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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

CURSO DE DIREITO – MANACAPURU

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DOA AMAZONAS

Prof. Dr. GILMAR MADALOZZO

AULA 1

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1- O Estado do Amazonas goza de autonomia política e administrativa:
- autonomia para se auto-organizar, criando sua Constituição e leis (art.
25, CF/88;
- autonomia instituir e cobrar tributos;
- autonomia financeira
- autonomia para estruturar sua administração pública (direta e indireta)

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2 – Objetivos prioritários do Estado:
- garantia de controle quanto a legalidade e legitimidade dos atos do Poder
Público e da eficácia dos serviços públicos;
- garantia dos direitos subjetivos públicos do indivíduo e dos interesses da
coletividade;
- defesa da Floresta Amazônica;
- equilíbrio no desenvolvimento da coletividade;
- segurança pública;
- fixação do homem no campo;
- garantia de um sistema educacional que preserve e ressalte a identidade
cultural do povo;

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- saúde e saneamento básico;
- construção de uma sociedade que assegure a participação de todos no
trabalho social e a fruição justa de seu resultado;
- assistência aos municípios de escassas condições técnicas e
socioeconômicas e;
- intercomplementaridade entre a Sociedade e o Estado.

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3- Dos direitos e garantias individuais
O Estado assegurará em seu território a inviolabilidade dos direitos e
garantias declarados na CF/88, aos brasileiros e estrangeiros.
Características:
- omissões que tornem inviável o exercício dos direitos constitucionais,
serão sanadas, na via administrativa, em até em 90 dias, contados do
requerimento do interessado;
- a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, mediante plebiscito, referendo e a iniciativa popular;
OBS. Vide art. 27, § 3º, CF/88.

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- ações que terão prioridade de julgamento no Estado:
- habeas corpus
- mandado de segurança
- habeas data
- mandado de injunção
- ação popular
- ação de improbidade administrativa
- ação de inconstitucionalidade
- ação de alimentos
- ação de lesa-natureza e
- ação indenizatória por erro do judiciário

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- todos tem direito de requerer e obter, no prazo de 30 dias, informações
objetivas, acerca dos atos e projetos do Estado e Municípios, bem como
da administração pública direta e indireta.
- ninguém será discriminado ou prejudicado por litigar com o Estado ou
Município, na esfera administrativa ou judicial.
- assegura-se, nos processos administrativos os requisitos de validade,
publicidade, o contraditório, ampla defesa e a fundamentação das
decisões.
- o sistema penitenciário estadual garantirá a dignidade e a integridade
física, psíquica e moral dos presidiários.

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4 - Organização político-administrativa do Estado
- definem os limites territoriais do Estado:
- tradição
- documentos
- leis
- tratados
OBS. Somente a Constituição Federal/88 poderá prever a alteração dos
limites do Estado – art. 18,§ 3º, CF/88.

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5 – Competências do Estado
- São reservados aos Estados as competências não atribuídas a União e
aos Municípios.
Trata-se de competência residual, de acordo com o art. 25, § 1º CF/88.

- Competência material comum do Estado com a União e Municípios –


art. 17, CE.
- Competência legislativa concorrente do Estado com a União –art. 18,
CE.

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6 – Poder Legislativo
- O Poder Legislativo será exercido pela Assembleia Legislativa, composta de
representantes do povo (deputados estaduais), eleitos para mandato de 4 anos,
pelo sistema proporcional.

- Condições de elegibilidade dos deputados estaduais:


- nacionalidade brasileira;
- pleno exercício de direitos políticos;
- alistamento eleitoral;
- domicílio eleitoral na circunscrição;
- filiação partidária e;
- idade mínima de 21 anos

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- Número de deputados estaduais
Corresponderá ao triplo de deputados federais e, atingido o número de 36,
será acrescido de tantos quanto forem os deputados federais acima de 12.

- Imunidade material dos deputados estaduais


Os deputados estaduais são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos.

- Imunidade formal dos deputados quanto a prisão


Desde a expedição do diploma até a inauguração da legislatura seguinte, os
deputados não poderão ser presos, salvo em flagrante delito por crime
inafiançável. Ocorrendo a prisão, os autos serão remetidos dentro de 24h a
Assembleia Legislativa, para que pelo voto da maioria de seus membros decida
sobre a prisão e autorize, ou não, a formação de culpa.

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- Imunidade formal dos deputados estaduais quanto ao processo
Recebida a denúncia contra o deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o Tribunal de Justiça dará ciência a Assembleia Legislativa,
que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da
maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.
A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o
mandato.

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- Imunidade para testemunhar
Os deputados não serão a obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as
pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

- Prerrogativa de foro
Os deputados estaduais serão processados e julgados originariamente,
perante o Tribunal de Justiça do respectivo Estado, nos crimes comuns de
competência da Justiça Estadual.

- Incorporação dos deputados estaduais às forças armadas


Dependerá de autorização dependerá de prévia licença da Assembleia
legislativa.

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- Suspensão da imunidades parlamentares
As imunidades de deputados subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser
suspensas mediante o voto de 2/3 dos membros da Assembleia Legislativa, nos atos
incompatíveis coma a execução da medida, praticados fora da casa.

- Perda do mandato do deputado estadual:


- se infringir as proibições do art. 23 da CE;
- conduta incompatível com decoro parlamentar;
- deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, a 1/3 das sessões ordinárias,
salvo justificação;
- perder seus direitos políticos
- se decretado pela justiça eleitoral
- se sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

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OBS. Nos casos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela
Assembleia Legislativa, por maioria dos deputados , mediante
provocação da Mesa ou de partido político com representação na Casa.

OBS. Nos casos III, IV e V, a perda do mandato será declarada pela Mesa
da Assembleia Legislativa, de ofício, ou mediante requerimento de
qualquer Deputado ou de partido com representação na casa.

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- As reuniões da Assembleia serão ordinária e extraordinárias.
As reuniões ordinárias tem data certa, como por exemplo a reunião que
inaugura a sessão legislativa.
Já a reunião extraordinária será realizada quando algum fato imprevisto
acontecer, necessitando a a apreciação da casa. Podem convocar a
Assembleia Legislativa extraordinariamente:
- pelo Presidente da Assembleia Legislativa em caso de decretação de
intervenção estadual em Município, e para o compromisso e a posse do
Governador e Vice-governador;
- Pelo Governador, pelo Presidente da Assembleia Legislativa ou a
requerimento da maioria do deputados, em caso de urgência ou de
interesse público relevante.

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- As comissões serão permanentes ou temporárias.
As comissões permanentes fazem parte da estrutura da Assembleia
Legislativa, ou seja, não deixam de existir. Ex. CCJ.
Já as comissões temporárias são criadas para cumprir uma finalidade,
ou com data certa de existência, se extinguindo ao cumprir a finalidade
ou o prazo de validade. Ex. CPI ou Comissão Representativa.

OBS. As comissões devem representar, tanto quanto possível, a


proporcionalidade dos partidos ou dos blocos parlamentares da Casa.

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- Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
As Comissões Parlamentares de Inquérito, tem poderes de investigação
próprios das autoridades judiciárias, além de outra previstas no
regimento interno da Assembleia Legislativa.

Requisitos para criação da CPI:


- requerimento de 1/3 dos Deputados;
- apuração de fato determinado e;
- por prazo certo.

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- Processo legislativo estadual
Integram o processo legislativo estadual:
- emendas constitucionais
- leis complementares
- leis ordinárias
- decretos legislativos
- resoluções

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- Emenda constitucional
Legitimados ativos:
- 1/3 , no mínimo, dos Deputados Estaduais;
- Governador do Estado;
- mais da metade das Câmaras Municipais, por deliberação da maioria
relativa de seus membros e;
- iniciativa popular, subscrita, inclusive por meio eletrônico, por, no
mínimo 1% do eleitorado estadual.

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Limitação das emendas constitucionais (EC)
Limitação circunstancial
A CE não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de
estado de defesa ou de estado de sítio.

Limitação processual (formal)


A proposta de EC será discutida e votada em dois turnos, considerando-
se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos membros da casa.
A EC será promulgada pela Mesa da Assembleia Legislativa.

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Princípio da irrepetibilidade das EC
A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa.

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- Leis ordinária e complementares
Legitimidade ativa para projeto de leis:
- qualquer membro ou comissão da Assembleia Legislativa;
- Governador;
- Tribunal de Justiça;
- Procurador- Geral de Justiça;
- Defensor Público-Geral;
- Tribunal de Contas e;
- aos cidadãos

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Matérias de iniciativa privativa do Governador do Estado
São as matérias elencadas no art. 33, § 1º da CE.
Se a iniciativa de tais matérias não for do Governador, da causa a
inconstitucionalidade formal, sendo que a sanção do governador não
sana o vício de iniciativa.
Quorum de aprovação das leis e número de turnos para aprovação
As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta (art. 36,
CE) e em um turno de votação.
As leis ordinárias serão aprovadas, por maioria de votos (art. 26, CE),
presente maioria absoluta em um turno de votação.

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Iniciativa popular para projeto de lei
Requisitos:
- subscrição por, no mínimo, 1% do eleitorado estadual;
- distribuído pelo menos em 25% dos Municípios do Estado e;
- em cada Município com quórum não menos de 3 décimos por cento
dos eleitores de cada um deles.

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Ritos de aprovação da leis
- rito sumário
- ordinário
Adota-se o rito sumário quando o Governador, nos projetos de lei de
sua iniciativa, requer urgência a Assembleia Legislativa para aprovar o
projeto. Neste caso a Assembleia possui o prazo de 45 dias para se
manifestar sobre a proposição. Se a Assembleia não se manifestar
nesse prazo, a proposta será colocada na ordem do dia, sobrestando as
demais deliberações, para que ocorra a votação.
Nos demais casos será adotado o rito ordinário.

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Sanção do projeto de lei
Ocorre quando o Governador concorda com o projeto de lei. Pode ser tácita,
quando Governador não se manifesta em até 15 dias ou expressa, quando o
Governador se manifesta em até 15 dias, concordando com o projeto de lei.

Veto do projeto de lei


O corre quando o governador não concorda com o projeto de lei, total ou
parcialmente no prazo de 15 dias.
Motivos do veto:
- inconstitucionalidade (vero jurídico)
- contrário ao interesse público (veto político)
OBS. O veto sempre será motivado.

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Ocorrido o veto, o projeto de lei será encaminhado a Assembleia
Legislativa para apreciação no prazo de 30 dias, só podendo ser
rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos deputados.
Se o veto for rejeitado, o projeto será encaminhado ao Governador
para promulgação.

Princípio da irrepetibilidade do projeto de lei


Projeto de lei rejeitado somente poderá ser objeto de novo projeto na
sessão legislativa seguinte, salvo por proposta da maioria absoluta dos
Deputados.

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- Leis delegadas
As leis delegados serão elaboras pelo Governador, mediante aprovação da
Assembleia Legislativa, por resolução.
A resolução deverá ser especifica, delimitando o conteúdo e os termos do
seu exercício.

Delegação atípica
A resolução poderá determinar a apreciação do projeto de lei pela
Assembleia, sendo em votação única, vedada emenda.
Delegação típica
Se não tiver apreciação do projeto de lei durante sua elaboração.

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- Tribunal de contas do Estado
Auxiliará a Assembleia Legislativa no controle externo.
É integrado por sete conselheiros, tendo jurisdição em todo o território
estadual.
OBS. Não integra nenhum dos poderes do Estado, tendo natureza jurídica de
órgão constitucional autônomo.
Escolha dos conselheiros;
- três vagas pelo Governador
- quatro vagas para Assembleia Legislativa
OBS. Possuem as mesma prerrogativas, direitos impedimento e subsídios dos
desembargadores do TJ.

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Requisitos para ser conselheiro do Tribunal de Contas:
- mais de 35 e menos de 65 anos de idade;
- idoneidade moral e reputação ilibada;
- notório conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos, financeiros
ou de administração pública e;
- mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva atividade
profissional que exija os conhecimento mencionados no item anterior.

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- Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa
A representação judicial e a consultoria jurídica do Poder Legislativo,
bem como a supervisão dos serviços de assessoramento jurídico são
exercidos pelos procuradores da Assembleia Legislativa, vinculados à
Mesa Diretora.

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