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A estrutura Institucional da EU

Luísa Verdelho Alves


mlalves@iscap.ipp.pt
A estrutura institucional da União Europeia

• As instituições da União Europeia


(Artigos 13.º e ss TUE e 223.º e ss. TFUE)

O Parlamento Europeu
O Conselho Europeu
O Conselho
A Comissão Europeia
O Tribunal de Justiça da União Europeia
O Banco Central Europeu
O Tribunal de Contas

• Os órgãos auxiliares e subsidiários


– Em especial: as agências
A estrutura institucional da União Europeia
O exercício da função legislativa na União

Introdução

Especificidade da estrutura institucional da União

Desvio em relação à formulação clássica do princípio da separação


de poderes, consagrada nos sistemas políticos nacionais.

Nas palavras de LENAERTS: "uma compreensão orgânica da


separação de poderes não é praticável na União Europeia".

A função legislativa não é confiada a uma única instituição


Não há, portanto, uma identificação entre o órgão e a função.
A estrutura institucional da União Europeia
O exercício da função legislativa na União

A função legislativa na União é partilhada entre o Parlamento Europeu, o


Conselho e a Comissão, instituições com diferentes fontes de legitimidade.

- O Parlamento é a instituição que envolve os povos dos Estados-membros


no funcionamento da União. Desde 1979, os seus membros são eleitos por
sufrágio universal directo em todos os Estados-Membros.

- Os membros do Conselho são representantes dos Estados-membros a


nível ministerial.

- A Comissão é a instituição destinada a promover o interesse geral da


União e deverá ser completamente independente em relação aos Estados-
membros.
A estrutura institucional da União Europeia
O exercício da função legislativa na União

A distribuição do poder entre estas instituições envolvidas no


processo legislativo varia de acordo com a matéria.

Nas diferentes áreas de competência da União aplicam-se


diferentes processos legislativos.

No entanto, a análise do alcance dos poderes atribuídos a cada


uma dessas instituições, nesses diferentes processos legislativos,
mostra que o papel central é desempenhado pelo Conselho.

Os traços principais do processo de decisão da União podem


resumir-se da seguinte forma:
A estrutura institucional da União Europeia
O exercício da função legislativa na União

A Comissão possui um poder quase exclusivo de iniciativa legislativa. Com


poucas excepções, os procedimentos legislativos da União começam com
uma proposta da Comissão. No entanto, o Parlamento Europeu e o
Conselho podem solicitar à Comissão que apresente propostas. A este
"direito indirecto de iniciativa" do Parlamento e do Conselho, o Tratado de
Lisboa acrescentou a possibilidade de uma iniciativa por parte dos
cidadãos: “um milhão, pelo menos, de cidadãos da União, nacionais de um
número significativo de Estados-Membros, pode tomar a iniciativa de
convidar a Comissão Europeia a, no âmbito das suas competências,
apresentar uma proposta adequada em matérias sobre as quais esses
cidadãos considerem necessário um acto jurídico da União para aplicar os
Tratados” (artigo 11, n.º 4, TUE).
No entanto, o papel desempenhado pela Comissão não deve ser
subestimado. Na maioria dos casos, quando o Conselho adopta um acto
sob proposta da Comissão, é necessária unanimidade para alterar essa
proposta. Além disso, a Comissão pode alterar a sua proposta até à
decisão do Conselho. Estas duas regras combinadas conferem à Comissão
o instrumento necessário para exercer uma grande influência no processo
de decisão que conduz à adopção de um acto normativo da União.
A estrutura institucional da União Europeia
O exercício da função legislativa na União

O Parlamento, que nos primeiros anos do processo de integração


europeia desempenhou um papel bastante modesto, limitado ao
exercício de poderes consultivos, gradualmente foi ganhando novas
competências, uma evolução imposta pelo "princípio democrático
fundamental de que os povos devem participar no exercício do
poder por intermédio de uma Assembleia representativa ".
Mas, apesar desta notável evolução, o "equilíbrio institucional"
ainda pende a favor do Conselho.
Esta conclusão revela outro paradoxo do processo de integração
europeia: no processo legislativo da União, papel principal é
desempenhado por uma instituição composta por ministros dos
Estados-membros, ou seja: membros do poder executivo.
A estrutura institucional da União Europeia
O exercício da função legislativa na União

O papel atribuído ao Conselho no processo legislativo da União orienta a nossa


atenção para as regras de votação estabelecidas nos Tratados.
O n.º 3 do artigo 16.º do Tratado UE estipula que o Conselho delibera por maioria
qualificada, salvo disposição em contrário dos próprios tratados. No entanto, o
número de disposições que prevêem um regime de deliberação diferente é escasso.
A votação da unanimidade foi sendo gradualmente reduzida pelos diversos tratados
de revisão. E a deliberação por maioria simples é ainda mais rara.
Por conseguinte, a votação por maioria qualificada no Conselho é particularmente
importante para a distribuição do poder entre os Estados-Membros da União.

O artigo 16.º, n.º 4, do Tratado UE diz o seguinte:


”A maioria qualificada corresponde a, pelo menos, 55% dos membros do Conselho
num mínimo de quinze, devendo estes representar Estados Membros que reúnam,
no mínimo, 65% da população da União.
A minoria de bloqueio deve ser composta por, pelo menos, quatro membros do
Conselho (…)”.
Conclusão: Esta regra estabelece um sistema de dupla maioria que combina o
critério da maioria dos Estados-Membros com o da maioria da população da EU.
Em relação ao sistema de deliberação anterior, favorece os Estados muito grandes e
os muito pequenos.

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