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Prática Jurídica I

Prof. Regiane Scoco


AULA 01 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA
PRÁTICA JURÍDICA - RECURSOS
Hoje começaremos nossos estudos na disciplina Prática
Jurídica II – Recursos.

Quando o juiz profere uma decisão judicial é defeso à


parte contrária apresentar Recurso, na forma da lei. Na
aula de hoje nós vamos relembrar quais são os recursos
cabíveis.
Relação dos Tribunais competentes em sede de Recurso:

1º grau Tribunal Tribunal Superior

Justiça Estadual (juízes TJ Tribunal de Justiça do STJ Superior Tribunal de


estaduais acumulam Estado de São Paulo Justiça
varas eleitorais)

Justiça Federal (juízes TRF 3ª região Tribunal


STJ Superior Tribunal de
federais) Regional Federal da 3ª
Justiça
região – SP e MS
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por exemplo, no
Direito Privado, traz uma divisão levando em conta a matéria
discutida no processo, onde temos:

• Câmaras de Direito Privado I;


• Direito Privado II,
• Direito Privado III e Câmaras Extraordinárias.

A referida divisão de competência interna é relevante, já que no


ato da distribuição de um Agravo de Instrumento, nós teremos
que mencionar para qual Câmara ele deverá ser distribuído, se ao
Direito Privado I, II ou III.
Relação de recursos cabíveis:

Sistema Recursos Previstos


Apelação, agravo de instrumento,
agravo interno, agravo em recurso
especial ou extraordinário, embargos
Art. 994 CPC de declaração, recurso ordinário,
recurso especial, recurso
extraordinário e embargos de
divergência.

Embargos de declaração, recurso


inominado contra sentença, agravo
JEC – Lei 9.099/1995 de instrumento (admissível, segundo
alguns, por analogia ao CPC; ou
Juizado especial então MS contra interlocutória) e
cível recurso extraordinário (Súmula nº
640 do STF)
Relação de recursos cabíveis:

Sistema Recursos Previstos

Embargos de declaração, recurso


inominado contra sentença, recurso
JEF – Lei 10.259/2001
contra decisão interlocutória (desde
Juizado especial cível federal
que se trate de tutela de urgência) e
recurso extraordinário.

Embargos de declaração, recurso


JEFP – Lei 12.153/2009 inominado contra sentença, recurso contra
Juizado Especial das Fazendas decisão interlocutória (desde que se trate
Públicas Estaduais de tutela de urgência) e recurso
extraordinário.
A tabela a seguir ilustra a possibilidade dos recursos
tendo em vista o tipo de decisão emanada pelo juiz.

Por exemplo: da sentença cabe Apelação.


Decisão que:
• Efetivamente resolve o
Sentença mérito – art. 487; Da sentença cabe apelação
Art. 203, § 1º, CPC • ou põe fim ao – art. 1009
processo, sem análise
do mérito – art. 485

Decisão que soluciona


Da decisão interlocutória
questão incidente, mas
cabe agravo de instrumento,
Decisão interlocutória põe fim ao processo (ou
nas hipóteses previstas em lei
Art. 203, § 2º, CPC pronunciamento do juiz
– Art. 1015,CPC.
com carga decisória que
não é sentença)
Pronunciamento do juiz
que simplesmente dá Do despacho não cabe
Despacho recurso – trata-se de decisão
andamento ao processo,
Art. 203, §§ 3º e 4º irrecorrível – artigo 1001
sem ser dotado de carga
decisória

Recurso Ordinário;
Decisão colegiada dos
Tribunais, em regra Recurso especial;
Acórdão 204 tomada por três
desembargadores Recurso extraordinário e;

Embargos de divergência
Decisão individual do
relator (portanto proferida Agravo interno – 1021 Se for
Decisão nos tribunais), quando se denegatória de recurso para
monocráticas dos esta diante de erro Tribunal Superior – agravo em
relatores – art. processual ou matéria REsp ou RE - 1042
932, III, IV e V pacífica
AULA 02 - JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E JUÍZO DE
MÉRITO
A lei prevê uma série de requisitos os quais chamamos
de PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE de recursos.

Linguagem técnica: CONHECIMENTO (admissão ou


recebimento do recurso), para depois, fazer a análise do
MÉRITO, sendo que ai o recurso poderá dar
PROVIMENTO ou NEGAR PROVIMENTO.
A falta dos pressupostos de admissibilidade leva ao NÃO
CONHECIMENTO do recurso; NÃO ADMISSÃO ou
NEGATIVA DE SEGUIMENTO ao recurso.
IMPORTANTE

Requerer que o recurso seja


conhecido e, ao final, provido
oara modificar a decisão atacada.
RECORRENTE: É quem recorre da
decisão

RECORRIDO: Parte contrária.


REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
RECURSOS

Temos pressupostos GENÉRICOS, que servem


para todos os recursos e outros ESPECÍFICOS.
Eles são de ordem pública, por isso, podem ser
invocados a qualquer momento.
i) Legitimidade para recorrer: art. 996 CPC (parte vencida,
terceiro prejudicado e MP)

ii) Interesse em recorrer: nescessidade de se alterar o


resultado da decisão. Ex.: Alguém pleiteou 10 mil a título de
danos morais - se perdeu a ação; se ganhou valor menor.

iii) Cabimento: o recurso interposto deverá ser aquele


previsto na lei. Excepcionalmente a lei processual admite a
interposição de um recurso por outro, principio da
FUNGIBILIDADE.
iv) Impedimentos recursais (renúncia, desistência e aquiescência)

-Renúncia: fez uma transação/acordo e renunciou ao direito de


recorrer;
-Desistência: petição requendo a desistência do recurso - não há
nescessidade de concordância da parte contrária (diferente da
ação);
-Aquiescência: Concordância da parte com a decisão - com uma
petição concordando ou pelo início do cumprimento da decisão
de forma espontânea.
v) Tempestividade: todos os recursos são interpostos no prazo de
15 dias (art. 1003, § 5º) - EXCETO embargos de declaração que
são 5 dias. Caso haja feriado local, que modifique o termo final
do prazo devera o recorrente comprovar sua ocorrência,
mediante juntada de portaria do tribunal ou norma.
Diversos procuradores: Processo físico - Prazo em dobro;
processo digital NÃO.

IMPORTANTE:
É nescessário no ato da interposição do recurso, colocar um
parágrafo mencionando.
vi) Preparo: Custas referente ao processo.

Nós temos o recolhimento do preparo, os códigos e valores


podem ser consultados no site do Tribunal de Justiça (TJ) ou
Tribunal Regional Federal (TRF) 3ª região.
E para alguns, temos o porte de remessa e retorno dos autos.

• O não recolhimento acarreta pena de DESERÇÃO, recolheu


em guia errada ou valor a menor, o juiz intima para fazer as
adequações (art. 1007, CPC);
• Beneficiário da justiça gratuita - Deve constar que ele deixou
de recolher o valor;
vii) Regularidade Formal: Diz respeito aos requisitos
formais que é inerente a cada recurso, os quais serão
objeto de estudo nas próximas aulas.
Bons Estudos!

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