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Fase Decisória ................................ ................................ ................................ ............... 3
Processo Sincrético ................................ ................................ ................................ ... 3
Referências ................................ ................................ ................................ ............... 5
Efeitos de sentença................................ ................................ ................................ ....... 5
Coisa julgada................................ ................................ ................................ ................. 8
Coisa julgada formal................................ ................................ ................................ .. 9
Coisa julgada material ................................ ................................ ............................... 9
Limites objetivos de coisa julgada ................................ ................................ ............. 9
Limites subjetivos da coisa julgada ................................ ................................ .......... 10
Coisa julgada e sucessor ................................ ................................ .......................... 10
Sentença de obrigação continuada ................................ ................................ ......... 10
Relativização da coisa julgada ................................ ................................ ................. 11
TEORIA GERAL DOS RECURSOS ................................ ................................ ............... 11
Características do recurso: ................................ ................................ ...................... 12
Tutela Cautelar ................................ ................................ ................................ ....... 13
Requisitos de Admissibilidad e dos recursos ................................ ............................ 16
Intrínsecos: visualizados a partir de algum aspecto da decisão judicial. ............... 16
Cabimento - visualização a partir de dois ângulos distintos: ................................ 16
Pressupostos intrínsecos: legitimidade para recorrer. ................................ ............. 16
Hipóteses ordinárias de legitimidade recursal (CPC, art. 499): ............................. 16
Pressupostos intrínsecos: Interesse recursal. ................................ ...................... 17
Pressupostos Intrínsecos: inexistência fato modificativo ou impeditivo. ............. 17
Requisitos Intrínsecos: ................................ ................................ ........................ 18
Requisitos Extrínsecos: ................................ ................................ ........................ 18
Princípios informativos da teoria geral dos recursos. ................................ .......... 19
Princípio do duplo grau de jurisdição. ................................ ................................ . 19
Do recurso adesivo ( art. 500 do CPC) ................................ ................................ . 20
Cabimento recurso ................................ ................................ .............................. 20
Endereçamento................................ ................................ ................................ ... 21
Processamento ................................ ................................ ................................ ... 21
E x e m p l o s: ................................ ................................ ................................ ..... 22
Da apelação ................................ ................................ ................................ ........ 22
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Tem como marco a sentença.
§ 1 Sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o
o
mérito da causa.
§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e
269 desta Lei.
Sincretismo significa a fusão de dois ou mais elementos em um só. É uma tendência no
Direito Processual Civil Brasileiro a unificação de todas as etapas processuais, de forma
a se prestar a tutela jurisdicional com maior agilidade, simplicidade e efetividade.
Este entendimento, foi inaugurado em 1994, onde foi incorporado pelo legislador ao
processo de conhecimento, a chamada antecipação de tutela 1 (Art. 273 do CPC) e a
sentença mandamental e executiva (Art. 461 do CPC). Em 2002, foi adotado a mesma
sistemática para as obrigações de entega de coisa (Art. 461-A). Em 2005, ocorreu a
maior modificação, eis que a Lei 11.232/2005, introduziu o Cumprimento de Sentença,
que consiste na execução das decisões condenatórias a pagamento de quantia certa
no próprio processo em que foram exaradas.
Ainda que este sincretismo seja mais evidente na unificação dos processos de cognição
e de execução, é preciso destacar que, por conta da fungibilidade 2 das tutelas de
urgência3, o procedimento cautelar é cada vez menos utilizado.
Apesar do Art. 273 §7.º do CPC prever a fungibilidade apenas em uma via,
jurisprudência e doutrina já estão quase pacificados no sentido de entender que a
fugibilidade também ocorre nos casos em que uma cautelar é interposta quando se
deveria requerer antencipação de tutela em processo de conhecimento. Nas palavras
de Nelson Nery Jr 4, caso o autor ajuíze ação cautelar incidental, mas o juiz verifique ser
caso de tutela antecipada, deverá transformar o pedido cautelar em pedido de tutela
antecipada.
1
Esta expressão não é técnica para exprimir a tutela do Art. 273, eis que uma medida cautelar também
pressupõe uma antecipação de tutela.
2
Fungibilidade significa que o autor não será prejudicado por ter feito pedido fora da técnica
processual.
3
O processo cautelar incidental praticamente acabou, eis que uma produção antecipada de provas, por
exemplo, pode ser mais eficientemente obtida através de um pedido no próprio processo de
conhecimento, ao invés de se ajuizar uma cautelar para tanto.
4
JUNIOR, Nelson Nery. Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: Ed. RT, 2007. Pg 531.
c
c
E assim não poderia deixar de ser. A mens legis por detrás de tais modificações, é
exatamente promover uma simplificação processual, transformando os processos
cautelares e de liquidação e execução em simples etapas do processo de
conhecimento, agilizando e tornando mais efetiva a prestaçã o jurisdicional.
Após a modificação do Art. 461 do CPC trazida com a Lei 8.952/1994 5, já se tornou
possível a execução de sentença na mesma relação processual originária, o que causou
grande irressignação doutrinária com relação ao então conceito legal de sentença.
O antigo §1.ª do Art. 162 do Código de Processo Civil, dizia que sentença é o ato pelo
qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa. Esta definição
foi por muito tempo suficiente, e certamente ajudou a reduzir a inseguran ça jurídica
com relação a identificação do recurso apropriado para guerrear os atos jurisdicionais.
Ocorre que com as seguidas reformas do Código de Processo Civil, multiplicaram -se os
casos de sincretismo processual, onde uma sentença de mérito não mais s ignificava a
extinção do processo em que fosse exarada.
Por este motivo, se fez necessária a alteração do Art. 162 §1.º do CPC, que passou a
dispor da seguinte forma:
Art. 162.
§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267
e 269 desta Lei.
Ainda que a nova redação não seja perfeita 6 , certamente o novo conceito se
demonstra mais coerente com as recentes mudanças do sistema processual brasileiro.
5
O Art. 461 do CPC, alterado pela Lei 8.952/94, definiu que a tutela das obrigações de fazer e não fazer
teriam sentença executada no mesmo processo em que foi proferida.
6
Luiz Rodrigues Wambier, Flávio Renato Correia de Almeida e Eduardo Talamini
argumentam que mesmo nos casos do Art. 269 do CPC, onde foi mantida a expressão
͞extinção do processo͟, poderá haver prosseguimento do processo a fim de que se
execute, na fase de cumprimento, as verbas de sucumbência.
A definição defendida por Tereza Arruda Alvim é de que Sentença é o ato do juiz que
tem por conteúdo qualquer das hipóteses do Art. 267 e 269. Desta feita, o que importa
é o conteúdo, pouco importando suas conse quências.
Cássio Scarpinella Bueno entende que sentença é a decisão que, tendo por conteúdo
os Arts. 267 e 269, representa o fim da etapa cognitiva do processo em primeira
instância.
Para Fredie Didier Jr, sentença é o ato que encerra o procedimento na fas e de
conhecimento ou de execução em primeira instância.
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c
Não obstante, é importante ressaltar, que com a dita alteração, nada se alterou no
sistema recursal do processo civil brasileiro. As sentenças continuam a ser classificadas
em terminativas, quando proferidas com sustentáculo no Art. 267 do CPC, e
definitivas, quando prolatadas com base nos casos elencados pelo Art. 269 do CPC.
JUNIOR, Nelson Nery. Código de Processo Civil Comentado. 10.ª Ed. São Paulo: Ed. RT,
2007.
MARINONI, Luiz Guilherme.; ARENHART, Sérgio Cruz. Curso de Processo Civil Vol. 2:
Processo de Conhecimento. 7.ª Ed. São Paulo: Ed. RT, 2008.
WAMBIER, Luiz Rodrigues.; ALMEIDA, Flávio Renato Correia de.; TALAMINI, Eduardo.
Curso Avançado de Processo Civil V. 1. 9.ª Ed. São Paulo: Ed. RT, 2008.
1) Y Tutela declaratória
a)Y A sentença meramente declaratória é a mais simples entre todas as sentenças
de mérito em sua estrutura lógico-substancial, porque se limita à mera
declaração, sem nada lhe acrescentar. É de sua essência e natureza a afirmação
ou negação da existência de uma relação jurídica, direito ou obrigação, ou a de
seus elementos e quantificação do objeto. O resultado da sentença
declaratória, seja positiva ou negativa, é invariavelmente a certeza - quanto à
existência, inexistência ou valor de relações jurídicas, direitos e obrigações.
2) Y Tutela constitutiva
Já Alexandre Câmara, aduz que sentença é o ato pelo qual o juiz põe fim a um módulo
processual, resolvendo ou não o mérito da causa.
Para Ronaldo Cramer, sentença é o ato do juiz que tem por conteúdo qualquer uma
das hipóteses dos Arts. 267 e 269 e dá a solução processual. A solução processual
ocorre quando a questão principal é resolvida.
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c
O efeito da tutela constitutiva é ͞ex nunc͟, ou seja, a partir deste momento. A doutrina
de Candido Rangel Dinamarco, cita o exemplo do vínculo matrimonial, sendo somente
dissolvida após a sentença de divórcio, que a partir desta sentença o vínculo não mais
existe. O efeito da sentença constitutiva começa a partir do trânsito em julgado da
sentença.
3) Y Tutela condenatória
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Uma vez reconhecido o direito do autor, a sentença condenatória cria condições para
que a execução passe a ser admissível, onde a sentença concedida pelo juiz vai gerar
um título executivo judicial, capaz de obrigar o devedor pela via adequada o
cumprimento da obrigação.
Na tutela condenatória, para que o credor possa obter uma tutela jurisdicional plena é
necessário que o devedor cumpra o que foi estabelecido na sentença voluntariamente.
Por isso a tutela condenatória é apenas parcial, o que vai complementar ela é o meio
executivo, para que como foi visto haja uma tutela condenatória plena.
Na lição de Candido Rangel Dinamarco (2002, p. 231), leciona que a parte declaratória
da sentença é que vai definir todos os elementos objetivos e subjetivos, dessa forma
deixa claro quem é o credor e o devedor, estabelecendo
O efeito da sentença condenatória é ͞ex tunc͟, ou seja, este efeito retroage. Mas em
determinado momento a lei vai determinar o alcance dessa retroatividade. Exemplo
disso é quando a sentença é julgada em favor do autor e o juiz estabelece que o réu
pague a condenação, incluindo os juros e correção monetária desde o momento da
citação.
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b)Y Tutela executiva Lato Sensu ʹ procedimentos especiais onde nela mesma se
determina a execução da mesma, dispensando a fase ͞executória͟ de
cumprimento.
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O artigo 467 do Código de Processo Civil brasileiro traz a definição da coisa julgada
material, descrevendo-a como "a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença,
não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário".
Partindo-se destes conceitos, observa-se que a coisa julgada não corresponde a uma
eficácia ou efeito da sentença, como dispõe a lei, mas tão somente uma qualidade
desta, que a torna imutável, portanto mais correto o conceito introduzido por
Liebman. É que, como se disse, os efeitos da sentença são o constituir, declarar,
condenar, executar e mandar. A coisa julgada, por sua vez, é uma característica ʹ
qualidade - da sentença que torna estes comandos imutáveis e indiscutíveis.
c
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Por outro lado, a coisa julgada se denomina material quando excede os limites da
sentença, fazendo com que determinada relação jurídica se torne imutável, no que
respeita às partes do processo do qual emanou a decisão, projetando efeitos para fora
dessa relação processual, de modo que nenhum juiz possa, até mesmo em outro
processo, decidir de modo contrário.
Deste modo, operando-se a coisa julgada, se acaso uma das partes desejarem
rediscutir a matéria em um novo processo, havendo identidade de ações, a outra parte
poderá alegar a exceção da coisa julgada, impedindo que seja proferido um novo
julgamento sobre a matéria. Além disso, até mesmo o magistrado, ex officio, pode
declarar a existência de coisa julgada, bem como tem o dever de levar em
consideração, em processos posteriores, a decisão que transitou em julgado em
processos anteriores.
Contudo, deve-se ressaltar que, conforme será exposto adiante, a coisa julgada ilegal
constitui uma situação diversa da coisa julgada contrária a Constituição. Conforme
observa Paulo Otero [08], os valores subjacentes ao princípio constitucional do Estado
de Direito - segurança, estabilidade e certeza jurídicas ʹ que fundamentam a eficácia
da coisa julgada fundada em decisão judicial violadora do direito ordinário, são
insuficientes para fundamentar a validade da coisa julgada inconstitucional.
p
Sentenças terminativas ʹ não resolvem o mérito
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Sentenças definitivas
1. Y Preliminares
1.1.Ysuscitadas pelas parte
c
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Art. 472 do CPC. ʹ Assistente simples não é atingido pela coisa julgada, assim que o
terceiro totalmente estranho ao processo, onde não exerceu o direito de contraditório
e amplo defesa.
p
Motivos de sucessão:
1) Y Inter vivos
a)Y Seção de direitos, bens (depende da concordância da parte contraria).
2) Y Causa mortis
a)Y Espolio
b)Y Sucessores
Mesmo julgado o mérito, não é considerado coisa julgada material por ter
modificações em sua execução em virtude do tempo, comprovada modificação nas
condições no momento do julgamento, passa ser cabível modificação da sen tença.
Art. 471. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma
lide, salvo:
Art. 1.111. A sentença poderá ser modificada, sem prejuízo dos efeitos já produzidos,
se ocorrerem circunstâncias supervenientes.
(Arts. 496 a 512 do CPC) Recurso é o instrumento de que se vale a parte perdedora, no
processo, para invocar um novo pronunciamento do Poder Judiciário, de igual ou
superior hierarquia ao do prolator do ato decisório, com o objetivo de obter a sua
anulação, reforma (total ou parcial) ou mesmo o devido aclaramento, a fim de atender
à sua pretensão deduzida no processo. Outrossim, como direito e faculdade concedida
à parte para impugnar decisões judiciais, é o recurso um meio específico
(procedimento recursal) que dá ensejo ao aparecimento de dois tipos de juízos: o Juízo
͞a quo͟ e o Juízo ͞ad quem͟ (o juízo ͞a quo͟ é aquele cujo ato de julgamento se
manifesta o recurso, objetivando a sua reforma ou modificação, por exemplo ...)
Natureza jurídica Os recursos podem ser considerados como uma extensão do próprio
direito de ação. Só se interpõem recursos de decisões proferidas em processos vivos.
No direito brasileiro, decisões proferidas em processos findos são impugnáveis por
meio de ações impugnativas autônomas, que são a ação rescisória, a ação anulatória e
o mandado de segurança, este último em casos excepcionalíssimos. A atividade de
interpor um recurso, como, de regra, a atividade das partes no processo, consiste num
ônus, como por exemplo o ato de contestar ou de impugnar, especificamente, cada
um dos fatos deduzidos na inicial. O que caracteriza o ônus, e o diferencia de figuras
como a obrigação ou o dever, é que, quando a atividade, a que corresponde o ônus, é
desempenhada, quem, de regra, com isso se beneficia é a própria parte que pratica o
ônus, e não aquela que se encontra no outro pólo da rela ção jurídica, como acontece
com a obrigação. Quando a parte se omite, entretanto, normalmente as
conseqüências negativas decorrentes dessa omissão voltar-se-ão exatamente contra
aquele que se omitiu. Finalmente, cabe observar-se que os ônus não são passíveis de
conversão em pecúnia, como as obrigações. Finalidades Os recursos podem ter em
vista retormar, invalidar, esclarecer ou integrar a decisão impugnada ou parte dela Na
verdade, só os dois primeiros é que são objetivos típicos dos recursos
O Prof. HUMBERTO THEODORO JÚNIOR, (Curso ..., 22ª. Ed., vol. 1, p. 547) define o que
é recurso:
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Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo
ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá -lo em
consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a
sentença. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Art. 517. As questões de fato, não propostas no juízo inferior, poderão ser
suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força
maior.
5) Y Interpostos, via de regra, perante o órgão a QUO para apreciação do mérito pelo
órgão AD QUEM.
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Com esses dados já podemos chegar ao conceito fornecido por Humberto T. Jr. pelo
qual a "Consiste, pois, ação cautelar no direito de provocar, o interessado, o órgão
judicial a tomar providências que conservem e assegurem os elementos do processo
(pessoas, provas e bens), eliminando a ameaça de perigo ou prejuízo iminente e
irreparável ao interesse tutelado no processo principal; vale dizer: a ação cautelar
consiste no direito de assegurar ´que o processo possa conseguir um resultado útil´"(
Ob. Cit. p.362).
Sua função, portanto, é meramente auxiliar e subsidiária, de sorte que não busca a
composição do litígio, não procura satisfazer o direito material dos litigantes, mas
apenas garantir o direito a um resultado eficaz que será dado pelo processo pri ncipal.
Para o atendimento dessa função possui as seguintes características peculiares:
a) Instrumentalidade - está significa que a cautelar não tem um fim em si mesma, mas
é apenas um meio para que se efetive o objetivo da prestação jurisdicional que é a
justa e útil satisfação do direito material, por isso é que Humberto Theodoro diz que
"enquanto o processo principal busca tutelar o direito, cabe ao processo cautelar
tutelar o próprio processo principal"( Ob. Cit. p. 363), já que não declara o direito n em
o realiza, mas apenas atende, de forma provisória e emergencial, uma necessidade de
segurança que possui relevância para a futura solução do litígio.
b) Provisoriedade - indica que tem uma duração limitada no tempo, que pode ter seu
marco final na entrega da tutela definitiva, na perda do prazo de ingresso para a ação
principal, no caso de ser preventiva, ou mesmo na revogação ou modificação pelo juiz.
c) Revogabilidade - isto porque não faz coisa julgada material, já que não decide do
mérito da lide, não gera uma situação estável para as partes, antes existe enquanto é
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Com relação ao primeiro requisito Theodoro Jr. observa que a fumaça do bom direito,
não implica na certeza do direito material, pois assim já se poderia ter o julgamento
definitivo e não uma simples cautelar e que, essa plausibilidade do direito material não
significa que os fatos que o fundamentam serão profundamente analisados, mas
apenas e tão somente que o autor da cautelar tem direito ao processo de mérito com
possível provimento favorável. Assim, uma vez demonstrado que o autor da cautelar
possui todas as condições do direito de ação que lhe permitirão ingressar com o
processo principal, ou seja, que este é viável e não lhe será claramente adverso, terá
ele direito ao processo cautelar, pois o fumus boni juris consiste na existência do
interesse que justifica o direito de ação, sendo que na prática só não existe quando a
pretensão do requerente configurar caso de inépcia da Inicial.
As cautelares podem ser instauradas antes do processo principal, sendo que este deve
ser proposto dentro de 30 dias (art. 808, I, CPC), quando, então, serão precedentes ou
preparatória, ou podem ainda ser ajuizadas no curso deste, sendo então incidentes.
Podem ainda ser inominadas, quando derivam do poder geral de cautela concedido ao
juiz pelo art. 798 do Código de Processo Civil, ou nominadas, quando especificadas por
este, sendo subdivididas estas nas que recaem sobre bens, sobre provas e sobre
pessoas.
As medidas cautelares disciplinadas pelo art. 813 e ss., que são as nominadas, não
oferecem dúvidas, pois são cabíveis nos casos específicamente determinados e
seguem a disciplina desses artigos. Importa, porém ainda ob servar a possibilidade de
tutela cautelar ex officio, prevista no art. 798 do CPC, pelo qual é permitido ao juiz
"determinar as medidas provisórias que julgar adequadas", quando estiverem
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O poder geral de cautela também é algo de peculiar na tutela cautelar, por ele, pode o
juiz criar providências de segurança fora dos casos típicos de cautelares determinados
por lei, pois a tutela cautelar visa a evitar situações de perigo que possam prejudicar a
eficácia do processo principal e, por vezes, demandam medidas específicas para o caso
concreto. Essas medidas terão de ser requeridas pelo interessado que, como já dito,
terá de demonstrar a existência daqueles dois requisitos típicos de todas as cautelares.
Essas medidas têm limites além dos comuns à qualquer ação, em vista de sua função
altamente específica. Assim, a necessidade da medida vai estar presente no fumus
boni juris e essa tutela nunca pode pretender ser definitiva ou satisfativa, pois, como o
processo de liquidação, deve ser fiel ao seu fim específico que é a mera conservação
de um estado de coisas. Por isso sua prestação não deve ter conteúdo igual ao da do
processo principal, logo, não deve influir no julgamento da lide, conforme dispõe
expressamente o art. 810 do CPC. Por ser processo, só pode se encerrar com uma
sentença, mesmo que a medida cautelar seja conferida em liminar é a sentença quem
entregará a tutela cautelar. Mas como se viu, a cautelar não decide so bre o mérito, por
isso essa sentença não fará coisa julgada material, só formal, logo, poderá ser
revogada ou modificada pelo juiz se depois ele a julgar inadequada ou inútil, por
exemplo. Apenas no caso de se acolher prescrição ou decadência é que pode a
cautelar fazer coisa julgada material.
Por fim, a medida cautelar se extingue por revogação, falta de ajuizamento da ação
principal em 30 dias, falta da execução da medida deferida em igual período, extinção
do processo principal e por desistência do requerente.
mCaracterização do
!
: interesse jurídico (CPC, art. 499, § 1o).
Pressupostos intrínsecos: legitimidade para recorrer.
Regras acerca do recurso/terceiro prej.: prazo, termo , sistema de contagem, etc.
b) Preparo;
c) Regularidade Formal.
Nelson Nery Jr., adere à classificação dada por Barbosa Moreira, no entanto, prefere
levar em consideração ͞a decisão judicial, que é objeto do recurso, para nominar os
pressupostos de intrínsecos e extrínsecos . - Pressupostos Extrínsecos: Os pressupostos
extrínsecos respeitam aos fatores externos a decisão judicial que se pretende
impugnar, o que faz com que sejam normalmente posteriores a ela.
a) Tempestividade;
b) Regularidade Formal;
c) Preparo;
a) Cabimento;
c) Interesse em recorrer.
Moacyr Amaral dos Santos não adere em nada a classificação dada por Barbosa
Moreira ou Nelson Nery Jr., o autor distingue os pressupostos de admissibilidade
recursal em objetivos e em subjetivos: -
Objetivos:
b) Tempestividade;
c
c
c) Singularidade do recurso;
d) Adequação do recurso;
e) Preparo de recurso.
Subjetivos:
a) Legitimidade;
b) Renúncia;
Desvantagens:
1) Y morosidade processual;
2) Y insegurança jurídica;
3) Y paradoxo dos
na esfera dos Tribunais (CPC, art. 557);
4) Y mito da experiência;
5) Y prejuízo para o princípio da imediatidade.
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O Recurso Adesivo tem cabimento quando o autor ou o réu, que forem vencidos,
interporem recurso de apelação. Aquele que for prejudicado parcialmente poderá
recorrer de modo adesivo para rever o seu pedido para rever o seu pedido julgado
improcedente. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal
1) Y Danos pessoais
O Juiz indefere danos pessoais, condena o réu quanto aos demais pedidos.
Resposta: os dois, tanto o autor (parte menos prejudica) quanto o réu (parte mais
prejudicada). O autor por ter um dos seus pedidos indeferido e, o réu por não
concordar com a sentença, devolve para que a mesma seja reexaminada (duplo grau
de jurisdição). Sendo assim teremos as hipóteses:
6Y O autor poder optar por não recorrer do pedido indeferido, visto que, o seu
reexame demora muito, às vezes anos.
6Y O réu poderá recorrer da decisão, o que faz com freqüência a parte vencida,
exercendo o seu direito de rever a decisão no tribunal superior (na maioria das
vezes ele sabe que vais perder novamente, mas o faz para protelar a sentença).
6Y Caso o réu ingresse com o recurso, o autor poderá recorrer de forma adesiva para
rever o seu pedido julgado improcedente, pois foi prejudicado parcialmente na
decisão.
Obs. Neste caso as duas partes foram vencidas, mas uma delas foi menos prejudicada
que a outra. Em nosso exemplo, o autor representa a parte menos prejudicada (teve
apenas um dos seus pedidos indeferidos) e não ia ingressar com o recurso, mas, como
o réu resolveu recorrer da decisão (muitas vezes para protelar a decisão), o autor
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O recurso adesivo deverá ser interposto perante autoridade competente para admitir
o recurso principal (art. 500, I), ou seja, o juiz a quo competente. O recurso adesivo
somente será aceito nos casos de apelação, embargos infringentes, recurso especial e
extraordinário.
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O recurso adesivo é interposto em PETIÇÃO AUTÔNOMA, significa em petição
separada do recurso principal, às regras do seu processamento aplicam-se as mesmas
do recurso principal, porém, seu juízo de admissibilidade é independente do processo
principal.
Havendo desistência ou renúncia do processo principal, o recurso adesivo será
inadmissível, ou seja, extinto, tendo em vista ser um recurso subordinado ou
dependente do recurso principal (parágrafo único do art. 500 do CPC).
Parágrafo único - Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso
independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no
tribunal superior. (Alterado pela L -005.925-1973)
Pergunta: quando cabe recurso de apelação?
Resposta: cabe recurso de apelação em toda decisão que põe fim ao processo através
de uma sentença, nas hipóteses constantes nos artigos 267 e 269 do CPC, ou seja,
acolhendo ou não o mérito.
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a)Devolutivo
b)Suspensivo
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Suspende os efeitos da sentença. Essa suspensão normalmente acaba beneficiando a
parte vencida (o réu) que interporá recurso com a finalidade de adiar o cumprimento
da decisão.
Art. 521 - Recebida a apelação em ambos os efeitos, o juiz não poderá inovar no
processo; recebida só no efeito devolutivo, o apelado poderá promover, desde logo, a
execução provisória da sentença, extraindo a respectiva carta.
A sucumbência pode ser múltipla, isto é, existirem várias pessoas que sofreram o
gravame; esta pode ser recíproca, situação que ocorre quando a decisão causa ao
mesmo tempo gravame a interesses opostos de duas partes. Exemplo: Antonio
ingressa com uma ação objetivando a condenação de João em R$ 1.000,00 (um mil
reais). A sentença acolhe em parte o pedido condenando o réu no pagamento de
R$800,00 (oitocentos reais). Antonio sucumbiu, porque pediu um valor que somente
foi atendido em parte; João sucumbiu porque foi condenado, ainda que a um valor
inferior ao pedido. Ambos são vencidos. Ambos têm legitimidade e interesse em
recorrer. Antonio pode apelar da sentença para tentar elevar a condenação para R$1
.000,00; João pode, também, apelar da sentença para afastar a condenação que lhe foi
imposta, ou diminuir o valor desta. Cada parte interporá o recurso,
independentemente, no prazo e observadas as exigências legais.
Antes do vigente Código de Processo Civil, Antonio teria que apelar e, vendo que João
não interpusera qualquer recurso, desistir da apelação. Agora, por força do art. 500 do
Código de Processo Civil, Antonio pode recorrer adesivamente ao recurso de João.
Lembrava José Frederico Marques a evidente utilidade do recurso adesivo, "porquanto
pode evitar a interposição de recursos, que só se instauram em virtude do receio que
tem um dos vencidos de que o outro venha a recorrer".
O recurso adesivo, segundo a lei, fica subordinado ao recurso principal, o que significa
que, não sendo este conhecido, também aquele não o será. Se a parte que interpôs o
recurso principal dele desistir - e, para tanto, não depende do consentimento da parte
contrária, somente exigido para a desistência da ação, ou se não for conhecido por
inadmissível, ou pela deserção, o recurso adesivo também não é examinado.
Alguns aspectos merecem destaque quanto ao recurso adesivo. O primeiro deles é que
somente poderá ser interposto adesivamente à apelação, aos embargos infringentes,
ao recurso especial ou ao recurso extraordinários. Nos demais recursos não se admite
recurso adesivo.
Outro aspecto é que não pode a parte, que utilizou o recurso independente, recorrer
adesivamente caso aquele não seja admitido. O exemplo mais marcante é, no caso da
ação de Antonio contra João, já aludida, Antonio ter se utilizado da apelação - recurso
independente - para elevar o valor da condenação, mas ter interposto seu recurso fora
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do prazo, e por isso não foi admitido. Não poderá, agora, buscar a mesma elevação da
condenação através do recurso adesivo.
Há uma discussão a respeito do âmbito do recurso adesivo. Alguns sustentam que ele
somente pode ser interposto em relação ao capítulo da sentença atacado pelo recurso
principal. A hipótese é a da ação indenizatória acolhida, fixada a indenização em
R$500,00 e imposto ao réu o ônus da sucumbência, entre os quais a verba honorária
de R$100,00. O réu apela para reduzir a verba honorária tão somente, se conformando
com a indenização fixada, e o autor, aderindo a essa apelação, reclama a elevação da
indenização.
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O art. 475 do Código de Processo Civil estabelece que algumas decisões judiciais
proferidas pelos órgãos a quo dependem, obrigatoriamente, de revisão pelo órgão
hierarquicamente superior, para que venham produzir seus efeitos. Esse fenômeno
processual são os chamados reexames necessários.
Esse instituto processual, apesar de não ser considerado pela doutrina majoritária
como recurso, é decorrente do princípio do duplo grau de jurisdição, mas de caráter
obrigatório, por não haver necessidade de que a parte vencida tenha que recorrer da
decisão para um órgão hierarquicamente superior, objetivando o reexame da matéria
recorrida. Em outras palavras, proferida a sentença, o próprio juiz remete os autos ao
Tribunal competente, haja ou n ão apelação voluntária da parte vencida.
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Uma parte da doutrina (minoritária), defendida por Sérgio Bermudes (2002), tem
entendido que a remessa necessária é um recurso, ou seja, é uma "apelação ex ofício".
Os precursores desta corrente atribuem ao reexame necessário o feitio recursal,
argumentando no sentido de que quem recorre não é o juiz, mas sim, o Estado.
Outra parte da doutrina, também minoritária, defendida por José Frederico Marques,
entende que o reexame necessário é considerado um quase -recurso, por trazer "todos
os traços e características dos recursos". "A única diferença", prossegue o doutrinador,
"entre os recursos e o referido quase-recurso estava em que este não era interposto
pelo vencido, mas remetido, obrigatoriamente, pelo juízo a quo ao juízo ad quem".
(FREDERICO MARQUES, 2000, p.177).
Esse entendimento não procede, porque um ato complexo forma -se através do
concurso de duas vontades autônomas, originárias de órgãos diferentes. No caso em
pauta, o Tribunal não é convocado para colaborar com o juiz de primeiro grau, ele é
chamado para tornar eficaz a sentença dando-lhe aprovação, podendo alterar ou
manter o julgado, sendo a decisão inferior substituída pela decisão do tribunal.
casos, a sentença ʹ embora válida ʹ não produz efeito senão depois de confirmada
pelo tribunal". (MARINONI & ARENHART, 2003, p. 652).
Nos recursos, as partes devem expressar sua vontade em recorrer, pois, esta deve ser
manifestada pela parte que teria interesse na reforma ou invalidação da decisão. Na
remessa necessária, o próprio juiz remete os autos ao Tribunal competente,
independentemente vontade
Ademais, recurso é aquele que está previsto no Código de Processo Civil ou em Leis
extravagantes. O reexame necessário apesar de está previsto no Código de Processo
Civil, não se encontra descrito como recurso, faltando-lhe assim, tipicidade, pois os
recursos são enumerados na lei em numerus clausus.
Os recursos são dialéticos, ou seja, discursivos. A parte recorre nte deverá fundamentar
o recurso informando as razões do pedido de reexame da decisão. No reexame
necessário não há a dialeticidade, pois, quando o juiz remete os autos para
reapreciação pelo tribunal, não deduz qualquer fundamentação contrária à decisão.
[...] O juiz quando remete o julgado em atendimento ao art. 475, CPC, não deduz
nenhuma argumentação em contrário a decisão. Isto seria ilógico e paradoxal. Como
poderia o prolator da sentença submetida ao duplo grau obrigatório, assinalar as
razões de seu "inconformismo" com o dispositivo contido no próprio decreto judicial?
Por faltar a dialeticidade, não vemos a remessa obrigatória como recurso.(NERY
JUNIOR, 1993, p.263).
Com a remessa obrigatória dos autos pelo juiz a quo, não há por parte deste qualquer
interesse em recorrer, por não sofrer qualquer prejuízo com a decisão. A decisão não
atinge a esfera jurídica do juiz, não sendo, portanto, sucumbente.
Em regra, só quem pode interpor recurso, conforme estabelece o art. 499 do Código
de Processo Civil: as partes (autor ou réu), o terceiro prejudicado, e o Ministério
Público. Podem, também, ter legitimidade para recorrer os interv enientes, que
ingressam no processo como denunciados da lide, chamados no processo e oponentes.
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Todo recurso deve ser interposto dentro de um prazo estabelecido em lei, e caso não
sejam interposto dentro desse prazo, não mais serão admitidos recursos, transitando
em julgado a decisão, operando-se a coisa julgada. No reexame necessário não há
prazo para que o juiz a quo remeta a decisão ao tribunal superior. O juiz pode a
qualquer momento remeter os autos do processo ao juízo ad quem sem que se opere
a coisa julgada, por que o objetivo da remessa necessária é fazer com que
determinadas sentenças sejam confirmadas ou reformadas por um tribunal superior,
para que possa produzir seus efeitos.
No reexame necessário não se exige preparo, não havendo assim, deserção, pelo
inadimplemento total ou parcial das custas respectivas, com o conseqüente não -
conhecimento do recurso.
Por tais razões, deve-se afastar a hipótese de ser o reexame necessário um recurso,
não obstante existam semelhanças entre os dois institutos.
A nova redação do art. 475 do CPC excluiu o reexame necessário das sentenças
anulatórias de casamento, isso porque, com a admissão do divórcio no ordenamento
jurídico brasileiro, somente em casos excepcionais é que haveria a anulação de
casamento, tornando o regime anterior desnecessário.
A respeito do que acima foi dito podemos observar as palavras de Oreste Nestor de
Souza Laspro:
Esta hipótese de remessa obrigatória há muito tempo vinha sendo criticada pela
doutrina, na medida em que não existiam razões de fato ou de direito para o
julgamento compulsório pelo tribunal dessa espécie de demanda, cu ja pretensa
justificativa seria a proteção do interesse público em face da gravidade dos
fundamentos para a procedência dessa lide e seu objeto. Evidentemente, tal raciocínio
continha uma certa lógica à época em que a legislação não permitia o divorcio, caso
em que as partes poderiam se utilizar da ação de anulação para burlar a vedação legal.
Ultrapassado esse óbice, há quase duas décadas, não mais se justificava a norma legal.
(ORESTE LASPRO, 2003, p. 239)
A outra hipótese de cabimento de remessa obrigatória, está prevista no atual inci so II,
no qual sujeita ao reexame necessário as sentenças que julgarem procedentes, no
todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública. Na
redação anterior a reforma, caberia reexame necessário das sentenças que julgavam
improcedente a execução da dívida ativa da Fazenda Pública.
Segundo a exposição dos motivos do Projeto de Lei 3.474, emenda 274, "procedente
ou improcedentes são sempre os embargos do executado, não a execução
propriamente dita, na qual o contraditório se apresenta mínimo". E esse foi o motivo
para o aperfeiçoamento redacional, posto que seria inadequado dizer improcedência
da execução.
A maioria dos doutrinadores tem criticado tal argumento, por entender que existe
mérito na execução. Na lapidar lição de Cândid o Rangel Dinamarco:
[...] a sentença que julga procedentes os embargos de mérito opostos à execução está
a julgar improcedente a demanda do exeqüente, ou seja, a julgar improcedente a
própria execução; a Comissão deve ter partido do falso pressuposto de q ue inexiste
mérito no processo executivo, talvez ilidida pelo fato de o mérito desse processo (ou
seja, a pretensão deduzida pelo exeqüente) não ser julgado ali, mas no processo dos
embargos. (RANGEL DINAMARCO, 2003, p. 129).
Deve o juiz a quo remeter os autos do processo ao tribunal competente, haja ou não
apelação, segundo estabelece o § 1º do art. 475 do CPC. Porém, casos há em que o juiz
de primeiro grau não reconhece o reexame necessário e deixa de remeter os autos ao
tribunal.
O art. 475 do CPC foi substancialmente alterado pela Lei 10.352/2001, reduzindo o
âmbito de atuação da remessa necessária, e introduziu algumas exceções como
veremos a seguir.
Nos casos em que houver litisconsórcio facultativo ativo, com condenação superior a
60 salários mínimos, deve-se observar individualmente as relações das partes, ficando
sujeito à remessa de ofício, apenas, aqueles litisconsortes vencedores de valor
superior a 60 salários mínimos.
Outra exceção ao cabimento da remessa necessária ocorre quando as sen tenças
estiverem fundadas em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou
súmula deste tribunal ou do tribunal superior competente, conforme preceito
estabelecido no art. 475, parágrafo terceiro do CPC.
Tal exceção é alvitrada a fim de tornar a tutela jurisdicional mais correta, ágil e rápida.
Por isso não haveria necessidade de se fazer a devolução oficial de sentenças que
estivessem de acordo com jurisprudência ou súmulas do Supremo Tribunal Federal ou
do Superior Tribunal de Justiça, em decorrência da repetição de demandas idênticas,
da qual tornaria menos célere a prestação jurisdicional.
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Agiu bem o legislador pátrio ao excepcionar as súmulas da norma processual, por ela
representar a síntese do entendimento de um tribunal em relação a temas sobre os
quais há sucessivos julgamentos iguais, expressando a interpretação dos Ministros a
respeito das questões julgadas, isso porque, apesar de inexistir no ordenamento
jurídico pátrio súmulas vinculantes, elas induzem a conduta dos magistrados.
Cabe analisar que quando quem tinha legitimidade para recorrer de decisão sujeita a
remessa obrigatória, não o fez, e posteriormente o juiz monocrático deixar remeter os
autos ao tribunal para reapreciação e novo julgamento, por estar a sentença de acordo
com jurisprudência e súmula do Supremo Tribunal Federal ou Superior Tribunal de
Justiça, em tais casos, não pode o interessado recorrer da decisão, devido à ausência
de interesse processual, uma vez que deixou de recorrer da decisão no momento
oportuno, presumindo -se sua aceitação.
Não poderá, nem mesmo postular a avocação dos autos ao presidente do tribunal,
conforme estabelece o art. 475, parágrafo primeiro do CPC, isso porque tal prática só é
possível nos casos em que a remessa é obrigatória, ou na ausência de decisão que a
dispense.
Assiná-la o mestre Barbosa Moreira: "Há reformatio in pejus quando o órgão ad quem,
no julgamento de um recurso, profere decisão mais desfavorável ao recorrente, sob o
ponto de vista prático, do que aquela contra a qual se interpôs o recurso". (BARBOSA
MOREIRA, 1998, p. 426) .
Assim, partindo da análise da intenção do legislador ao instituir o art. 475 do CPC, que
tem por objetivo a defesa e proteção do interesse público, não há em que se falar em
agravamento da situação da Fazenda Pública por um meio que tem por objetivo a sua
proteção e defesa.
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O art. 557 do Código de Processo Civil prevê a possibilidade de o relator não conhecer
qualquer recurso manifestadamente inadmissível ou improcedente, recurso
prejudicado ou decisão contrária à súmula ou jurisprudênci a dominante do respectivo
tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça.
Deste modo, além do juízo de admissibilidade, pode o relator realizar o juízo de mérito
do recurso, em caráter provisório, podendo negar seguimento a recur so, em decisão
monocrática. O exame definitivo do mérito é do Órgão Colegiado a que pertence o
relator, se o recorrente vier a interpor agravo (art. 557, parágrafo primeiro) da decisão
monocrática..
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Súmula 253 do STJ: "O art. 557 do CPC, que autoriza o relator a decidir o recurso,
alcança o reexame necessário."
Superior Tribunal de Justiça, Recurso Especial n.º 587.907 -Rio Grande do Norte,
Ministro Relator Felix Fischer,ementa:
Superior Tribunal de Justiça, Recurso Especial n.º363.492 ʹ Rio Grande do Sul, Ministro
Relator Franciulli Netto, ementa:
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. INSS. ART. 105, INCISO III, ALÍNEAS "A" E "C",
VIOLAÇÃO SO ART. 557 DO CPC . INOCORRÊNCIA. SÚMULA N. 253/STJ. CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA SOBRE A REMUNERAÇÃO DE ADMINISTRADORES, AUTÔNOMOS E
AVULSOS. COMPENSAÇÃO. TAXA SELIC. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO.
1. O "novo" art. 557 do CPC tem como escopo desobstruir as pautas dos tribunais, a
fim de que as ações e os recursos que realmente precisam ser julgados por órgão
colegiado possam ser apreciados o quanto antes possível. Por essa razão, os recursos
intempestivos, incabíveis, desertos e contrários a jurisprudência consolidada no
tribunal de segundo grau ou nos tribunais superiores deverão ser julgados
imediatamente pelo próprio relator, através de decisão singular, acarretando o tão
desejado esvaziamento das pautas. Prestigiou-se, portanto, o princípio da economia
processual e o princípio da celeridade processual, que norteiam direito processual
moderno.
2. O "novo" art. 557 do CPC alcança os recursos arrolados no art. 496 do CPC, bem
como a remessa necessária prevista no art. 475 do CPC. Por isso, se a sentença estiver
em consonância com a jurisprudência do tribunal de segundo grau ou dos tribunais
superiores, pode o próprio relator efetuar o reexame obrigatório por meio de decisão
monocrática." (REsp 156.311/Adhemar).
Theotônio Negrão a tratar sobre o assunto afirmou que: "o art. 557 aplica -se a
qualquer Tribunal com jurisdição civil, e não apenas aos Tr ibunais superiores. Não se
aplica, porém, nas hipóteses do art. 475, porque este não dá competência ao relator,
mas ao Tribunal, para julgar o recurso "ex offício" (THEOTÔNIO NEGRÃO, 2002, p. 641).
Destarte, tendo em vista que o objetivo primordial da alt eração do art. 557 do CPC foi
desobstruir as pautas dos Tribunais, a fim de que as ações e os recursos que
normalmente precisem de julgamento por órgãos colegiados, fossem apreciados o
mais rápido possível, salvaguardando os princípios da celeridade e economia
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Ademais, aquele que não se conformar com a decisão monocrática do relator, poderá
interpor agravo interno, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para apreciar o
reexame necessário, o qual deverá julgá-lo, segundo preceitua o art. 557, parágrafo
primeiro do Código de Processo Civil.
Podemos ver claramente a utilidade prática do efeito translativo dos recursos, quanto
à sua autonomia, na efetivação do poder jurisdicional, já que, para questões de
relevância política, diz-se pública, não há que se falar em julgamento exorbitante, ou
decisão ultra petita. A análise da jurisdição acerca de temas socialmente importantes,
tais como os pressupostos gerais para perscrutação jurisdicional, é, acima de tudo, um
dever constitucional e não uma mera faculdade residual. Não está vinculada ao pedido
direto do recorrente, mas sim ao pedido indireto e contínuo da sociedade, está
vinculado ao clamor social e à eterna busca pe la Justiça.
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/29678/1/Breves-comentarios-acerca-do-
Efeito-Translativo-dos-Recursos/pagina1.html#ixzz0yEDiAB3q
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Nelson Nery relata que o efeito translativo ͞ocorre normalmente com as questões de
ordem pública, que devem ser conhecidas de ofício pelo juiz e a cujo respeito não se
opera a preclusão͟.
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O exame das questões de ordem pública apresenta a possibilidade de ainda que não
decididas pelo juízo a quo, de serem transferidas para o juízo destinatário do recurso
de apelação, resultado do disposto no art. 515 parágrafo 1º a 3º do CPC. Igualmente,
transfere-se para o tribunal ad quem as questões disposit ivas que não chegaram a ser
apreciadas pelo juízo a quo.
Exemplo da implicação do efeito translativo é a licitude do tribunal de extinguir o
processo sem julgamento do mérito na hipótese de julgamento de apelação contra
sentença de mérito interposta apenas pelo autor. Neste caso não há que se falar em
reformatio in peius, há de certa maneira reforma para pior, mas admitida por lei
devido ao caráter de ordem pública do exame das condições da ação (art. 267, VI,
parágrafo 3º).
Por se tratar de matérias que devem ser pronunciadas ex officio, a mera interposição
do recurso faz com que seja transferido ao reexame do tribunal destinatário as
questões de ordem pública.
Exemplo de efeito translativo exposto em sala de aula se refere ao agravo retido.
Mesmo que não se conheça da apelação, Nelson Nery relata que em matéria de ordem
pública poderá ser reconhecido o agravo retido.
O art. 516 do CPC teve sua redação alterada pela Lei 8.950/94. Nelson Nery declara
que este dispositivo não é somente inócuo, como pleonástico. Tal crítica se justifica
devido ao fato das questões não decididas já estarem devolvidas para o tribunal por
força do art. 515 do CPC.
Por isso, as questões de ordem pública que geram a incidência do efeito translativo
não se baseiam na disposição do art. 516 do CPC, mas pelo sistema do CPC, são
assuntos não atingidos pela preclusão (art. 267, parágrafo 3º e 301, parágrafo 4º do
CPC).
Bibliogragia: NERY JUNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6 edição. São Paulo: RT,
2004, pp 482 -488.
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Lais Sverberi
Doutrina
As questões de ordem publica pode ser apreciada pelo órgão ad quem, mesmo que
não tenha este sido instigado a se pronunciar sobre este questão, mesmo que ainda
não tenha sido analisada pelo tribunal a quo, o que não enseja a qualificação da
sentença como extra, ultra ou infra petita.
Um dos motivos para que os juizes ad quem possam se pronunciar sobre estas
questões é o fato de que sobre elas não se opera o instituto da preclusão e por isso
sujeitas ao efeito translativo, desde que não atacadas por agravo de instrumento ou
retido. Esta translação ao juiz ad quem esta prevista pelo art. 515, parágrafos 1 e 3 e
516 do CPC.
O principio que permite com que este efeito translativo seja efetivo é o principio
inquisitório, onde o juiz poderá analisar questões que não for am argüidas pelas partes
em sede recursal.
Outro ponto a ser mencionado é a base legal para que o juiz ad quem, analise questões
de ordem publica de oficio ou no reexame necessário destas matérias, imputando a
este o efeito translativo; art 267, parágrafo 3 do CPC. Estas questões, por redação
deste dispositivo, poderão ser analisadas a qualquer tempo e grau de jurisdição.
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Correição Parcial
Com isso, aproveita para defender a insubsistência da correição parcial, após a entrada
em vigor do Código de 1973, já que, não se podendo confundir uma com a outra, "
óbvio que não se pode tolerá-la mais, visto que não é recurso processual e nem pode
interferir no curso de qualquer lide ou processo administrativo jurisdicional".
Nelson Nery Junior, na sua obra "Princípios Fundamentais - Teoria Geral dos Recursos"
(Revista dos Tribunais, nº 1, 3ª edição, 1996, fls. 86/87), nesta linha de entendimento,
assim sustenta:
"No sistema do CPC brasileiro vige o princípio da singularidade dos recursos, também
denominado da unirrecorribilidade ou ainda d e princípio da unicidade, segundo o qual,
para cada ato judicial recorrível há um único recurso previsto no ordenamento, sendo
vedada a interposição simultânea ou cumulativa de mais outro visando a impugnação
do mesmo ato judicial".
Segundo este princípio, um recurso pode ser recebido por outro, sob certas condições.
Este princípio era previsto expressamente pelo art. 810 do CPC revogado. A lei vigente
não o consagrou expressamente. Nos primeiros anos da vigência do Código, houve
discussão a respeito da subsistência deste princípio. A quase perfeição do sistema
recursal da lei vigente fez pensar que não haveria hipótese de dúvida. Mas logo a
realidade se mostrou outra. As dúvidas e as hesitações surgiram, implacáveis. Hoje já
há mais dúvidas quanto à subsistência do princípio, mesmo àfalta de previsão
expressa. A tendência que há, no entanto, é a de se fazerem, a exemplo do que ocorria
antes do advento do CPC novo, restrições, no sentido de só se poder aplicar o princípio
se não houvesse má-fé e se o erro não fosse grosseiro. A ausência de má-fé é requisito
que não deve ser exigido para aplicações do princípio. O único que pode ser exigido,
segundo a melhor doutrina, é o de que não haja erro grosseiro, e isto significa que
deve haver dúvidas objetivamente demonstráveis ou atestáveis por divergências no
plano doutrinário ou jurisprudencial, a respeito de qual seja exatamente o recurso
cabível, no caso. Outra exigência que carece de sentido é a de que o recurso
interposto, se tiver um prazo eventualmente maior do que aquele outro que poderia
ter sido interposto, seja interposto no prazo do menor . Essa exigência é inadmissível,
por duas ordens de razões: a) não se proporcionaria à parte a garantia constitucional
do due process of law, abreviando-se o prazo do recurso; b) não se estaria aplicando
realmente o princípio da fungibilidade recursal, pois, se havia dúvida, e se a parte
optou por um dos recursos, a opção deveria ter sido feita integralmente.
Os recursos têm ou podem ter inúmeros efeitos, dos quais parece conveniente tratar
de apenas três. O primeiro deles consiste em obstar a formação da coisa julgada, pelo
menos com relação à parte da decisão de que não se está recorrendo. A interposição
de recurso obsta, também, a ocorrência de preclusão. O segundo consiste em que
todo recurso tem efeito devolutivo. E ultrapassada a idéia de que só ocorre o efeito
devolutivo quando a matéria a ser reexaminada pelo Poder Judiciário seja devolvida
para um órgão superior àquele de que emanou a decisão.
Por fim, é importante ressaltar que o efeito suspensivo é aquele que tem o condão não
de suspender (pois, na verdade, nada haverá em curso), mas de obstar o início da
execução. Não havendo este efeito, a execução provisória tem início.
Serão recursos de fundamentação vinculada aqueles em que a lei só permite que seja
baseado em determinados fundamentos a respeito dos quais dispõe expressamente. A
esta classificação encontra-se intimamente conectada a problemática dos juízos de
admissibilidade (conhecimento do recurso). Nos recurso s cuja fundamentação é
vinculada, o juízo de admissibilidade é etapa muito mais complexa, e o tribunal deve
avaliar se os pressupostos genéricos estão satisfeitos (interesse, legitimidade,
tempestividade etc.) e se os pressupostos específicos também, ou seja, se no recurso
se argúi ou se levantam os problemas que a lei permite que sejam levanta- dos através
daquele tipo de recurso. Assim, para que seja conhecido o recurso especial, é
necessário, por exemplo, que se alegue ter havido ofensa à lei federal. De monstrá-la é
problema do mérito, do provimento ou não do recurso.