Pública Prof. Me. Jefferson Rodrigues de Quadros Coari, março de 2024 MINISTÉRIO PÚBLICO/CEAM
Art. 84. O Ministério Público é instituição
permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, responsável pela defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Parágrafo único. São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. Art. 84, parágrafo único da CEAM • Parágrafo único. São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. PRINCÍPIOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO • Princípio da unidade: o Ministério Público deve ser compreendido como um só órgão, possuindo, como consequência, um só chefe. A unidade, no entanto, deve ser analisada no âmbito de cada ramo de atuação do Ministério Público, e não com relação à instituição como um todo. • Princípio da indivisibilidade: é decorrência direta da unidade, assegurando que a atuação dos membros do MP não deve ser vinculada a determinados processos. • Como consequência da indivisibilidade, os membros podem, dentro de um mesmo processo, ser substituídos nas hipóteses legalmente previstas. Isso ocorre na medida em que a atuação dos membros representa a atuação do Ministério Público ao qual pertencem, ou seja, do órgão, e não de cada membro. • Outrossim, cumpre destacar a impossibilidade do MP dividir-se em outros Ministérios Públicos. Tal como ocorre com a unidade, o princípio institucional da indivisibilidade deve ser observado no âmbito de cada ramo de atuação do Ministério Público, e não da instituição como um todo. PRINCÍPIOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO Princípio da independência funcional: é uma das principais características do Ministério Público. Por meio dela, a atuação de cada um dos membros é independente, não havendo que se falar em subordinação a qualquer um dos Poderes do Estado ou, ainda, de subordinação aos superiores hierárquicos. A independência que os membros do Ministério Público possuem tem reflexo até mesmo com relação aos superiores hierárquicos do ramo em que atuam. Nenhum membro do MP deve acatar ordens relacionadas com a decisão a ser tomada em um determinado processo. Nem mesmo o Procurador-Geral de Justiça, que é o chefe do Ministério Público, possui capacidade para influenciar na decisão que outro membro subordinado irá tomar. A atuação deve ser independente. Art. 85. Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no artigo 169 da Constituição Federal, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira, dispondo a lei sobre sua organização e funcionamento.
Parágrafo único. O Ministério Público elaborará sua
proposta orçamentária dentro dos limites estipulados na lei de diretrizes orçamentárias, em conjunto com os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. GARANTIAS DO MP • Art. 86. Lei complementar, de iniciativa do Procurador Geral da Justiça, estabelecerá a organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: (Redação dada pela EC nº 36, de 13.12.1999) • I - as garantias de: • a) vitaliciedade, se confirmado no cargo após dois anos de exercício, não podendo perdê-lo senão por sentença judicial transitada em julgado; • b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão de dois terços dos membros do Órgão colegiado competente do Ministério Público, assegurada ampla defesa; • c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do artigo 39, § 4º, da Constituição Federal e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI; 150, II; 153, III; 153, § 2º, I, da mesma Constituição. (Redação dada pela EC nº 36, de 13.12.1999) CHEFE DO MINISTÉRIO PÚBLICO Art. 87. O Procurador-Geral de Justiça será indicado em lista tríplice, dentre integrantes da carreira, na forma da lei orgânica, e nomeado pelo Governador do Estado para mandato de dois anos, permitida uma recondução. Art. 88. Ao Ministério Público, além das funções institucionais previstas no art. 129, da Constituição da República, compete: I - exercer a fiscalização dos estabelecimentos prisionais e dos que abriguem idosos, menores, incapazes ou pessoas portadoras de deficiência; II - participar de conselhos e organismos estatais afetos a sua área de atuação, indicando os representantes; III - receber petições, reclamações, representações ou queixas por desrespeito aos direitos assegurados na Constituição da República e nesta Constituição, inclusive no que pertine à prestação de contas da municipalidade; IV - promover a execução de sentença condenatória de reparação de dano ou a ação civil respectiva, na forma da lei. Parágrafo único. Para o desempenho de suas funções, o Ministério Público: a) instaurará procedimentos, administrativos e, para instruí- los, expedirá notificações para tomada de depoimentos ou esclarecimentos, requisitará informações, exames, perícias e documentos, podendo promover inspeções e diligências investigatórias b) requisitará à autoridade competente a instauração de sindicância, acompanhá-la-á e produzirá provas; c) dará publicidade aos procedimentos administrativos que instaurar e às medidas adotadas; d) requisitará, em casos de urgência, os serviços temporários de servidores públicos e militares para a realização de atividades específicas, inclusive meios de transporte da administração direta e indireta, do Estado e do Município; (Redação dada pela EC nº 77, de 10.07.2013) e) exercerá atividade correcional respectiva. Art. 129 da CRFB Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva; VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. § 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei. § 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. DEFENSORIA PÚBLICA/CEAM Art. 102. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, assim considerados na forma do inciso LXXIV, do art. 5º, da Constituição Federal. (Redação dada pela EC nº 77, de 10.07.2013 § 1º À Defensoria Pública do Estado, nos termos dos arts. 134 e 168, da Constituição Federal, é assegurada autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º, da Constituição Federal. (Redação dada pela EC nº 77, de 10.07.2013) Súmula 481 STJ Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.