Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2
1 ASPECTOS GERAIS ..................................................................................... 3
1.1 O que é execução........................................................................................... 3
1.2 Disposições gerais.......................................................................................... 4
1.3 Princípios informadores da execução ............................................................. 5
1.4 Dos requisitos para realizar qualquer execução ............................................. 5
2 PROCESSO DE EXECUÇÃO ........................................................................ 7
2.1 Aspectos comuns a todas as espécies de execução extrajudicial .................. 7
2.2 Partes ............................................................................................................. 9
2.3 Competência ................................................................................................ 11
2.4 Liquidação .................................................................................................... 11
2.5 Defesa do devedor ....................................................................................... 11
2.6 Execução definitiva e execução provisória ................................................... 12
3 AS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO ............................................... 14
3.1 Entregar coisa .............................................................................................. 15
3.1.1 Entrega de coisa certa .................................................................................. 15
3.1.2 Entrega de coisa incerta ............................................................................... 18
3.2 Obrigação de fazer ....................................................................................... 19
3.2.1 Obrigações de fazer fungíveis ...................................................................... 20
3.2.2 Obrigações de fazer infungíveis ................................................................... 22
3.3 Obrigação de não fazer ................................................................................ 23
3.4 Pagar quantia certa contra devedor solvente ............................................... 24
3.5 Execução contra a Fazenda Pública ............................................................ 47
3.6 Execução de alimentos................................................................................. 49
4 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 51
1
INTRODUÇÃO
Prezado aluno,
Bons estudos!
2
1 ASPECTOS GERAIS
Entretanto, para o Estado-juiz utilize dos meios legais para a tutela executiva,
é necessário que haja um grau suficiente de certeza, pois a execução obriga que se
tome medidas muitas vezes drásticas contra o executado, invadindo seu patrimônio
para que se possa atingir o fim pleiteado.
Essa certeza é fornecida pelo título executivo, e a lei considera como tal vários
documentos extrajudiciais (produzidos sem intervenção judicial). Eles permitirão a
instauração do processo executivo. Sem eles, o titular do direito deverá ingressar com
um processo de conhecimento. Essa é a forma do judiciário reconhecer a existência
da obrigação. Reconhecida, mas não cumprida em espontaneidade pelo devedor, se
iniciará a fase de cumprimento de sentença, tratada neste curso em disciplina
apartada.
3
1.2 Disposições gerais
[...] o caput do art. 771 do NCPC fixa que as disposições deste livro, também,
aplicam-se, no que couber, ou seja, de forma supletiva, aos procedimentos
especiais de execução, aos atos executivos realizados no procedimento do
cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos
processuais que a lei atribuir força executiva.
E isso, em reforço, ao que já era fixado pelo caput do art. 513 do NCPC: “O
cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título,
observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o
disposto no livro II da Parte Especial deste Código.”
Isso, também, em reforço ao artigo 318 caput e seu § único, do novo CPC,
que ao abrir a Parte Especial (que trata do processo de conhecimento e do
cumprimento da sentença) fixam a aplicação subsidiária do procedimento
comum aos procedimentos especiais e ao processo de execução: “Parágrafo
Único: O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais
procedimentos especiais e ao processo de execução.”
4
Trata-se de afirmação da somatória das duas técnicas no objetivo da
efetividade do acesso à ordem jurídica justa.
Quanto ao título, determina o art. 783 que “a execução para cobrança de crédito
fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.” (BRASIL, 2015)
5
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a
obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
6
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para
apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do
título.
Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão
mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao
requerer a execução, sob pena de extinção do processo.
2 PROCESSO DE EXECUÇÃO
b) fase instrutória: preparação para fase satisfativa (ex.: penhora e avaliação, depósito
da coisa, etc.)
7
a) Petição Inicial
b) Citação do executado
“Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será
nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos.”
(Súmula 196 do STJ).
8
• indução de litispendência, o que terá grande relevância para caracterização
da fraude à execução. Para que a alienação de bens capaz de reduzir o
devedor à insolvência possa ser considerada fraudulenta, autorizando o juiz
a, nos próprios autos, declarar-lhe a ineficácia, é indispensável que o devedor
tenha sido citado. O credor pode valer-se dos arts. 799, IX, e 828 para
antecipar a data a partir da qual a fraude fica caracterizada, registrando a
certidão de admissão da execução;
2.2 Partes
Data venia, a restrição não tinha razão de ser. O art. 585, III, do CPC/1973
enumerou como título executivo extrajudicial, não só a fiança judicial, mas
também todos os “contratos de caução”.
9
O NCPC pacificou definitivamente o tema, uma vez que o art. 779, IV, ao
arrolar os legitimados passivos para a execução forçada, fala amplamente
em “fiador do débito” constante em título extrajudicial sem qualquer
discriminação entre fiança judicial ou extrajudicial.
Assim, o que se deve exigir do contrato de fiança, para que autorize a coação
executiva, é tão somente que seja representativo de obrigação certa, líquida
e exigível, conforme dispõe o art. 783 do NCPC.
Por outro lado, não admite a lei que a sentença condenatória (título executivo
judicial) obtida apenas contra o devedor afiançado seja também exequível
contra o fiador, que não tiver participado da fase de conhecimento (art. 513,
§ 5º). No caso, o título executivo é a sentença e não o contrato de fiança e,
na sentença, figura como vencido (devedor) apenas o demandado. Se foi
necessária uma sentença, é porque o contrato não era, por si só, título
executivo. Ou porque houve necessidade de acertar, contra o devedor
principal, algo mais que o valor das prestações previstas no contrato. O fato,
porém, de a sentença, na espécie, não ser exequível contra o fiador não
impede que o credor lance mão da execução por título extrajudicial, que terá
por base o contrato de fiança, se este contiver termos suficientes para se
emprestar certeza, liquidez e exigibilidade à obrigação garantida.
10
2.3 Competência
Tais regras também são válidas em caso de execução hipotecária, que em vez
de real, possui natureza pessoal, pois executa-se a dívida, mesmo que venha
garantida por direito real.
2.4 Liquidação
11
defesa do executado, que poderá alegar o que melhor lhe convir através de todos os
meios de prova. Ao final, será prolatada sentença de acolhimento ou rejeição dos
embargos. “Aquilo que for decidido nos embargos poderá repercutir diretamente na
execução, determinando seu prosseguimento, sua eventual extinção ou a modificação
de atos que nela tenham sido praticados.” (GONÇALVES, 2016. p. 788)
12
(arrematante), e resolvia-se o direito do executado em perdas e danos
reclamáveis do exequente.
A norma foi repetida pelo NCPC, ao dispor que não tem efeito suspensivo a
apelação interposta contra sentença que extingue os embargos à execução
sem resolução do mérito, ou os julga improcedentes (art. 1.012, § 1º, III), caso
em que o apelado (o exequente) “poderá promover o pedido de cumprimento
provisório depois de publicada a sentença”. Isto, obviamente, só pode
acontecer se os embargos estivessem sendo processados com efeito
suspensivo. Caso contrário, não teria sentido falar-se em execução
provisória, porque o efeito suspensivo da apelação nenhuma repercussão
teria sobre o procedimento executivo em andamento. Se os embargos não
tiveram força de suspender a execução, muito menos teria a apelação contra
uma sentença que os rejeitara.
Isto quer dizer que, sendo definitiva a execução, todos os atos executivos
serão praticáveis, inclusive a alienação dos bens penhorados e o pagamento
ao credor, sem necessidade de caução. Quando for provisória, observar-se-
ão os ditames do art. 520 do NCPC [...].
13
Parcelamento da dívida:
• Entrega de coisa
O NCPC não cuidou da execução por quantia certa contra devedor insolvente.
Entretanto, até que seja editada lei específica, as execuções em curso ou que venham
a ser propostas serão reguladas pelos artigos relativos à matéria constantes do CPC
de 1973 (NCPC, art. 1.052). (THEODORO JR., 2018)
14
3.1 Entregar coisa
A entrega de coisa está disciplinada nos arts. 806 a 813 do CPC, divididos entre
coisa certa (806 a 810) e coisa incerta (811 a 813). Esta se diferencia no momento
inicial do processo executivo, devido a necessidade de individualiza-la antes da
execução. Após, é seguido o procedimento para entrega de coisa certa.
15
Uma das alegações para embargar é que, de boa-fé, tenha realizado
benfeitorias úteis e necessárias, possuindo, portanto, direito de retenção (art. 917, IV),
caso em que pedirá ao juiz a suspensão do cumprimento do mandado de imissão de
posse ou busca e apreensão. Havendo elementos indicativos da razão do devedor,
este preservará o bem em mãos até o ressarcimento das benfeitorias.
16
*Fluxograma retirado da obra ‘Curso de Direito Processual Civil’ - Humberto Theodoro Jr. 2018.
17
3.1.2 Entrega de coisa incerta
Conforme art. 243 do Código Civil, “a coisa incerta será indicada, ao menos,
pelo gênero e pela quantidade” (BRASIL, 2002), ou seja, não se trata de algo ignorado
ou desconhecido, mas determinável, sendo então necessário sua individualização.
Logo, seu caráter incerto é transitório, pois haverá um momento que cessará.
Ainda, dispõe o art. 244 do mesmo código que: "nas coisas determinadas pelo
gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar
do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigada a prestar
a melhor" (BRASIL, 2002), isto é, na ausência de acordo em sentido contrário, o
devedor escolhe a coisa, e será citado para entregá-la determinada por gênero e
quantidade e individualizada, no prazo de 15 dias (art. 811 do CPC). Entretanto, se
não exercer seu direito de escolha ao tempo da tradição, caberá ao credor (caso já
anteriormente pactuado a escolha por este, deverá indicá-la na petição inicial). Se
ambos omitirem-se da escolha, poderão optar por um terceiro. Caso este não queira
ou não possa, a escolha será judicial.
18
*Fluxograma retirado da obra ‘Curso de Direito Processual Civil’ - Humberto Theodoro Jr. 2018.
19
Essa distinção tem grande relevância porque, conquanto as execuções de
obrigação de fazer fungíveis e infungíveis possam usar meios de coerção,
somente as primeiras podem valer-se de meios de sub-rogação: só elas
autorizam a prestação por um terceiro, às expensas do devedor. As
infungíveis só poderão valer-se dos meios de coerção, e se eles se revelarem
ineficazes, só restará a conversão em perdas e danos. (GONÇALVES, 2016.
p. 769)
Após a citação, correrá tanto o prazo do título (ou fixado pelo juiz) quanto o
prazo de 15 dias para oposição de embargos do devedor, que corre independente do
cumprimento da obrigação. Contagens na forma do art. 231.
20
*Fluxograma retirado da obra ‘Curso de Direito Processual Civil’ - Humberto Theodoro Jr. 2018.
21
Execução específica por sub-rogação:
Será livremente nomeada pelo juiz uma pessoa idônea, podendo ser
determinado ao credor o fornecimento de indicações.
22
Fluxograma do procedimento:
*Fluxograma retirado da obra ‘Curso de Direito Processual Civil’ - Humberto Theodoro Jr. 2018.
A obrigação de não fazer ocorre quando o devedor pratica um ato que, no título
executivo, se obrigou a abster-se. Uma conduta negativa se torna positiva, pois a partir
do descumprimento, deverá desfazer o ato e, portanto, não há execução de uma
abstenção, já que não pressupõe inércia do devedor, mas execução do desfazimento
do que foi feito de forma indevida, ou seja, da ação. “Se alguém constrói sobre um
terreno em que não poderia, a execução terá por objeto o desfazimento da obra, e
não qualquer abstenção. Não há como executar um non facere, mas apenas um
facere.” (GONÇALVES, 2016. p. 771)
Sendo possível ser desfeito, o devedor será citado para que desfaça, dentro de
um prazo fixado pelo juiz, sob pena de multa. Caso possa ser desfeito por terceiro e
o exequente assim requerer, utilizar-se-á do mesmo procedimento para as obrigações
de fazer.
23
Fluxograma do procedimento:
*Fluxograma retirado da obra ‘Curso de Direito Processual Civil’ - Humberto Theodoro Jr. 2018.
Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de bens
do executado, ressalvadas as execuções especiais.
Art. 825. A expropriação consiste em:
I - adjudicação;
II - alienação;
III - apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos
e de outros bens.
Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a
todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância
atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários advocatícios.
(BRASIL, 2015)
24
A execução por quantia certa é a mais comum. É onde o credor pretende que
o devedor pague quantia determinada em dinheiro.
• petição inicial;
• exame da inicial pelo juiz, do qual pode resultar o seu indeferimento ou
recebimento, com a determinação de que o executado seja citado e intimado
do prazo para o oferecimento de embargos. No despacho inicial, o juiz já
fixará os honorários advocatícios em 10% para a hipótese de pagamento;
• a citação do devedor, para pagar em três dias sob pena de penhora. Se ele
fizer o pagamento dentro do prazo, os honorários fixados no despacho inicial
serão reduzidos à metade. Satisfeita a obrigação, será extinta a execução.
Se não, após os três dias serão feitas a penhora e a avaliação de bens do
devedor;
• com a juntada aos autos do mandado de citação, passa a correr o prazo de
quinze dias para embargos, independentemente de ter ou não havido
penhora. Os honorários advocatícios poderão ser elevados até 20%, quando
rejeitados os embargos. Mesmo que não haja embargos, os honorários
poderão ser elevados ao final do procedimento executivo, levando em conta
o trabalho realizado pelo advogado do exequente;
• se os embargos não forem opostos, se forem recebidos sem efeito
suspensivo, ou se julgados improcedentes, passar-se-á à fase de
expropriação de bens. (GONÇALVES, 2016. p. 771)
Petição inicial:
25
Caso prefira, o exequente poderá indicar o bem sobre o qual recairá a penhora,
por ter prioridade na indicação.
Citação:
[...] convém que o mandado seja expedido em duas vias. Feita a citação, o
oficial de justiça reterá uma consigo e devolverá a outra ao cartório para que
seja juntada aos autos. Embora a lei se refira a mandado, não há mais óbice
em que a citação seja feita por carta. Contudo, a penhora e demais atos de
constrição deverão ser feitas sempre por mandado.
O oficial aguardará o pagamento por três dias. Se não ocorrer, com a via do
mandado que reteve consigo, fará a penhora, de preferência daqueles bens
indicados pelo credor. Se não houver indicação, daqueles que, em diligência,
localizar. Se não forem localizados bens, o juiz poderá determinar que o
devedor os indique. Se ele os tiver, e não indicar, haverá ato atentatório à
dignidade da justiça (art. 774, IV, do CPC), que sujeitará o devedor às penas
do art. 774, parágrafo único.
26
Arresto:
Não localizando o executado, mas encontrando seus bens, o art. 830 do CPC
determina que o oficial de justiça proceda com o arresto executivo (realizado antes da
citação), para que os bens não se percam ou desapareçam.
Após arresto, o oficial de justiça buscará pelo executado por mais duas vezes
em dias distintos dentro dos 10 dias seguintes. Encontrando-o o citará pessoalmente
convertendo o arresto em penhora. Não o encontrando, procederá a citação ficta por
hora certa se suspeita sua ocultação, ou citação por edital nas circunstâncias previstas
em lei. (art. 256 do CPC).
Conforme Súmula 196 do STJ, “ao executado que, citado por edital ou por hora
certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para
apresentação de embargos.”
27
Da penhora e do depósito:
28
- Por auto, quando por intermédio do oficial de justiça por preferência do exequente
ou razão maior (como recusa do devedor em entregar o bem ao depositário);
- Por termo, quando houver certidão imobiliária nos autos identificando o bem, o que
dispensará a participação e identificação do oficial de justiça. Também ocorre aos
veículos automotores, se apresentada certidão atestando sua existência. A vantagem
da penhora por termo é poder realiza-la até mesmo quando o bem se encontrar em
outra comarca.
Além dos bens corpóreos, a penhora também pode recair sobre os incorpóreos,
como os créditos. Sendo estes consubstanciados em letra de cambio, cheque, nota
promissória, duplicata, etc., se fará com a apreensão do documento, estando este ou
não em posse do devedor.
Caso ele se saia vitorioso, a penhora terá por objeto os bens ou créditos que
lhe forem reconhecidos ou adjudicados; caso seja derrotado, ficará sem
efeito.
O nome vem de ela ser realizada nos autos do processo em que o executado
discute o seu direito. O procedimento deve observar o disposto no art. 860.
29
O oficial de justiça intima o escrivão que cuida desse processo a anotar no
rosto dos autos que os direitos eventuais do devedor naquele processo estão
penhorados.
Penhora "on-line":
“Feito o bloqueio, o valor será transferido para conta vinculada ao juízo, onde
ficará penhorado até o levantamento pelo credor, sem a necessidade de lavratura de
termo.” (GONÇALVES, 2016. p. 776)
30
As instituições financeiras responderão pelos prejuízos causados ao
executado em decorrência da indisponibilidade de ativos financeiros em valor
superior ao indicado na execução ou pelo juiz, bem como pelo não
cancelamento da indisponibilidade no prazo de 24 horas, quando o juiz assim
o determinar. (GONÇALVES, 2016. p. 776)
Penhoras empresariais:
[...] recairá sobre um percentual do faturamento, que deverá ser fixado pelo
juiz, de forma que propicie a satisfação do exequente em tempo razoável,
sem comprometer o exercício da atividade empresarial. Para viabilizar a
penhora, será nomeado um administrador-depositário, o qual deverá
submeter à aprovação judicial a sua forma de atuação, prestando contas
mensalmente e entregando em juízo as quantias recebidas, com os
respectivos balancetes mensais. (GONÇALVES, 2016. p. 776)
31
Penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel ou imóvel:
Averbação da penhora:
32
fraude à execução; se anterior, a fraude dependerá de prova de má-fé do
devedor (fica ressalvada a utilização do art. 828 em que há a averbação das
certidões da admissão da execução, a partir do qual estará configurada
também a má-fé). (GONÇALVES, 2016. p. 777)
A substituição poderá ser requerida por qualquer das partes e o juiz deferirá
quando:
- Não incidir sobre os bens legalmente estabelecidos, ato judicial para pagamento ou
contrato (ex: contratos hipotecários em que a penhora recaia sobre o bem hipotecado)
Ainda, prevê o art. 848 que “a penhora pode ser substituída por fiança bancária
ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial,
acrescido de trinta por cento.” (BRASIL, 2015)
33
Segunda penhora:
Dado que o valor de um bem pode ser suficiente para adimplir mais de um
débito, não haverá impedimento de que sofra mais de uma penhora em diferentes
execuções. Caso isso ocorra, poderá ser levado em hasta pública em qualquer das
execuções e haverá concorrência entre os credores existentes quanto à prioridade
sobre o valor angariado, em consonância com o art. 908 do CPC. Mas, pelo § 2°, “não
34
havendo título legal à preferência, o dinheiro será distribuído entre os concorrentes,
observando-se a anterioridade de cada penhora.” (BRASIL, 2015)
O depositário:
35
Responsabilidade do depositário:
Da avaliação de bens:
36
outra; ou for relativa à mercadorias ou titulos que posuírem cotação na bolsa (com
comprovação através de publicação oficial ou certidão); ou relativa a títulos de dívida
pública, ações de sociedade e títulos de crédito em bolsa, onde o valor será o da
cotação do dia, atestado por publicação em órgão oficial ou certidão, e, ainda, de
veículos automotores ou bens cujo valor médio no mercado possa ser averiguado por
meio de pesquisa realizada por órgão oficiais ou anúncios divulgados em veículos de
comunicação (onde o encargo de comprovar a cotação caberá à quem fizer a
nomeação.
Por fim, também há hipóteses de nova avaliação dos mesmos bens, embora,
em regra não ocorra. São as elecandas no art. 873: quando se constatar ocorrencia
de erro na avaliação ou dolo do avaliador; se verificar que houve aumento ou
diminuição do valor dos bens após a avaliação; ou existir fundada dúvida ante o valor
atribuído a eles na primeira avaliação.
Nos casos em que a penhora for feita por termo nos autos - como a de bens
imóveis - será expedido apenas mandado de avaliação, a ser cumprido pelo
oficial de justiça. (GONÇALVES, 2016. p. 781)
Intimação do executado:
Outras intimações:
Outras pessoas que não fazem parte da execução também deverão ser
intimadas:
37
- O cônjuge (art. 842) nos casos em que a penhora recair sobre bem imóvel. Ainda
que o bem penhorado pertença a apenas um dos cônjuges. Dispensa-se apenas, se
pertencendo apenas a um, forem casados sob o regime de separação total de bens.
- O credor com garantia real (art. 799, I). Serve a garantir o direito de preferência sobre
a arrematação e sua inobservância gera ineficácia da alienação do bem (art. 804);
- O titular da habitação, uso ou usufruto quando recair a penhora sobre bem gravado
nessas circunstancias;
- O promitente da compra, quando recair sobre bem em que haja registrada promessa
de compra e venda;
- O promitente da venda, quando recair sobre direito de aquisição sobre bem em que
haja registrada promessa de compra e venda.
Expropriação:
- Art. 825, II: Alienação dos bens. Presta-se à converter o bem em dinheiro para
pagamento ao credor. Poderá ser particular ou pública (leilão judicial presencial ou
eletrônico).
38
- Art. 825, III: “Apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de
estabelecimentos e de outros bens.” (BRASIL, 2015)
39
Se deferida aos outros legitimados, estes deverão depositar o valor integral do
bem em juízo, “salvo se o for em favor de algum credor que tenha preferência, na
forma do art. 908 do CPC, caso em que o preço servirá para abater o débito desse
credor, e não daquele que promoveu a execução, onde a hasta for realizada.”
(GONÇALVES, 2016. p. 783)
Embora a lei não o diga expressamente, o preço mínimo não poderá ser
inferior ao valor da avaliação, mas a questão é controvertida, havendo
aqueles que sustentam que, à míngua de exigência expressa, a venda poderá
ser feita por qualquer preço, desde que não seja vil, devendo o juiz fixá-lo de
antemão. Parece-nos temerária essa solução, diante de eventual urgência do
exequente em receber o que lhe é devido e da dificuldade do juízo em
estabelecer regras a respeito de preço mínimo. Se o bem for imóvel, não
haverá outorga de escritura pública, pois a alienação será formalizada por
termo nos autos, assinado pelo exequente e pelo adquirente do bem, que não
precisa estar representado por advogado e pelo executado, se estiver
presente. O comprador depositará o preço em juízo. (GONÇALVES, 2016. p.
784)
40
Sempre que possível, o leilão se fará por meio eletrônico. Na impossibilidade,
será de forma presencial.
Leilão judicial:
- Do executado, por seu advogado, ou por carta, mandado, edital, se não tiver
procurador constituído nos autos;
41
- Do coproprietário do bem indivisível, para lhe possibilitar exercício de eventual direito
de preferência;
Interessa que no leilão tenham interessados, por isso deve ser tornado público
e publicado edital, conforme determinação legal, constando os ditames dos incisos do
art. 886. O edital indicará as duas datas, o valor da avaliação, valor mínimo de venda,
designação de leiloeiro (que poderá ser indicado pelo exequente), e estabelecimento
das condições de pagamento e garantias que podem se prestar o arrematante. Se
não for publicado, haverá nulidade da arrematação.
42
O leiloeiro público realizará o leilão onde se encontrar os bens ou local
determinado pelo juiz e será incumbido da publicação do edital e exposição dos bens
ou amostras dos mesmos.
No segundo leilão qualquer valor poderá ser oferecido, conquanto naõ seja vil.
Não há previsão legal quanto a esse valor, o juiz deverá fixa-lo antes do leilão,
constando no edital. No entanto, se não o fizer, vil será o valor inferior a 50% do valor
de avaliação.
43
Quando a penhora recair sobre quota-parte em bem indivisível, o bem inteiro
irá à leilão, e o equivalente à quota-parte do coproprietário ou cônjuge alheio
à execução deverá recair sobre o produto da alienação do bem. Porém, nesse
caso, não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao de avaliação,
para que o coproprietário ou cônjuge alheio à execução não sejam
prejudicados com o recebimento de menos do que lhes era devido.
(GONÇALVES, 2016. p. 786)
Caso quem arremate o bem seja o próprio e único credor da execução, não
precisará exibir o valor, mas se o arremate exceder o montante do crédito, deverá
depositar a diferença em 3 dias.
44
Da apropriação de frutos e rendimentos de móvel ou imóvel:
Fluxograma do procedimento:
45
*Fluxograma retirado da obra ‘Curso de Direito Processual Civil’ - Humberto Theodoro Jr. 2018.
46
3.5 Execução contra a Fazenda Pública
Conforme dispõe o art. 100 do Código Civil, “os bens públicos de uso comum
do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua
qualificação, na forma que a lei determinar.” (BRASIL, 2002)
Cumpre ressaltar que, conforme súmula 279 do STJ, “é cabível execução por
título extrajudicial contra a Fazenda Pública”.
47
Quando à defesa da Fazenda Pública, a forma e o conteúdo também serão
diferentes em cada procedimento. É sucinta a abordagem quando se refere ao título
executivo judicial (art. 535), e mais discutível quanto ao extrajudicial (art. 910, § 2º, e
917).
[...] dispõe o art. 917, VI, 14 que, nos embargos à execução fundados em
título extrajudicial, o executado poderá alegar “qualquer matéria que lhe seria
lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento”, além de outras
matérias típicas do processo executivo, como vícios do título executivo,
penhora incorreta, excesso de execução etc. (art. 917, I a V).
Fluxograma do procedimento:
48
*Fluxograma retirado da obra ‘Curso de Direito Processual Civil’ - Humberto Theodoro Jr. 2018.
49
O CPC prevê os arts. 528-533, que têm por objeto o “cumprimento de
sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão
interlocutória que fixe alimentos”, deixando claro que tanto o regime do título
provisório quanto o definitivo se submetem a esse regramento.
É de dizer ainda que os arts. 911 e ss., que cuidam do processo de execução
da prestação alimentícia (fundado em título extrajudicial), determinam que,
superada a fase postulatória dessa modalidade de execução, segue-se no
que couber nos §§ 2.º a 7.º do art. 528, que tratam do cumprimento de
sentença de prestação de alimentos. (ABELHA, 2015)
Fluxograma do procedimento:
*Fluxograma retirado da obra ‘Curso de Direito Processual Civil’ - Humberto Theodoro Jr. 2018.
50
4 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSIS, Araken de. Manual da execução. 11 ed., atual. e ampl. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2007.
51
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 1. 17 ed. Salvador:
JusPodivm, 2015.
DINAMARCO, Cândido Rangel. Execução Civil. 8 ed. São Paulo: Malheiros, 2001.
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. Vol. 3. 18 ed. São
Paulo: Saraiva, 2006.
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva,
2007.
JESUS, Marcelo. Manual de Direito Civil - Volume Único. 3 ed. rev., amp. e atual.
Salvador: JusPodivm. 2015.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Manual de Direito Processual Civil. 5 ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2010.
52