplica-se para o julgamento de qualquer recurso ou ação de
competência originária do tribunal.
d) O acórdão não unânime proferido pelo órgão especial de tribunal deverá ser ampliado pela convocação
do tribunal pleno.
e) Incumbe ao relator do feito decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este
for instaurado originariamente perante o tribunal.

Comentários

A alternativa A está errada, pois, segundo o art. 928, parágrafo único, do CPC, o julgamento de casos
repetitivos terá lugar quando resolver questões de direito material e processual.

Muito ao contrário do que consta na alternativa B, ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem se
ater às circunstância fáticas dos precedentes que motivaram sua criação (art. 926, §2º, do CPC). Isto porque,
com a eficácia vinculante que as súmulas passaram a ter, os tribunais devem tomar especial cuidado com a
identidade ou ao menos similaridade fática dos precedentes que fundamentam sua edição.

Vejamos a redação do CPC:

Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os
novos julgadores.

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Como se extrai da redação supratranscrita, a ampliação do quórum somente ocorrerá quando o julgamento
do recurso for não unânime, de modo que a alternativa C está incorreta.

A sistemática do art. 942 do CPC, é inaplicável ao julgamento não unânime proferido pelo plenário ou pela
corte especial (§4º do mesmo dispositivo). Logo, a alternativa D também está incorreta.

A alternativa E está correta e o gabarito da questão. O art. 932 do CPC versa sobre a competência delegada
ao relator para a prática de atos processuais e condunção dos recursos, reexame necessário e de processos
de competência originária do Tribunal. Entre as incumbências constantes deste dispositivo, cabe ao relator,
decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado
originariamente perante o tribunal (inciso VI).

41. (IADES/ApexBrasil - 2018) Conforme dispõe o Código de Processo Civil acerca da homologação da
sentença estrangeira, assinale a alternativa correta.
a) Deverá ser realizada com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática.
b) Deverá ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal para que se constitua em título executivo judicial.
c) A decisão interlocutória estrangeira somente terá eficácia caso seja confirmada por decisão final de mérito
proferida por autoridade judicial brasileira.
d) A decisão estrangeira não poderá ser homologada parcialmente, sob pena de ofensa ao princípio da
unidade de jurisdição.
e) O cumprimento da sentença estrangeira efetuar-se-á perante o juízo cível competente.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O art. 26, §2º do CPC estabelece que não será exigida reciprocidade para a
homologação de sentença estrangeira.

A alternativa B está incorreta. A homologação de sentença estrangeira é de competência do Superior


Tribunal de Justiça (art. 515, VIII do CPC).

A alternativa C está er incorreta rada. Inicialmente, é importante recordar que, em qualquer hipótese, é
vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira (art.
36, §2º do CPC). A decisão estrangeira, incluída a decisão interlocutória, somente terá eficácia no Brasil após
a sua homologação ou a concessão do exequatur, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado
(art. 961 do CPC).

A alternativa D está incorreta. Prevê o art. 960, §2º que a decisão estrangeira poderá ser homologada
parcialmente.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Prevê o artigo 516, III do Código de Processo Civil, que
o cumprimento da sentença efetuar-se-á perante o juízo cível competente, quando se tratar de sentença
penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal
Marítimo.

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42. (NC-UFPR/TJ PR - 2019) O relator, entre outras incumbências, exercerá o exame de admissibilidade do
recurso a ele distribuído. Sobre esse exame de admissibilidade e demais incumbências do relator,
assinale a alternativa correta.
a) O preparo deve ser obrigatoriamente comprovado no momento da interposição do recurso, sob pena de
o relator aplicar imediatamente a pena de deserção.
b) O dever de prevenção, consistente na possibilidade de o relator desconsiderar vício formal de recurso ou
determinar sua correção, não se aplica aos recursos especial e extraordinário.
c) O relator, no agravo de instrumento, poderá, monocraticamente, independentemente de prévia
intimação do agravado, negar seguimento, negar provimento ou dar provimento ao recurso.
d) As decisões monocráticas dos relatores, em sede de agravo de instrumento, são irrecorríveis.
e) Presentes os pressupostos, o relator do recurso poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (se não for
o caso de recurso com efeito suspensivo automático) ou antecipar, total ou parcialmente, a tutela recursal.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o caput do art. 1.007 do CPC, ao interpor o recurso, o
recorrente deverá comprovar, quando exigido pela legislação pertinente, o preparo, inclusive porte de
remessa e de retorno, sob pena de deserção. No entanto, o §2º do mesmo dispositivo prevê que em caso de
insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, só haverá deserção se o
recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não o suprir no prazo de 5 dias.

A alternativa B está incorreta. O dever de prevenção é aplicável aos recursos extraordinário e especial pois
o art. 1.029, §3º do CPC permite que o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça
desconsiderem vício formal de recurso tempestivo ou determinem sua correção, desde que não o repute
grave.

A alternativa C está incorreta. O relator concederá prazo de 5 dias ao recorrente para que seja sanado o vício
ou complementada a documentação exigível, antes de considerar inadmissível o recurso (art. 932, parágrafo
único).

A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 1.021 do CPC, contra a decisão monocrática do relator
caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. O inciso I do artigo 1.019, ao dispor sobre o agravo de
instrumento, estabelece que o relator poderá atribuir efeito suspensivo ao agravo ou deferir, em antecipação
de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão.

43. (NC-UFPR/CM Quitandinha - 2018) Preceitua o artigo 942 do Código de Processo Civil: “Quando o
resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada
com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no
regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,
assegurando às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os
novos julgadores”. Em virtude disso, é INCORRETO afirmar:

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a) Aplica-se essa técnica de julgamento ampliado do colegiado para resolução de demandas repetitivas.
b) Se possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros
julgadores que porventura componham o órgão colegiado.
c) Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do
julgamento.
d) Não se aplica essa técnica de julgamento ampliado do colegiado para o incidente de assunção de
competência.
e) Essa técnica de julgamento aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em ação
rescisória, quando o resultado for rescisão da sentença.

Comentários

A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 942, §4º, I do Código de
Processo Civil, não se aplica a técnica de julgamento ao incidente de assunção de competência (IAC) e ao
incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR).

A alternativa B está incorreta. Redação da alternativa conforme o art. 942, §1º do CPC.

Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os
novos julgadores.

§ 1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-


se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.

A alternativa C está incorreta. Transcrição literal do art. 942, §2º do CPC.

§ 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do
prosseguimento do julgamento.

A alternativa D está incorreta. Redação conforme o art. 942, §4º, I do CPC: vedação de aplicação da técnica
de julgamento ao IAC e ao IRDR.

A alternativa E está incorreta. Previsão expressa no artigo 942, §3º, I do CPC:

§ 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não


unânime proferido em:

I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu
prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;

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44. (FEPESE/PGE SC - 2018) Em relação à técnica de julgamento ampliado em caso de resultado não
unânime, é correto afirmar:
a) Com o julgamento ampliado há uma alteração de competência funcional, que é relativa.
b) Os julgadores que já tiverem votado não poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do
julgamento com colegiado ampliado.
c) A técnica de julgamento ampliado será aplicada nos casos de remessa necessária quando o julgamento
não unânime reformar a sentença de mérito.
d) Em caso de decisão não unânime proferida em incidente de resolução de demandas repetitivas submetido
a julgamento na corte especial, a competência será do plenário do Tribunal.
e) Sua aplicação ocorrerá no recurso de apelação, na ação rescisória julgada procedente e no agravo de
instrumento que reforma decisão que julga parcialmente o mérito.

Comentários

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A técnica de julgamento estendido é cabível para (1)
apelação quando o julgamento não for unânime (art. 942, caput); (2) ação rescisória quando o resultado não
unânime for pela rescisão da sentença (art. 942, §3º, I); (3) agravo de instrumento quando houver reforma
da decisão que julgar parcialmente o mérito (art. 942, §3º, II).

A alternativa A está incorreta. Não há alteração da competência, mas um aumento da composição para
julgamento do recurso não unânime.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o artigo 942, §2º do Código de Processo Civil, os julgadores
que já tiverem votado poderão rever seus votos quando do prosseguimento do julgamento.

A alternativa C está incorreta. O art. 942, §4º, II veda a aplicação do julgamento ampliado à remessa
necessária.

A alternativa D está incorreta. O art. 942, §4º, II veda a aplicação do julgamento ampliado ao incidente de
assunção de competência (IAC) e ao incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR).

45. (QUADRIX/CRA PR - 2019) No que se refere à ordem dos processos de competência originária dos
tribunais, julgue o item.
O incidente de assunção de competência, que independe de multiplicidade de processos, depende de
provocação do relator, não podendo ser suscitado por requerimento da parte integrante do caso concreto.

Comentários

O item está incorreto. O incidente de assunção de competência (IAC), nos termos do art. 947, §1º do Código
de Processo Civil, poderá ser suscitado de ofício pelo relator ou a requerimento da parte, do Ministério
Público ou da Defensoria Pública.

46. (QUADRIX/CRA PR - 2019) No que se refere à ordem dos processos de competência originária dos
tribunais, julgue o item.

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O prévio pronunciamento do Plenário ou do órgão especial do tribunal não desonera a turma ou a câmara
de nova remessa de arguição de inconstitucionalidade sobre uma mesma questão àquele colegiado, dispensa
esta que somente tem lugar quando houver posicionamento do Supremo Tribunal Federal.

Comentários

O item está incorreto. O artigo 949, parágrafo único do Código de Processo Civil estabelece que os órgãos
fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de
inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do STF sobre a questão.

47. (CESGRANRIO/PETROBRAS - 2018) Durante o julgamento de RESP perante a 1ª turma do STJ, aparece
importante questão de direito, que terá grande repercussão social, sobre a qual é oportuna a
prevenção de divergência entre turmas do tribunal. Após ser provocado por uma das partes, o relator
propõe que o recurso seja remetido para seção especializada, indicada pelo regimento, no intuito de
estabelecer entendimento acerca do tema. O acórdão a ser proferido será dotado de efeito vinculante
perante juízes e órgãos fracionários.

Qual é, nesse caso, o instituto processual utilizado?


a) Embargos infringentes
b) Embargos de divergência
c) Incidente de assunção de competência
d) Incidente de uniformização de jurisprudência
e) Incidente de resolução de demandas repetitivas

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O comando da questão apresentou informações


relevantes para o cabimento do incidente de assunção de competência: (1) importante questão de direito;
(2) grande repercussão social; (3) oportuna prevenção de divergência entre turmas do tribunal; (4)
propositura pelo relator após provocação de uma das partes; (5) julgamento do recurso para seção
especializada indicada pelo regimento; (6) acórdão com efeito vinculante perante juízes e órgãos
fracionários. Todas as características apresentadas apontam para o cabimento do IAC.

A alternativa A está errada. Os embargos infringentes não existem mais na atual sistemática do Código de
Processo Civil (foram substituídos pela técnica de julgamento ampliado do art. 942).

A alternativa B está errada. Os embargos de divergência, com previsão no artigo 1.043 do CPC, são
interpostos contra acórdão de órgão fracionário em julgamento de recurso extraordinário ou de recurso
especial que divergir de outro acórdão do mesmo tribunal.

A alternativa D está errada. O incidente de uniformização de jurisprudência era previsto no CPC-73 e não
subsiste no atual CPC.

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A alternativa E está errada. O IRDR não se confunde com o IAC pois exige a efetiva repetição de processos
que versem sobre a mesma questão de direito. O IAC, por sua vez, não exige a repetição de processos e exige
grande repercussão social da questão de direito.

48. (QUADRIX/CRA PR - 2019) No que se refere à ordem dos processos de competência originária dos
tribunais, julgue o item.
O conflito de competência, positivo ou negativo, uma vez suscitado, suspende automaticamente o processo.

Comentários

O item está incorreto. O conflito de competência negativo (ambos os juízes se consideram incompetentes e
atribuem um ao outro a competência) suspende automaticamente o processo. No conflito positivo, por sua
vez, a suspensão do processo deverá ser determinada pelo relator (art. 955 do CPC): “O relator poderá, de
ofício ou a requerimento de qualquer das partes, determinar, quando o conflito for positivo, o sobrestamento
do processo e, nesse caso, bem como no de conflito negativo, designará um dos juízes para resolver, em
caráter provisório, as medidas urgentes.”

49. (IAUPE/UPE - 2019) Sobre o tema ação rescisória, assinale a alternativa CORRETA.
a) Os legitimados ativos para a propositura da ação rescisória são apenas as partes ou os seus sucessores a
título universal.
b) A propositura da ação rescisória impede o cumprimento da decisão rescindenda.
c) É cabível contra decisão fundada em interpretação de ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal
como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso,
contado o prazo decadencial a partir do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal
Federal.
d) Proposta com base em prova nova deverá ser promovida em até 05 anos da data da descoberta dessa
nova prova.
e) Não se aplica à ação rescisória a prorrogação de prazo para o primeiro dia útil imediatamente subsequente
para efeito do seu ajuizamento pela parte interessada, quando se expirar durante as férias forenses, recesso,
feriados ou em dia em que não houver expediente forense.

Comentários

A alternativa A está errada. O artigo 967 do CPC estabelece outros legitimados para propositura da ação
rescisória, a exemplo do terceiro juridicamente interessado, o Ministério Público em determinados casos e
aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.

A alternativa B está errada. Conforme o art. 969 do CPC, a propositura da ação rescisória não impede o
cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Os artigos 525, §15 e 535, §8º (versando sobre
inexigibilidade do título fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo
Tribunal Federal) preveem o cabimento de ação rescisória quando a decisão for proferida após o trânsito em
julgado da decisão exequenda, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo STF.

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A alternativa D está errada. Via de regra, o prazo para a propositura da ação rescisória será de 2 anos. No
entanto, se proposta com base em prova nova, a ação rescisória deverá ser promovida em até 05 anos da
data do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo (art. 975, §2º do CPC).

A alternativa E está errada. O Código de Processo Civil (art. 975, §1º) prevê que é aplicável à ação rescisória
a prorrogação até o primeiro dia útil imediatamente subsequente do prazo de 2 anos, quando expirar
durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense.

50. (IBFC/FSA - 2019) No que se refere à ação rescisória, analise as afirmativas abaixo e assinale a
alternativa correta.
I. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando obtiver o autor, posteriormente
ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só,
de lhe assegurar pronunciamento favorável.
II. A ação rescisória precisa ter por objeto a integralidade da decisão de mérito que deseja rescindir.
III. O terceiro juridicamente interessado tem legitimidade para propor ação rescisória.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b) Apenas a afirmativa III está correta.
c) As afirmativas I, II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.

Comentários

O Item I está Correto. Nos termos do art. 966, VII do Código de Processo Civil, a decisão de mérito poderá
ser rescindida quando obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável.

O Item II está Incorreto. De acordo com art. 966, §3º, a ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 capítulo
da decisão – não precisa ter por objeto toda a decisão de mérito.

O Item III está Correto. O art. 967, II, enuncia a legitimidade do terceiro juridicamente interessado para a
propositura da ação rescisória.

Portanto, a alternativa D (itens I e III) está correta e é o gabarito da questão.

51. (COPESE UFPI/TRF 1 - 2019) Após ajuizar uma ação contra Tício, Caio decide firmar um acordo que é
homologado pelo juízo competente e transita em julgado. Um ano depois, Caio percebe que foi
enganado por Tício, razão pela qual acabou sendo prejudicado pela transação homologada. Na
hipótese, qual instrumento processual pode ser utilizado por Caio?
a) Ação rescisória.
b) Apelação.
c) Pedido de revisão.
d) Embargos de declaração.

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e) Ação anulatória.

Comentários

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. O STF (ARE 2.440 AgR/DF, Informativo 916) tem
entendido que em se tratando de transação homologada pelo juízo não será possível a propositura da ação
rescisória, mas será cabível ação anulatória (art. 966, §4º): “Os atos de disposição de direitos, praticados
pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos
homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.”

A alternativa A está incorreta. O caso apresentado não se enquadra nas hipóteses de cabimento da ação
rescisória do art. 966 do Código de Processo Civil.

A alternativa B está incorreta. Não é possível ajuizar apelação contra decisão transitada em julgado.

A alternativa C está incorreta. A doutrina entende que o pedido de revisão é cabível quando a parte ainda
não teve a oportunidade de manifestar-se no processo mas, mesmo assim, depara-se com uma decisão de
lhe causa prejuízo. Não se enquadra no caso apresentado pela questão.

A alternativa D está incorreta. O caso apresentado não se enquadra nas hipóteses de cabimento dos
embargos de declaração do art. 1.022 do Código de Processo Civil

52. (FAUEL/Pref Paranavaí - 2018) Assinale a alternativa INCORRETA, a respeito da ação rescisória.
a) É rescindível a decisão de mérito transitada em julgada que for proferida por juiz impedido ou por juízo
absolutamente incompetente.
b) A decisão transitada em julgado que não seja de mérito, ainda que impeça nova propositura da demanda,
não é rescindível.
c) A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
d) A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a
concessão de tutela provisória.
e) O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.

Comentários

A alternativa A está correta e de acordo com o art. 966, II do Código de Processo Civil.

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. O artigo 966, §2º enuncia que será rescindível a
decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça (1) nova propositura de demanda ou
(2) admissibilidade do recurso correspondente.

A alternativa C está correta e em conformidade com o art. 966, §3º do CPC.

A alternativa D está correta e nos termos do art. 969 do CPC.

A alternativa E está correta e alinhada ao artigo 975 do CPC.

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53. (FAUEL/AGEPAR - 2018) Acerca da ação rescisória, de acordo com o Código de Processo Civil, assinale
a alternativa correta.
a) A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando a decisão rescindenda admitir
fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, desde que o fato represente
ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
b) Se o fundamento da ação for prova nova, o termo inicial do prazo decadencial será a data de sua
descoberta, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.
c) O direito à rescisão se extingue em 3 (três) anos contados do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.
d) Decisões interlocutórias de mérito, transitadas em julgado, não podem ser rescindidas.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Uma das hipóteses de cabimento da rescisória é quando a decisão de mérito
for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos (art. 966, VIII). No entanto, o §1º do mesmo
dispositivo dispõe que “há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando
considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não
represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado”.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A alternativa expressa o conteúdo do art. 975, §2º do
CPC: em se tratando de rescisória baseada em prova nova, o termo inicial do prazo decadencial será da data
de descoberta da prova nova e, nesse caso, deve-se observar o prazo máximo de 5 anos (e não de 2 anos!),
contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

A alternativa C está incorreta. O art. 975 do CPC prevê que o direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos
contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

A alternativa D está incorreta. A decisão interlocutória poderá ser objeto de ação rescisória se, por exemplo,
impedir a propositura de nova demanda (art. 966, §2º do CPC). Ademais, o caput do art. 966 utiliza a
expressão “decisão de mérito” não restringindo o cabimento às sentenças e acórdãos, englobando também
as decisões interlocutórias.

54. (NC-UFPR/CM Quitandinha - 2018) Sobre a ação rescisória, é correto afirmar:


a) É indispensável que todos os recursos possíveis tenham sido interpostos contra a decisão de mérito no
processo de origem.
b) O autor da ação rescisória deverá depositar a importância de sete por cento sobre o valor da causa, sem
limitador, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível
ou improcedente.
c) As decisões atacáveis mediante ação rescisória devem ter sido proferidas em ações principais, nunca em
ações incidentais.
d) Concussão, prevaricação ou corrupção do juiz são hipóteses de cabimento da ação rescisória.

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e) Define-se a competência para a ação rescisória conforme o primeiro grau de jurisdição que se pronunciou
sobre o mérito da causa.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A ação rescisória é cabível contra decisão que foi
proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz, de acoro com o art. 966, I do CPC.

A alternativa A está incorreta. É indispensável que a decisão tenha transitado em julgado. Nos termos da
Súmula 514 do STF: “Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela
não se tenha esgotado todos os recursos.”

A alternativa B está incorreta. O valor do depósito é de 5%, conforme o artigo 968, II do CPC. Além disso, o
depósito não poderá ser superior a 1.000 salários-mínimos, tal como prevê o art. 968, §2º.

A alternativa C está incorreta. O Código de Processo Civil não restringe o cabimento da ação rescisória às
decisões proferidas em ações principais.

A alternativa E está incorreta. A competência para a ação rescisória é sempre dos tribunais, nunca de um
juiz singular. Desse modo, a competência dependerá da interposição de recursos ou não, por exemplo:
sentença da Justiça Estadual transita em julgado sem interposição de recurso – competência do Tribunal de
Justiça; se houver apelação, o TJ continuará sendo competente para julgamento da rescisória.

55. (OBJETIVA CONCURSOS/CM Balsa Nova - 2018) De acordo com a Lei nº 13.105/2015 - Código de
Processo Civil, no que diz respeito à ação rescisória, pode-se afirmar que:
I. Pode ter como objeto apenas 1 capítulo da decisão.
II. A parte que obtiver, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova, cuja existência ignorava, terá
direito à rescisão da decisão, cujo prazo de 3 anos contará da data da descoberta da prova nova.
III. O Ministério Público terá legitimidade para propor ação rescisória quando a decisão rescindida é o efeito
de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei.
Estão CORRETOS:
a) Somente os itens I e II.
b) Somente os itens I e III.
c) Somente os itens II e III.
d) Todos os itens.

Comentários

A alternativa B (itens I e III) está correta e é o gabarito da questão. Veremos item a item:

O Item I está Correto. A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão (art. 966, §3º).

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O Item II está Incorreto. De acordo com o artigo 975, §2º o prazo será de 2 anos, cujo termo inicial será a
data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 anos, contado do trânsito em julgado da
última decisão proferida no processo.

O Item III está Correto. O art. 967, ao elencar os legitimados para propositura da ação rescisória, apresenta
o Ministério Público (inciso III) quando, dentre outras situações, a decisão rescindenda é o efeito de
simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei (alínea “b”).

56. (IAUPE/UPE - 2019) Em relação ao incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) e ao


incidente de assunção de competência (IAC), é CORRETO afirmar que
a) o incidente de resolução de demandas repetitivas – IRDR tem natureza jurídica de incidente processual e
foi inspirado no sistema de common law norte-americano. Cuida-se de inovação no mecanismo de
uniformização da jurisprudência brasileira e visa firmar entendimento sobre matéria de direito material ou
processual.
b) é admitida a revisão de tese jurídica firmada em incidente de resolução de demandas repetitivas – IRDR,
cuja legitimidade de deflagrá-la é outorgada somente ao mesmo Tribunal, de ofício, ou ao Ministério Público
e à Defensoria Pública.
c) no IRDR, se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá
assumir a titularidade somente no caso de abandono.
d) o IAC não poderá ser proposto de ofício pelo relator, devendo ser postulado somente pela parte,
Ministério Público ou Defensoria Pública.
e) é admissível quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência
originária envolver relevante questão de fato ou de direito, com grande repercussão social, sem repetição
em múltiplos processos.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 986 do CPC, a revisão da tese
jurídica firmada em IRDR será feita pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante requerimento dos
legitimados do art. 977, III (Ministério Público ou Defensoria Pública).

A alternativa A está incorreta. De acordo com a doutrina, o incidente de resolução de demandas repetitivas
foi inspirado no procedimento-modelo (Musterverfahren) do sistema processual alemão, e não no sistema
de common law norte-americano. As demais informações da alternativa estão corretas: (1) tem natureza
jurídica de incidente processual; (2) trata-se de inovação no mecanismo de uniformização da jurisprudência;
(3) visa firmar entendimento sobre matéria de direito material ou processual – art. 928, parágrafo único do
CPC.

A alternativa C está incorreta. Nos termos do art. 976, §2º, se não for o requerente, o Ministério Público
intervirá obrigatoriamente no IRDR e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de
abandono.

A alternativa D está incorreta. O incidente de assunção de competência (IAC), nos termos do art. 947, §1º
do Código de Processo Civil, poderá ser suscitado de ofício pelo relator ou a requerimento da parte, do
Ministério Público ou da Defensoria Pública.

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A alternativa E está incorreta. O art. 947 do Código de Processo Civil estabelece que é admissível a assunção
de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência
originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos
processos. Não cabe IAC para fixar tese quanto a questão de fato.

57. (QUADRIX/CRA PR - 2019) No que se refere à ordem dos processos de competência originária dos
tribunais, julgue o item.
O precedente firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas alcança os processos que
tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região.

Comentários

O item está correto. Após o julgamento do IRDR, a tese jurídica será aplicada a todos os processos individuais
ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo
tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região (art. 985, I do
CPC).

58. (MPE SP/MPE SP - 2019) Ao se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, deve o juiz
a) promover a autocomposição, preferencialmente com o auxílio de conciliadores e mediadores judiciais,
convocando, previamente, o Ministério Público, a Defensoria Pública e outros legitimados ao processo
coletivo.
b) oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados ao processo
coletivo, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.
c) determinar o apensamento de todas as ações individuais e a remessa de todas elas ao Ministério Público,
à Defensoria Pública e aos demais legitimados ao processo coletivo para manifestação.
d) extinguir a ação individual por falta de interesse processual e determinar a extração de cópia para remessa
ao Ministério Público, à Defensoria Pública e, na medida do possível, aos demais legitimados ao processo
coletivo.
e) converter a demanda individual em coletiva e intimar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na
medida do possível, outros legitimados ao processo coletivo para assunção do polo ativo.

Comentários

A alternativa A está incorreta. A autocomposição deve ser buscada pelo magistrado, com o auxílio de
conciliadores e mediadores (art. 139, V) mas não há necessidade de prévia convocação do Ministério Público
ou da Defensoria Pública para promovê-la.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A alternativa baseia-se no artigo 139, X do Código de
Processo Civil que trata da incumbências do juiz: quando se deparar com diversas demandas individuais
repetitivas, incumbe ao juiz oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros
legitimados a que se referem o art. 5º da Lei nº 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) e o art. 82 da Lei 8.078/90
(Código de Defesa do Consumidor) para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.

A alternativa C está incorreta. O apensamento das demandas, muito provavelmente, causaria tumulto
processual, dificultando a apreciação do mérito em razão da inúmera quantidade de manifestações.

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A alternativa D está incorreta. A multiplicação de processos não significa falta de interesse processual, de
modo que o juiz não poderia extinguir a ação.

A alternativa E está incorreta. A conversão de demandas individuais em coletivas (art. 333) foi vetada no
Código de Processo Civil.

59. (MPE SP/MPE SP - 2019) Em relação ao incidente de resolução de demandas repetitivas, assinale a
alternativa INCORRETA.
a) Não será examinado o mérito do incidente se houver desistência ou abandono do processo.
b) A sua admissão provoca a suspensão dos processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no
Estado ou na Região, conforme o caso.
c) Autoriza o juiz, nas causas que dispensem a fase instrutória, a julgar liminarmente improcedente o pedido
que contrarie o entendimento nele firmado.
d) Admite-se recurso do amicus curiae contra a decisão que o julga.
e) Deverá intervir obrigatoriamente o Ministério Público.

Comentários

A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. Nos termos do art. 976, §1º do CPC, a desistência
ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente. Vale lembrar que nesses casos, o
Ministério Público assumirá a titularidade do IRDR (art. 976, §2º).

A alternativa B está correta. Ao admitir o incidente, o relator suspenderá os processos pendentes, individuais
ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme o caso, é o que prevê o art. 982, I.

A alternativa C está correta. O entendimento firmado em IRDR e IAC permite que o juiz, nas causas que
dispensem a fase instrutória, julgue liminarmente improcedente o pedido que o contrarie, de acorod com o
art. 332, III.

A alternativa D está correta. O art. 138, §3º permite que o amicus curiae recorra da decisão que julga o IRDR.

A alternativa E está correta. O Ministério Público, quando não for o requerente, deverá intervir
obrigatoriamente no IRDR e deverá assumir sua titularidade em caso de abandono ou desistência, consoante
dispõe o art. 976, §2º.

60. (MPE SP/MPE SP - 2019) É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas
a) mesmo quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado
recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.
b) quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária
envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social.
c) diante de efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito e risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

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d) para garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal
em controle concentrado de constitucionalidade.
e) quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a
composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O caput do art. 976 do Código de Processo Civil
apresenta os requisitos cumulativos à propositura do IRDR: efetiva repetição de processos que contenham
controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito e risco de ofensa à isonomia e à segurança
jurídica.

A alternativa A está incorreta. O artigo 976, §4º do CPC afirma exatamente o oposto: é incabível o IRDR
quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para
definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva. Trata-se de uma medida
coerente e de economia processual.

A alternativa B está incorreta. A alternativa apresentou a hipótese de cabimento do Incidente de Assunção


de Competência (IAC) previsto no art. 947 do CPC. O IAC, ao contrário do IRDR, não exige a repetição em
múltiplos processos e a questão de direito deverá ter grande repercussão social.

A alternativa D está incorreta. A alternativa destacou uma das hipóteses de cabimento da reclamação (art.
988, III): garantia da observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do STF em controle
concentrado de constitucionalidade.

A alternativa E está incorreta. Trata-se, mais uma vez, de hipótese de cabimento do IAC (art. 947, §4º).

61. (IBFC/FSA - 2019) O Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas e o Incidente de Assunção de


Competência são institutos tratados pelo Código de Processo Civil de 2015. Sobre tais institutos,
assinale a alternativa correta.
a) Caso o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas seja inadmissível por falta de um de seus
requisitos, ele não poderá ser novamente intentado, ainda que o requisito seja satisfeito.
b) O pedido para instauração do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, que somente poderá ser
feito pelas partes e pelo Ministério Público, será dirigido ao presidente do tribunal.
c) É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de
processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social,
sem repetição em múltiplos processos.
d) O Código de Processo Civil determina que se considera julgamento de casos repetitivos a decisão proferida
em Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas e o Incidente de Assunção de Competência.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O Incidente de Assunção de Competência (IAC) é o


incidente processual cabível quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de

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competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição
em múltiplos processos (art. 947 do CPC).

A alternativa A está incorreta. O art. 976, §3º do CPC prevê exatamente o oposto: caso o IRDR seja inadmitido
por ausência de qualquer de seus pressupostos de admissibilidade, uma vez satisfeito o requisito, nada
impede que o incidente seja novamente suscitado.

A alternativa B está incorreta. O pedido de instauração do IRDR será dirigido ao presidente do Tribunal: (1)
pelo juiz ou relator, por ofício; (2) pelas partes, por petição; (3) pelo Ministério Público ou pela Defensoria
Pública, por petição.

A alternativa D está incorreta. O art. 928 do CPC considera julgamento de casos repetitivos a decisão
proferida em IRDR (não inclui o IAC) e em recursos especial e extraordinário repetitivos.

62. (IBFC/TRF 2 - 2018) O Código de Processo Civil de 2015 instituiu o Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas (IRDR), sendo correta a afirmativa, em relação a este novo instituto processual, de que:
a) o pedido de instauração somente poderá ser feito pelo relator, pelas partes, pelo Ministério Público e pela
Defensoria Pública.
b) a sua admissibilidade é feita pelo respectivo relator.
c) a tese firmada no incidente diz respeito a questão unicamente de direito e será aplicada, com eficácia
persuasiva, aos processos que tramitem no Estado ou região.
d) a suspensão dos processos pendentes somente pode ser estabelecida pelo colegiado.
e) são cabíveis os recursos especial e extraordinário, com efeito suspensivo, em relação ao julgamento do
mérito do incidente.

Comentários

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o caput do art. 987 e o §1º, do
julgamento do mérito do IRDR caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso, e o recurso terá
efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional eventualmente discutida.

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 977, o pedido de instauração do IRDR será dirigido ao
presidente do Tribunal: (1) pelo juiz ou relator, por ofício; (2) pelas partes, por petição; (3) pelo Ministério
Público ou pela Defensoria Pública, por petição. A alternativa não mencionou o juiz como legitimado.

A alternativa B está incorreta. Prevê o art. 981 que a admissibilidade do IRDR é feita pelo órgão colegiado
competente para julgá-lo, devendo analisar a presença dos pressupostos do art. 976.

A alternativa C está incorreta. A tese firmada em IRDR tem eficácia vinculante, cabendo reclamação em caso
de inobservância (art. 985, §1º).

A alternativa D está incorreta. Ao admitir o incidente, o relator (e não o órgão colegiado) suspenderá os
processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme o caso (art.
982, I).

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63. (FUNRIO/ALERR - 2018) De acordo com o Código de Processo Civil, é cabível a instauração do incidente
de resolução de demandas repetitivas quando houver
a) simultaneamente, a efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito e risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
b) a efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de
direito ou risco de ofensas à isonomia e à segurança jurídica.
c) a possibilidade de efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito ou a possibilidade de risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
d) a efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão de fato e de direito
e risco de ofensa à segurança jurídica.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 976 do CPC, o IRDR é o incidente
cabível quando há repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente
de direito e risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica (os requisitos são cumulativos / simultâneos).

A alternativa B está incorreta. Os requisitos são cumulativos (“e”) e não alternativos (“ou”).

A alternativa C está incorreta. Deve haver a efetiva repetição de processo e não apenas a possibilidade de
repetição.

A alternativa D está incorreta. O IRDR versará sempre sobre questão de direito, nunca sobre questão de fato.

64. (IAUPE/UPE - 2019) No que concerne à Reclamação, na sistemática do Código de Processo Civil, e
consoante entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de
Justiça, é CORRETO afirmar que
a) caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para o efeito de preservar a competência
do tribunal, garantir a autoridade das decisões do tribunal, garantir a observância de decisão do Supremo
Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade e, finalmente, para garantir a observância
de enunciado de súmula vinculante e de precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em
incidente de assunção de competência.
b) assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que
possível; todavia, a reclamação será admissível mesmo após o trânsito em julgado da decisão, imputando-
se-lhe, nessa circunstância, força rescindenda do respectivo julgado.
c) a reclamação poderá ser proposta apenas nos tribunais superiores.
d) a inadmissibilidade ou o julgamento interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado prejudica
a reclamação.
e) ao despachar a reclamação, o relator, dentre outras providências, determinará a citação do beneficiário
da decisão impugnada que terá prazo de 10 dias para apresentar sua contestação.

Comentários

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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A alternativa reproduziu as hipóteses de cabimento


de reclamação (art. 988): (1) preservação da competência do tribunal; (2) garantia da autoridade das
decisões do tribunal; (3) garantia da observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do STF em
controle concentrado de constitucionalidade; (4) garantia da observância de acórdão proferido em
julgamento de IRDR ou IAC.

A alternativa B está incorreta. A primeira parte da alternativa está correta (a reclamação será recebida,
autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que possível – art. 988, §3º) mas não será
admitida se proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada (art. 988, §5º, I).

A alternativa C está incorreta. Conforme o art. 988, §1º, a reclamação pode ser proposta perante qualquer
tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja
autoridade se pretenda garantir.

A alternativa D está incorreta. A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão


proferida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação (art. 988, §6º).

A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 989, III, o prazo para contestação será de 15 dias.

65. (QUADRIX/CRA PR - 2019) No que se refere à ordem dos processos de competência originária dos
tribunais, julgue o item.
A reclamação para garantia de observância de enunciado de súmula vinculante ou de acórdão proferido em
incidente de resolução de demandas repetitivas ou em incidente de assunção de competência tem lugar
tanto quando a decisão reclamada deixar de aplicar o entendimento a casos que deveriam ser por ele
alcançados quanto quando o entendimento é aplicado indevidamente a caso por ele não contemplado.

Comentários

O item está certo. O art. 988, III e IV do CPC, estabelece que caberá reclamação para garantir a observância
de enunciado de súmula vinculante e de decisão do STF em controle concentrado de constitucionalidade e
garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de IRDR ou IAC. O §4º do dispositivo prevê que
as hipóteses acima compreendem tanto a aplicação indevida da tese jurídica bem como a sua não aplicação
aos casos que a ela correspondam.

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LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS


FGV

1. (FGV/ALE-RO - 2018) Não é impugnável por ação rescisória a decisão que


(A) julga procedente pedido formulado pelo Ministério Público em ação civil pública.
(B) acolhe antecipadamente um dos dois pedidos formulados, sem prejuízo do prosseguimento do feito,
rumo à fase instrutória, para o futuro julgamento do outro pedido.
(C) julga procedente pedido formulado em mandado de segurança.
(D) julga procedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.
(E) pronuncia a prescrição da pretensão deduzida em ação condenatória proposta em face da Fazenda
Pública.

2. (FGV/TJ-SC - 2018) Julgado improcedente o seu pedido, a parte autora manejou recurso de apelação
para impugnar a sentença. Mas, observando que a peça recursal padecia de irregularidades formais, o
juiz reputou inadmissível o apelo, deixando de recebê-lo.
Inconformado com essa decisão, deve o autor se valer de:
(A) nova apelação;
(B) agravo de instrumento;
(C) reclamação;
(D) mandado de segurança;
(E) recurso extraordinário.

3. (FGV/ALE-RJ - 2017) Diante da disciplina recursal estabelecida na Lei nº 13.105/2015, é correto afirmar
que:
a) foi mantida a possibilidade de sustentação oral na sessão de julgamento do recurso de apelação, apenas
aumentando o prazo de quinze para vinte minutos para cada expositor;
b) é cabível a sustentação oral no julgamento de agravo interno interposto contra a decisão monocrática do
relator que indefere a petição inicial de ação rescisória;
c) para o prosseguimento no julgamento da apelação, consoante a técnica prevista no artigo 942, é
necessário que o voto majoritário na divergência esteja em sentido oposto à tese adotada na sentença;
d) a sentença proferida na primeira fase da ação de exigir contas produz efeitos logo após a sua publicação,
pois a respectiva apelação não tem efeito suspensivo;
e) continua sendo cabível a interposição de recurso ordinário ao Superior Tribunal de Justiça no julgamento
de mérito de mandado de segurança da competência originária do Tribunal de Justiça, quando a ordem for
concedida.

4. (FGV/TRT-12ª R - 2017) Emanuel e Sheila, em colusão e com o objetivo escuso de fraude à legislação
tributária, simularam um litígio perante a Justiça Estadual, que não teve a intervenção do Ministério

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Público, em razão da ausência de interesse público subjacente à simulada lide. Após quatro anos da
última decisão proferida no processo, o Ministério Público teve ciência dessa colusão e ajuizou ação
rescisória, postulando a desconstituição da decisão de mérito transitada em julgado.
Diante dessa situação hipotética, de acordo com o CPC, é correto afirmar que:
a) o Ministério Público não tem legitimidade para ajuizar ação rescisória, pois não foi parte no processo;
b) o Ministério Público tem legitimidade para ajuizar a ação rescisória e o direito à rescisão não se extinguiu,
pois o prazo deve ser contado a partir da ciência da simulação ou da colusão;
c) o Ministério Público não tem legitimidade para ajuizar ação rescisória, pois não interveio no processo
como custos legis;
d) embora o Ministério Público tenha legitimidade para ajuizar a ação rescisória, extinguiu-se o direito à
rescisão em face do transcurso do prazo decadencial de dois anos;
e) o Ministério Público tem legitimidade para ajuizar a ação rescisória e o direito à rescisão não se extinguiu,
pois o prazo para a propositura é de cinco anos.

5. (FGV/PGM-Niterói - 2014) No que concerne à ação rescisória, assinale a afirmativa incorreta.


a) Tem por escopo a desconstituição de decisão de mérito proferida em processo precedente e já transitada
em julgado.
b) A sua petição inicial deve conter o pedido de rescisão e, quando cabível, o de rejulgamento da causa
originária.
c) A sua propositura não impede o imediato cumprimento da decisão rescindenda, ressalvadas as hipóteses
de deferimento de tutelas de urgência, desde que presentes os respectivos pressupostos legais.
d) Pode dar azo à interposição de embargos infringentes, pela parte ré, caso se acolha o pedido por maioria
de votos, seja em sede de iudicium rescindens, seja em sede de iudicium rescissorium.
e) O seu ajuizamento pressupõe o exaurimento de todas as vias recursais cabíveis, no feito primitivo, em
relação à decisão rescindenda.

6. (FGV/PROCEMPA - 2014) A ação rescisória é instrumento de cabimento excepcional no sistema


processual, uma vez que sua utilização para fins de desconstituição de decisões que já tinham feito
coisa julgada material abalam a segurança jurídica das relações. Dessa forma, para que haja sua regular
utilização, devem ser observados requisitos formais, temporais e materiais.
As opções a seguir indicam hipóteses em que a ação rescisória é cabível, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças dadas por concussão do Juiz.
b) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças proferidas por Juiz suspeito.
c) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças proferidas em violação à literal disposição de lei.
d) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças fundadas em erro de fato, resultantes de atos ou
documentos da causa.
e) Cabe ação rescisória para desconstituição de sentenças que ofendam a coisa julgada já existente acerca
do assunto debatido.

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7. (FGV/Câmara Municipal do Recife-PE - 2014) Contribuinte ajuizou demanda, pelo rito ordinário, em
face do Município, em que se insurgiu contra a nova alíquota prevista em lei para o imposto sobre
propriedade predial e territorial urbana, sob o fundamento de ser ela extremamente elevada e
ofensiva aos princípios da capacidade contributiva e da razoabilidade. Regularmente citado, o ente
federativo não apresentou contestação. Depois de decretada a revelia da parte ré, o juiz proferiu
sentença em que julgava procedente o pedido. Sem que tivesse havido a interposição de recurso de
apelação pelo Município, os autos subiram ao Tribunal de Justiça por força do duplo grau de jurisdição
obrigatório. Vislumbrando na lei municipal os vícios de inconstitucionalidade alegados na petição
inicial, deve órgão fracionário ao qual foram distribuídos os autos:
a) proceder de imediato ao reexame necessário, confirmando a sentença de procedência do pedido, não lhe
sendo obrigatório suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade por se tratar de duplo
grau de jurisdição obrigatório, e não de recurso de apelação;
b) proceder de imediato ao reexame necessário, confirmando a sentença de procedência do pedido, não lhe
sendo obrigatório suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade porque o seu acórdão se
limitaria a afastar a incidência da lei no caso concreto, sem lhe declarar expressamente a
inconstitucionalidade;
c) proceder de imediato ao reexame necessário, confirmando a sentença de procedência do pedido, não lhe
sendo obrigatório suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade em razão da revelia do
Município-réu, a importar na própria confissão dos vícios de inconstitucionalidade alegados na inicial;
d) suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade e, após a apreciação, pelo tribunal pleno,
ou órgão especial, da matéria constitucional, retomar o julgamento do feito, ficando obrigatoriamente
vinculado à premissa fixada no julgamento do incidente;
e) suscitar o prévio incidente de arguição de inconstitucionalidade, embora, após a apreciação, pelo tribunal
pleno, ou órgão especial, da matéria constitucional, não fique obrigatoriamente vinculado, ao retomar o
julgamento do feito, à premissa fixada no julgamento do incidente.
8. (FGV/SUSAM - 2014) A ação rescisória é instrumento excepcional no sistema pátrio, pois o seu
ajuizamento abala a segurança jurídica que se alcança no momento em que as decisões de mérito em
que as decisões de mérito transitam em julgado materialmente. Assinale a opção que traz uma
situação em que a ação rescisória não passará por juízo rescisório.
a) Sentença de mérito dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.
b) Sentença de mérito que viola literal disposição de lei.
c) Sentença de mérito fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa.
d) Sentença de mérito que resulta de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida.
e) Sentença de mérito que ofende a coisa julgada já existente acerca do objeto do processo.

9. (FGV/TJ AL - 2018) Quanto à ação rescisória, é correto afirmar que:


a) o prazo para o seu ajuizamento é de dois anos, a fluir da data da prolação da decisão rescindenda;
b) o Ministério Público não tem legitimidade para ajuizá-la;

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c) é cabível para impugnar decisão que, embora sem ser de mérito, impeça a admissibilidade do recurso
correspondente;
d) é exigível do autor o depósito de 5% sobre o valor da causa, ainda que se trate de beneficiário da
gratuidade de justiça;
e) não é admissível a concessão de tutela provisória.

10. (FGV/ALERO - 2018) Sobre a ação rescisória, assinale a afirmativa correta:


a) nos casos em que admissível a rescisória, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça nova propositura da demanda.
b) deve o autor depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, independentemente de
montante total, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada
inadmissível ou improcedente.
c) reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o processo deverá ser extinto sem
resolução de mérito.
d) o relator ordenará a citação do réu, e este terá o prazo de 15 dias para, querendo, apresentar resposta,
ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.
e) o direito à rescisão se extingue em 2 anos contados da preclusão da decisão que se pretende rescindir.

11. (FGV/MPE RJ - 2019) Determinada Procuradora de Justiça foi intimada para a emissão de parecer, em
processo individual envolvendo pessoa incapaz para os atos da vida civil, no qual se discutia a
juridicidade da tarifa cobrada pelo fornecimento de água potável. Ao analisar os autos e realizar as
pesquisas necessárias, constatou o equívoco no último reajuste promovido na tarifa, o qual estava
lastreado em um ato administrativo de caráter geral manifestamente ilegal, indicativo de que
inúmeros outros processos poderiam ser instaurados pela mesma causa.

Considerando a sistemática vigente, a relevância da matéria e a repercussão social, poderia ser proposta
ao relator, pela Procuradora de Justiça, para a imediata definição da matéria de direito pelo Tribunal de
Justiça, vinculando os juízes de direito e os órgãos fracionários do Tribunal, a seguinte medida:
a) reclamação;
b) embargos de divergência;
c) incidente de assunção de competência;
d) incidente de uniformização de jurisprudência;
e) incidente de resolução de demandas repetitivas.

12. (FGV/DPE RJ - 2019) Anastácia intentou determinada demanda em face de Otto, que, regularmente
citado, aduziu em contestação que a autora não havia observado o prazo decadencial, o qual, na ótica
do réu contestante, era de três anos. O juiz da causa, concluindo, equivocadamente, que o prazo da
decadência era o trienal, em vez do quinquenal, como previsto na lei civil, acabou por acolher a tese
defensiva, pondo fim à fase cognitiva do procedimento. Por lapso de seu advogado, Anastácia perdeu
o prazo para interpor recurso, assim permitindo que a sentença transitasse em julgado. Três meses
depois disso, procurou ela a Defensoria Pública, solicitando orientação jurídica.

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A medida judicial adequada para se lograr a desconstituição da sentença proferida em desfavor de


Anastácia é:
a) mandado de segurança;
b) ação rescisória;
c) querela nullitatis;
d) reclamação;
e) nenhuma, já que o fato de a sentença não ter sido impugnada pelo recurso próprio a torna insuscetível
de qualquer revisão.

Outras Bancas

13. (NC-UFPR/Prefeitura de Curitiba-PR - 2019) A preocupação do legislador no Código de Processo Civil


com respeito aos precedentes vinculantes resultou na implementação de alguns dispositivos e
institutos aptos a fazer valer a autoridade das decisões dos tribunais. Um desses institutos é a
Reclamação, tratada no Código de Processo Civil a partir do artigo 988. A respeito da Reclamação e sua
previsão na lei processual, considere as seguintes afirmativas:
1. O Ministério Público possui legitimidade ativa para a Reclamação nas hipóteses em que figura ou deveria
ter figurado no processo como parte ou como fiscal da lei.
2. A propositura da Reclamação determina a produção de prova pré-constituída, já que no seu procedimento
não há espaço para instrução probatória.
3. A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão
jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.
4. A Reclamação poderá ser proposta mesmo após o trânsito em julgado da decisão, em respeito à força
vinculante dos precedentes dos tribunais, hipótese em que substitui a Ação Rescisória.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

14. (NC-UFPR/ITAIPU BINACIONAL - 2019) Sobre o cumprimento de sentença estrangeira, identifique


como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A decisão interlocutória estrangeira não poderá ser executada no Brasil.
( ) A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a
concessão do exequatur às cartas rogatórias.
( ) É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não judicial que, pela lei
brasileira, teria natureza jurisdicional.

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( ) A homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias é de


competência derivada do Superior Tribunal de Justiça.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – V – F – V.
b) F – F – V – V.
c) V – F – V – F.
d) F – V – F – V.
e) F – V – V – F.

15. (IADES/ALEGO - 2019) Os tribunais, no controle difuso de constitucionalidade, para declarar a


inconstitucionalidade de uma lei federal, devem
a) julgar o incidente de inconstitucionalidade na turma ou câmara.
b) submeter ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver
pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal a respeito da questão, a fim de ratificar o
posicionamento.
c) submeter a questão da inconstitucionalidade à turma ou câmara a que competir o conhecimento do
processo. Assim, se a arguição for acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao
respectivo órgão especial, onde houver.
d) ouvir o Ministério Público e as partes após o julgamento da questão pela turma ou câmara.
e) proibir, em razão do princípio da eficiência, a manifestação dos responsáveis pela edição do ato
questionado.

16. (IADES/ALEGO - 2019) Quanto à ação rescisória, assinale a alternativa correta.


a) Cabe ação rescisória, com fundamento na violação manifesta a norma jurídica, diante da decisão com base
em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha
considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe
deu fundamento.
b) A ação rescisória deve dizer respeito a todos os capítulos da decisão; caso diga respeito a apenas um
capítulo, ela é incabível.
c) O prazo de resposta da ação rescisória é sempre de 15 dias.
d) O direito à rescisão se extingue em dois anos contados do trânsito em julgado da parte da decisão de
mérito que se quer rescindir.
e) A decisão de mérito, transitada em julgado, que for proferida por juiz relativamente incompetente pode
ser rescindida.

17. (SELECON/Prefeitura de Cuiabá-MT - 2018) Nos termos do Código de Processo Civil de 201S, a ação
rescisória pode ter por fundamento decisão proferida por magistrado que naquele processo foi
considerado:
a) arbitrário
b) corrupto

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c) deslocado
d) incapaz

18. (MPE-SP/MPE-SP - 2017) Assinale a alternativa correta.


a) O incidente de assunção de competência pode ser instaurado quando o julgamento de recurso, remessa
necessária ou processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande
repercussão social, exigindo-se a repetição da discussão em múltiplos processos.
b) Os incidentes de assunção de competência e de resolução de demandas repetitivas não podem ser
instaurados de ofício.
c) O incidente de resolução de demandas repetitivas é cabível quando houver efetiva repetição de processos
que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito e risco de ofensa à isonomia e
à segurança jurídica.
d) É cabível o incidente de resolução de demanda repetitiva ainda que um dos tribunais superiores, no
âmbito de sua competência, já tenha afetado recurso para definição de tese sobre a mesma questão.
e) Após a admissão do incidente de resolução de demandas repetitivas e suspensos os processos pendentes,
o pedido de tutela de urgência deve ser requerido ao relator do incidente.

19. (FMP Concursos/MPE-RO - 2017) Sobre o incidente de resolução de demandas repetitivas, assinale a
alternativa CORRETA.
a) É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver,
simultaneamente, efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito e risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
b) A desistência ou o abandono do processo impede o exame de mérito do incidente.
c) Se não for o requerente, não haverá necessidade de intervenção do Ministério Público no incidente, bem
como não haverá necessidade de assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.
d) A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer de seus
pressupostos de admissibilidade impede nova suscitação do incidente.
e) O incidente de resolução de demandas repetitivas será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência
sobre todos os demais feitos, incluindo processos com réu preso e pedidos de habeas corpus.

20. (MPT/MPT - 2017) Em relação ao incidente de resolução de demandas repetitivas previsto no Código
de Processo Civil, analise as assertivas a seguir:
I - É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver,
alternativamente: efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito ou risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
II - A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente, sendo que, nesse
caso, se não for o requerente, o Ministério Público deverá assumir sua titularidade.
III - Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada a todos os processos individuais ou coletivos que versem
sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive
àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região, bem como aos casos futuros
que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território de competência do tribunal,
salvo revisão da tese.

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Assinale a alternativa CORRETA:


a) Apenas as assertivas I e II estão incorretas.
b) Apenas a assertiva I está incorreta.
c) Apenas a assertiva II está correta.
d) Todas as assertivas estão corretas.
e) Não respondida.

21. (MPT/MPT - 2017) Em relação ao incidente de assunção de competência previsto no Código de


Processo Civil, assinale a alternativa INCORRETA:
a) É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de
processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social,
desde que haja repetição em múltiplos processos.
b) Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da
parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo
de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.
c) Exceto se houver revisão de tese, o acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os
juízes e órgãos fracionários.
d) O incidente de assunção de competência pode ser utilizado quando ocorrer relevante questão de direito
a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas
do tribunal.
e) Não respondida.

22. (FAFIPA/Fundação Araucária-PR - 2017) De acordo com o art. 932, inciso IV, alínea “c” do Código de
Processo Civil vigente (Lei 13.105/2015), incumbe ao relator negar provimento ao recurso que for
contrário a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência. Em se tratando do que prevê o referido Diploma Processual acerca do incidente de
resolução de demandas repetitivas, assinale a alternativa CORRETA.
a) É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver efetiva
repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito ou risco
de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
b) Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir
sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.
c) O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados
somente os que envolvam réu preso.
d) Admitido o incidente, o relator: I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
tramitam no Estado ou na região, conforme o caso; II - poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo
tramita processo no qual se discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 10 (dez) dias; III -
intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 10 (dez) dias.

23. (FMP Concursos/PGE-AC - 2017) Considere as seguintes afirmativas sobre o tema da ordem dos
processos no tribunal no âmbito do Código de Processo Civil. Assinale a alternativa INCORRETA

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a) Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o


sorteio eletrônico e a publicidade.
b) Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5
(cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo
julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte.
c) Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da sessão de julgamento, as notas
taquigráficas o substituirão, para todos os fins legais, independentemente de revisão.
d) Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser
designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos
no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,
assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos
julgadores.
e) O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os
fins legais, exceto para a finalidade de prequestionamento.

24. (IESES/ALGÁS - 2017) A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
a) For proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente competente.
b) Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.
c) Resultar de dolo ou coação da parte vencida em detrimento da parte vencedora ou, ainda, de simulação
ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei.
d) For fundada em prova cuja autenticidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser
demonstrada na própria ação rescisória.

25. (FUNDEP/MPE-MG - 2017) Sobre o incidente de resolução de demandas repetitivas, assinale a


alternativa CORRETA:
a) É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver,
simultaneamente, a efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão de
fato e de direito e ainda risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
b) Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir a
titularidade somente no caso de abandono.
c) É incabível o incidente de resolução de repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua
respetiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou
processual repetitiva.
d) São devidas custas processuais no incidente de resolução de demandas repetitivas.

26. (TRF-2ªR/TRF-2ªR - 2017) Analise as assertivas e, depois, assinale a opção correta:


I- Decisão de urgência, proferida pelo juiz estrangeiro antes da sentença, poderá ser executada no Brasil por
meio de carta rogatória.
II- Ainda que o litígio envolva apenas pessoas de direito privado e interesses privados, a carta rogatória deve
ser cumprida por juiz federal.

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III- Mesmo quando a matéria envolva tema de competência exclusiva da jurisdição nacional, é juridicamente
viável a concessão de exequalur à carta rogatória estrangeira, que não vincula posterior homologação da
sentença a ser proferida.
a) Apenas a assertiva I é falsa.
b) Apenas a assertiva II é falsa.
c) Apenas a assertiva III é falsa.
d) Todas as assertivas são falsas.
e) Todas as assertivas estão corretas.

27. (IESES/CEGÁS - 2017) A decisão de mérito poderá ser rescindida em diversas situações elencadas nos
incisos do caput do artigo 966 do Novo Código de Processo Civil. Neste sentido, é FALSO afirmar:
a) A sentença transitando in julgado, a ação rescisória poderá ser interposta quando for fundada em prova
cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação
rescisória.
b) A ação rescisória poderá ser interposta quando a sentença transitada in julgado tiver sido proferida por
Juiz suspeito da causa.
c) Quando a decisão de mérito resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte
vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei.
d) Rescinde-se a causa quando for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. Há erro de fato
quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente
ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o
qual o juiz deveria ter se pronunciado.

28. (IESES/TJ-MA - 2017) É certo afirmar:


I. Nos termos do novo Código de Processo Civil os tribunais devem buscar que as suas decisões sejam
estáveis, integras e coerentes.
II. Considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em incidente de assunção de
competência e recursos especial e extraordinário repetitivos.
III. Diante do princípio da taxatividade, todas as possibilidades previstas para a interposição do recurso de
agravo de instrumento estão estabelecidas no artigo 1.015 do Código de Processo Civil.
IV. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido
reconhecida e daquela, objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.
Analisando as proposições, pode-se afirmar:
a) Somente as proposições II e IV estão corretas.
b) Somente as proposições I e IV estão corretas.
c) Somente as proposições II e III estão corretas.
d) Somente as proposições I e III estão corretas.

29. (BIO-RIO/Prefeitura de Barra Mansa-RJ - 2016) Sobre o tema ação rescisória, assinale a opção
CORRETA:

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a) O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados da publicação da sentença.


b) É cabível ação rescisória quando a decisão de mérito, transitada em julgada, for proferida por juiz
impedido ou por juízo absolutamente incompetente.
c) Os legitimados ativos para a propositura da ação rescisória são apenas as partes ou os seus sucessores a
título universal.
d) A propositura da ação rescisória impede o cumprimento da decisão rescindenda.

30. (MPE-PR/MPE-PR - 2016) Sobre a ordem dos processos nos tribunais, assinale a alternativa correta:
a) Quando o resultado da apelação não for unânime e houver alteração da decisão recorrida, haverá
ampliação do quórum de julgamento em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do
resultado inicial;
b) O incidente de assunção de competência pode ser suscitado quando o próprio tribunal verificar a repetição
de causas com grande repercussão econômica;
c) O incidente de assunção de competência é a via adequada para a definição do juízo competente para o
julgamento de uma determinada causa;
d) São requisitos para a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas a efetiva repetição
de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito e risco de ofensa
à isonomia e à segurança jurídica;
e) A uniformização de jurisprudência, prevista pelo Código de Processo Civil, deve ocorrer apenas nos
chamados processos objetivos em que o controle de constitucionalidade é abstrato e concentrado.

31. (FUNDATEC/Prefeitura de Porto Alegre–RS - 2016)


No que diz respeito ao Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, inovação do Código de Processo
Civil (Lei nº 13.105/15), analise as assertivas a seguir:
I. O pedido de instauração do incidente, como ato postulatório, pode ser realizado pelas partes, pelo
Ministério Público e pela Defensoria Pública, mas não pelo juiz da causa.
II. O incidente será julgado no prazo de um ano. Superado esse prazo, o incidente será extinto sem resolução
de mérito, sem prejuízo de que seja novamente suscitado.
III. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada a todos os processos individuais ou coletivos que versem
sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive
àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região.
Quais estão corretas?
a) Apenas II.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

32. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) O novo Código de Processo Civil instituiu o incidente de resolução de
demandas repetitivas, que consiste na identificação de processos que contenham a mesma questão de
direito, a ser instaurado perante os tribunais de segunda instância, em pedido dirigido ao presidente

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do respectivo tribunal, que reunirá todos os processos conexos, em legítima supressão de instância,
para dar-lhes solução uniforme dentro dos limites da competência territorial do tribunal.

33. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Nos termos do novo Código de Processo Civil, o incidente de assunção de
competência é admissível quando envolver relevante questão de direito, com grande repercussão
social, sem repetição em múltiplos processos, vinculando todos os juízes e órgão fracionados. O
recurso de agravo, diante de sua precariedade da análise do mérito, não é recurso apto à possível
assunção de competência, que decorre apenas de apelação, remessa necessária ou mesmo causa de
competência originária do tribunal.

34. (TRF-4R/TRF4R - 2016) Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.


Considerando o Código de Processo Civil de 2015:
I. O Código é marcado pelos princípios do contraditório permanente e obrigatório, da cooperação, do
máximo aproveitamento dos atos processuais, da primazia do julgamento de mérito e da excepcionalidade
dos recursos intermediários, entre outros.
II. O Código busca a segurança jurídica e a isonomia, reforçando o sistema de precedentes (stare decisis) e
estabelecendo como regra, no plano vertical, a observância dos precedentes e da jurisprudência e, no plano
horizontal, a estabilidade, a integridade e a coerência da jurisprudência.
III. A distinção (distinguishing), a superação (overruling) e a superação para a frente, mediante modulação
dos efeitos (prospective overruling), são técnicas de adequação do sistema de precedentes às alterações
interpretativas da norma e às circunstâncias factuais postas sob exame dos juízes e dos tribunais.
IV. Paralelamente à proteção da segurança jurídica, a necessidade de evolução da hermenêutica exige que
apenas súmulas, vinculantes ou não, sejam consideradas parâmetros para aplicação do sistema de
precedentes, sob pena de se imobilizar a exegese das normas.
a) Estão corretas apenas as assertivas I e II.
b) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.
c) Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV.
d) Estão corretas todas as assertivas.
e) Nenhuma assertiva está correta.

35. (FUNRIO/Prefeitura de Itupeva-SP - 2016) O regramento da Reclamação Constitucional que foi


estabelecido pela Lei no. 8.038-90 foi revogado pelo Código de Processo Civil de 2015 que, inclusive,
ampliou o seu âmbito de aplicação. Na novel normativa destaca-se, como inovação:
a) apresentação pelo Ministério Público.
b) a reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal.
c) qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante.
d) o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado.
e) o Presidente determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.

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36. (INSTITUTO AOC/EBSERH - 2016) João ajuizou ação visando obter reparação de danos decorrentes de
ato ilícito praticado por Pedro. Recebida a ação, Pedro foi citado e apresentou, tempestivamente, a
contestação. Após a tramitação do processo, a juíza, proferiu sentença de improcedência do pedido e
as partes foram devidamente intimadas. Apesar de não concordar com os fundamentos da sentença,
João deixou transcorrer in albis o prazo para apelação e a sentença transitou em julgado. No entanto,
João foi informado de que Pedro e a juíza são casados há 20 anos. Sabendo que o trânsito em julgado
ocorreu há um ano, assinale a alternativa correta.
a) Não há qualquer impedimento no fato de a juíza ter exercido suas funções em processo em que Pedro
figure como parte.
b) Visando obter nova decisão judicial, João deverá propor ação rescisória, fundamentada no fato da
sentença ter sido proferida por juiz impedido.
c) Tendo em vista o trânsito em julgado, João não poderá submeter novamente a causa à apreciação do
judiciário, sob pena de ofensa à coisa julgada.
d) João poderá apresentar recurso de apelação, ainda que intempestivamente, considerando que a decisão
foi proferida por juiz impedido.
e) Poderá ser apresentada exceção de impedimento por João, em virtude de ser parte no processo o cônjuge
da juíza.

37. (INTEGRI/Câmara de Suzano-SP - 2016) Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna
imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Porém, em algumas hipóteses a
norma processual permite que ela seja rescindida. As afirmativas abaixo são hipóteses de cabimento
de ação rescisória, exceto:
a) Se verificar que a decisão foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.
b) Quando a decisão resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei.
c) Quando a decisão violar manifestamente norma jurídica.
d) Quando a decisão for proferida por juiz suspeito, impedido ou por juízo incompetente.

38. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Nos termos do novo Código de Processo Civil, a ação rescisória é a demanda
através da qual se busca desconstituir decisão coberta pela coisa julgada, com eventual rejulgamento
da causa original, não sendo cabível contra decisão interlocutória de mérito.

39. (CETREDE/Prefeitura de Itapipoca-CE - 2016) Acerca da ação rescisória prevista do Código de Processo
Civil marque a opção CORRETA.
a) Para o ajuizamento da ação rescisória, o município deverá depositar a importância de 5% (cinco por cento)
sobre o valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível,
ou improcedente.
b) O ajuizamento da ação rescisória impede o cumprimento da sentença ou acórdão rescindendo, ressalvada
a concessão, caso imprescindíveis e sob os pressupostos previstos em lei, de medidas de natureza cautelar
ou antecipatória de tutela.

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c) O direito de ajuizar ação rescisória extingue-se em 3 (três) anos, contados do trânsito em julgado da
decisão.
d) O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último
pronunciamento judicial.
e) Concluída a instrução, será aberta vista, sucessivamente, ao autor e ao réu, pelo prazo de 15 (quinze) dias,
para razões finais.

40. (MPE-PR/MPE-PR - 2019) Assinale a alternativa correta no que diz respeito ao regime jurídico dos
processos nos tribunais, nos termos do Código de Processo Civil de 2015:
a) O julgamento de casos repetitivos terá lugar apenas para resolver questões de direito material.
b) Ao editar o enunciado de súmula, os tribunais devem retirar qualquer elemento fático do texto do
enunciado, preservando a regra jurídica geral e abstrata.
c) A ampliação do quórum de julgamento aplica-se para o julgamento de qualquer recurso ou ação de
competência originária do tribunal.
d) O acórdão não unânime proferido pelo órgão especial de tribunal deverá ser ampliado pela convocação
do tribunal pleno.
e) Incumbe ao relator do feito decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este
for instaurado originariamente perante o tribunal.

41. (IADES/ApexBrasil - 2018) Conforme dispõe o Código de Processo Civil acerca da homologação da
sentença estrangeira, assinale a alternativa correta.
a) Deverá ser realizada com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática.
b) Deverá ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal para que se constitua em título executivo judicial.
c) A decisão interlocutória estrangeira somente terá eficácia caso seja confirmada por decisão final de mérito
proferida por autoridade judicial brasileira.
d) A decisão estrangeira não poderá ser homologada parcialmente, sob pena de ofensa ao princípio da
unidade de jurisdição.
e) O cumprimento da sentença estrangeira efetuar-se-á perante o juízo cível competente.

42. (NC-UFPR/TJ PR - 2019) O relator, entre outras incumbências, exercerá o exame de admissibilidade do
recurso a ele distribuído. Sobre esse exame de admissibilidade e demais incumbências do relator,
assinale a alternativa correta.
a) O preparo deve ser obrigatoriamente comprovado no momento da interposição do recurso, sob pena de
o relator aplicar imediatamente a pena de deserção.
b) O dever de prevenção, consistente na possibilidade de o relator desconsiderar vício formal de recurso ou
determinar sua correção, não se aplica aos recursos especial e extraordinário.
c) O relator, no agravo de instrumento, poderá, monocraticamente, independentemente de prévia
intimação do agravado, negar seguimento, negar provimento ou dar provimento ao recurso.
d) As decisões monocráticas dos relatores, em sede de agravo de instrumento, são irrecorríveis.

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e) Presentes os pressupostos, o relator do recurso poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (se não for
o caso de recurso com efeito suspensivo automático) ou antecipar, total ou parcialmente, a tutela recursal.

43. (NC-UFPR/CM Quitandinha - 2018) Preceitua o artigo 942 do Código de Processo Civil: “Quando o
resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada
com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no
regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,
assegurando às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os
novos julgadores”. Em virtude disso, é INCORRETO afirmar:
a) Aplica-se essa técnica de julgamento ampliado do colegiado para resolução de demandas repetitivas.
b) Se possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros
julgadores que porventura componham o órgão colegiado.
c) Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do
julgamento.
d) Não se aplica essa técnica de julgamento ampliado do colegiado para o incidente de assunção de
competência.
e) Essa técnica de julgamento aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em ação
rescisória, quando o resultado for rescisão da sentença.

44. (FEPESE/PGE SC - 2018) Em relação à técnica de julgamento ampliado em caso de resultado não
unânime, é correto afirmar:
a) Com o julgamento ampliado há uma alteração de competência funcional, que é relativa.
b) Os julgadores que já tiverem votado não poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do
julgamento com colegiado ampliado.
c) A técnica de julgamento ampliado será aplicada nos casos de remessa necessária quando o julgamento
não unânime reformar a sentença de mérito.
d) Em caso de decisão não unânime proferida em incidente de resolução de demandas repetitivas submetido
a julgamento na corte especial, a competência será do plenário do Tribunal.
e) Sua aplicação ocorrerá no recurso de apelação, na ação rescisória julgada procedente e no agravo de
instrumento que reforma decisão que julga parcialmente o mérito.

45. (QUADRIX/CRA PR - 2019) No que se refere à ordem dos processos de competência originária dos
tribunais, julgue o item.
O incidente de assunção de competência, que independe de multiplicidade de processos, depende de
provocação do relator, não podendo ser suscitado por requerimento da parte integrante do caso concreto.

46. (QUADRIX/CRA PR - 2019) No que se refere à ordem dos processos de competência originária dos
tribunais, julgue o item.
O prévio pronunciamento do Plenário ou do órgão especial do tribunal não desonera a turma ou a câmara
de nova remessa de arguição de inconstitucionalidade sobre uma mesma questão àquele colegiado, dispensa
esta que somente tem lugar quando houver posicionamento do Supremo Tribunal Federal.

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47. (CESGRANRIO/PETROBRAS - 2018) Durante o julgamento de RESP perante a 1ª turma do STJ, aparece
importante questão de direito, que terá grande repercussão social, sobre a qual é oportuna a
prevenção de divergência entre turmas do tribunal. Após ser provocado por uma das partes, o relator
propõe que o recurso seja remetido para seção especializada, indicada pelo regimento, no intuito de
estabelecer entendimento acerca do tema. O acórdão a ser proferido será dotado de efeito vinculante
perante juízes e órgãos fracionários.

Qual é, nesse caso, o instituto processual utilizado?


a) Embargos infringentes
b) Embargos de divergência
c) Incidente de assunção de competência
d) Incidente de uniformização de jurisprudência
e) Incidente de resolução de demandas repetitivas

48. (QUADRIX/CRA PR - 2019) No que se refere à ordem dos processos de competência originária dos
tribunais, julgue o item.
O conflito de competência, positivo ou negativo, uma vez suscitado, suspende automaticamente o processo.

49. (IAUPE/UPE - 2019) Sobre o tema ação rescisória, assinale a alternativa CORRETA.
a) Os legitimados ativos para a propositura da ação rescisória são apenas as partes ou os seus sucessores a
título universal.
b) A propositura da ação rescisória impede o cumprimento da decisão rescindenda.
c) É cabível contra decisão fundada em interpretação de ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal
como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso,
contado o prazo decadencial a partir do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal
Federal.
d) Proposta com base em prova nova deverá ser promovida em até 05 anos da data da descoberta dessa
nova prova.
e) Não se aplica à ação rescisória a prorrogação de prazo para o primeiro dia útil imediatamente subsequente
para efeito do seu ajuizamento pela parte interessada, quando se expirar durante as férias forenses, recesso,
feriados ou em dia em que não houver expediente forense.

50. (IBFC/FSA - 2019) No que se refere à ação rescisória, analise as afirmativas abaixo e assinale a
alternativa correta.
I. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando obtiver o autor, posteriormente
ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só,
de lhe assegurar pronunciamento favorável.
II. A ação rescisória precisa ter por objeto a integralidade da decisão de mérito que deseja rescindir.
III. O terceiro juridicamente interessado tem legitimidade para propor ação rescisória.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

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b) Apenas a afirmativa III está correta.


c) As afirmativas I, II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.

51. (COPESE UFPI/TRF 1 - 2019) Após ajuizar uma ação contra Tício, Caio decide firmar um acordo que é
homologado pelo juízo competente e transita em julgado. Um ano depois, Caio percebe que foi
enganado por Tício, razão pela qual acabou sendo prejudicado pela transação homologada. Na
hipótese, qual instrumento processual pode ser utilizado por Caio?
a) Ação rescisória.
b) Apelação.
c) Pedido de revisão.
d) Embargos de declaração.
e) Ação anulatória.

52. (FAUEL/Pref Paranavaí - 2018) Assinale a alternativa INCORRETA, a respeito da ação rescisória.
a) É rescindível a decisão de mérito transitada em julgada que for proferida por juiz impedido ou por juízo
absolutamente incompetente.
b) A decisão transitada em julgado que não seja de mérito, ainda que impeça nova propositura da demanda,
não é rescindível.
c) A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
d) A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a
concessão de tutela provisória.
e) O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.

53. (FAUEL/AGEPAR - 2018) Acerca da ação rescisória, de acordo com o Código de Processo Civil, assinale
a alternativa correta.
a) A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando a decisão rescindenda admitir
fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, desde que o fato represente
ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
b) Se o fundamento da ação for prova nova, o termo inicial do prazo decadencial será a data de sua
descoberta, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.
c) O direito à rescisão se extingue em 3 (três) anos contados do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.
d) Decisões interlocutórias de mérito, transitadas em julgado, não podem ser rescindidas.

54. (NC-UFPR/CM Quitandinha - 2018) Sobre a ação rescisória, é correto afirmar:


a) É indispensável que todos os recursos possíveis tenham sido interpostos contra a decisão de mérito no
processo de origem.

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b) O autor da ação rescisória deverá depositar a importância de sete por cento sobre o valor da causa, sem
limitador, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível
ou improcedente.
c) As decisões atacáveis mediante ação rescisória devem ter sido proferidas em ações principais, nunca em
ações incidentais.
d) Concussão, prevaricação ou corrupção do juiz são hipóteses de cabimento da ação rescisória.
e) Define-se a competência para a ação rescisória conforme o primeiro grau de jurisdição que se pronunciou
sobre o mérito da causa.

55. (OBJETIVA CONCURSOS/CM Balsa Nova - 2018) De acordo com a Lei nº 13.105/2015 - Código de
Processo Civil, no que diz respeito à ação rescisória, pode-se afirmar que:
I. Pode ter como objeto apenas 1 capítulo da decisão.
II. A parte que obtiver, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova, cuja existência ignorava, terá
direito à rescisão da decisão, cujo prazo de 3 anos contará da data da descoberta da prova nova.
III. O Ministério Público terá legitimidade para propor ação rescisória quando a decisão rescindida é o efeito
de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei.
Estão CORRETOS:
a) Somente os itens I e II.
b) Somente os itens I e III.
c) Somente os itens II e III.
d) Todos os itens.

56. (IAUPE/UPE - 2019) Em relação ao incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) e ao


incidente de assunção de competência (IAC), é CORRETO afirmar que
a) o incidente de resolução de demandas repetitivas – IRDR tem natureza jurídica de incidente processual e
foi inspirado no sistema de common law norte-americano. Cuida-se de inovação no mecanismo de
uniformização da jurisprudência brasileira e visa firmar entendimento sobre matéria de direito material ou
processual.
b) é admitida a revisão de tese jurídica firmada em incidente de resolução de demandas repetitivas – IRDR,
cuja legitimidade de deflagrá-la é outorgada somente ao mesmo Tribunal, de ofício, ou ao Ministério Público
e à Defensoria Pública.
c) no IRDR, se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá
assumir a titularidade somente no caso de abandono.
d) o IAC não poderá ser proposto de ofício pelo relator, devendo ser postulado somente pela parte,
Ministério Público ou Defensoria Pública.
e) é admissível quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência
originária envolver relevante questão de fato ou de direito, com grande repercussão social, sem repetição
em múltiplos processos.

57. (QUADRIX/CRA PR - 2019) No que se refere à ordem dos processos de competência originária dos
tribunais, julgue o item.

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O precedente firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas alcança os processos que


tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região.

58. (MPE SP/MPE SP - 2019) Ao se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, deve o juiz
a) promover a autocomposição, preferencialmente com o auxílio de conciliadores e mediadores judiciais,
convocando, previamente, o Ministério Público, a Defensoria Pública e outros legitimados ao processo
coletivo.
b) oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados ao processo
coletivo, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.
c) determinar o apensamento de todas as ações individuais e a remessa de todas elas ao Ministério Público,
à Defensoria Pública e aos demais legitimados ao processo coletivo para manifestação.
d) extinguir a ação individual por falta de interesse processual e determinar a extração de cópia para remessa
ao Ministério Público, à Defensoria Pública e, na medida do possível, aos demais legitimados ao processo
coletivo.
e) converter a demanda individual em coletiva e intimar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na
medida do possível, outros legitimados ao processo coletivo para assunção do polo ativo.

59. (MPE SP/MPE SP - 2019) Em relação ao incidente de resolução de demandas repetitivas, assinale a
alternativa INCORRETA.
a) Não será examinado o mérito do incidente se houver desistência ou abandono do processo.
b) A sua admissão provoca a suspensão dos processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no
Estado ou na Região, conforme o caso.
c) Autoriza o juiz, nas causas que dispensem a fase instrutória, a julgar liminarmente improcedente o pedido
que contrarie o entendimento nele firmado.
d) Admite-se recurso do amicus curiae contra a decisão que o julga.
e) Deverá intervir obrigatoriamente o Ministério Público.

60. (MPE SP/MPE SP - 2019) É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas
a) mesmo quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado
recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.
b) quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária
envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social.
c) diante de efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito e risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
d) para garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal
em controle concentrado de constitucionalidade.
e) quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a
composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.

Comentários

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61. (IBFC/FSA - 2019) O Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas e o Incidente de Assunção de


Competência são institutos tratados pelo Código de Processo Civil de 2015. Sobre tais institutos,
assinale a alternativa correta.
a) Caso o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas seja inadmissível por falta de um de seus
requisitos, ele não poderá ser novamente intentado, ainda que o requisito seja satisfeito.
b) O pedido para instauração do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, que somente poderá ser
feito pelas partes e pelo Ministério Público, será dirigido ao presidente do tribunal.
c) É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de
processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social,
sem repetição em múltiplos processos.
d) O Código de Processo Civil determina que se considera julgamento de casos repetitivos a decisão proferida
em Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas e o Incidente de Assunção de Competência.

62. (IBFC/TRF 2 - 2018) O Código de Processo Civil de 2015 instituiu o Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas (IRDR), sendo correta a afirmativa, em relação a este novo instituto processual, de que:
a) o pedido de instauração somente poderá ser feito pelo relator, pelas partes, pelo Ministério Público e pela
Defensoria Pública.
b) a sua admissibilidade é feita pelo respectivo relator.
c) a tese firmada no incidente diz respeito a questão unicamente de direito e será aplicada, com eficácia
persuasiva, aos processos que tramitem no Estado ou região.
d) a suspensão dos processos pendentes somente pode ser estabelecida pelo colegiado.
e) são cabíveis os recursos especial e extraordinário, com efeito suspensivo, em relação ao julgamento do
mérito do incidente.

63. (FUNRIO/ALERR - 2018) De acordo com o Código de Processo Civil, é cabível a instauração do incidente
de resolução de demandas repetitivas quando houver
a) simultaneamente, a efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito e risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
b) a efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de
direito ou risco de ofensas à isonomia e à segurança jurídica.
c) a possibilidade de efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito ou a possibilidade de risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
d) a efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão de fato e de direito
e risco de ofensa à segurança jurídica.

64. (IAUPE/UPE - 2019) No que concerne à Reclamação, na sistemática do Código de Processo Civil, e
consoante entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de
Justiça, é CORRETO afirmar que
a) caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para o efeito de preservar a competência
do tribunal, garantir a autoridade das decisões do tribunal, garantir a observância de decisão do Supremo
Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade e, finalmente, para garantir a observância

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de enunciado de súmula vinculante e de precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em


incidente de assunção de competência.
b) assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que
possível; todavia, a reclamação será admissível mesmo após o trânsito em julgado da decisão, imputando-
se-lhe, nessa circunstância, força rescindenda do respectivo julgado.
c) a reclamação poderá ser proposta apenas nos tribunais superiores.
d) a inadmissibilidade ou o julgamento interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado prejudica
a reclamação.
e) ao despachar a reclamação, o relator, dentre outras providências, determinará a citação do beneficiário
da decisão impugnada que terá prazo de 10 dias para apresentar sua contestação.

65. (QUADRIX/CRA PR - 2019) No que se refere à ordem dos processos de competência originária dos
tribunais, julgue o item.
A reclamação para garantia de observância de enunciado de súmula vinculante ou de acórdão proferido em
incidente de resolução de demandas repetitivas ou em incidente de assunção de competência tem lugar
tanto quando a decisão reclamada deixar de aplicar o entendimento a casos que deveriam ser por ele
alcançados quanto quando o entendimento é aplicado indevidamente a caso por ele não contemplado.

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GABARITO
1. D 45. INCORRETA
2. C 46. INCORRETA
3. B 47. C
4. B 48. INCORRETA
5. E 49. C
6. B 50. D
7. D
51. E
8. E
52. B
9. C
10. A 53. B
11. C 54. D
12. B 55. B
13. C 56. B
14. E 57. CORRETA
15. C 58. B
16. A 59. A
17. B 60. C
18. C 61. C
19. A 62. E
20. B
63. A
21. A
64. A
22. B
65. CORRETA
23. E
24. B
25. C
26. C
27. B
28. B
29. B
30. D
31. B
32. INCORRETA
33. INCORRETA
34. B
35. B
36. B
37. D
38. INCORRETA
39. D
40. E
41. E
42. E
43. A
44. E

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