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Vem desde a versão originária dos tratados e foi alterado aquando das
negociações da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.
Contempla várias fases: a fase da iniciativa; fase da convenção e a fase
intergovernamental. Fase da Iniciativa Fase da Convenção. Esta expressão
está historicamente associada a uma Assembleia com poderes
constituintes. É uma assembleia com Estados, representantes do Parlamento
europeu (há a participação do Parlamento europeu no exercício do
poder constituinte), Comissão e representantes dos parlamentos nacionais.
Fase da Conferência Intergovernamental A regra da deliberação é sempre o
acordo entre todos (elemento que caracteriza a natureza de Tratado de Direito
Internacional Público; as Constituições ao invés são revistas por maioria).A
revisão dos Tratados é negociado e aprovado, e depois sujeito a ratificação de
todos os Estados-membros. Por força do art. 48.º, n.º 5, do Tratado da União
Europeia, o Conselho Europeu não se pode substituir à vontade dos Estados-
membros, mas dá-se-lhe o mandato para conceder concessões e exceções,
com o escopo de facilitar que os Estados ratifiquem os Tratados. Processo de
Revisão Simplificado: Trata-se de um processo de revisão mais expedito. Nos
termos do art. 48.º, n.º 6, do Tratado da União Europeia, apenas é aplicável à
Parte III do Tratado de Funcionamento da União Europeia; às disposições
sobre políticas e ações da União Europeia. Ocorre por ato unilateral do
Conselho Europeu, que tem de ser aprovado por unanimidade, ainda que se
mantenha a necessidade de ser ratificado (por exemplo, o novo n.º 3 do art.
136.º). Não se podem aumentar as competências. Nos termos do art. 48.º, n.º
7, do Tratado da União Europeia, estabelece que para se passar da
unanimidade para a maioria qualificada, há subtração de competências aos
Parlamentos Nacionais, pois está a usar-se uma via mais comunitária. Estes
dois procedimentos são análogos no acordo de todos os Estados e na
exigência de ratificação por todos. O art. 48.º é elucidativo do caráter da União
Europeia e seus Tratados como Tratados, por os Estados (criadores) ainda
controlam a criatura (União Europeia).
Diretiva
Instrumento de harmonização de legislação (lei-quadro). Atos pelos
quais uma instituição competente fixa aos destinatários um resultado, que no
interesse comum deve ser alcançado, permitindo que cada um deles escolha
os meios e as formas mais adequadas, do ponto de vista do direito interno, da
realidade nacional ou dos seus interesses próprios, para alcançar o objetivo
visado.
Não é um ato de alcance geral, visto que os destinatários são
exclusivamente os Estados-membros (todos os Estados-membros, alguns
deles ou um único). Tem caráter individual e os seus destinatários são certos e
determinados, ainda que sejam todos os Estados-membros. Embora acabe por
produzir um irrecusável efeito normativo geral.
Vincula o destinatário quanto ao resultado a atingir, por via da
compatibilização da legislação interna com o conteúdo da Diretiva, dando
aos Estados a hipóteses de escolher a forma e os meios.
Obriga os seus destinatários quanto aos fins, resultados ou objetivos a atingir
(impõe aos Estados uma obrigação de resultados), que se conjuga
com a obrigação de comportamento do art. 4.º, n.º 3, TUE, em que os
Estados devem abster-se de adotar medidas suscetíveis de comprometer os
resultados previstos pela Diretiva.
O regime jurídico da Diretiva não se torna obrigatório logo no dia seguinte à
sua criação, criando logo é a obrigação de transposição para os Estados-
membros.
Federalismo vertical com dois níveis de regulamentação:
Fixação, em termos vinculativos, do resultado a atingir é da responsabilidade
das instituições da União Europeia.
Determinação e adoção das medidas destinadas a alcançar tal
resultado incumbem aos Estados-membros destinatários da Diretiva.
Têm de ser transpostas – medidas de transposição são atos internos
mediante os quais as diretivas são recebidas no direito interno, existindo
liberdade quanto à forma, tendo em consideração a ordem jurídica de cada
Estado-membro. Em Portugal, o art. 112.º,n.º 8, CRP, exige ato legislativo, cujo
o órgão emissor depende da matéria em questão, embora o TJUE entenda que
não tinha de ser assim, correspondendo a uma opção constitucional dos
Estados-membros.
Os Tratados dão liberdade aos Estados para escolherem a forma e os meios
de transpor as diretivas, correspondendo a uma prerrogativa dos
Estados, podendo, inclusivamente, ser até por remissão, quando o direito
interno já acomoda o conteúdo da diretiva; ou por transcrição e/ou
adaptação. A Diretiva não tem aplicabilidade direta, uma vez que esta não
pode modificar, por si própria, o direito nacional e alteraras situações jurídicas
que ela teve em vista – tal efeito só haveria de resultar das novas regras
jurídicas que, para dar execução à diretiva, o Estado-membro
destinatário acabasse por adotar na respetiva ordem interna.
Por força da jurisprudência do TJUE admite-se que as diretivas podem ter
efeito direto(interpretação criativa do TJUE do art. 288.º, do TFUE)
– apenas chamado após terminar o prazo de transposição
- Decisão
Corresponde ao ato administrativo
É individual e concreta, pelo que obriga apenas os destinatários que
ela própria designar, individualizado-os. Tais destinatários, diversamente do
que sucede com as diretivas, que apenas podem ser dirigidos a
Estados-membros, tanto podem ser Estados-membros (um, vários ou
todos) como pessoas coletivas de direito público ou mesmo simples
particulares. Tem normalmente a finalidade de aplicar as regras do Direito da
União Europeia a casos particulares. À semelhança da diretiva, a decisão
impõe o resultado a atingir, mas, diversamente daquela, obriga igualmente
quanto às modalidades de execução (é obrigatória em todos os seus
elementos como o regulamento).
Tratam-se de decisões dirigidas pelas instituições da União Europeia
aos Estados membros: não modifica por si própria a ordem jurídica interna
dos Estados membros em causa nem as situações jurídicas individuais, cuja
modificação só ocorrerá após a aplicação, pelos Estados-membros
destinatários da decisão, das medidas que a decisão lhes impõe que adotem.
As decisões dirigidas pelas instituições da União Europeia a particulares,
originam, por si próprias, direta e imediatamente, direitos e obrigações para os
respetivos destinatários e eventualmente para terceiros (tem inoponibilidade
erga omnes).
- Atos Atípicos (fora do art. 288.º, do TFUE). Encontram-se nos tratados (art.
232.º e234.º, do TFUE). Encontram-se fora dos Tratados: atos que
resultam da prática institucional, cuja natureza não está prevista nos
Tratados, mas a competência do mesmo tem de se reconduzir aos Tratados.
Pretensa hierarquia dentro do direito derivado
O art. 288.º, do TFUE, não estabelece um critério expresso e apenas enumera
certa ordem, o que não é relevante para que se deduza pela
existência de certa e determinada hierarquia. Ainda assim as decisões
devem respeitar a legislação base.
Regulamento e Diretiva
Produzem atos que podem ser atos legislativos, atos delegados e atos de
execução. Quando não há designação expressa, será ato legislativo,
conforme resulta do art.289.º, n.º 4; 290.º, n.º 3; e 291.º, n.º4, do TFUE. Pode
haver regulamentos legislativos, delegados e de execução, o mesmo
ocorrendo com as diretivas. Os delegados só podem completar ou alterar
elementos não necessários dos legislativos (art. 290.º) –são subordinados aos
atos legislativos, o mesmo ocorrendo como os de execução.
Segundo alguma doutrina, entre Regulamento e Diretiva (legislativa,
delegada, execução) não há hierarquia e sim paridade. A jurisprudência do
efeito direto levou a que a Diretiva se aplicasse a todos, tornando-a geral e
abstrata como o Regulamento.
A partir dos anos 80, as Diretivas foram sendo cada vez mais
pormenorizadas –“diretivas regulamentares” – pelo que se aproximam ao
regulamento (reduzindo a zero a margem de apreciação dos Estados,
que apenas as podem transpor). Alguma doutrina sustenta tratar-se de
uma subversão da Diretiva. Portanto, estes atos são paritários e atenta-se ao
critério cronológico. No art. 296.º e 297, do TFUE, consagra-se o regime
comum.
Todos os atos da União Europeia, normativos ou não, têm de ter base jurídica
(i.e.norma de habilitação) que estão nos Tratados (Direito Primário). Têm de
invocar a disposição dos tratados quem que fundam a decisão, embora
segundo o TJUE se possa admitir a remissão genérica se dela se puder inferir
a base jurídica, caso contrário, há uma invalidade formal por falta de base
jurídica.
Por vezes, indica-se nos Tratados o tipo de ato, mas, quando tal não acontece,
o artigo296.º, do TFUE, deixa a instituição escolher o ato normativo, segundo o
princípio da proporcionalidade (exigências de adequação, necessidade e
proibição do excesso).
Este princípio da proporcionalidade articula-se ainda com o princípio
da subsidiariedade, uma vez que se a União Europeia conseguir realizar os
seus objetivos enquadrando os Estados-membros, deve fazê-lo. Nos termos do
art. 296.º, §2, do TFUE, exige-se fundamentação do ato normativo, sob pena
de violação do princípio da legalidade, tornando o ato impugnável (art. 263.º,
do TFUE).
- Assinatura e publicação no JOUE
Série L para todos os atos normativos de publicação obrigatória; Série C para
todos os atos normativos de publicação facultativa; Vacatio legis supletiva: 20
dias
.As diretivas dirigidas a poucos Estados ou as decisões o que há
de tomar em consideração não é a data da publicação, mas sim a notificação
dos destinatários (oque é fundamental para apuramento dos prazos de
impugnação).