Você está na página 1de 25

Aula de Direito Constitucional

Processo Constitucional e Defesas das Instituições Democráticas

Funções Essenciais à Justiça

1 – Ministério Público

É uma função essencial à justiça dotada de autonomia e independência


que visa defender o ordenamento jurídico, a sociedade e o Estado democrático
de direito, nos termos do art. 127 CF.
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente,
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe
a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.

• Na Constituição de 1988 é colocado como uma instituição autônoma e


independente dos demais poderes. Não pertence a nenhum deles,
devendo respeito apenas à Constituição.
• Fiscal da lei e do ordenamento jurídico e defensor do Estado e da
Laicidade.
• Nos ditames constitucionais embasados na perspectiva do EDD, temos
que o Ministério Público é “instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais disponíveis (art.
127, CR 88).
• Teoria das cláusulas pétreas implícitas. O ministério público é uma delas.
No artigo 127 é referido como sendo uma instituição permanente que
exerce funções essenciais.
• Conforme a Constituição de 1988, o ingresso na carreira do MP far-se-á
mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação
da OAB, exigindo-se três anos de atividade jurídica.
• A estrutura da do Ministério Público se apresenta por meio de uma
diferenciação entre o Ministério Público da União e o Ministério Público
dos Estados.
Procuradoria Geral
da República

Ministério Público Ministério Público


da União Estadual

Ministério Público Ministério Público Ministério Público Ministério Público


Federal Trabalhista Militar do Distrito Federal
e Territórios

Art. 128. O Ministério Público abrange:

I – o Ministério Público da União, que compreende:


a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

II – os Ministérios Públicos dos Estados.

Procurador Geral da República (PGR)

• O PGR chefia o MPU com mandato de 2 anos, permitida a recondução de


forma ilimitada, com mais de 35 anos de idade, de carreira do MPU,
nomeado pelo PR após aprovação de maioria absoluta do senado.
• Se praticar alguma irregularidade poderá ser destituído antes de
completar o mandato. Tem que haver provocação do PR após aprovação
de maioria absoluta do senado. O novo PGR terá mandato de 2 anos e
não mandato “tampão” (complementar).

Procurador Geral de Justiça (PGJ) Estados

• O PGJ é o chefe do Ministério Público dos Estados (MPEst).


• É eleito entre os procuradores da justiça (PJ), no colégio de membros.
• Os 3 PJ mais votados compõe a lista tríplice o chefe do executivo
(governador) escolhe e nomeia dentre a lista (não precisa de aprovação
da Assembleia Legislativa).
• O mandato é de 2 anos permitida uma recondução.
• Sua destituição é pela maioria absoluta dos membros da assembleia
legislativa.

Procurador Geral do Trabalho (PGT)

• O PGT é o chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT).


• Mandato de 2 anos, permitida uma recondução.
• Eleito através de votação dos membros do MPT com mais de 35 anos e
mais de 5 anos de atividade.
• Elabora-se uma lista tríplice e o PGR nomeia um dentre esta lista.
• Será destituído pelo PGR após aprovação de 2/3 dos membros do
conselho superior do MPT.

Procurador Geral Militar (PGM)

• O PGM é o chefe do Ministério Público Militar (MPM);


• Mandato de 2 anos, permitida uma recondução.
• Eleito através de votação dos membros do MPM, com mais de 35 anos e
mais de 5 anos de atividade.
• Elabora-se uma lista tríplice e o PGR nomeia um dentre esta lista.
• Será destituído pelo PGR após aprovação de 2/3 dos membros do
conselho superior do MPM.

Procurador Geral de Justiça do Distrito Federal (PGJDF)

• O PGJDF é o chefe do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios


(MPDF);
• Mandato de 2 anos, permitida uma recondução;
• Eleito através de votação dos membros do MPDF com mais de 35 anos e
mais de 5 anos de atividade;
• Elabora-se uma lista tríplice e o chefe do executivo (Presidente da
República) nomeia um dentre esta lista;
• Será destituído pelo Presidente da República após aprovação do Senado
por maioria absoluta.

Obs:
• Existe ainda o:
Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU)
- segundo a Lei 8.443/92, o MPTCU é órgão independente atrelado ao
Tribunal de Contas da União (TCU) e não ao MPU
- ADI 798 foi julgada improcedente e determinou que a Lei nº 8.443/92 é
constitucional.

Ministério Público junto ao Tribunal de Contas dos Estados


(MPTCEst)
- o MPTCEst é órgão independente atrelado ao Tribunal de Contas dos
Estados (TCE) e não ao MPE.
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto
aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições
desta seção pertinentes a direitos, vedações e
forma de investidura.

Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) – art. 130-A

• Composto por 14 membros, nomeados pelo Presidente da República,


aprovados pela maioria absoluta do senado com mandato de 2 anos,
permitida uma recondução;
• o 1 PGR (presidente do CNMP);
• os 4 membros do MPU (MPF, MPT, MPM, MPDF) – corregedor será um
dos membros do MPU;
• os 3 membros do MP dos Estados
• os 2 Juízes (1 do STF e 1 do STJ)
• os 2 Advogados (indicados pela OAB)
• os 2 Representantes da sociedade (CD e Senado)
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público
compõese de quatorze membros nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha
pela maioria absoluta do Senado Federal, para um
mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
(EC nº 45/04)

I – o Procurador-Geral da República, que o preside;


II – quatro membros do Ministério Público da União,
assegurada a representação de cada uma de suas
carreiras;
III – três membros do Ministério Público dos Estados;
IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal
Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
V – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil;
VI – dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro
pelo Senado Federal.

§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério


Público serão indicados pelos respectivos Ministérios
Públicos, na forma da lei.

§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público


o controle da atuação administrativa e financeira do
Ministério Público e do cumprimento dos deveres
funcionais de seus membros, cabendo-lhe:
I – zelar pela autonomia funcional e administrativa do
Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares,
no âmbito de sua competência, ou recomendar
providências;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício
ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do
Ministério Público da União e dos Estados, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se
adotem as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos
Tribunais de Contas;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros
ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados,
inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da
competência disciplinar e correcional da instituição,
podendo avocar processos disciplinares em curso,
determinar a remoção, a disponibilidade ou a
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais
ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa;
IV – rever, de ofício ou mediante provocação, os
processos disciplinares de membros do Ministério Público
da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V – elaborar relatório anual, propondo as providências que
julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público
no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
a mensagem prevista no art. 84, XI.

§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um


Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério
Público que o integram, vedada a recondução,
competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem
conferidas pela lei, as seguintes:
I – receber reclamações e denúncias, de qualquer
interessado, relativas aos membros do Ministério Público
e dos seus serviços auxiliares;
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção
e correição geral;
III – requisitar e designar membros do Ministério Público,
delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de
órgãos do Ministério Público.

Garantias

• Vitaliciedade (2 anos de efetivo exercício) – Alguns membros do MP, os


MPF não terão a vitaliciedade por opção (art. 29, § 3º ADCT), por serem
membros do MPF anterior a CR/88. Poderiam continuar advogando, sem
a garantia da vitaliciedade, apenas com estabilidade.
(CRF-ADCT) Art. 29
§ 3º Poderá optar pelo regime anterior, no que respeita às
garantias e vantagens, o membro do Ministério Público
admitido antes da promulgação da Constituição,
observando-se, quanto às vedações, a situação jurídica
na data desta.

• Inamovibilidade – exceção, podem ser removidos por interesse público,


da maioria absoluta dos membros do MP.
• Irredutibilidade nominal ou jurídica de subsídios – não pode ser
reduzido o valor nominal do contracheque.

Princípios Institucionais do Ministério Público

• Unidade – cada MP tem uma unidade interna que o torna único, o


diferenciando dos demais.
• Indivisibilidade – com base na unidade interna de cada MP, eles se
apresentam como indivisíveis, ou seja, um membro de determinado MP
pode ser substituído por outro membro sem que isso implique na
descontinuidade, na prejudicialidade da atividade.
• Independência funcional – indica que os membros do MP devem
respeito apenas à Constituição, a legislação infraconstitucional que os
regulamenta e a suas próprias consciências, ou seja, não há que se falar
em subordinação hierárquica para o exercício da atividade, exceto a
administrativa.
• Promotor natural – esse princípio determina que não deve haver
promotor de exceção, ou seja, definido de forma casuística e arbitrária
para realizar determinada atividade, pois qualquer atividade do membro
do MP deve ser desenvolvida por critérios previamente determinados em
suas regulamentações.

2 – Advocacia Pública

• Advocacia da União – art. 131, CR 88

As funções de advocacia pública da União foram outorgadas a uma


nova instituição que a Constituição denominou Advocacia- -Geral da
União, prevista no art. 131, que, "diretamente ou através de órgãos
vinculados, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe,
nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e
funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do
Poder Executivo".
Procuradorias que não se integrarão na Advocacia Geral da União,
mas simplesmente a ela serão vinculadas:
a) a representação da União em juízo ou fora dele;
b) a consultoria jurídica do Poder Executivo;
c) o assessoramento do Poder Executivo.
O §3° do artigo 131, esclarece que na execução da dívida ativa de
natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria da
Fazenda Nacional, observado o disposto na Lei Complementar 73/93.
A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado Geral da
União, de livre nomeação do Presidente da República dentre cidadão
maiores de trinca e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação
ilibada.
Os membros da Advocacia Geral da União denominados
Advogados da União, Procuradores da Fazenda Nacional e Assistentes
Jurídicos, são organizados em carreira, cuja classe ingressarão por
concurso público de provas e títulos. (Obs: ADI 145, exceções art. 29
ADCT – procurador da assembleia legislativa e procurador do tribunal de
contas do Estado).

Advogado da União – defende a administração direta

Advocacia Procuradores Federais – defendem a administração indireta


Pública (autarquia e fundações)

Procuradores da Fazenda – defendem no âmbito tributário

• Representação dos Estados – art. 132, CR 88

A representação judicial e a consultoria jurídica das unidades


federadas (Estados e Distrito Federal) competem aos seus Procuradores
(ou advogado geral do Estado), organizados em carreira, em que
ingressarão por concurso público de provas e provas e títulos. Com isso
se institucionalizam os serviços jurídicos estaduais, a que faremos
referência mais devagar, quando formos estudar a organização dos
Estados federados.
Princípio da unidade da representação jurídica e consultoria
jurídica (ADI 145 – 5212 – 5109 – 3536). Estabilidade: chefe: Procurador
(ou advogado geral do Estado - ADI 2582 e 4289).

• Defensoria Pública – art. 134

A assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem


insuficiência de recursos vem configurada, relevantemente, como direito
individual no art. 5º, LXXIV. Sua eficácia e efetiva aplicação, como outras
prestações estatais, constituirão um meio de realizar o princípio da
igualização das condições dos desiguais perante a Justiça.
Nesse sentido é justo reconhecer que a Constituição deu um passo
importante, prevendo, em seu art. 134, a Defensoria Pública como
instituição essencial à função jurisdicional, incumbida da orientação
jurídica e defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art.
52, LXXIV.
A lei complementar, prevista no art. 134, parágrafo único, já foi
promulgada. É a Lei Complementar 80, de 12.1.1994. Atendendo o
disposto nesse dispositivo constitucional, referida lei organiza a
Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e dos Territórios,
segundo as regras de competência estabelecidas nos arts. 21, XIII, e 22,
XVII, e prescreve normas gerais para a organização das Defensorias
Públicas estaduais, prevendo igual estrutura para todas essas entidades
(art. 5º, 53 e 98), asseguradas a todas as Defensorias Públicas autonomia
funcional e administrativa, e a iniciativa de sua proposta orçamentária
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e
subordinação ao disposto no art. 99, § 2º (EC-45/2004 e EC-73/2013);
mas essa subordinação é destituída de sentido, porque não há como
aplicá-la, na espécie. Essa autonomia implica que as dotações
orçamentárias que lhes correspondem hão de ser-lhes entregues até o
dia 20 de cada mês, em duodécimos (art. 168). Dita lei complementar, nos
termos do dispositivo constitucional, estabeleceu a disciplina da carreira
dos Defensores Públicos da União, do Distrito Federal e dos Territórios, e
instituiu normas gerais sobre o regime jurídico da carreira dos Defensores
Públicos estaduais (arts. 19, 65 e 110), com as garantias constitucionais
de provimento, na classe inicial, mediante concurso público de provas e
títulos e de inamovibilidade e a vedação constitucional de exercício da
advocacia fora das atribuições institucionais.
Defesa do Estado e das Instituições Democráticas

Estado de Defesa e Estado de Sítio

Defesa do Estado
e das Instituições
Democráticas

Institutos
Estado de Defesa Estado de Sítio

Excepcionalidade – só podem ocorrer em situações excepcionais

Necessidade – só em último caso (ultima ratio).

Temporalidade – prazo que baste para o restabelecimento do


Princípios Vetores equilíbrio. Como são excepcionais deve ter prazo determinado.

Obediência – estrita à Constituição – ataca direitos institucionais


para defender

Controles – político (imediato – concomitante – sucessivo) e


judicial (prévio – concomitante – sucessivo)

1 - Estado de Defesa

1) Conceito

É uma medida excepcional, decretada pelo Presidente da República, com


posterior aprovação do Congresso Nacional para restabelecer o equilíbrio
em locais restritos e determinado.

2) Hipóteses

Grave e iminente instabilidade institucional


Art. 136, CR 88
Calamidade de grandes proporções da natureza
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República
e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar
ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na
natureza.

§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua


duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e
limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:

I - restrições aos direitos de:


a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;

II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de


calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.

§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias,


podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões
que justificaram a sua decretação.

§ 3º Na vigência do estado de defesa:


I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida,
será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará,
se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à
autoridade policial;
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do
estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez
dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.

§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da


República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva
justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado,
extraordinariamente, no prazo de cinco dias.

§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados


de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o
estado de defesa.

§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

ESTADO DE DEFESA
Quem Decreta? Presidente da República
Instabilidade Institucional ou
Em que casos?
grandes calamidades da natureza
Até 30 (trinta) dias que são
Duração
prorrogáveis

3) Procedimento

O Presidente da República ouvirá o Conselho da República e


o Conselho de Defesa Nacional que emitirão seus pareceres
não vinculantes;

Três fases O Presidente da República decreta então o Estado de Defesa

O Congresso Nacional deverá aprovar por maioria absoluta


(aprecia algo que já está em curso), se rejeitar o Estado de
Defesa deverá cessar imediatamente.

4) Prazo – Estado de Defesa


• Máximo de 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por no máximo
mais 30 (trinta) dias – uma única vez;
• Se prorrogado e não resolver, vai para o Estado de Sítio;
• Prorrogação autorizada por Decreto.

5) Amplitude - Locais restritos e determinados – onde se dá a atuação.


- Sempre a localidades restritas, nunca é decretado para todo o território
nacional.
6) Controle

Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários,


designará Comissão composta de cinco de seus membros para
acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de
defesa e ao estado de sítio.

Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão


também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos
cometidos por seus executores ou agentes.

Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de


sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo
Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com
especificação e justificação das providências adotadas, com relação
nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.

- prévio – aprovação do Decreto do Presidente da República dentro de 24h.


- concomitante – a mesa do Congresso Nacional irá designar 5 (cinco)
membros para acompanhar e fiscalizar o desenvolvimento do Estado de
Político
Defesa – art. 140.
- sucessivo – Relatório do Presidente da República sobre as medidas do
Estado de Defesa - art. 141, Parágrafo Único, CR 88.
Controles
- concomitante – sobre a execução das medidas do Estado de Defesa e se
elas estão cumprindo a Constituição. Cabe habeas corpus e mandado de
segurança sobre a forma como o Decreto esteja sendo executado.
Judicial
- sucessivo –cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão
também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos - art.
141, Caput, CR 88.

7) Restrições – art. 136, § 1°, I-II e § 3°, I-IV, CR 88

Prisão sem ordem judicial;

- reunião, ainda que exercida no seio das associações;


- sigilo de correspondência;
- sigilo de comunicação telegráfica e telefônica.
Art. 136. ...

§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de


sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos
termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as
seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;

II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese


de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos
decorrentes. ...

§ 3º Na vigência do estado de defesa:


I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da
medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente,
que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de
corpo de delito à autoridade policial;
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do
estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a
dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.

2 - Estado de Sítio

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e


o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização
para decretar o estado de sítio nos casos de:

I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que


comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para
decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes
do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.

Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas


necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão
suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o
executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.

§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137,


I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada
vez, por prazo superior; no do inciso
II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão
armada estrangeira.

§ 2º Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso


parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará
extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias,
a fim de apreciar o ato.

§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das


medidas coercitivas.

1) Conceito

Trata-se de uma medida excepcional, mais gravosa do que o Estado


Defesa, que exige a autorização do Congresso para que o Presidente
possa decretar.

2) Hipóteses

Depende da concepção do PR, se é hipótese de ir direto para o Estado


de Sítio sem passar pelo Estado de Defesa;

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da


República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso
Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional OU ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira.

1 - Comoção de grave repercussão nacional

2 - Ineficácia do Estado de Defesa passados 60 dias

3 - Situação de guerra

3) Procedimento

O Presidente da República ouve os Conselhos da República


e da Defesa

Solicita a autorização ao Congresso Nacional (aprovado por


maioria absoluta)

Após a autorização o Presidente da República decreta.

4) Prazo – Estado de Sítio

• 137, I – (nas hipóteses I (comoção de grave repercussão nacional)


e II (ineficácia do Estado de Defesa passados 60 dias)) no máximo
30 (trinta) dias prorrogáveis por no máximo mais 30 (trinta) dias
(Basta autorização do Congresso para se prorrogar).
• 137, II – (na hipótese III (situação de guerra) até o final da guerra.

I – Comoção grave de repercussão nacional Não mais de 30


ou II – ocorrência de fatos que comprovem a (trinta) dias a
ineficácia de medida tomada durante o cada vez
Estado de Defesa

Motivo

III – Declaração de estado de guerra ou Prazo


resposta a agressão armada estrangeira. Indeterminado

5) Amplitude
• Amplitude nacional, ainda que delimitada a algumas áreas
6) Controle

- prévio – a necessidade de autorização do Congresso Nacional;


- concomitante – art. 140, Caput – a mesa designa 5 (cinco) membros para
acompanhar as medidas do Estado de Sítio;
Político
- sucessivo – art. 141, Parágrafo Único – depois que acabar o Estado de
Sítio o Presidente da República envia ao Congresso Nacional as medidas
aplicadas.
Controles
- concomitante – sobre a execução das medidas do Estado de Sítio no dia
– a – dia, observando se estão cumprindo a Constituição.

- Passível de mandado de segurança e habeas corpus sobre a forma de


Judicial
como o decreto esteja sendo executado;

- sucessivo – art. 141, Caput – cessado o estado de defesa ou o estado de


sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade
pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.

7) Restrições – art. 139, CR (hipóteses 1 e 2)

- na guerra pode ter restrições supracitadas e outras que por ventura


possa existir.

Obs: no Estado de Sítio existe a suspensão das imunidades


parlamentares desde que preenchidos os requisitos doo art. 53, § 8°:
• o parlamentar que praticar atos fora do Congresso Nacional;
• contraria o estado civil;
• aprovação de 2/3 membros da casa.

Em relação às hipóteses 137 inciso I.

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da


República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso
Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:

I - comoção grave de repercussão nacional OU ocorrência de fatos que


comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no
art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes
medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;

II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por


crimes comuns;

III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das


comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa,
radiodifusão e televisão, na forma da lei;

IV - suspensão da liberdade de reunião;

V - busca e apreensão em domicílio;

VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;

VII - requisição de bens.

Parágrafo Único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de


pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas
Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.

Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários,


designará Comissão composta de cinco de seus membros para
acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de
defesa e ao estado de sítio.

Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão


também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos
cometidos por seus executores ou agentes.

Parágrafo Único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de


sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo
Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com
especificação e justificação das providências adotadas, com relação
nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

1) Conceito

O controle de constitucionalidade é o meio pelo qual se verifica a


conformidade dos dispositivos infraconstitucionais com a Constituição
Federal.

Obs: para que uma lei seja vigente, ela terá que observar os atos formais
e materiais.

2) Inconstitucionalidade por AÇÃO

A lei ou ato normativo para ser compatível e/ou adequada à Constituição


tem que preencher os requisitos formais e materiais, a saber:
a) Formais – dizem respeito ao modo ou a maneira da produção da lei;

• formal orgânica – regras de competência – art. 22, CR 88

• formal por descumprimento de pressupostos – ocorre quando


os requisitos expressos na Constituição são descumpridos na
produção das normas – art. 62 e art. 18, § 4°, CR 88

• formal propriamente dita – ocorre quando há descumprimento


de regras do processo legislativo – art. 59 - 69

Subjetiva – quando ocorre


Objetiva – ocorre quando há
manda de descumprimento
descumprimento Constitutivo
(art. 61, §1°) – fase iniciativa /
ou fase complementar
vício de iniciativa

b) Materiais – dizem respeito ao conteúdo da norma em relação ao


conteúdo da Constituição.

Inconstitucionalidade

Formal – ocorre Material – ocorre


quando os quando o conteúdo
requisitos são da lei descumpre o
desrespeitados conteúdo da
Constituição
• MATERIAL OU NOMOESTÁTICA: atinge um princípio, um postulado, um
paradigma por ela colocado, ofendendo assim a Constituição Federal.
Recai sobre o conteúdo, a substância da lei ou ato normativo
• FORMAL OU NOMODINÂMICA: atinge um procedimento previsto na
Constituição Federal. Algum vício em sua forma, ou seja, em seu
processo de formação, ele pode ser:
a) ORGÂNICO: inobservância da competência legislativa para a
elaboração do ato (art. 22 CF);
b) SUBJETIVO: vício de iniciativa do processo legislativo;
c) OBJETIVO: vício verificado nas demais fases do processo legislativo;
d) POR VIOLAÇÃO DE PRESSUPOSTOS OBJETIVOS DO ATO: ato
elaborado contrário às formalidades/procedimentos objetivos dados
pela CF para sua existência (ex.: relevância e urgência de uma MP).
• VÍCIO DE DECORO PARLAMENTAR: vicio na formação da vontade do
procedimento legislativo que mácula à representatividade popular (ex.:
manipulação de votos).

3) Inconstitucionalidade por OMISSÃO

É a falta de medida regulamentadora de dispositivo constitucional


de eficácia limitada que depende de regulamentação de uma lei
infraconstitucional, mas esta não foi feita.

4) Pressupostos de Constitucionalidade

1) Constituição formal e rígida


2) A constituição é fundamento de validade para as demais normas
3) Órgão dotado de legitimidade para realizar o controle
4) Sanção para normas incompatíveis com a Constituição:
- declaração de nulidade;
- declaração de anulabilidade.
5) Sistemas (matrizes) do Controle de Constitucionalidade

Matrizes EUA Século XIX (1803) Áustria Século XX (1920) França Século XX (1958)

Kelsen (Constituição da Constituição Francesa de


Origem Case Marbury e Madison
Áustria de 1920) 1958

Sistema de Controle Judicial de Controle Judicial de Controle Político

Difuso de Constitucionalidade Controle Concentrado de


Órgão Político de Controle de
(todos os juízes podem Constitucionalidade
Controle Constitucionalidade
controlar a (um único órgão – tribunal ou
(Conselho Constitucional)
Constitucionalidade) corte constitucional)

- Sem caso concreto


- Através de um caso concreto - Via de ação (via principal –
- Pela via exceção; ADI e ADC) - Conselho Constitucional
- Via ou modo incidental - Modo direto (diretamente no (composto por 9 membros)
Como - Efeito da decisão (inter tribunal /corte) - Controle Preventivo
partes – caso concreto) - Processo objetivo (não há (acontece antes da lei em
- Processo subjetivo (existem partes, não há lide e não há vigor)
sujeitos – juiz – autor e réu) contraditório)

Brasil
Origem Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
Sistema de Controle Judicial Misto (Controle Difuso – EUA e Controle Concentrado – Áustria) – em regra

• Controle Político Preventivo – sem a participação do Poder Executivo (art. 66) no


processo de produção das leis). Participação do Poder legislativo através da Comissão
de Justiça (CCJ), podendo arquivar projeto de leis que julgar inconstitucional);
• Controle Político Repressivo – sema a participação do Poder Executivo e a lei já está no
ordenamento jurídico. O Presidente da República pode deixar de aplicar

Controle administrativamente leis que considere / entenda inconstitucional. O papel do Poder


Legislativo será o de rejeitar a Medida Provisória e sustar leis delegadas (arts. 49 e 62);
• Controle Judicial Preventivo – é feito pelo STF
- no processo de produção das leis;
- via mandado de segurança;
- legitimidade: somente deputados e senadores podem impetrar;
- decreto de Lei.
6) Formas de Controles de Constitucionalidade

Quanto ao Momento

• Preventivo: aquele exercido antes do aperfeiçoamento do ato.


Visa impedir que um projeto de lei inconstitucional venha a se
tornar uma lei (ex.: Controle feito pela Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania, que avalia a constitucionalidade dos projetos
de lei);
• Repressivo: após o aperfeiçoamento do ato, é possível desfazer
essa lei que “escapou” dos trâmites legais e é tida como
inconstitucional. Feito, em regra, pelo poder judiciário.

Quanto ao Número de Órgãos

• Difuso: exercido por todo e qualquer magistrado. Onde todo e


qualquer juiz tem competência para julgar a constitucionalidade de
uma norma, em outras palavras, quando é feito pela aplicação das
leis por parte de juízes em casos concretos.
a) Objeto – toda e qualquer norma editada após a CF/88;
b) Competência – todo e qualquer magistrado;
c) Legitimidade – toda e qualquer pessoa (física ou jurídica) que
tenha capacidade postulatória.

• Concentrado: atribui a um único órgão a competência para


declarar a inconstitucionalidade de alguma norma, em outras
palavras, quando o Supremo Tribunal Federal analisa a matéria
legislativa e decide se ela está ou não em consonância com a
Constituição que a rege.

Quanto a Posição da Questão Constitucional

• Abstrato / direto: não há um caso concreto e também não há


partes. A questão da constitucionalidade é o pedido. Sempre
concentrado;
• Concreto / incidental: se pede a tutela de um bem da vida, por
exemplo, a liberdade, o patrimônio etc. a questão da
constitucionalidade é a causa de pedir. Sempre difuso.

Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI

A Ação Direta de Inconstitucionalidade consta no artigo 102 da


Constituição e é uma das ferramentas de controle concentrado. É uma ação
judicial proposta ao STF para que este decida se determinada lei ou ato
normativo é constitucional.
Há uma lista limitada de pessoas e entidades que podem propor uma
ADI. São elas:
• Presidente da República;
• As mesas do Senado, da Câmara e das Assembleias Legislativas;
• Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
• Procurador-geral da República;
• Partidos políticos;
• Entidades sindicais de âmbito nacional

Uma vez enviada ao STF, a ADI é analisada por um dos ministros, que
será seu relator. Ele busca informações sobre o tema e ouve as opiniões
do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República.
A análise dá origem a um relatório, que é enviado aos outros ministros.
Passa-se então à votação, desde que haja pelo menos oito membros da corte
presentes. A opção mais votada (declarar ou não a inconstitucionalidade da lei
ou norma) torna-se a decisão final.
Não é possível recorrer dessa decisão, a não ser por meio de embargo
de declaração, que é um recurso para esclarecer contradição ou omissão em
julgamento de um juiz ou de um órgão colegiado, como o STF.
De acordo com a Constituição, a decisão tomada pelo Supremo tem efeito
vinculante aos poderes Judiciário e Executivo em todas as esferas, além de ser
retroativa. Dessa forma, em caso de inconstitucionalidade, a lei ou norma
julgada torna-se nula em todas as ações dos poderes Judiciário e
Executivo, inclusive para casos anteriores à conclusão da ADI.
Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC

A Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), diferentemente


da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn), somente pode ser proposta
contra leis ou atos normativos no âmbito federal e tem como objetivo declarar a
constitucionalidade da legislação que se presume constitucional mas que existe
incerteza e demonstra insegurança jurídica para o seu demandante.
Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar e processar as demandas
em relações a esta ação, conforme a própria Constituição Federal determina.
Logo, a decisão que for proferida deverá surtir efeito vinculante, o que vale dizer
que todo órgão deverá seguir o mesmo entendimento e decidir no mesmo
sentido.
O efeito vinculante caberá a todos do Poder Judiciário e os integrantes
da Administração Direta e Indireta, e qualquer esfera, seja municipal, estadual
ou federal e atingirá toda a sociedade e não somente as partes interessadas
dentro do litígio, uma vez que o assunto tratado é de interesse coletivo.
Quanto aos efeitos e aplicação do art. 27 da Lei no 9.868/99 como sugerido pelo
autor Daniel A. A. Neves (2013) não poderiam ser aplicados no caso de
declaração de constitucionalidade, mas que há doutrina que defenda que
poderia haver uma modulação dos efeitos caso a questão tenha demandado
grande conflito.
Quanto à legitimidade do polo ativo para propor a ação está consolidado
no art. 13 da Lei no 9.868, de 10 de novembro de 1999, mas conforme a doutrina
majoritária já firmou entendimento de que após a Emenda Constitucional nº 45
de 2004, o rol do art. 103 é válido para a propositura da ação e não somente
aqueles abarcados pelo art. 13 da lei citada, ou seja, conclui-se que os mesmo
legitimados da Ação Direta de Inconstitucionalidade são também os legítimos
para propor a Ação Declaratória de Constitucionalidade.
Para o ajuizamento da ação há quesitos necessários e obrigatórios
conforme preceituado pela lei que rege o julgamento e processamento desta
demanda. Para não ser inepta incumbe à petição inicial apontar qual o ato
normativo ou lei federal que está em litígio seguido de fundamentos, contendo o
pedido e o conflito judicial que a lei ou ato normativo supostamente apresenta
que deve ser solucionado pela ação.
Se procedente a ação declaratória a legislação em litígio será considera
constitucional, e se sendo anunciado o dispositivo como inconstitucional a ação
será improcedente e causará efeitos iguais ao se fosse provocada a Ação Direta
de Inconstitucionalidade.
Uma vez proposta a ADC os autores não poderão requerer a desistência
da tramitação da demanda, ela deverá ser processada normalmente e ainda não
poderá ter a participação de terceiros conforme expressamente previsto na lei.
O que não impede que tenha a atuação, em caso necessário para completar
informações e fatos ocorridos, a ajuda de um perito ou mais para emitirem
parecer quanto à questão em debate ou podendo ocorrer audiência de caráter
público para que pessoas com experiência e autoridade na matéria tratada sejam
ouvidas, previsto no §1º do artigo 20 da Lei no 9.868/ 99.
Ações como esta pode ser deferido também liminar em caráter cautelar,
a fim de que a aplicabilidade da lei ou ato normativo em questão seja suspensa
até que o julgamento da demanda da ação declaratória de constitucionalidade
seja encerrado.
Para a concessão da medida cautelar é necessário a apresentação dos
quesitos necessários do periculum in mora e fumus bonis iuris, ou seja, que o
direito ali pleiteado possa acarretar algum prejuízo na demora na decisão do
litígio e atestado que possui verossimilhança. E ainda para que a medida seja
deferida, deve contar com a votação por maioria absoluta dos integrantes do
Supremo Tribunal Federal.
Importante notar que a Ação Declaratória de Constitucionalidade é mais
uns dos instrumentos para resguardar e tutelar que o ordenamento
jurídico contenha necessariamente normas validas e constitucionais respeitando
assim a Carta Magna brasileira buscando maior segurança jurídica para toda a
sociedade.

Você também pode gostar