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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Faculdade Mineira de Direito - Unidade Coração Eucarístico

ANOTAÇÕES DAS AULAS DE


DIREITO PROCESSUAL CIVIL – RECURSOS, EXECUÇÃO E PROCEDIMENTOS
ESPECIAIS

Belo Horizonte
2022
AULA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – RECURSOS, EXECUÇÃO E
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
03 de agosto de 2022

INTRODUÇÃO

Impugnação das
decisões judiciais

Recursos Ações Autônomas


revisar, anular ou impugnar decisões e
alterar discutir vícios

• Recurso: constitui de um procedimento que busca revisar, anular ou alterar


decisão proferida pelo juízo a quo (juízo que decidiu a questão em primeiro
lugar). Recurso é o meio processual necessário para discutir os fundamentos
jurídicos e a conclusão da decisão judicial proferida pelo primeiro grau e em
segundo grau de jurisdição.
- a decisão de primeiro grau é chamada de sentença (art. 203, §1°, do CPC);
- a decisão de segundo grau é chamada de acórdão (art. 204, do CPC).
• Ações autônomas: constituem de um procedimento que visa impugnar
decisões judiciais e discutir vícios junto ao procedimento que gerou a decisão
judicial. As ações autônomas buscam a anulação ou nulificação do
procedimento e da decisão judicial.

Qual a necessidade da existência de recursos?


Os fundamentos para justificar ou fundamentar a existência dos recursos são de
ordem: psicossocial, jurídicos e econômicos.

Com relação ao fundamento O segundo motivo para a


O terceiro fundamento para a
psicossocial para a existência dos recursos trata-se
existência dos recursos é a
interposição de um recurso é, de um fundamento jurídico,
necessidade de termos um
justamente, o inconformismo qual seja, a necessidade de
• partes têm de aceitar a
que as observar a correta aplicação
sistema jurisdicional
coerente, íntegro e estável.
decisão desfavorável aos seus do direito.
interesses.
/
DOS RECURSOS

O sistema do CPC, em acordo com determinações de ordem constitucional,


permite, em regra, que as decisões judiciais sejam reapreciadas por órgãos
diversos daquele que a proferiu (embora existam recursos cujo efeito devolutivo
ocorre para o mesmo juízo prolator da decisão hostilizada, como o caso dos Embargos
de Declaração).

Trata-se do sistema recursal, que no CPC vigente encontra-se nos artigos 994 a
1.043, dividido em disposições gerais e recursos em espécie.

Conceito

Recurso é o meio procedimental, previsto em lei, para impugnar as decisões


judiciais e corrigir equívocos no julgamento ou de aplicação do procedimento.
Em outras palavras, é o meio procedimental autorizado em lei para permitir exercer o
contraditório em segundo grau de jurisdição. É através do recurso que é possível ao
recorrente discutir os fundamentos decisionais, estabelecer críticas de fato e de direito
e se for possível, modificar, alterar ou anular uma decisão que não esteja dentro dos
limites legais.

Características

são criados em lei;

não formam nova relação jurídica;

podem ser manejados pela parte, pelo terceiro


prejudicado e pelo Ministério Público e não pelo próprio
Recurso órgão jurisdicional, inexistindo recurso ex officio no direito
processual civil brasileiro;

podem ter por finalidade não apenas anular ou reformar a


decisão recorrida, mas também, propiciar sua integração
ou aclaramento (como ocorre com os embargos de
declaração).

ATENÇÃO

Os recursos não têm característica de ação e não formam novo processo - no caso do agravo
de instrumento, fala-se em formação de "novo instrumento". Não se confundem com outros
meios de impugnar decisões judiciais, tais como o Mandado de Segurança, a Ação Rescisória e
a Reclamação Constitucional, por exemplo.
Base Legal

• artigos 926 a 993, Livro III, Título I – “Dos processos nos tribunais e dos meios
de impugnação das decisões judiciais”;
• artigos 994 a 1.044, Título II – “Dos Recursos”;
• Lei n° 8.038/90 (processamento de recursos) – RISTJ, RISTF, RITJS, Julgados
STJ e STF.

Sucedâneos recursais

São procedimentos que não foram criados com a finalidade explícita de reformar
ou modificar decisão judicial, mas que em alguns casos podem servir para modificar
uma decisão judicial, fazendo as vezes de um recurso como nos casos abaixo:

• pedido de reconsideração: petição simples, dentro dos autos, que sustenta a


necessidade de modificação / alteração de decisões judiciais provisórias;
• correição parcial: procedimento administrativo correcional, com finalidade de
demonstrar que houve error in procedimento e que tal erro está causando
prejuízos para uma das partes;
• mandado de segurança (procedimento): pode fazer as vezes de um recurso,
quando houver a violação de um direito líquido e certo e a lei não indicar um
recurso próprio e específico para impugnar determinada decisão.

Rol de recursos do CPC – art. 994, do CPC

apelação – arts. 1.009 a 1.014, do CPC

agravo de instrumento – arts. 1.015 a 1.020, do CPC

agravo interno – art. 1.021, do CPC

Recursos embargos de declaração – arts. 1.022 a 1.026, do CPC


Previstos no
Código de recurso ordinário – arts. 1.027 a 1.028, do CPC
Processo
Civil recurso especial – arts. 1.029 a 1.042, do CPC e art. 105, III, CR/88

recurso extraordinário – arts. 1.029 a 1.042, do CPC

agravo em recurso especial ou extraordinário – art. 1.042, CPC

embargos de divergência – art. 1.043 e 1.044, do CPC


Obviamente que existem outros recursos previstos em leis especiais, como o caso
de embargos infringentes da Lei de Execução Fiscal e Recurso Inominado dos
Juizados Especiais. Mas dentro do CPC vigente são esses os recursos, conforme
análise, em seguida, mais aprofundada e específica.

Atos recorríveis

Sentenças Decisões
Art. 203, § 1° do CPC
Interlocutórias
Acórdãos
Art. 203, § 2° do CPC
É o pronunciamento Art. 204, do CPC
por meio do qual o (monocrática)
juiz, com fundamento (colegiados)
nos arts. 485 e 487, É todo
pronunciamento É o julgamento
do CPC, põe fim à
judicial de natureza colegiado proferido
fase cognitiva do
decisória que não se pelos tribunais.
procedimento
comum, bem como enquadre no § 1° do
extingue a execução. art. 203, do CPC.

Da sentença Da decisão Dos Acórdãos


cabe recurso de interlocutória cabem recurso
apelação cabe recurso de especial ou
agravo de extraordinário
art. 1.009, do instrumento
CPC (art. 102, III e art.
art. 1.015, do 105, III da CR/88 –
art. 1.029, do CPC
CPC

Atos irrecorríveis

Despachos
Art. 203, § 3° do CPC
são todos os demais pronunciamentos do juiz praticados
no processo, de ofício ou a requerimento da parte.

Os despachos são irrecorríveis - art. 1.001, do CPC


AULA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – RECURSOS, EXECUÇÃO E
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
04 de agosto de 2022

Natureza Jurídica

Três correntes que definem a natureza jurídica:


• recurso é uma pretensão autônoma deduzida no mesmo processo
(pretensão diversa);
• recurso é uma extensão do próprio direito de ação (direito de demandar
e de recorrer) – corrente majoritária;
• é um ônus processual (faculdade / recorre-se se quiser) – corrente
minoritária;

Classificação

a) Quanto ao âmbito – art. 102 (toda decisão ou parte dela / recurso total ou
recurso parcial);
b) Quanto ao momento – art. 997 (quando / principal: assim que puder
apresentar o recurso e adesiva: já que – sucumbência recíproca / apelação
recurso especial extraordinária);
c) Quanto a fundamentação (livre e vinculada);
d) Quanto ao objeto (ordinário: comum / análise de fatos e normas –
extraordinário: fora do comum / recurso especial e recurso extraordinário);
e) Quanto aos efeitos (suspensivo – quando suspende a eficácia de um
determinado provimento e não suspensivo);
f) Quanto a tutela (pode classificar quanto a proteção que você quer)
• reformar – erro de julgamento
• invalidade – improcedendo / não cabe agravo
• integração – esclarecimento / embargos de declaração.
AULA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – RECURSOS, EXECUÇÃO E
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
04 e 10 de agosto de 2022

DOS PRINCÍPIOS PROCESSUAIS

Normas Diretivas para Interposição dos Recursos ou Princípios Processuais

As normas diretivas para interposição dos recursos muitas das vezes


chamadas de princípios processuais, se constituem das bases legais que
direcionam todo o sistema recursal brasileiro para revisar, modificar ou anular
decisões judiciais. Utiliza-se a expressão “normas diretivas” ao invés de “princípios
recursais” apenas como forma de indicar que tais normas são regras de como
proceder para interpor recurso e julgá-lo.

As principais normativas ou princípios para a interposição e julgamento de


recursos são: a) duplo grau de jurisdição; b) taxatividade; c) unirrecorribilidade das
decisões; d) fungibilidade recursal; e) dialeticidade; f) voluntariedade; g)
irrecorribilidade das decisões interlocutórias; h) vedação ao reformatio in pejus e i)
consumação.

Duplo Grau de Jurisdição

Para cada decisão de primeiro grau de jurisdição deve haver a possibilidade de


reforma ou modificação da decisão por um segundo grau de jurisdição.

Segundo Grau de Jurisdição


Primeiro Grau de Jurisdição
emite um pronunciamento
emite um pronunciamento jurisdicional revisando e
jurisdicional analisando fatos e modificando equívocos de
fundamentos jurídicos. análise de fatos e fundamentos
jurídicos emitidos pelo primeiro
grau de jurisdição

A necessidade da existência de um duplo grau de jurisdição reside na


circunstância de que o pronunciamento de primeiro grau pode se sujeitar a erros e
imperfeições. O reexame corrige tais erros e imperfeições (vícios) no procedimento
(error in procedendo) ou no julgamento (error in judicando).

Taxatividade

A taxatividade indica que somente é possível interpor recurso contra decisão


judicial que estiver expressamente revista em lei. No caso do processo civil, os
recursos previstos em lei são os que se encontram enumerados no art. 994, do CPC,
as saber:

a) apelação – arts. 1.009 a 1.014, do CPC

b) agravo de instrumento – arts. 1.015 a 1.020, do CPC

c) agravo interno – art. 1.021, do CPC

d) embargos de declaração – arts. 1.022 a 1.026, do CPC

e) recurso ordinário – arts. 1.027 a 1.028, do CPC

f) recurso especial – arts. 1.029 a 1.042, do CPC e art. 105, III,


CR/88
g) recurso extraordinário – arts. 1.029 a 1.042, do CPC

h) agravo em recurso especial ou extraordinário – art. 1.042,


CPC

i) embargos de divergência – art. 1.043 e 1.044, do CPC

O princípio da taxatividade decorre do princípio da legalidade. A competência


para a criação de normas processuais é da União (art. 22, I da CR/88). As correções
parciais criadas por normas estaduais ou internas dos tribunais não são recursos.

Unirrecorribilidade das decisões

O princípio da unirrecorribilidade das decisões, também chamado de princípio


da unicidade ou singularidade, é aquele segundo o qual para cada tipo de decisão
judicial só cabe um recurso, sendo vedada a interposição simultânea ou cumulativa
de dois ou mais recursos, pela mesma parte, contra uma mesma decisão judicial.
Fungibilidade recursal

A fungibilidade recursal significa a possibilidade de se admitir um recurso ao


invés de outro. É a possibilidade de aproveitamento de um recurso que fora interposto,
mas que por lei deveria ter sido outro.

Dialeticidade

A dialeticidade ou fundamentação recursal estabelece que o recorrente deve


combater os fundamentos da decisão de modo claro, objetivo e com fatos e
fundamentos jurídicos que justifiquem a modificação, reforma ou anulação da decisão.
É necessário estabelecer um diálogo com a sentença, apresentando contra-
argumentos. Apenas como exemplo, o recurso de apelação, em seu art. 1.011, III do
CPC, indica que deve o recorrente apresentar “as razões do pedido de reforma ou de
decretação de nulidade”. Isso é a materialização da dialeticidade revelada no recurso.
Tal exigência de dialeticidade ocorre em todos os outros recursos e sua falta impede
o conhecimento e o provimento do recurso.

Voluntariedade

O recurso é voluntário e cabe a parte decidir se recorre ou não. A parte que se


sentir prejudicada em razão de uma decisão judicial poderá optar por interpor recurso.
Caso não faça o recurso necessário, no tempo e no modo observado em lei, ocorre a
preclusão lógica que pode levar a formação da coisa julgada. A voluntariedade em
recorrer deve ser feita de forma induvidosa, por meio de petição escrita, e
devidamente fundamentada.

Irrecorribilidade das decisões interlocutórias

Pelos princípios da economia processual, de celeridade e da oralidade, que


dominam todo o processo moderno, não se tolera a interrupção da marcha processual
para apreciação de recursos contra decisões interlocutórias, ou seja, a regra do CPC
é a irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias.

Vedação da reformatio in pejus

A vedação da “reformatio in pejus” significa que a parte, ao recorrer, não


poderá ter sua situação piorada em decorrência da interposição de seu próprio
recurso. Assim sendo, com a interposição de recurso o órgão julgador só pode alterar
a decisão nos limites em que ela foi impugnada. É decorrente do princípio dispositivo
(art. 2º do CPC), segundo o qual o órgão jurisdicional age quando provocado e do
princípio da congruência (art. 141 e 492 do CPC), onde o julgador fica vinculado ao
pedido formulado pela parte.

Consumação

A consumação indica que apresentado o ato processual no tempo e no modo


necessário ocorre a preclusão consumativa. Isso significa que praticado o ato de
recorrer, interposto o recurso, o ato será válido e não é permitido ao recorrente
modificar os argumentos do recurso ou acrescer fundamentos que não foram
colocados no tempo e modo indicado em lei.

DOS EFEITOS RECURSAIS

Os efeitos surgem com a interposição dos recursos, em outras palavras, a


interposição dos recursos gera efeitos.

a) suspensivo – suspende a eficácia do pronunciamento. A apelação tem efeito


suspensivo natural. Não tem efeito suspensivo natural por apelação alimentícia;
b) devolutivo - é a capacidade de todo recurso devolver ao conhecimento do
judiciário a matéria que foi objeto de recurso. Pelo princípio da adstringência,
o julgador somente conhecerá daquilo que foi objeto do recurso cuja extensão
será parcial ou total. Quanto à profundidade, ―serão, porém, objeto de
apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e
discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que
relativas ao capítulo impugnado‖ (§ 2º do artigo 1.013);
c) obstativo / impeditivo - a interposição do recurso impede a preclusão
temporal e a formação da coisa julgada;
d) substitutivo / modificativo - basta aqui a leitura do artigo 1.008: "O julgamento
proferido pelo tribunal superior substituirá a decisão impugnada no que tiver
sido objeto de recurso”;
e) translativo - o efeito translativo é a aptidão de alguns recursos ultrapassar os
limites objetivos ou subjetivos estabelecidos no recurso. Ocorre quando houver
questões de ordem pública como por exemplo falta ou nulidade de citação do
litisconsórcio necessário;
f) expansivo - o recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita.
Só não aproveitará se forem distintos ou opostos os interesses dos
litisconsortes;
g) regressivo - é a possibilidade de retratação pelo órgão que prolatou a decisão
recorrida tão logo haja interposição do recurso. Ocorre nas modalidades de
agravo, de regra e, CUIDADO, na apelação;
h) diferido – é um efeito adiado, você fala "futuramente eu pretendo recorrer
sobre essa decisão, mas deixa pro futuro";
i) interruptivo – interrompe o prazo para os demais recursos.

AULA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – RECURSOS, EXECUÇÃO E


PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

11 de agosto de 2022

I - DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS DE ADMISSIBILIDADE

Pressupostos de admissibilidade recursal são requisitos indicados em lei e que


devem ser cumpridos pelo recorrente para permitir o julgamento do mérito recursal.
São divididos em:

Pressupostos Intrínsecos Pressupostos Extrínsecos

Tratam sobre questões São os relativos ao modo de


vinculadas à própria existência recorrer, tais como, a
do poder de recorrer, tais como: recorribilidade da decisão e a
cabimento, legitimação, adequação, a singularidade, o
interesse, inexistência de fato preparo e a tempestividade, a
impeditivo ou extintivo do regularidade formal e a
poder de recorrer. motivação do recurso.

Pressupostos Intrínsecos

• Cabimento: significa a previsão legal para interpor um recurso em desfavor da


decisão recorrida. Recurso cabível significa o recurso próprio previsto em lei
para impugnar determinada decisão.
Ex: para cada decisão, há um recurso cabível.

Para a Cabe
Sentença Recurso de apelação (art. 1.009, do CPC)
Decisão Interlocutória Recurso de agravo de instrumento
Acórdão Recursos especial ou extraordinário (art. 1.029, do CPC)

Atenção ATENÇÃO
Ao interpor um recurso, deve o recorrente conhecer a legislação e assim apresentar o
recurso previsto em lei para impugná-lo (recurso cabível). A apresentação de um
recurso incabível, ou seja, que não tem previsão legal, tem como consequência o
não conhecimento do recurso.

• Legitimidade para recorrer: de acordo com o art. 996, do CPC, o recurso


pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo
Ministério público, como parte ou como fiscal da ordem judiciária. Há três
espécies de legitimidade para recorrer, a saber: 1ª) pela parte vencida
(legitimação ordinária); 2ª) pelo terceiro prejudicado e a 3ª) pelo Ministério
público (legitimação extraordinária).

• Interesse recursal: o interesse recursal se resume a indicar que a parte, ao


interpor recurso, deve demonstrar, de forma inequívoca, os motivos pelos quais
a decisão judicial impugnada deve ser modificada, reformada ou anulada. Só
pode recorrer quem demonstrar interesse na modificação da decisão judicial.

• Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: significa


que para recorrer não se pode ter praticado nenhum ato que importe em
renúncia ou desistência do direito de recorrer. O art. 998, do CPC estabelece
que o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.

Ato de Significa
Que o recorrente apresentou recurso, mas antes do
Desistir
julgamento, acabou por desistir de seu julgamento.
Praticar um ato processual que abre mão do direito de
Renunciar
interpor o recurso.
Pressupostos Extrínsecos

• Tempestividade: é um outro pressuposto de admissibilidade recursal e


significa que os recursos devem ser interpostos dentro do prazo estabelecido
em lei. De acordo com o art. 1.003, do CPC, o prazo para interposição de todos
os recursos é de 15 dias, exceto recurso de embargos de declaração que
possui o prazo de 5 dias. A contagem do prazo se dá a partir da data em que
os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria
Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
• Preparo: significa o pagamento das custas recursais. A prestação jurisdicional
em primeiro e segundo grau são pagas e o recorrente, em regra, ao interpor o
recurso, deve realizar o pagamento. O art. 1.007, do CPC indica que no ato de
interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela
legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de
retorno, sob pena de deserção.
• Regularidade formal: significa observância do procedimento legal para a
interposição e trâmite do recurso. Portanto, cada recurso possui seu
procedimento próprio e que deve ser observado pelo recorrente no momento
de apresentação do recurso junto ao judiciário. O equívoco na apresentação
do recurso poderá trazer problemas de conhecimento do recurso e no
julgamento do mérito. Para atender a regularidade formal, o recorrente deve
dominar qual será o:

Juízo de interposição do recurso

Juízo do julgamento do recurso

Atender os requisitos da petição do recurso

Juntar os documentos necessários e indispensáveis para o recurso

Apresentar a motivação necessária para reformar, anular ou anular o recurso

II - DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS DE MÉRITO


AULA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – RECURSOS, EXECUÇÃO E
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

11 e 17 de agosto de 2022

DOS RECURSOS EM ESPÉCIE

Embargos de Declaração

Base legal

Arts. 494, II; 994, IV e 1022, do CPC.

Conceito

O recurso de embargos de declaração não é um recurso propriamente dito, ou


seja, trata-se de um recurso que não possui como regra a modificação da decisão ou
sua reforma. Os embargos de declaração possuem como objetivo principal o
saneamento de omissão, contradição, obscuridade ou erro material que se
encontrem nas decisões interlocutórias, sentenças ou acórdãos.

art. 1.022, do CPC


“cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I –
esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II – suprir omissão de ponto
ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III – corrigir erro material”.

• Obscuridade: caracterizada pela falta de clareza, pela confusão das ideias,


pela dificuldade no entendimento de algo;
• Contradição: caracterizada pela ausência lógica de argumentos jurídicos em
uma decisão judicial, ou seja, apresenta argumentos conflitantes entre si ou
conflitantes com a conclusão do julgamento;
• Erro material: caracterizada pela dissonância flagrante entre vontade do
julgador e a sua exteriorização, num defeito mínimo de expressão;
• Omissão: caracterizada pela ausência de decisão (resolução de ponto ou
questão) sobre os quais o juiz ou o tribunal deveria manifestar expressamente
(art. 1.022, Parágrafo Único).
Prazo

O prazo para a representação dos embargos de declaração está previsto no


art. 1.023, do CPC. Os embargos de declaração devem ser feitos em 5 dias a contar
da data da publicação da decisão, em petição escrita e não dependem de preparo, ou
seja, é um recurso que não se paga nenhum valor para se recorrer.

art. 1.023, do CPC


“os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao
juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se
sujeitam a preparo”.

Preparo

O embargante deve apresentar, em regra, em petição escrita (razões


recursais), seus embargos de declaração, com fundamentos jurídicos que
embasem a afirmação de que há omissão, contradição, obscuridade ou erro
material.

O recurso de embargos de declaração visa apenas corrigir a decisão sem


modificar o conteúdo do julgamento. No entanto, quando em razão das razões
recursais, o juiz poderá modificar a decisão, em nome do contraditório, intimando o
embargado para que no prazo de 5 (cinco) dias, apresente contrarrazões recursais
(art. 1.023, § 2° do CPC). Os embargos de declaração que modifica a decisão
recebem o nome de embargos de declaração com efeito infringente.

Primeiro Grau de Jurisdição Segundo Grau de Jurisdição


- Devem ser apresentados no prazo de 5 (cinco)
- podem ser opostos no prazo de 5 dias dias, não dependem de pagamento de custas
a contar da publicidade da decisão; recursais (preparo) e devem apontar omissão,
obscuridade, contradição e erro material (art.
- a petição é apresentada diretamente 1.022, CPC);
para o mesmo juízo que emitiu a
decisão; - a petição de embargos de declaração deve ser
elaborada de forma escrita e apresentada no
- o juízo entendendo que há chances prazo legal diretamente para o relator do
processo em julgamento;
dos embargos de declaração, deverá
promover a intimação da parte contrária - o próprio relator poderá decidir,
para no prazo de 5 dias apresentar monocraticamente, sobre os vícios apontados
contrarrazões recursais; pelo embargante;

- são julgados por uma turma de juízes;


- após a manifestação do embargado o
juiz terá o prazo de 5 dias para proferir - se o julgamento é feito de forma colegiada, os
a decisão sobre os embargos (art. embargos de declaração também serão julgados
1.024, do CPC). de forma colegiada.
Efeitos

Além do efeito infringente, o efeito devolutivo também está presente no


recurso de embargos de declaração. Desse modo, toda vez que for apresentado, as
questões impugnadas são devolvidas para o juízo para uma nova reapreciação. Isso
significa que os embargos de declaração, mesmos interposto de decisão
interlocutória, sentença ou acórdão, não impedem o cumprimento imediato da
decisão.

art. 1.026, do CPC


“os embargos de declaração em segundo grau de jurisdição não possuem o
efeito suspensivo, mas interrompem o prazo para a interposição de outros
recursos”.

No art. 1.026, § 1° há uma possibilidade de conferir efeito suspensivo a


decisão embargada, tanto em primeiro grau, quanto em segundo grau, se ficar
demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a
fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

Já os embargos de declaração possuem efeito interruptivo que é justamente


a interrupção da contagem do prazo para interposição de outros recursos em face da
decisão recorrida. Ressalte-se que quando há interposição de embargos de
declaração por uma das partes, a outra parte que não apresentou recurso também
aproveita do efeito interruptivo dos embargos de declaração. A interrupção do prazo
dura até o momento em que há a decisão dos embargos de declaração e ressaltamos
que mesmo em caso de rejeição, a interrupção ainda ocorrerá.

Por fim, o efeito integrativo significa que a decisão que resolve os embargos
se integral totalmente a decisão principal que resolveu determinado ponto ou questão.
Assim, a decisão dos embargos de declaração integra a decisão principal para todos
os fins. A decisão principal e a decisão dos embargos se somam, se integram, e
passam a ser uma única decisão para fins de interposição de novo recurso.

Julgamento

Uma situação muito comum de acontecer nos processos é que, após a


protolação da decisão pelo juízo, a primeira parte apresenta embargos de declaração
e a segunda parte apresenta recurso de apelação. Contudo, as partes não souberam
dos recursos apresentados pelas outras partes.
Desse modo, quando ocorrer tal situação, em primeiro lugar deve-se julgar os
embargos de declaração apresentado. Do julgamento dos embargos de declaração
podem ocorrer duas situações: a) os embargos de declaração não modificam
nenhumas questões da decisão embargada e b) os embargos de declaração modifica
algumas questões da decisão embargada.

Se os embargos de declaração não modificar a decisão embargada, o próximo


passo seria abrir vista do recurso interposto pela outra parte para que possa
apresentar contrarrazões recursais.

art. 1.025, § 4°, do CPC


“embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária
tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da
modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão
dos embargos de declaração”.

Se os embargos de declaração não modificar a decisão embargada, o próximo


passo seria abrir vista do recurso interposto pela outra parte para que possa
apresentar contrarrazões recursais.

AULA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – RECURSOS, EXECUÇÃO E


PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

17 de agosto de 2022

Agravo

Base legal

Arts. 994, II e III; 1.015 a 1021; 1.042, do CPC

Art. 39 da lei n° 8.038/90 – regimentos

Conceito

Agravo é o recurso que se pode interpor contra uma decisão tomada dita
interlocutória, isto é, uma decisão que não põe fim ao processo.
Modalidades

• Agravo por instrumento (art. 1.015, do CPC + STJ)


• Agravo Interno (art. 1.021, do CPC)
• Agravo em Recurso Especial e/ ou Recurso Extraordinário (art. 1.042, do CPC)
• Agravo Retido

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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

18 e 24 de agosto de 2022

Agravo de Instrumento

Conceito e Cabimento

As decisões interlocutórias preclusivas, caso o recorrente queira modificá-las,


devem ser feitas mediante a interposição do recurso de agravo de instrumento.

CABE
tutelas provisórias (art. 294/311, do CPC);
mérito do processo (art. 356, do CPC);
rejeição da alegação de convenção arbitragem (art. 335, X, do CPC);
incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art. 133, do CPC);
rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua
AGRAVO DE
revogação (art. 101, do CPC);
INSTRUMENTO
exibição ou posse de documento ou coisa (art. 396, do CPC);
ART. 1.015, DO
exclusão de litisconsorte (art. 113, do CPC);
CPC
rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio (art. 113, § 1°, do CPC);
admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros (art. 119 a 138, do CPC);
concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução (art. 919, do CPC);
redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1°, do CPC;
outros casos expressamente referidos em lei.
Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias
proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no
processo de execução e no processo de inventário.

Prazo

De acordo com o art. 1.007, § 5° do CPC, a interposição do recurso de


agravo de instrumento será feita no prazo de 15 dias, a contar da publicação da
decisão interlocutória que se pretende modificar. O prazo para responder ao recurso
de agravo de instrumento também será de 15 dias, a contar da intimação do
recorrido para praticar tal ato.

Juízo de interposição

De acordo com o art. 1.016, do CPC o juízo de interposição é o Tribunal


competente para reformar a decisão de primeiro grau previstas no art. 1.015, do CPC.
Ao apresentar o agravo de instrumento no Tribunal competente, os autos serão
registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria
ordená-los, com imediata distribuição (art. 929, do CPC). A distribuição de acordo
com o regimento interno do tribunal, observará a alternatividade, o sorteio eletrônico
e a publicidade (art. 930. do CPC). Distribuídos, os autos serão imediatamente
conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto do agravo
de instrumento, automaticamente está escolhido a turma recursal que irá julgar o
mérito do recurso interposto.
Tribunal
Art. 1.016, do CPC

Registrados

Distribui
Art. 929, do CPC

Relator
30 dias para elaborar o
voto

Turma recursal
Julgará o mérito
interposto
Petição de interposição

Os requisitos para a interposição do agravo de instrumento estão previstos no


art. 1.016, do CPC e são eles:

• nome das partes;


• exposição do fato e do direito;
• razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;
• nome e endereço completo dos advogados constantes no processo;

Para uma boa apresentação de um recurso de agravo de instrumento, deve o


recorrente observar os seguintes requisitos:

Apresentação de Agravo de Instrumento


Juízo de interposição Juízo a que é dirigida a petição de apelação.
Legitimidade Indicação de quem é o recorrente e o recorrido.
Explicação simples de que se trata de uma sentença e que
Cabimento
das sentenças deve ser interposto o recurso de apelação.
Indicação de que a sentença trouxe prejuízos à esfera
Interesse recursal
patrimonial ou de direitos do recorrente.
Demonstração de que o recurso atendeu ao prazo para sua
interposição, qual seja, de 15 dias, contado a partir da
prolação da sentença. Indica-se, ainda, a necessidade de
Tempestividade
demonstração de feriados locais ou ausência de expediente
forense para fins de correta apuração do prazo final para
interposição do recurso.
Indicação de que houve o pagamento das custas recursais
Preparo pelo recorrente ou que ele se encontra sob o pálio da justiça
gratuita.
Demonstração pelo recorrente de que não foi praticado
Ausência de desistência ou nenhum ato expresso ou tácito que possa ter levado ao
renúncia ao direito de recorrer entendimento de que o recorrente não possui mais o
interesse de interpor o recurso ou nele seguir.
Qual seja a exposição do fato e do direito tratado na
Mérito recursal sentença e as razões do pedido de reforma ou de
decretação de nulidade
Aqui se pede tanto a admissibilidade do recurso de apelação
Pedido de nova decisão quanto o provimento do recurso – apreciação do mérito
recursal.
Nome e endereço completo dos advogados constantes do processo
Efeitos do recurso

O agravo de instrumento possui apenas o efeito devolutivo.


Excepcionalmente, nos casos em que o cumprimento da decisão interlocutório puder
causar dano irreparável ou de difícil reparação admite-se a concessão do efeito
suspensivo ou recurso. O efeito suspensivo é deferido pelo relator do recurso, nos
termos do art. 1.019, I, do CPC, no prazo de 5 dias.

Procedimento do agravo de instrumento

Uma que se elaborou o agravo de instrumento e o apresentado diretamente ao


tribunal, ele será distribuído imediatamente (art. 1.019, do CPC) para o relator que
promoverá, no prazo de 5 (cinco) dias os requisitos do art. 932, do CPC:

aplicação do art. 932, incisos III e IV, do CPC;

aplicação do efeito suspensivo ao recurso;

deferimento, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a


pretensão recursal;

ordenar a intimação do agravado pessoalmente, por carta com


aviso de recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou
pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso de recebimento
dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15
(quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação que entender
necessária ao julgamento do recurso;

Determinar a intimação do Ministério Público, preferencialmente por


meio eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se
manifeste no prazo de 15 (quinze) dias.

A observância do art. 932, incisos III e IV, do CPC, permite ao relator não
conhecimento de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida. Por se tratar de ausência de
pressupostos processuais recursais, incumbe ao relator fazer o juízo de
admissibilidade recursal, impedindo que seja processado o recurso de agravo de
instrumento incabível ou que não reúna condições para o julgamento do mérito
recursal.
Juízo de Admissibilidade - Art. 932, inciso III, do CPC

No juízo de admissibilidade, segundo o que determina o parágrafo único do art. 932, do CPC,
antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias
ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documento exigível,
posteriormente, buscando o julgamento do mérito.

Em nome da primazia da decisão do mérito (art. 4° e 6°, do CPC).

Trata-se de um juízo de mérito, feito pelo relator, exclusivamente, e que recebe o nome de uma
decisão monocrática de mérito.

1°) Negar Provimento - art. 932, inciso IV, do CPC – 5 dias

Possibilita ao relator do agravo de instrumento “negar provimento a recurso que for contrário
a”: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência.

2°) Efeito suspensivo – 5 dias

Não sendo o caso de aplicação do artigo e inciso supracitado, o relator também, no prazo de 5
(cinco) dias, poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso.

3°) Antecipação de tutela – 5 dias


Não sendo o caso de efeito suspensivo, poderá o relator deferir, em antecipação de tutela,
total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão. O deferimento
da tutela antecipada recursal em sede de agravo de instrumento segue os mesmos requisitos
do art. 300, do CPC, bem como, pode ser revogada a qualquer momento, seguindo a mesma
sistemática prevista no art. 297 a 299, do CPC.

4°) Intimação do agravado – 5 dias


Após a apresentação do agravo de instrumento, estando tudo certo entre os arts. 932 e 1.019,
do CPC, o relator deve ordenar a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso
de recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta
com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado para que responda no prazo de 15
(quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao
julgamento do recurso.

5°) Intimação do Ministério Público – 5 dias


Determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente, por meio eletrônico, quando
for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias. Tal intimação
é para possibilitar ao advogado do agravado ou até mesmo ao próprio agravado ter ciência do
referido recurso e apresentar no prazo legal suas contrarrazões recursais.
Apresentadas as contrarrazões recursais pelo agravado, os autos devem seguir
para conclusão do relator que providenciará a elaboração de seu voto e após
encaminhará os autos ao presidente da câmara, para que designe dia para
julgamento (art. 934, do CPC).

AULA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – RECURSOS, EXECUÇÃO E


PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

24 e 25 de agosto de 2022

DO RECURSO CONTRA AS DECISÕES MONOCRÁTICAS

Agravo Interno

Conceito

O sentido do recurso de agravo interno é o de permitir que as decisões


monocráticas sejam revistas por uma turma recursal.

A sistemática das decisões nos tribunais é sempre através de uma decisão


colegiada. Como as decisões monocráticas são excepcionais (art. 932, III e IV), é
possível que da decisão monocrática proferida pelo relator, o recorrente possa interpor
recurso para levar a questão decidida monocraticamente para um colegiado e assim
confirmar se a decisão dada pelo relator foi correta ou equivocada.

Cabimento

Segundo o que determina o art. 1.021, do CPC, “contra a decisão proferida


pelo relator caberá agravo para o respectivo órgão colegiado, observadas,
quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal”. As
decisões monocráticas proferidas pelo relator e que podem sofrer a interposição de
agravo interno estão previstas no art. 932, do CPC:

apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência


originária do tribunal;

não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado


especificamente os fundamentos da decisão recorrida;

negar provimento ao recurso que for contrário a súmula do Supremo Tribunal Federal, do
Superior Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
negar provimento ao recurso que for contrário a acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

negar provimento ao recurso que for contrário a entendimento firmado em incidente de


resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;

depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a


decisão recorrida for contrária a súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior
Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;

depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se o


acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;

depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se o


entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;

decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for


instaurado originariamente perante o tribunal.

Procedimento

Quando houver uma decisão monocrática, dada pelo relator, em segundo grau
de jurisdição, nos termos do art. 932, do CPC, poderá a parte sucumbente, apresentar
recurso de agravo interno, no prazo de 15 dias, a fim de que uma turma recursal, em
decisão colegiada, possa decidir sobre a correição ou não da decisão dada pelo
relator, em sua decisão monocrática. Para o recurso de agravo interno, a parte
sucumbente deverá estar ciente:

1°) de todos os pontos que entendem ser merecedor de reforma, indicando


argumentos de fatos e de direito, bem como, súmula, precedentes e decisões
dadas pelos tribunais superiores sobre o assunto;

2°) da dispensa do recolhimento de preparo, pois, como o objetivo do recurso é


rever uma decisão do próprio tribunal, a cobrança de preparo também não se
justificaria;

3°) da interposição do recurso de agravo interno deve ser feito ao relator, que
proferiu a decisão monocrática e que está sofrendo a impugnação mediante
recurso que, oportunamente, atuará na intimação da parte contrária para
apresentação de contrarrazões recursais e exercer o juízo de retratação;
4°) de que o juízo de retratação leva a perda do objeto do agravo interno e, caso
não haja o juízo de retratação, deve o relator enviar os autos para uma nova
turma, mediante sorteio, para reapreciar a decisão recorrida;

5°) de que o juízo de retratação leva a perda do objeto do agravo interno e, caso
não haja o juízo de retratação, deve o relator enviar os autos para uma nova
turma, mediante sorteio, para reapreciar a decisão recorrida;

6°) de que o órgão colegiado competente para admitir e julgar o mérito do agravo
interno é outra turma recursal do mesmo tribunal, que terá como
responsabilidade rever se a decisão recorrida proferida pelo relator em decisão
monocrática;

7°) que o juízo de admissibilidade e o juízo de mérito no recurso de agravo interno


será feito pelo novo relator escolhido para o julgamento do referido recurso.

Efeitos do recurso

O recurso de agravo interno, em regra, segue os mesmos efeitos do recurso


principal, ou seja, devolutivo e, excepcionalmente, suspensivo. Se houve o
deferimento do efeito suspensivo ao recurso principal, esse efeito também irá se
estender ao recurso de agravo interno. Ao contrário, se não houve a concessão de
um efeito suspensivo ou de um efeito ativo, poderá o recurso de agravo interno, em
sede de razões recursais, pleitear o deferimento de tais efeitos.

Portanto, verifica-se que os efeitos do agravo interno de uma forma geral é o


devolutivo, podendo existir, de forma excepcional e desde que pedido pelo
recorrente, o efeito suspensivo e a tutela provisória necessária recursal, desde que
demonstrado os requisitos previstos no art. 300, do CPC.
Sustentação oral em agravo

Em regra, no recurso de agravo interno, não se admite sustentação oral


pelos advogados e pelo Ministério Público. No entanto, nos casos em que a
decisão monocrática do relator for no sentido de extinguir a ação rescisória, o
mandado de segurança ou a reclamação, há previsão no art. 937, § 3°, do CPC para
se fazer sustentação oral, excepcionalmente.

Fungibilidade recursal

O Código de Processo Civil – CPC tem previsão para fungibilidade recursal


entre embargos de declaração e agravo interno. O art. 1.024, § 3°, do CPC, estabelece
que “o órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno
se entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação
do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de
modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1°”.

Portanto, no caso de o recorrente apresentar embargos de declaração e o


relator entender que seria o caso de apresentar agravo interno, ele converterá o
recurso em agravo interno e determinará que o recorrente, no prazo de 5 (cinco)
dias, complete suas razões recursais, de modo a ajustar o recurso ao agravo
interno.

AULA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – RECURSOS, EXECUÇÃO E


PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

25, 31 de agosto e 01 de setembro de 2022

Apelação

Base Legal

Art. 203, § 1°; 331; 332; 485; 487; 994, I e 1.009, do CPC

Conceito

O recurso de apelação é um meio de impugnação das sentenças e tem como


finalidade a correção, modificação, reforma ou anulação, por um órgão colegiado
do error in procedendo (erro no procedimento) ou error in judicando (erro no
julgamento). Cabe ressaltar que o recurso de apelação tem por intenção permitir que
as decisões judiciais de primeiro grau possam estar adequadas a legislação
processual e material vigentes e com os fatos devidamente provados nos autos.

Cabimento

O recurso de apelação é cabível contra as sentenças, sejam, terminativas (art.


485, do CPC) ou definitivas (art. 487, CPC) conforme estabelecido no art. 1.009, do
CPC.

art. 1.009, do CPC


“as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito
não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e
devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta
contra a decisão final, ou nas contrarrazões”.

Obviamente, se as questões referidas no §1° forem suscitadas em


contrarrazões, o recorrente deverá ser intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-
se a respeito delas. Também é recorrível através do recurso de apelação, as matérias
que estão previstas no art. 1.015, do CPC (hipóteses de cabimento do recurso de
agravo de instrumento) mas foram dadas como sendo capítulo (parte integrante) de
uma sentença (§ 3°, art. 1.009, do CPC).

Ainda é cabível o recurso de apelação contra capítulo da sentença que


confirma, concede ou revoga a tutela provisória que é impugnável na apelação. É o
que estabelece o § 5° do art. 1.013, do CPC.

Quando o conteúdo da tutela provisória vier como capítulo da sentença, o que


só podemos admitir em casos excepcionais, o recurso cabível é o recurso de
apelação, tanto quando confirma, revoga ou concede tutela provisória.

Tempestividade

O recurso de apelação, como os demais recursos, como pode ser visto no § 5°


do art. 1.003, do CPC, deve ser apresentado no prazo de 15 (quinze) dias úteis. O
prazo conta-se a partir da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a
Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da
decisão.
Preparo

Conforme o art. 1.007, do CPC, no ato de interposição do recurso, o recorrente


deverá comprovar o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob
pena de deserção. Estão dispensados de preparo, inclusive, porte de remessa e de
retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito
Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias e pelos que gozam
de isenção legal.

art. 1.007, do CPC


“a insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não
vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias”.

Se no prazo de 5 (cinco) dias não ocorrer o saneamento, infelizmente o recurso


não será conhecido e nem poderá ter o mérito recursal apreciado.

Já nos processos virtuais ou eletrônicos o recorrente não precisa pagar pelo


porte de remessa e de retorno dos autos para os tribunais. Essa taxa de porte de
remessa e retorno apenas é utilizada para os processos físicos.

Cabe ainda ressaltar que se o recorrente não comprovar, no ato de interposição


do recurso o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, o
recorrente será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento
em dobro, sob pena de deserção (art. 1.007, § 4°, do CPC). Se o recorrente for
intimado para completar ou fazer o pagamento do preparo no prazo de 5 (cinco) dias
(saneamento recursal) e não o fizer, não haverá outra oportunidade.

Juízo de interposição

O juízo de interposição do recurso de apelação é o juízo que proferiu a


sentença em primeiro grau. Assim estabelece o art. 1.010, do CPC, as razões
recursais da apelação devem ser dirigidas ao juízo sentenciante. Portanto, se foi o
juízo da 4ª vara cível de Belo Horizonte / MG que emitiu a sentença, será lá, o juízo
de interposição da apelação.

Em suma, o juízo de julgamento, em regra, no recurso de apelação é da turma


recursal, podendo excepcionalmente ser do relator, em juízo monocrático de
julgamento, ou da câmara cível, quando ocorrer um resultado de julgamento pela
turma recursal não-unânime. A diferença entre o julgamento pela turma e pela câmara
são o número de juízes. Enquanto na turma recursal o recurso de apelação é julgado
por 3 juízes-desembargadores, na Câmara Cível, em julgamento estendido, o recurso
é julgado por 5 juízes-desembargadores e permitem que seja revisto a decisão dada
pela turma recursal.

Requisitos da petição de interposição da apelação

Os requisitos da petição de interposição da apelação (razões recursais) estão


indicados no art. 1.010, do CPC e são eles:

os nomes e a qualificação das partes;

a exposição do fato e do direito;

as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;

as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;

Para a interposição do recurso de apelação é necessário que o recorrente se


atente para a demonstração das razões / motivos para a reforma da decisão, bem
como os pressupostos de admissibilidade recursal.

Apresentação de um recurso de Apelação


Juízo de interposição Juízo a que é dirigida a petição de apelação.
Legitimidade Indicação de quem é o recorrente e o recorrido.
Explicação simples de que se trata de uma sentença e que
Cabimento das sentenças deve ser interposto o recurso de apelação –
art. 1.009, do CPC.
Indicação de que a sentença trouxe prejuízos à esfera
Interesse recursal
patrimonial ou de direitos do recorrente.
Demonstração de que o recurso atendeu ao prazo para sua
interposição, qual seja, de 15 (quinze) dias, contados a partir
da prolação da sentença. Indica-se, ainda, a necessidade de
Tempestividade
demonstração de feriados locais ou ausência de expediente
forense para fins de correta apuração do prazo final para
interposição do recurso.
Indicação de que houve o pagamento das custas recursais
Preparo pelo recorrente ou que ele se encontra sob o pálio da justiça
gratuita nos termos do art. 98, do CPC.
Demonstração pelo recorrente de que não foi praticado
Ausência de desistência ou nenhum ato expresso ou tácito que possa ter levado ao
renúncia ao direito de recorrer entendimento de que o recorrente não possui mais o
interesse de interpor o recurso ou nele seguir.
O recorrente, deve, após apresentar os pressupostos de
Impugnação das decisões admissibilidade, informar se existe alguma decisão
interlocutórias não preclusivas interlocutória que pretenda a modificação e trazer também os
motivos pelos quais tal decisão deve ser reformada.
Qual seja, a exposição do fato e do direito tratado na
Mérito recursal sentença e as razões do pedido de reforma ou de
decretação de nulidade.
Aqui se pede a reforma, modificação ou anulação da
Pedido de nova decisão
decisão.

Resposta ao recurso

Após apresentar a petição recursal em juízo, dentro dos requisitos que se


elencou acima, o apelado será intimado para apresentar resposta ao recurso
(contrarrazões) no prazo de 15 (quinze) dias (art. 1.010, § 1°, do CPC). No prazo para
a apresentação de resposta ao recurso (contrarrazões recursais) poderá o apelado
apresentar o recurso de apelação na modalidade adesiva, conforme disposto no art.
997, § 1°, do CPC).

ATENÇÃO
O recurso de apelação na modalidade adesiva deve ser elaborado na mesma
forma que o principal e estar subordinado ao mesmo. Sendo apresentado
recurso de apelação adesiva, em nome do contraditório, o juiz deve intimar o
apelante para apresentar contrarrazões.

Apresentado o recurso pelo recorrente, intimado o recorrido para apresentar


resposta, estabelece o art. 1.010, do CPC que os autos devem ser remetidos ao
tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.
Efeitos do recurso

No recurso de apelação, temos a existência do efeito devolutivo, suspensivo,


translativo, substitutivo e expansivo.

Efeito Significa
Devolver para o tribunal as matérias impugnadas para serem
reapreciadas e julgadas. De acordo com o art. 1.013, do CPC
Devolutivo
somente as matérias impugnadas serão devolvidas ao tribunal
para serem julgadas novamente.
Que mediante a apresentação de recurso de apelação a
Suspensivo sentença não poderá ser cumprida, seu cumprimento ficará
suspenso até o julgamento do recurso de apelação no tribunal.
Que o recurso de apelação será julgado e a turma recursal
modificará a natureza jurídica da sentença definitiva (com a
Translativo
resolução do mérito) para uma sentença terminativa (sem a
resolução do mérito).
Que o acórdão proferido pelo tribunal, em julgamento de
Substitutivo recurso de apelação, substituirá integralmente, nas questões
impugnadas, a sentença recorrida – art. 1.008, do CPC.
Que terá cabimento quando a decisão do tribunal possibilitar a
nulificação de um ato processual de primeiro grau e isso levar
Expansivo
a nulificação de todos os atos que dele dependam (art. 281 e
282, do CPC).

Procedimento e julgamento da apelação

O recurso de apelação pode ser esquematizado no seguinte modo:

1°) interposição do recurso de apelação no primeiro grau;

2°) recebido o recurso de apelação, deverá o juiz atribuir a este os efeitos


conforme estabelecidos em lei (regra da suspensividade);

3°) ato contínuo, o juiz intimará o apelado para, em 15 (quinze) dias úteis,
apresentar as contrarrazões do recurso de apelação;
4°) caso em sede de preliminar das contrarrazões do recurso de apelação, o
apelado requeira a revisão de decisões interlocutórias que não suportaram
recurso de agravo de instrumento, deverá o juiz intimar o apelante para se
manifestar em 15 dias úteis acerca do alegado;

5°) depois de juntados o recurso de apelação, as contrarrazões e a possível


resposta às contrarrazões, deverá o juiz remeter os autos ao Tribunal
competente. Cumpre mencionar que, segundo o CPC de 2015, ao juízo de
primeiro grau não compete fazer qualquer juízo prévio de admissibilidade
do recurso de apelação;

6°) recebidos os autos no Tribunal competente, tem-se o sorteio do relator;

7°) se for o caso de decisão monocrática, o relator julgará, sozinho, o recurso de


apelação. Podendo, todavia, a parte prejudicada opor agravo interno para levar
a decisão à análise do Colegiado.

8°) não sendo caso de decisão monocrática, o relator deverá elaborar seu voto,
expondo o resumo dos fatos e os fundamentos de seu voto, para - por fim - votar
pelo conhecimento ou não do recurso de apelação e se conhecido, pelo
provimento ou não deste.

Vale mencionar que não haverá revisão do relatório. De sorte que depois de
confeccionado, já se põe na mesa para julgamento no órgão Colegiado.

Por fim, vale mencionar que o CPC de 2015 simplifica a técnica para o pedido
de concessão de efeito diferenciado do recurso de apelação, de modo que basta ao
requerente fazer uma petição simples dirigida ao Tribunal competente, justificando a
razão para a atribuição do efeito diferenciado.

De tal modo, se o pedido de concessão de efeito diferenciado for feito entre a


interposição do recurso de apelação e a remessa dos autos ao Tribunal, a petição
deverá ser endereçada ao Presidente do Tribunal, que promoverá o sorteio de um
relator: este deferirá ou não o pedido de efeito diferenciado e ficará prevento para
julgar o recurso de apelação quando os autos chegarem ao Tribunal.
Mas, se os autos com o recurso de apelação já estiverem no Tribunal, a
petição simples de pedido de concessão de efeito diferenciado deverá ser dirigida ao
relator do recurso de apelação.

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