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Direito constitucional 3 – islane

FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA – ART 127. CF/88 ADIANTE.

O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do


Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127).

A Constituição Federal, instituiu o Ministério Público como um órgão autônomo e


independente, não subordinado a qualquer dos Poderes da República (Poder Executivo,
Poder Legislativo e Poder Judiciário), consistindo em autêntico fiscal da nossa Federação, da
separação dos Poderes, da moralidade pública, da legalidade, do regime democrático e dos
direitos e garantias constitucionais. Composição.

O Ministério Público abrange (CF, art, 128):

I - O Ministério Público da União, que compreende:

a) o Ministério Público Federal;

b) o Ministério Público do Trabalho;


c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

II - Os Ministérios Públicos dos Estados.

A Constituição Federal situa o Ministério Público em capítulo especial, fora da estrutura


dos demais Poderes da República, certamente como meio de explicitar sua autonomia e
independência.
O Ministério Público constitui órgão autônomo e independente, com funções
institucionais expressas no texto da nossa Carta Política, no exercício das quais não pode,
sob pena de flagrante inconstitucionalidade, sofrer ingerência dos demais. Poderes da
República.

PRINCIPIOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO – ARTIGO 127 PARÁGRAFO


PRIMEIRO

São princípios do Ministério Público, constitucionalmente expressos, a unidade, a


indivisibilidade, a independência funcional e a autonomia administrativa e financeira (CF, art.
127, §§ l.º e 2º)
Art. 127, § 1º, CF/88 - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a
indivisibilidade e a independência funcional.

Princípio da unidade
A unidade do Ministério Público significa que seus membros integram um só órgão, sob
única direção de um procurador-geral.

Ministério Público da União – direção: PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA

Ministério Público do Estado – direção: PROCURADOR GERAL DE JUSTIÇA

CF, art, 128:

I - O Ministério Público da União: sob direção do Procurador Geral da República

a) o Ministério Público Federal;

b) o Ministério Público do Trabalho;

c) o Ministério Público Militar;

d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

II - Os Ministérios Públicos dos Estados: sob direção do Procurador Geral de Justiça


O princípio da unidade, porém, há que ser visto como unidade dentro de cada
Ministério Público.

Princípio da indivisibilidade

O princípio da indivisibilidade enuncia que os membros do Ministério Público não se


vinculam aos processos em que atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros, de acordo
com as regras legais, sem nenhum prejuízo para o processo.

A indivisibilidade resulta do princípio da unidade, pois o Ministério Público é uno, não


podendo subdividir-se em outros Ministérios Públicos autônomos e desvinculados uns dos
outros.

Princípio da independência funcional

O Ministério Público é independente no exercício de suas funções, não estando


subordinado a qualquer dos Poderes (Legislativo, Executivo ou Judiciário);
Nem mesmo seus superiores hierárquicos (Procurador-Geral, por exemplo) podem
impor-lhes ordens no sentido de agir desta ou daquela maneira em um determinado processo,
haja vista que a relação de subordinação existente entre eles é meramente administrativa, e não
funcional.

Autonomia administrativa e financeira

A autonomia administrativa confere ao Ministério Público poderes para, observado o


art. 169 da Constituição Federal, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos
e serviços auxiliares, provendo-os por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos,
bem como propor a política remuneratória e os planos de carreira.
No exercício dessa autonomia, o Ministério Público elabora suas próprias folhas de
pagamento; adquire bens e contrata serviços; edita atos de concessão de aposentadoria,
exoneração de seus servidores etc.

A autonomia financeira outorga ao Ministério Público a competência para elaborar sua


proposta orçamentária, dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias,
podendo, ulteriormente, administrar os recursos que lhe forem destinados com plena
autonomia.

PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL

O princípio do promotor natural impõe que o critério para a designação de um membro


do Ministério Público para atuar em uma determinada causa seja abstrato e predeterminado,
seja baseado em regras objetivas e gerais.

Desse modo, o princípio do promotor natural proíbe designações casuísticas, efetuadas


pela chefia do Ministério Público, para atuação neste ou naquele processo, impedindo a
existência, entre nós, da figura do promotor de exceção. (Quis dizer que, qualquer promotor
pode atuar no processo, se um inicia com a denúncia, outro pode arcar realizando as acusações
em uma audiência de contraditório, sem interferir na figura do promotor, pois ele está ali pra
representar o Ministério Público).
Segundo o postulado, somente o promotor natural é competente para atuar no
processo, como meio de garantia da imparcialidade de sua atuação, e como garantia da própria
sociedade, que terá seus interesses defendidos privativamente pelo órgão constitucional técnica
e juridicamente competente.

O princípio consagra, assim, uma garantia de ordem jurídica, destinada tanto a proteger
o membro do Ministério Público, na medida em que lhe assegura o exercício pleno e
independente do seu oficio, quanto a tutelar a própria coletividade, a quem se reconhece o
direito de ver atuando, em quaisquer causas, apenas o promotor cuja intervenção se justifique
a partir de critérios abstratos e predeterminados, estabelecidos em lei.

FUNÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A vigente Constituição ampliou significativamente o rol de funções do Ministério Público,


erigindo-o em autêntico defensor da sociedade, nas esferas penal e cível, e incumbindo-o de
zelar pela moralidade e probidade administrativas. (Veja art. 129, CF/88).

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

ESSAS FUNÇÕES SÃO EXEMPLIFICATIVAS

I - Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

II - Zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública – Lei 7347, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IV - Promover a ação de inconstitucionalidade (art. 103, I a IX, CF) ou representação para fins de
intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;

V - Defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

VI - Expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando


informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada
no artigo anterior;

VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os


fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX - Exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade,
sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas

Ingresso na carreira

Concurso público
1ª fase: prova objetiva – sem consulta
2ª fase: prova subjetiva – com consulta a lei seca

3ª fase: oral – sem consulta


Análise de títulos – livro publicado, artigo científico, pós, mestrado, doutorado...
Antecedentes ... pregressa

O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de Provas e


títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB em sua realização,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se,
nas nomeações, a ordem de classificação.

Prova 1 – prova objetiva


Prova 2 – prova subjetiva

Prova 3 – oral
Prova 4 – títulos (artigo, simpósio, conferência, livros, pós, doutorado,

mestrado...)

Antecedentes ...

Art. 128 § 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República,
nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco
anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal,
para mandato de dois anos, permitida a recondução.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República,
deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista


tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu
Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois
anos, permitida uma recondução.
O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo
Presidente da República entre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após
aprovação do seu nome pela maioria absoluta do Senado Federal.

Maioria absoluta – de todos – 81 – 41 senadores

Maioria simples – dos presentes

A nomeação é para o exercício de mandato de dois anos, permitidas sucessivas


reconduções. Porém, em cada recondução, haverá a necessidade de nova aprovação do Senado
Federal, sempre por maioria absoluta (não há limite para o número de reconduções).
A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da
República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

A nomeação do Procurador-Geral de Justiça nos estados também obedece à regra


constitucionalmente prevista, segundo a qual os Ministérios Públicos dos estados formarão lista
tríplice entre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-
Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida
uma recondução (art. 128, § 3º).

Garantias dos membros

São garantias constitucionais dos membros do Ministério Público: a vitaliciedade, a


inamovibilidade e a irredutibilidade de subsídio (CF, art. 128, § 5º).

Vitaliciedade → Os membros do Ministério Público adquirem vitaliciedade após dois


anos de efetivo exercício na carreira, mediante aprovação em concurso de provas e títulos, não
podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado.

Inamovibilidade → Uma vez no cargo, os membros do Ministério Público somente


podem ser removidos por iniciativa própria, e não de ofício (isto é, não por iniciativa de qualquer
autoridade), salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa.

A inamovibilidade não impede, também, que o membro do Ministério Público seja


removido por determinação do Conselho Nacional do Ministério Público, a título de sanção
administrativa, assegurada ampla defesa (CF, art. 130-A, § 2º, III).

Conselho Nacional do Ministério Público:


I o Procurador-Geral da República, que o preside;
II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de
suas carreiras;

III três membros do Ministério Público dos Estados;

IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de
Justiça;

V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.

Irredutibilidade de subsídio → O subsídio dos membros do Ministério Público é


irredutível. Essa irredutibilidade é nominal, não real, e não impede a incidência ou o aumento
de tributos sobre o valor do subsídio.

VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS

É vedado ao membro do Ministério Público (CF, art. 128, § 5º, II):


a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
processuais;
b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;

e) exercer atividade político-partidária;

f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,

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