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13/11/2019

Fontes do Direito da União Europeia

Os princípios estão acima de qualquer norma escrita, porque já existiam antes dos
Tratados (ver art. 2º, 3º, 4º, 5º e também na Carta)

 Valores = 2º TUE – São princípios, o tratado chama-lhe valores, em


terminologia jurídica são princípios.

 Atos normativos não aparecem nos Tratados


Atos jurídicos – 288º TFUE – o termo ato jurídico é um termo errado, todos são
atos jurídicos. Qualquer ato praticado por qualquer serviço ou instituição da EU
é um ato jurídico – regulados pelo direito.
Portanto, ATOS NORMATIVOS é o termo correto.
 Atos normativos não legislativos – atos delegados: 290º TFUE (equivalentes ao
regulamento)

Atos normativos legislativos do direito português:


 Atos legislativos
 Lei da A.R
 Decreto-Lei do Governo
 Decretos Legislativos das Assembleias Legislativas Regionais, Açores e
Madeira.

 Regulamentos vêm de órgãos com poder executivo, vêm dar ministração


pública
São  Regulamentos internos da AR – são sobre o seu funcionamento, não é ato
excecionais legislativo
 Regulamentos internos das Assembleias Legislativas Regionais.
Os órgãos legislativos aprovam regulamentos, para que não seja o
Governo a regular o funcionamento de um órgão legislativo. Eles têm este
poder muito limitado.

Administração Pública – é o conjunto de órgãos e serviços, através dos quais se


realiza a função executiva. – é no exercício desta função que são emanados os
Regulamentos.
Dentro da Administração Pública, no ordenamento jurídico temos 3 níveis de Governo,
então teremos também 3 níveis de função executiva:
 Estado
 Regiões Autónomas Níveis de Governo -> têm uma administração pública própria:
 Autarquias Locais
Regulamentos – Estado
Regulamentos – Regionais
Regulamentos – Autarquias

Regulamentos:
 Governo Central – Decretos Regulamentares; Portarias; Despachos
Normativos; algumas resoluções
 Regiões Autónomas – Regulamentos dos Governos Regionais
 Autarquias Locais – Regulamentos Municipais; Regulamentos das Freguesias

Atos delegados (290º) são regulamentos do direito da União Europeia, provenientes


da instituição Comissão, por delegação do Parlamento e Conselho.

Atos legislativos
1. Regulamentos
2. Diretivas
3. Decisões

Questão:
No direito português, os regulamentos previstos no artigo 112º da CRP, entre outros,
são atos normativos provenientes de órgãos com função executiva e no exercício da
função executiva, excetuam-se apenas os regulamentos internos dos órgãos com
poder legislativo. Também é verdade que, no direito da União Europeia os
regulamentos são atos normativos provenientes da função executiva?

Também é verdade que no direito da EU previsto no artigo 288º 1º parágrafo TFUE


são provenientes da função executiva?

R: o regulamento, no direito da união europeia, é um ato legislativo. Os atos


normativos legislativos são os regulamentos, as diretivas e as decisões.
No direito da união europeia, os regulamentos previstos no artigo 288º, 1º parágrafo
do TFUE são atos de caracter legislativo. São praticados pelos órgãos que têm poder
executivo na União Europeia, que são o Conselho e o Parlamento, no exercício do
poder legislativo.
Regulamentos são os atos legislativos mais importantes no direito europeu porque são
verdadeiras leis europeias aplicáveis na ordem interna dos Estados como se fossem
uma a lei nacional.
São atos que vinculam as instituições da EU, têm de aplicar e cumprir o regulamento.
Vinculam os próprios Estados, ou seja, os Estados têm o seu próprio poder legislativo
– os regulamentos impõe-se aos Estados e além disso, os regulamentos impõe-se aos
particulares. – Têm APLICABILIDADE DIRETA

Os regulamentos não necessitam de ser transpostos para o direito nacional – não tem
de haver um ato legislativo português a transpor o conteúdo do regulamento. Ele tem
apenas de ser publicado no Diário da Republica e aplicado diretamente.

22/11/2019
Regulamento é imperativo.

Perceber diferença entre regulamento e ato individual.


Ato individual e concreto = decisão para um ato em concreto – determinado grupo ou
pessoa em concreto.

 Processos legislativos

Ordinário Especiais

Quem tem poder para adotar atos legislativos: Parlamento e Conselho. Contudo é à
Comissão que cabe iniciativa legislativa.
Processo legislativo
ordinário
Parlamento e Conselho – codecisão
O Parlamento intervém em 1º lugar – aceita ou rejeita
1º Leitura – podem chegar a um acordo – é imposto um prazo. Se não há acordam
passam à 2º leitura.
2º Leitura - pode aprovar, rejeitar ou alterar.
Em caso de rejeição, só pode ser reiniciada com uma nova proposta da Comissão
(diferente da anterior)
Princípios fundamentais da U.E

 Princípio da Aplicabilidade Direta

Questão
Roberto considera-se alvo de discriminação em função do sexo na sua escola, pois
esta tem um sistema de avaliação que favorece as raparigas, recorre de uma
classificação de uma disciplina para tribunal competente, invocando o artigo 8º TFUE.
Pode fazê-lo, e pode invocar diretamente o artigo 8º do tratado?

R: A aplicabilidade dreta dos tratados não se encontra estabelecido nos próprios


tratados. Contudo, no processo Van & Loos, o tribunal de justiça da EU estabeleceu o
princípio de que salvo casos excecionais todo o direito europeu é diretamente
aplicável aos cidadãos europeus, e portanto estes, podem invoca-lo diretamente em
qualquer processo junto de qualquer tribunal.

 Princípio do Primado

4/12/2019

 Princípio relativos à relação entre o direito da União e o direito dos


Estados

I. Direito Organizacional
- órgãos da EU
- competências
- processo legislativo
- forma dos atos

II. Direito Substantivo


1. Princípios sobre a relação entre direito da eu e o direito dos estados
1.1. Princípio do efeito direto
1.2. Princípio do primado
1.3. Princípio da interpretação uniforme
2. Princípio do mercado comum

Base da EU- projeto de um mercado comum


Livre circulação de mercadorias – 26º a 37º TFUE
28º produtos em livre prática
29º draubaque – restituição do imposto alfandegário ao importador, por qualquer razão
de política fiscal do estado de importação.
30º encargos de efeito equivalente – o tratado não explica o que é o encargo)

5/12/2019
Mercado Comum – fundamento da União Europeia – não é o último objetivo, mas foi
onde
começou – como não se podia ir
pela via
política, foi-se pela via económica.

Não existe em mais lado nenhum – existem várias organizações internacionais


espalhadas pelo mundo.
Objetivo político – assegurar a paz interna e segurança externa
São proibidos impostos alfandegários.

Questão
Suponha que o Governo português a fim de proteger a produção nacional de azeite,
nomeadamente contra a concorrência dos produtores turcos, aprovava a seguinte lei:
“Sobre a importação de azeite engarrafado ou a granel, proveniente de
qualquer território ou país membro da EU ou terceiro, é imposto um direito aduaneiro
de 30%”
1- Seria esta lei conforme com os Tratados da EU?
R: não é possível – proibição de direito aduaneiros.
2- E, se a lei se referisse apenas aos produtos provenientes de países terceiros?
Seria a lei conforme com os tratados?
R: não, porque os tratados, nomeadamente o art. 28º do TFUE institui uma
União Aduaneira, que inclui uma pauta aduaneira comum.

28º encargos de efeito equivalente – ex: Governo italiano cobrava uma taxa estatística
sempre que um bem era importado, para fazer estatísticas sobre as importações. Um
importador italiano levou a tribunal invocando que pagava o encargo equivalente.
34º restrições quantitativas e medidas de efeito equivalentes são probidos
37º monopólio nacional – também proibido
Livre circulação de mercadorias
1. Proibição de direito/imposto alfandegário
2. Proibição de encargos de efeito equivalente
3. Proibição de restrições quantitativas
4. Proibição de medidas de efeito equivalente
5. Proibição de monopólios nacionais.

06/12/2019

 Princípios referentes ao mercado comum


1. Livre circulação de mercadorias
2. Livre circulação de pessoas
3. Livre circulação de capitais
4. Livre circulação de prestação de serviços

2. Livre circulação de pessoas


Art. 3º/2 TUE
Art. 21 TFUE
Títulos IV a V do TFUE
Art. 45º da carta dos direitos fundamentais da União Europeia
- Diretiva 2004/38 CE – imprimir
- Diretiva 90/365 CEE
- Diretiva 90/366 CEE
- Diretiva 90/364 CEE

Princípio de não discriminação em razão da nacionalidade – Art. 45º


Art. 45º/3 c) – os empregadores criaram “colocação de mão-de-obra estrangeira” para
contratar trabalhadores a receberem metade do que os nacionais desse Estado-
Membro recebem. Sendo uma maneira de contornar as conformidades
regulamentares e administrativas que regem o emprego dos trabalhadores nacionais.
Tanto acontece entre Estados-Membros como dentro desse mesmo.
45/4 – na função pública não há liberdade de circulação de trabalhadores.

12/12/2019
Liberdade circulação de pessoas
-Livre circulação de cidadãos da EU
Grupo de pessoas
- Trabalhadores
- Trabalhadores por conta própria (ou empresários)
(Liberdade de Estabelecimento)
-Estudantes
- Outros
 Liberdade de Estabelecimento – art. 49º
Em 1º lugar os profissionais liberais são livres de exercer a sua profissão
noutros países da EU

 Livre circulação de pessoas


Pode ser:
 Direta – quando a lei do país discrimina nacionais de país, por ex:
estudante ou um cidadão belga ter de provar que tem na conta 5.000€
para poder residir no país X
 Indireta – é inóquo (ver Processo C – 410/18)

13/12/2019
Diretiva 2004/38 CE
Art. 2º
Art. 2 al. b) parceria = união de facto
Art. 2º al. c)
Art. 4º

Questão
Pressuponha que Ana, portuguesa, é casada com Luís, moçambicano. ( não tem
nacionalidade)
Luís e Ana vivem em Mirandela. Pode Luís sozinho ir para a Alemanha 3 meses à
procura de trabalho?
R: Art. 6/2 – não pode “munidos de um passaporte válido, acompanhem ou se reúnam
ao cidadão da União”
Porque Luís não tem nacionalidade portuguesa. Se fosse Ana podia – 6/3

Art. 7/1 al. a) que exerçam algum tipo de atividade económica


7/2

Questão:
Se Ana vivesse em Lisboa podia Luís ir viver para a Polónia?
R: Não. Goza do direito de residência no país do cônjuge e não do direito de
circulação.

Art. 14º
19/12/2019

 Livre circulação de capitas


-Poder investir capital em qualquer país da EU sem restrições;
- Poder pedir dinheiro emprestado em qualquer país da EU;
- Poder colocar as minhas poupanças em qualquer país da EU;
- Poder fazer transferências de dinheiro.

Está consagrado no art. 63º TFUE e depois desenvolvida nos art. 64º a 66º

A liberdade de circulação de capitais é a única que abrange países terceiros.


Quer isto dizer que, enquanto no que diz respeitos aos 28 países assinaram os
tratados por isso estão vinculados. Por sua vez os países não estão vinculador
art 23º - autovinculação.
Ex: um cidadão portugues que se encontre em Angola não tem liberdade de
transferir para Portugal o dinheiro que ganha em Angola.
Mas Portugal não pode impedir um cidadão Angolano por força do art. 63/1
TFUE de transferir para Angola todo o dinheiro que tenha obtido em Portugal.
- vinculação unilateral

65º - contém uma norma de salvaguarda. Os estados podem ter leis internas.

20/12/2019

 Princípios fundamentais do direito da união


I. Princípios referentes à relação entre o direito da União e o direito dos
Estados
II. Princípios referentes ao mercado comum (sem estes princípios não
haveria mercado comum
- Live circulação de mercadorias, de pessoas, de capitais, de serviços e
livre concorrência
III. Princípios políticos

Art. 3 TUE
Uma economia sustentável = ambientalmente sustentável – gasta menos energia, e a
maior parte tem de ser de fontes renováveis.

 Económia de Mercado
1. O Estado não tem atividades produtivas
2. As atividades produtivas competem aos privados
3. Os privados têm total liberdade de desenvolverem as atividades produtivas,
de acordo com as leis. (o estado tem de ter dinheiro para regular e fiscalizar)
4. Entre os privados “o jogo tem de ser limpo” = concorrência
A livre concorrência é uma peça fundamental para a economia de mercado.

3/3 TUE – há 3 princípios:


101º TFUE
102º TFUE – não é proibido ter uma posição dominante. O que é proibido é abusar
dela. Ex: impor tarifas que nada têm a ver com o consumo.
107º - As atividades públicas não podem ajudar empresas.

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