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Aluna: Jessica Oliveira dos Santos Alves

6º Semestre

Disciplina: Direito Processual Civil – Recursos

Prof. Antonio Jorge

RESUMOS:

1- RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

O recurso ordinário trata-se de um recurso constitucional, de competência dos tribunais


superiores, ou seja, dirigido ao STF e STJ, com competência atribuída ao STF sempre que se
tratar de decisão denegatória de mandado de segurança, habeas data ou mandado de
injunção.

As hipóteses de cabimento do ROC estão previstas na Constituição Federal (art. 105, II, e
art. 102, II, ambos da Constituição Federal).

Para o STJ, a competência é atribuída sempre que se tratar de decisão denegatória de


mandado de segurança da competência originária dos TRFs ou dos Tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios.

Além disso, também é de competência do STJ os recursos ordinários contra decisões


finais nas causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um
lado e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no país.

Portanto, trata-se de recurso que tem como finalidade permitir um segundo grau de
jurisdição em determinadas ações que são, via de regra, processadas originariamente nos
tribunais, podendo ter como objetivo tanto a reforma como a invalidação da decisão.

Cabe Recurso Ordinário Constitucional, dirigido ao Supremo Tribunal Federal, na


hipótese de Tribunal Superior proferir DECISÃO DENEGATÓRIA, em ÚNICA INSTÂNCIA, em face
de:

1 - Mandado de Segurança;

2 - Habeas Data;

3 - Habeas Corpus;

4 - Mandado de Injunção.

O Supremo Tribunal Federal também julgará, por Recurso Ordinário Constitucional, o


crime político (art. 102, II, b, CF).

Em paralelo, cabe Recurso Ordinário Constitucional, dirigido ao Superior Tribunal de


Justiça, nas seguintes hipóteses:
1 - Habeas Corpus, na hipótese de Tribunal de Justiça (TJ), Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios (TJDFT) ou Tribunal Regional Federal (TRF) proferir DECISÃO
DENEGATÓRIA, em ÚNICA INSTÂNCIA;

2 - Mandado de Segurança, na hipótese de Tribunal de Justiça (TJ), Tribunal de Justiça do


Distrito Federal e Territórios (TJDFT) ou Tribunal Regional Federal (TRF) proferir DECISÃO
DENEGATÓRIA, em ÚNICA INSTÂNCIA;

3 - Em processos que forem partes Estado Estrangeiro ou Organismo Internacional de um


lado e Município ou pessoa residente no Brasil do outro.

A ação constitucional, nesses casos, é ajuizada diretamente no tribunal (competência


originária), logo como a competência é originária, a decisão é proferida em ÚNICA instância.

Neste cenário, sustenta a doutrina que o objetivo do ROC é garantir o duplo grau de
jurisdição nas ações constitucionais de competência originária com decisão denegatória.

Seguindo a tendência dos Recursos do CPC, o ROC, como regra, não tem efeito
suspensivo.

Para atribuir efeito suspensivo ao recurso, é preciso formular requerimento específico


(art. 1.029, §5°, CPC):

a- Ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da


decisão admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo;

b- Ao relator, se já distribuído o recurso;

c- Ao Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal recorrido, no caso de o recurso ter


sido sobrestado, nos termos do art. 1.037 do CPC/2015.

Destaque-se, por oportuno, que não cabe ROC contra decisão monocrática. Ademais,
segundo entendimento da Súmula 272 do Supremo Tribunal Federal, não se admite como
ordinário recurso extraordinário de decisão denegatória de mandado de segurança.

Quanto ao prazo de interposição e para resposta do Recurso Ordinário Constitucional é


de 15 dias, entretanto, para o Supremo Tribunal Federal nos casos de habeas corpus ou
mandado de segurança o prazo é de 5 dias, conforme art. 1.003, § 5 do Código de Processo
Civil.

O CPC determina em seu art. 1.028, de maneira expressa, que ao recurso ordinário, na
hipótese mencionada no art. 1.027, inciso II, b, seja aplicado, quanto aos requisitos de
admissibilidade e ao procedimento, as regras que regulam a apelação e o Regimento Interno
do STJ.

2- EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA

Embargos de divergência é um recurso processual que viabiliza a solução de uma


divergência quando do julgamento de uma turma colegiada, do STF, STJ e órgãos colegiados
dos mesmos tribunais.

O principal objetivo dos embargos de divergência é contribuir para a uniformização das


decisões e jurisprudências dos tribunais, que se mostra de extrema importância e relevância
para o estado democrático de direito, uma vez que busca materializar a coerência e
entendimento dentro do tribunal em questão, promovendo assim maior segurança jurídica
quanto suas decisões.

O cabimento do recurso de embargos de divergência está disposto no art. 1043 do


CPC/15. Anteriormente ao CPC/15, existiam duas hipóteses de cabimento de embargos de
divergência. Com o Novo CPC passaram a existir quatro hipóteses de cabimento.

Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que:

I – em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento


de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado
e paradigma, de mérito;

II – Revogado;

III – em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do


julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão
de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha
apreciado a controvérsia;

IV – Revogado.

§1º Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de


recursos e de ações de competência originária.

§2º A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência


pode verificar-se na aplicação do direito material ou do direito processual.

§3º Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da


mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição
tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros.

§4º O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de


repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia
eletrônica, onde foi publicado o acórdão divergente, ou com a reprodução
de julgado disponível na rede mundial de computadores, indicando a
respectiva fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam ou
assemelham os casos confrontados.

§5º – Revogado.

Diferença entre embargos infringentes e embargos de divergência e embargos


infringentes: Enquanto os embargos infringentes versam sobre as decisões quando o acórdão
impugnado tem divergência em matéria de mérito. Já os embargos de divergência ocorrem
quando a diferença está na decisão sobre recurso extraordinário, especial ou de competência
originária, como já citado.

Entretanto, com o Novo CPC, os embargos infringentes foram substituídos pelo art. 942
do código, que dispõe:
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento
terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros
julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no
regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de
inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o
direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
§1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma
sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura
componham o órgão colegiado.

§2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por
ocasião do prosseguimento do julgamento.

§3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao


julgamento não unânime proferido em:

I – ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo,


nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição
previsto no regimento interno;

II – agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar


parcialmente o mérito.

§4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:

I – do incidente de assunção de competência e ao de resolução de


demandas repetitivas;

II – da remessa necessária;

III – não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte
especial.

Há hipóteses de não cabimento dos embargos de divergência:

1 - Quando existe ausência de julgamento do mérito do recurso especial;

2 - Quando a divergência é da mesma turma e a exceção;

3 - Quando o acórdão motivo de divergência não apresenta similaridades com os embargos de


divergência;

4 - Quando existe ausência de comparação analítica e similaridade entres as decisões;

5 - Quando o acórdão paradigma é de outro tribunal;

6 - Quando é demonstrado apenas os números dos acórdãos paradigmas e não a exposição do


seu conteúdo;

7 - Quando transcrita apenas as ementas dos acórdãos paradigmas;

8 - Quando o acórdão foi proferido em ações que possuem natureza constitucional;

9 - Quando o acórdão objeto do recurso está em consonância com as orientações do STJ,


Súmula 168 do STJ;

10 - Quando o paradigma é uma decisão monocrática;

11 - Quando o acórdão objeto do recurso tiver sido deferido em matéria de recurso especial
repetitivo;

O prazo para interposição dos embargos de divergência é de 15 dias, conforme artigo


1.003, § 5º, do CPC, e segue o procedimento estabelecido no Regimento Interno dos Tribunais
Superiores, conforme o artigo 1.043 também do CPC
Os embargos normalmente são quase imediatamente sorteados aos relatores, que
podem indeferir liminarmente os embargos, nas hipóteses previstas na lei. Neste caso ao
Ministério Público será oportunizada manifestação no prazo de 20 dias.

Impugnados ou não os embargos, serão os autos conclusos ao relator, que pedirá a


inclusão do feito na pauta de julgamento.

Por fim, vale ressaltar novamente que a interposição de embargos de divergência, no


STJ, interrompe o prazo processual de interposição de recurso extraordinário por qualquer
parte.

Os embargos de divergência nos tribunais são enviados ao relator, que irá fazer a
conclusão da validade destes. Pelo fato de que se utiliza embargos de divergência em recursos
especiais ou extraordinários, estes não possuem efeito suspensivo.

Os requisitos dos embargos de divergência são a prova da divergência por meio de


certidão, cópia ou citação de repositório oficial ou credenciado, segundo dispõe o parágrafo 4º
do art. 1043 do Novo CPC:
§4º O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de
repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia
eletrônica, onde foi publicado o acórdão divergente, ou com a reprodução de
julgado disponível na rede mundial de computadores, indicando a respectiva
fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam ou assemelham os
casos confrontados.

Caso os embargos de divergência forem julgados improcedentes, o recurso


extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de
divergência será processado e julgado independentemente de ratificação.

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