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Direito da União Europeia

I – Introdução ao Conceito da UE
Contexto Histórico da UE
 
Fase de Integração ou Integração Supranacional, inicia-se em 1950
França decide apresentar uma proposta que permitia resolver os problemas entre frança e a
Alemanha.
Proposta: Produção do Carvão e do Aço devia sair da soberania dos países e entregue a um
organismo internacional europeu, não fechado, mas aberto aos países que queiram participar.
"Alta Autoridade Comum" - estaria num plano supranacional (ideia de Jean Monnet)
 
Desta forma se a produção e distribuição do Carvão e do Aço saísse da esfera nacional, era
possível controlar esses mesmos processos independentemente.
 
1951/1952 - Assinado o Tratado de Paris (TCECA), surge a primeira das três comunidades
europeias
A CECA recebeu parcelas das soberanias dos países que a constituíam, ou seja, nestas matérias
as decisões deixaram de ser tomadas a nível nacional, mas sim a nível de organização
internacional sendo as decisões impostas aos estados.
Tendo como efeitos:
- Os Estados Membros, bem como as empresas ficam sujeitos a legislação emitida pela CECA.
- Controlo Jurisdicional por parte da Organização sobre os EM, no caso de incumprimentos
estavam sujeitos a sanções.
 
A produção legislativa nestes domínios deixa de ser nacional e passar a ser feita por
Instituições Independentes dos EM:
- Nome Antigo - Atualmente
- Tribunal de Justiça - Tribunal de Justiça da União Europeia
- Assembleia - Parlamento Europeu
- Conselho de Ministros - Conselho da União Europeia
- Alta Autoridade - Comissão Europeia
 
6 Países Fundadores:
França
Alemanha
Holanda
Luxemburgo
Bélgica
Itália
 
- Criaram uma Organização no domínio militar
- Domínio Politico - TCED (1952)
- Criação de um exercito europeu, coordenado por um Ministro da Defesa Europeu
- Não entrou em vigor, porque não foi notificado pela França
 
1957/58 - Assinado Tratado de Roma, de onde resulta:
- TCEE
- TCEEA - Produção e Distribuição da Energia Atómica
 
3 Organizações de Integração Supranacional que acuavam no domínio económico, com o
principal objetivo de criação de um mercado comum (livre circulação de mercadorias, capitais,
serviços, trabalhadores, empresas e estabelecimentos)
 
EFTA - European Free-Trail Association
(Organização Internacional de Cooperação - faz face as organizações criadas na europa)
 
Tratado de Maastricht - 1992/93 (TUE)
- Institutivo Reformador (Tratado de Roma e Paris)
 
UE assentava-se em 3 pilares:
 
I - TCEE; CECA; TCEEA
II - Domínios PESC (Politica Externa e Segurança Comum)
III - CJAI (Cooperação nos domínios da Justiça e dos Assuntos Internos)
 
 
I Pilar - Pilar Comunitário (Domínio Economico)
 
II e III Pilar - Domínio Politico; Politica Externa (MNE); Segurança (Forças Armadas) - Justiça e
Assuntos Internos
 
Direito Comunitário - 1992/93 - Direito Comunitário Europeu
Esta estrutura vive até 2007/2008 - Tratado de Lisboa, extingue esta estrutura
A Comunidade europeia é absorvida pela UE
 
Diferenças entre o I Pilar e os II e III Pilar (de 1993 a 2008):
 
- I Pilar: Integração Supranacional (Transferência de Soberania por parte dos EM para a Org.
Interna)
- Ceca
- CEEA
- CE - Competência para intervir nos domínios que foram objetivo dessa transferência;
agia através das suas Instituições:
- Comissão
- Conselho
- Parlamento Europeu
 
Características:
- Independentes face aos EM
Actos quando aprovados correspondem a:
- Regulamentos Comunitários
- Diretivos Comunitários:
- Vinculativos (Obrigatórios)
- Relacionam-se com a legislação nacional (Primado; Efeito Direto; Aplicabilidade Direta)
- Maioria Simples ou Qualificada
- Tribunal de justiça das Comunidades Europeias - poder de controlar jurisdicionalmente o
cumprimento das obrigações dos EM
 
- II E III Pilar: Cooperação Intergovernamental (não existe transferência de Soberania)
 
São os estados que atuam nestes domínios, utilizando o conselho caso necessitassem de uma
atuação comum
Não existiam nem regulamentos, nem diretivas, apenas atos de observância, ou seja,
normalmente, não eram obrigatórios
 
- Tribunal não podia aplicar sanções
- Aprovação por unanimidade, existe a possibilidade de veto
 
Tratado de Lisboa eliminou a estrutura de pilares, mas manteve a cooperação nos domínios
PESC
 
Em 1997/1999 - Tratado de Amsterdão
Em 2001/2003 - Tratado de Nice
 
Tratado de Maastricht foi responsável pela criação de 2 politicas:
- União Económica e Monetária (19 Países) - BCE (Instituição); SEBC(Órgão)
- Cidadania Europeia - Estatuto reconhecido aos cidadãos de um EM da UE
- Direitos
- Deveres

Art 9º ( Maastricht) - Art 20º - 24º (Roma)


 
1957/1958 - TCEE (T. Roma) Integração
1992/1993 - TCE (T. Maastricht) Integração/ Referenciação
2007/2009 - TFUE (T. Lisboa) Integração
 
Art 39º 40º e 43º a 46º - Carta dos Direitos
 
Deveres:
- Respeitar Legislação Europeia
- Abster comportamentos que coloquem em causa, na UE: Saúde Publica; Segurança Publica;
Ordem Publica
 
Até ao Dia de Hoje - 7 Alargamentos da Comunidade Europeia / Unidade Europeia (1992/93)
 
1º - Reino Unido, Dinamarca, Irlanda (1973)
2º - Grécia (1979)
3º - Portugal, Espanha (1985)
4º - Áustria, Suécia, Finlândia (1994)
5º - Polonia, Rep Checa, Eslováquia, Hungria, Malta, Chipre, Letónia, Estónia, Lituânia,
Eslovénia (2002)
6º - Bulgária, Roménia (2006)
7º - Croácia (2011)
Natureza dos Critérios de Adesão a UE:
I - Política
II - Económica
III - Adoção do Acervo Comunitário
 
I - Natureza Politica
 
- País deve se caracterizar internamente pela presença de instituições estáveis que garantam a
democracia, o estado direito e dos direitos humanos
 
II - Natureza Económica
 
- Deve apresentar internamente um sistema de economia de mercado (o seu funcionamento
deve ser caracterizado pela existência de regras de concorrência)
 
III - Adoção do Acervo Comunitário
 
- O País tem que demonstrar que é capaz de respeitar as obrigações que decorrem da sua
entrada na UE (Obrigações como a livre circulação de pessoas, trabalhadores, capitais, adoção
do Euro, etc.)
 
Processo de Adoção a UE:
- Art 49º - Tratado da UE (Importante depois no livro)
"Qualquer Estado europeu que respeite os valores referidos no artigo 2.o e esteja empenhado
em promovê-los pode pedir para se tornar membro da União. O Parlamento Europeu e os
Parlamentos
nacionais são informados desse pedido. O Estado requerente dirige o seu pedido ao Conselho,
que se pronuncia por unanimidade, após ter consultado a Comissão e após aprovação do
Parlamento
Europeu, que se pronunciará por maioria dos membros que o compõem. São tidos em conta
os critérios de elegibilidade aprovados pelo Conselho Europeu."
 
"As condições de admissão e as adaptações dos Tratados em que se funda a União,
decorrentes dessa admissão, serão objeto de acordo entre os Estados-Membros e o Estado
peticionário. Esse acordo será
submetido à ratificação de todos os Estados Contratantes, de acordo com as respetivas normas
constitucionais."
 
Requisitos Prévios de Entrada de um novo país na UE:
 
1 - O Estado em causa deve estar em condições de consentir restrições a sua soberania
recorrentes a entrada da UE
2 - É necessário que não se devem levantar dificuldades de natureza constitucional que
possam impedir o direito da UE de produzir a plenitude dos seus efeitos na ordem jurídica
desse país
 
Pressupostos da Adesão a UE:
 
1 - Estado deve ser um Estado Europeu
2 - Estado deve ter vontade de entrar na UE e na CEEA
3 - O país que quer entrar deve se conformar com os princípios políticos, económicos e
jurídicos referidos nos Artigo 2º da TUE
“(A União funda-se nos valores do respeito pela dignidade humana, da liberdade, da
democracia, da igualdade, do Estado de direito e do respeito pelos direitos do Homem,
incluindo os direitos das
pessoas pertencentes a minorias. Estes valores são comuns aos Estados-Membros, numa
sociedade caracterizada pelo pluralismo, a não discriminação, a tolerância, a justiça, a
solidariedade e a igualdade entre homens e mulheres.)"
 
Etapas do Processo decisório (Art49º)
 
I - Pedido de Adesão do Estado Candidato ao Conselho
II - Conselho consulta a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu
III - Votação por parte do Parlamento Europeu (onde deve haver maioria - 705 Deputados
(depois de brexit) +1 Presidente)
IV - Tomada de Decisão por parte do Conselho, após aprovação do Parlamento Europeu (Voto
do conselho para aprovação tem de ser por unanimidade), se aceite são negociadas as
condições de entrada do País
V - Condições de entrada do País candidato tem de constar em um acordo (Acordo de
Natureza Intergovernamental - assinado entre o Candidato e todos os Estados da UE), no
acordo ficam a constar as condições de entrada, mas também as adaptações que os tratados
vão ter de adaptar por causa da entrada do novo país
VI - Acordo deverá ser retificado por todos os Estados da UE e pelos País Candidato, só após
todas as retificações necessárias é que o Tratado entra em vigor.

II – Instituições da União Europeia


Art.º 13 - Tratado da UE
 
1. "A União dispõe de um quadro institucional que visa promover os seus valores, prosseguir
os seus objetivos, servir os seus interesses, os dos seus cidadãos e os dos Estados-Membros,
bem como
assegurar a coerência, a eficácia e a continuidade das suas políticas e das suas ações."
As instituições da União são:
— O Parlamento Europeu,
— O Conselho Europeu,
— O Conselho,
— A Comissão Europeia (adiante designada "Comissão"),
— O Tribunal de Justiça da União Europeia,
— O Banco Central Europeu,
— O Tribunal de Contas
 
2. "Cada instituição acua dentro dos limites das atribuições que lhe são conferidas pelos
Tratados, de acordo com os procedimentos, condições e finalidades que estes estabelecem. As
instituições
mantêm entre si uma cooperação leal." (+) Ponto 1 e 2 do Artº5 - Em Conjunto descrevem um
principio das competências por atribuição
Conselho:
Artigo 16ª - TUE
Artigo 237º - 243 (TFUE)
 
- Instituição Intergovernamental
Local onde os Estados Membros protegem os seus interesses nacionais
 
- Instituição Comunitária
Realizar os objetivos da União Europeia
Decisões são tomadas por maioria qualificada
 
Membros do Conselho:
Composto por 1 representante de cada estado-membro ao nível ministerial, sendo que esse
ministro tem de ter poderes para vincular o governo do respetivo EM, e exercer o direito de
voto.
 
A presidência do conselho é rotativa, a rotatividade dá-se de 6 em 6 meses
 
10 Formações do Conselho:
- ECOFIN (Economia e Finanças)
- JAI (Justiça e Administração Interna)
- Negócios Estrangeiros
Art.º 16 Ponto 9 - A regra de rotatividade é anulada nesta formação do conselho pois é
presidida por ARUNEPS
- Assuntos Gerais
- Agricultura e das Pescas
 
 
Vantagens da Presidência dos EM do Conselho:
- Prestigio
- Centro de todas as atenções e atividades
- Possibilidade de influencia e de marcar a historia da UE
 
Competências do Conselho:
- Definição de Politicas
- Coordenação em conformidade com as condições estabelecidas nos tratados (articulado com
a Comissão)
 
(Partilhadas com o Conselho Europeu)
- Função legislativa
- Função Orçamental
Comissão Europeia:
Art 17º - TUE
Art 244º - TFUE
 
Composição da Comissão - Art 17º Ponto 4
 
ARUNEPS - Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Politica de Segurança
(Vice-Presidente da Comissão) - Art 18º TUE
 
Comissão Europeia responde politicamente perante o Parlamento Europeu - Art 17º Ponto 8
 
Eleição do Presidente:(Art 17º Ponto 7 - 1ºP)
- Primeiramente é o Presidente - pois também poder sobre a nomeação dos restantes
comissários
- Conselho Europeu propõe nome para a presidência da Comissão, tendo em conta as eleições
para o Parlamento
 
Eleição ARUNEPS: (Artº 18 Ponto 1)
 
Eleição Comissários: (Art 17º Ponto 7 - 2ºP e 3ºP)
 
▪ Competências da Comissão Europeia: (Art 17º Ponto 1 e 2)
- Promove o Interesse geral da UE (Função Geral)
Funções Especificas:
- Vela pela aplicação dos tratados e medidas adotadas pela força dos mesmo .Controla a
aplicação do direito da UE sob a fiscalização do Tribunal de Justiça da UE
- Executa o Orçamento e gere os programas. Coordenação, execução e gestão em
conformidade com as condições dos Tratados
- Assegura a representação externa da UE , com exceção da PESC ( ARUNEPS tem essa função)
- Participação nos debates da legislatura da UE ( Atos legislativos da União só podem ser
adotados sob proposta da Comissão salvo disposição em contrário dos Tratados)
Ação por incumprimento - processo de ilegalidade por parte de um Estado Membro,
fiscalizado pela Comissão
 
Processos de Ilegalidade Europeia por parte de uma Instituição:
- Recursos de anulação (por causa de um ato)
- Ações por Omissão ( abstenção de agir)
 
Quando é a Comissão Europeia a cometer essa Ilegalidade, é fiscalizada pelas outras
Instituições
 
Funcionamento da Comissão Internamente - Artº 249 TFUE
 
Abandono da função de Comissário: (Artº 247 TFUE)
- Demissões Compulsivas
- Demissões Voluntárias
 
Moção de Censura do Parlamento Europeu perante a Comissão Europeia - Artº 8 TUE e Artº
234 TFUE
Parlamento Europeu
(Artº 14 TUE)
(Art º 223 - 234º TFUE)
 
Composição do Parlamento ( Artº 14 Ponto 2):
- Representantes dos Cidadãos Europeus, defendendo os seus interesses
- Nº Deputados - 705 (com presidente) , depois do Brexit
- Representação é degressivamente proporcional ( quanto mais pequena a população do país,
mais deputados elege)
 
Competências do Parlamento Europeu:
- Funções de Controlo Político
- Funções Consultivas em conformidade com as condições estabelecidas nos Tratados
- Compete-lhe eleger o Presidente da Comissão
- Função Legislativa e Orçamental juntamente com o Conselho

Tribunal
(Artº 19 TUE)
(Art º 251 - 281º TFUE)
 
Instituição jurisdicional da EU - Tribunal Jurisdicional da EU (TJUE)
 
Constituído Por:
 Tribunal de Justiça
 Tribunal Geral (desde a entrada em vigor do Tratado de Lisboa)
 
Características da Jurisdição da TJUE:
 Instituição permanente ( funciona de maneira permanente) que têm competência
exclusiva (não são competências partilhadas com outros tribunais)
 Imperativo ( obrigatório, nenhum estado membro pode desrespeitar qualquer decisão
do tribunal)
 
Estes requisitos permitem a TJUE desenvolver:
 A garantia do respeito do direito na interpretação dos Tratados
 Responsável por:
o Fazer que o Direito da União Europeia seja interpretado de forma uniforme (igual a
todos)
o Respeito do Direito
 
Tribunal Atiuista:
 Não é neutro, contribui assim para o desenvolvimento para o processo europeu de
integração da EU (P.22 do Livro - Tutela Jurisdicional)
 
Estatuto do TJUE:
 Tramitação: aplica-se aos processos judicias, abrange todo o processo de uma ação em
tribunal desde o inicio ate ao fim
 
O Tribunal Geral serve para assistir o Tribunal de Justiça
 
O Tribunal de Justiça (TJ) e o Tribunal Geral (TG) cada um tem a sua maneira de agir perante as
ações e recursos e podem ser tramitadas:
 Regulamento de Processo - Forma Comum
 Regulamento de Processos - Forma Especial
 
Fases Obrigatórias de Tramitação:
 1º Fase - Fase Escrita ( encontrar o articular das fases)
 2º Fase - Oral (audiência onde as partes alegadas e o advogado geral apresentam as
conclusões)
 
Não há sentenças apenas acórdãos ou despachos no que toca as sanções do TJ e do TG
 
 
O Tribunal de Justiça:
 Composto por 1 juiz por casa estado-membro
 É assistido por advogados gerais ( nomeados por 6 anos e podem ser novamente
nomeados)
 
O Tribunal Geral:
 Composto por pelo menos 1 juiz por estado-membro
 Não sendo membros do TJ, encontramos os advogados gerais (atual 11 advogados
gerais) são escolhidos de entre personalidades que oferecem todas as garantias de
independência
 Tanto o Tribunal Pleno como o TG tem presidente, vice-presidente e funcionam através
de secções: ou de 3 juízes ou de 5 e cada secção tem o seu presidente ( A Grande Secção
reúne 15 juízes e entre eles esta o presidente e o vice-presidente)
 O TG quando reúne todos os juízes fala-se em conferencia plenária
 Tribunais nacionais (dos Estados-membros) são tribunais da União Europeia
 Principio da competência por atribuição (Competências diferenciadas do TJUE e dos
Tribunais Nacionais)
 
 
Instrumentos Contenciosos:
 Pressupõe a existência de litígios (conflito de interesses)
 
Instrumentos Não Contenciosos:
 A não existência de litígios nem processo de partes
 
 
Competências do TJUE: (Art.º 19 P3)
 TJUE decide, nos termos do disposto nos Tratados:
o Sobre Recursos interpostos por um EM, ou instituição, ou pessoas coletivas ou
singulares
(4 Competências de instrumentos Contenciosos):
 Incumprimento de obrigações da autoria de algum EM ( Condenação do EM
em Sanções pecuniárias aos EM ) - Ações por incumprimento
regulamentadas em TUE - Artº19 P3 a) / e TFUE - Artº258 a Artº260
(Competência exclusiva do TJ)
 Fiscalizar e controlar a legalidade dos atos das instituições Europeias
(regulamentos, diretivas e decisões) - Recursos de Anulação regulamentadas
em TUE - Artº19 e TFUE Artº263 e Artº264
 Declarar a violação dos tratados por Omissão - Ação por Omissão
regulamentada TUE - Artº19 e TFUE - Artº265 e Artº266
 Apreciar Ações de Responsabilidade Civil extracontratuais instauradas contra
a EU - Ações regulamentas no TUE Art.º19 e TFUE Artº268
(Ultimas 3 Competências são Comuns entre o TJ e o TG)
 
(Instrumentos Não Contenciosos)
o A título prejudicial , a pedido dos órgãos jurisdicionais nacionais, sobre a
interpretação do direito da União ou sobre a validade dos atos adotados pelas
instituições
 Reenvio Prejudicial - tem estas 2 finalidades sublinhadas acima ; os 2
intervenientes deste reenvio é os Tribunais Nacionais para o TJUE ( TUE -
Art.º19 b) e TFUE Art.º 267)

Banco Central Europeu


 
(Art.º 282 - 284º TFUE)
 
Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC) - Junção do Banco Central Europeu e os Bancos
Centrais Nacionais
 
Eurosistema - Junção Banco Central Europeu e os Bancos Centrais Nacionais dos EM cuja a
moeda seja o Euro
 
 
Decisão da Emissão da Moeda nos Países com Euro , é feita pelo BCE , enquanto nos países
sem Euro a decisão é feita pelo Pais
 
BCE controla a inflação através das taxas de juro (aumentando ou diminuindo)

Órgãos da EU
 
ARUNEPS - Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Politica de Segurança
COREPER - Comité dos Representantes Permanentes
SEBC - Sistema Europeu de Bancos Centrais
 
Art.º 300 TFUE - Órgãos Consultivos da União
 CES - Comité Economico e Social
 CR - Comité das Regiões
 
CIG - Conferência Intergovernamental
 
Provedor de Justiça Europeu - Art-º228
III – Fontes do Direito da União Europeia

2 Fontes Escritas do Direito da União Europeia:


 
 Direito Originário ou Primário (Tratados)
 Direito Derivado ou Secundário (Atos das Instituições)
 
 
 Direito Originário
 
 Tratados Institutivos ( TUE , T.CECA. TCEEA, TCEE)
 Tratados Modificativos (T.Nice T.Lisboa, T.Amsterdão, TFUE)
 Tratados de Adesão (Alargamentos da UE)
 Carta dos Direitos Fundamentais da EU
 Protocolos Anexos
 
 Como e que os tratados podem ser revistos (Maastricht e Roma)
o Art-º 48 - Processo de revisão dos tratados
 Processo de Revisão Ordinário (P2 - P5)
 Processo de Revisão Simplificados
 
Processo de Revisão Ordinário
 
I. Fase Iniciativa - Remetem o processo do Conselho ao Conselho Europeu e notificam os
parlamentos nacionais
II. Fase Consulta - Conselho Europeu consulta o Parlamento Europeu e a Comissão e o BCE
(se necessário)
III. Fase de Apreciação do Projeto - Conselho Europeu aprecia o projeto ou rejeita, pode
aprovar com vista a convocação de uma convenção ( Participantes citados no Artº48 P3)
IV. Fase da convocação da convenção - que nem sempre é obrigatória pois se o Conselho
Europeu obter a concordância do Parlamento Europeu
V. Fase da Apreciação das Alterações da Convenção - se houver a tal convenção
VI. Fase de Convocação da CIG
VII. Fase de Retificação nas Ordens Jurídicas Internas
VIII. Fase de Entrada em Vigor
 
 
 Direito Derivado ou Secundário
 
 TFUE - Artº 288 - Artº299
 
 Atos Vinculativos - Regulamentos, Diretivas e Decisões
o Atos Legislativos - Aprovados só pelo Conselho ou pelo Conselho e Parlamento
Europeu
 Classificados através processo decisório:
 Processos Legislativo Ordinário (Artº289 P1)
 Processos Legislativos Especiais (Artº289 P2)
 
o Atos Não legislativos:
 Atos Delegados - Aprovados pela Comissão Europeia
 Atos de Execução - (Artº291 P2-4)
 
 
 Atos Não Vinculativos - Recomendações e Pareceres
 
 
 Regulamento:
o Tem Caracter Geral
o É obrigatório em todos os seus elementos
o Diretamente aplicável em todos os Estados-Membros
o Regulamento após ser publicado no jornal da UE , quando entra em vigor vincula
todos os Estados-Membros e Particulares (aplicabilidade direta - não necessita ser
transposto para as ordens jurídicas nacionais)
o Proibida a transposição dos regulamentos
 
 
 Diretiva:
o Vincula o Estado-Membro destinatário quanto ao resultado a alcançar
o Dá liberdade as instâncias nacionais a competência quanto a forma e aos meios
o Aplicabilidade Direta , MAS tem que ser transposta para as ordens jurídicas
nacionais
o Transposição para as Ordens Jurídica Portuguesa - Artº112 P8
o Formas de transposição da diretiva: Lei, Decreto-Lei e Decreto legislativo regional
 
 Decisão:
o É obrigatória em todos os seus elementos
o Quando designa destinatários, só é obrigatória aos mesmos

Princípios relativos à relação entre o Direito da UE e os Direitos Nacionais


 
1. Principio do Primado do Direito da EU
 Trata-se de uma “exigência existencial” (a expressão é do juiz do TJ Pierre
Pescatore) da ordem jurídica da UE, pelo que a consagração nos Tratados é
desnecessária
 Trata-se de um princípio de criação pretoriana (jurisprudencial), bem ilustradora
do ativismo judicial do TJ.
 
 Foi e é objeto de centenas de decisões do TJ e mais tarde do TPI (atual TG),
destacando-se na sua proclamação o acórdão COSTA / ENEL e na sua consolidação
o acórdão INTERNATIONALE HANDELSGESELLSCHAFT e o acórdão SIMMENTHAL
o Acórdão COSTA / ENEL proclama o primado do Direito Comunitário e seus
fundamentos, a saber:
 os Tratados terem criado uma ordem jurídica própria que se integra
no sistema jurídico dos Estados membros e se impõe aos seus órgãos
jurisdicionais;
 na limitação das competências nacionais operada através dos
Tratados, a qual pressupõe a criação de um Direito aplicável nas suas
ordens jurídicas;
o Acórdão INTERNATIONALE HANDELSGESELLSCHAFT:
 o TJ proclamou o primado do Direito Comunitário sobre as próprias
Constituições nacionais dos Estados membros.
 Afirmando que violações aos direitos fundamentais ou aos princípios
estruturantes previstos naquelas Constituições não poderiam afetar
nem validade nem a eficácia de um ato comunitário nos Estados
membros
o Acórdão SIMMENTHAL:
 O TJ investiu os tribunais nacionais na qualidade de tribunais
Comunitários e guardiões do princípio do primado do Direito
Comunitário: os tribunais nacionais têm a obrigação de não aplicar
qualquer norma nacional, constitucional ou legislativa, contrária ao
Direito Comunitário
 
 Noção de primado do Direito da EU:
o Não trata as relações entre o Direito da UE e o Direito interno num plano de
hierarquia, pelo que aquele não tem um valor superior a este;
o A relação entre normas incompatíveis é tratada num plano de
prioridade/preferência aplicativa do Direito da UE em relação ao Direito
interno ,conferindo ao particular o direito de exigir a aplicação da norma
comunitária em detrimento da norma nacional contrária
o Para o TJUE o primado é essencial, absoluto e incondicional, estendendo-se a
todas as fontes do Direito da UE,
o Privado visa garantir o princípio da aplicabilidade direta do Direito da UE e
princípio do efeito direto do Direito da EU
 
2. Principio da aplicabilidade direta do Direito da EU
 
 É corolário do princípio do primado. E de acordo com ele:
o O Direito da UE vigora imediata e automaticamente nas ordens jurídicas
internas dos Estados membros sem necessidade de interposição de qualquer
ato (legislativo, regulamentar ou administrativo) de receção ou
transformação por parte dos Estados membros, e sem perder a sua
qualidade de Direito da UE.
 A norma comunitária é imediatamente integrada nas ordens jurídicas nacionais,
sem necessidade de qualquer medida de direito interno que complete ou
desenvolva o seu conteúdo.
 Está previsto no Artº288 TFUE , embora restrito ao regulamento comunitário
europeu
 A Aplicabilidade direta dispensa e proíbe a transposição de normas comunitárias
como as constantes dos Tratados e dos regulamentos, uma vez que tal
transposição colocaria em causa o princípio da aplicação uniforme do Direito da
UE.
 
3. Principio do efeito direto do Direito da EU
 
 O efeito direto traduz-se:
o na invocabilidade pelos particulares de direitos individuais, com base em
disposições de Direito da UE, que ao juiz nacional compete salvaguardar,
eventualmente com a desaplicação das normas nacionais contrárias.
o na aptidão que as normas de Direito da UE têm de produzir efeitos na esfera
jurídica dos particulares, conferindo-lhes direitos que podem ser invocados
perante os tribunais nacionais e que a estes cabe salvaguardar.
 
 Efeito direto vertical: a norma europeia é invocada contra o Estado;
 Efeito direto horizontal: a norma europeia é invocada contra outro particular.
 Finalidades do efeito direto:
o Assegurar o primado do Direito da UE;
o Assegurar a aplicação uniforme do Direito da UE;
o Assegurar a proteção jurisdicional dos direitos conferidos pelo Direito da UE
aos particulares
 
 Não tem consagração nos tratados, sendo um princípio de criação
pretoriana/jurisprudencial
 Em relação às normas dos Tratados, destaca-se o Acórdão VAN GEND EN LOOS:
o o TJ reconheceu efeito direto (vertical e horizontal) às disposições do direito
originário que, de forma clara e incondicional, conferem direitos aos
particulares ou impõem obrigações aos Estados membros.
 Em relação às normas de diretivas, destaca-se o acórdão VAN DUYN:
o Reconheceu apenas o efeito direto vertical de normas das diretivas não
transpostas ou transpostas incorretamente ou extemporaneamente.
 A não produção de efeito direto horizontal das normas das diretivas foi
compensada através do:
o 1.4. - Princípio da interpretação do direito nacional conforme ao Direito da UE
(ac. Marleasing);
o 1.5. - Princípio da responsabilidade dos Estados membros pela violação do
Direito da UE (ac. Francovich),
 
 
Princípios relativos à distribuição de competências entre a UE e os Estados membros
(2.1.) e ao exercício das competências pela UE (2.2 e 2.3)
 
4. Principio da competência por atribuição (Art.º5, nº1 e 2, TUE)
 A UE e as suas instituições atuam de acordo com as competências previstas nos
Tratados, existindo competências exclusivas da EU e competências partilhadas entre a
UE e os Estados membros.
 
5. Princípio da subsidiariedade (Art.º 5, n.º 1 e 3, do TUE)
 Aplica-se nas competências partilhadas entre a UE e os Estados membros e é um
princípio descentralizador. Naqueles domínios, deve-se dar prevalência à atuação dos
Estados membros, pelo que UE apenas deverá agir se os Estados membros se mostrarem
incapazes de as realizarem.
 
6. Princípio da proporcionalidade (artigo 5.º, n.º 1 e 4, do TUE)
 Os fins não justificam os meios; estes devem justificar-se por si próprios e devem ser
adequados, necessários e proporcionais (triplo teste) na prossecução dos fins da UE.
IV – Contencioso da União Europeia
 
Instrumentos processuais que permitem mobilizar a atuação do TJ e TG:
 
 Ações por incumprimento
 Recursos de Anulação
 Ações por Omissão
 Ações de responsabilidade civil contra a EU
 Exceção de Ilegalidade
 
 Reenvio Prejudicial (Não Contencioso)

I. Ações por incumprimento


 
(Art.º 258 - 260 )
 
Objeto: Averiguar se houve violação de obrigações decorrentes dos tratados por parte
de algum Estado-Membro
Objetivo: reprimir esse tipo de violações por parte dos estados-membros
 
Direito Positivado: Direito Legislado , escrito em normas , tratados , diretivas ( Direito
Primário)
 
Demantante e Demandado - 2 lados do processo
 
Exemplos de violações por parte dos EM:
 Violação dos Tratados (TUE ou TFUE) (Tratado de adesão , Tratados da UE com
terceiros)
 Violação das normas (Carta Dir. Fundamentais da UE)
 Não transpor para a Ordem Jurídica Interna as Diretivas
 Violar Decisões do TJUE (Ex: Acórdãos)
 
Incumprimentos Por Ação
 Adoção na Ordem jurídica interna legislação contraria ao Direito da UE
 
Incumprimentos por Omissão
 Não transposição de diretivas
 
 
Legitimidade Processual nas ações por incumprimento:
 Ativa
o Quem pode propor ou instaurar a ação:
 Comissão Europeia
 Estados-Membros
 
 Passiva
o Contra quem pode ser instaurada:
 Estados-Membros ( Destinatários )
 
Meios de defesa invocados pelos estado-membros para justificar o incumprimento:
 Motivo de força maior
 Admitem que o incumprimento existiu e que durante o processo já foi eliminado
 Não tiveram intenção culposa
 Ausência de prejuízo
 Faltas cometidas pelas instituições comunitárias ( ocorreu mas devido a
instituição)
 Desuso de disposições contrarias com a UE
 
Percurso do Processo de incumprimento:
 Fase Pré Contenciosa (Artº.258)
o Tribunal de Justiça não tem qualquer relação ainda
o Desenvolve-se entre a comissão e o estado-membro destinado
o A comissão pode ter conhecimento do incumprimento oficiosamente (no
decorrer das suas ações) ou porque alguma empresa ou alguém se queixou a
comissão
o Depois desse conhecimento a comissão só instaura ações por incumprimento
se a mesma desejar, pois beneficia de poderes discricionários
o Fases processuais dentro da Fase Pré Contenciosa:
 Pedido e troca informal de explicações ( elaborando a Nota de Culpa
com os factos observados do incumprimento e indícios do mesmo )
 Resposta do estado membro até ao prazo definido na Nota de Culpa
(EM poderá responder ou não)
 Formulação de um parecer fundamentado ( diferentemente da nota
de culpa no parecer a comissão já tem um caso fundamentado ,
atribuindo um prazo não de resposta mas sim de alteração do
incumprimento feito)
 
 Fase Contenciosa
o Fase Escrita (Articulados)
 Onde as partes explicam ao TJ as suas razões -
 Petição Inicial ( Comissão)
 Contestação - Primeiro Articulado ( EM)
 Réplica - Segundo Articulado (Comissão)
 Treplica - Terceiro (EM)
 
o Fase de Instrução
 (Fase Facultativa)
 Adicionar ao processos meios de prova que ainda não tenham sido
adicionados por ambas as partes
 Fase determinada pelo Tribunal se necessário da adição de mais
documentos
 
o Fase Oral
 Testemunhas no TJ
 É mais comum ouvir peritos no TJ
 Alegações de ambas as partes
 Advogado geral apresenta as suas conclusões
 Finaliza-se com um acórdão ( TJ decide quem tem razão)
II. Recurso Por Anulação
 
(Art.º 263; 264;266)
 
Permite que o TJ fiscalize a legalidade dos atos do Direito Comunitário derivado e
eventualmente os declare nulos nos termos do Art.º264.
Permite a impugnação dos atos dos organismos por iniciativa dos particulares
 
Recurso de anulação fiscaliza Judicialmente a legalidade das instituições.
 
Objetivo : Expurgar da norma jurídica europeia normas que são violadoras dos tratados ou
outro tipo de direito comunitário.
 
Recorrente e Recorrido - 2 Lados do processo
 
Condições de admissibilidade do Recurso por anulação:
 Identificação dos atos passiveis (Artº263 P1)
o Atos Legislativos
o Atos do Conselho, Comissão e BCE q não sejam recomendações ou pareceres
o Atos dos órgãos ou organismos da União destinados a produzir efeitos jurídicos em
relação a terceiros
 Legitimidade do instaurador (Art.º 263 P2/3/4)
o Recorrentes Institucionais:
 Legitimidade Privilegiada - EM; Parlamento Europeu; Conselho; Comissão -
Não precisam de justificar os recursos de anulação que propõe
 Legitimidade Mitigada - Tribunal de Contas; BCE; Comité das Regiões -
Precisam de justificar a razão da apresentação do recurso de anulação.
Desde que seja com "objetivo de Salvaguardar as respetivas prerrogativas "
(Artº 263 P3)
o Recorrentes Ordinários:
 Particulares , Organizações Internacionais; Países Terceiros; Pessoas
Coletivas de direito publico dentro dos EM - Acesso destes mesmos ao TJUE
é muito restrito
 1º Tipo de atos que particulares possam recorrer - Atos que os recorrentes
sejam destinatários
 2ª tipo de atos - Atos que individualmente lhes digam respeito
 3º tipo de atos - Atos regulamentares (não legislativo) que lhe digam
respeito e não necessitem de medidas de execução
 Respeito de prazos ( Artº 263º P7) - 60 Dias depois de conhecimento do ato ou da
publicação do ato.
 
Fundamentos do Recurso por anulação: (Artº263 P2)
 Incompetência
 Violação de Formalidades essenciais
 Violação dos Tratados ou de qualquer norma jurídica relativa a sua aplicação ou em
desvio de poder.
 
 
Efeitos da decisão (Acórdão) do Tribunal (no âmbito do recurso por anulação):
 
 Se o recurso tiver fundamentos o TJUE anulará o ato impugnado ( Art.º264)
o Causará um efeito retroativo
o Força obrigatória geral - Efeito erga omnes = "contra todos" ; inter partes = entre
as partes (força restrita ao caso concreto)
o Efeito Repristinatório

III. Ações por Omissão


 
(Art.º 265 ; 266)
 
Visa controlar a legalidade da atuação das instituições
Neste caso existem instituições que se abstêm do exercício que os compete e é obrigatório
 
Condições de admissibilidade:
 
 Quais as Omissões (Identificação das abstenções)
o Apenas sobre competências obrigatórias
 Quem pode instaurar a ação(I) e contra quem pode ser instaurada(II) (Legitimidade)
o (I) Demandantes
 Demandantes Privilegiados:(TJ)
 Estados membros
 Outras Instituições da União Europeia
 Demandantes Ordinários (Mitigados):(TG)
 Pessoas Singulares ou Coletivas
o (II) Demandados
 Instituições Europeias
 
 Prazos a serem respeitados (Art.º 265 P2)
o Demandante convida a instituição demandada a agir (2 Meses para tal) (Fase pré
Contenciosa)
o No caso de não agirem o recurso pode ser instaurado noutro período de 2 meses
( Fase Contenciosa)
 
 No caso de razão do demandante , a instituição demandada deve suprimir a omissão
violadora dos tratados, adotando um ato que a mesma ache correto adotar

IV. Ações de responsabilidade civil contra a EU


 
(Art-º 268; 340)
(Artº 41 nº3 - CDFUE)
 
 
2 Tipos:
 Contractual
 Extracontratual ( Aquiliana) (A única em causa nesta situação)
 
Legitimidade :
(Autores da Ação)
 Estados Membros (TJ)
 Particular (TG)
Contra Quem: (Réu)
 União Europeia
 
Prazo:
5 Anos a partir da ocorrência do facto para que o lesado instaure a ação
 
Requisitos de instauração da ação:
 É necessária uma conduta (comportamento material ou jurídico)
 Ilicitude desse comportamento ( Contra a Lei)
 É necessário existir danos
 Nexo Causalidade (Implica a ligação entre 2 elementos | comportamento - danos)

V. Exceção de Ilegalidade
 
(Artº 277)
 
Mesmo depois de decorrido os 2 Meses estabelecidos no Art.º 263 , qualquer parte em caso
de litigio que ponha em causa um ato de alcance geral adotado por uma instituição, um órgão
ou um organismo da EU, pode recorrer aos meios previstos no 2º paragrafo do Art.º 263, para
arguir no TJUE a inaplicabilidade desse ato.
 
Não Têm autonomia, ou seja, precisa de ser articulado com 1 dos outros 4 instrumentos
contenciosos
 
Este instrumento apenas é recorrido no TJUE para instaurar um dos outros 4 instrumentos
 
É um incidente processual - ou seja , processo no qual a questão principal é outra
 
Visa impugnar diretamente um ato de alcance geral

 
Reenvio Prejudicial (Não Contencioso)
 
(Artº 267)
 
Não existe litigio , mas existe um diferendo
 
Processo de cooperação institucional entre 2 juízes ou 2 tribunais
 1 Juiz ou Tribunal Nacional
 TJ
 
Efeitos da decisão prejudicial (do TJ)
 
(É um Acórdão)
 Efeito Vinculativo
 
 
 
É uma forma de controlo judicial indireto e de colaboração na administração da justiça, pelo
qual o TJUE interpreta ou aprecia a validade de normas comunitárias

V – Politicas e Ações Internas da EU

Mercado Interno
 
(Art.º 26 , 27º)
 
Livre Circulação de Mercadorias
 
(Art.º 28,37)
 
Mercadorias - qualquer produto que possa ser avaliado em dinheiro e que possa ser
objeto de trocas comerciais
 Lixo
 Automóveis
 
União Aduaneira -
 
Direitos Aduaneiros de Importação e Exportação - Taxas de Produto na entrada de
outro país ( Taxas Alfandegárias), ou outros encargos de efeito equivalente
 
Produtos Livre Prática - produtos oriundos de países terceiros (exteriores a UE) ; para
que assim seja é necessário que cumpram as formalidades de importação e o
pagamento de direitos aduaneiros ainda também que não tenham beneficiado de
draubaque (restituição dos direitos aduaneiros pagos) total ou parcial
 
 
Obstáculos a Livre Circulação de Mercadorias:
 
 Obstáculos de Natureza Pautal (Art.º 28)
o Não Há Direitos Aduaneiros no comércio intracomunitário (UE)
o Art.º 28 proíbe os direitos aduaneiros ou encargos de efeito equivalente
 
 Obstáculos de Natureza Não Pautal
o Proíbem as restrições quantitativas a exportação e importação (Artº34 e 35)
- Quanto ao comércio intracomunitário
 
Art.º 36 - Clausula de Salvaguarda - serve para os países restringirem ou limitarem uma
liberdade de circulação neste caso de mercadorias

Livre Circulação de Pessoas


 
Em 1957 a liberdade de circulação de pessoas abrangia apenas as pessoas que
fossem agentes económicos (trabalhadores, prestadores de serviços e titulares
de estabelecimentos). O AUE (1986/1987) é quem introduz tal liberdade no
TCEE.
Desde os acordos de Schengen (os principais datam de 1985 e 1990) que a LCP
abrange pessoas propriamente ditas, isto é, independentemente de serem
agentes económicos (reformados, estudantes, turistas…), liberdade que sofre
um incremento com o TUE e a figura da cidadania europeia.
 
 
(Art.º 45 - 48)
 
Livre Circulação de Trabalhadores
 Apenas os Trabalhadores por conta de outrem (Trabalhadores dependentes ou
salariados)
 Os por conta própria beneficiam da Livre circulação de serviços
 
Artº45 nº2 - Principio do Tratamento Nacional - são proibidas quaisquer
discriminações com base no fator Nacionalidade
 
Compreende ainda o direito de (Art.º45 Nº3) :
 Circular para responder a ofertas de emprego efetivamente feitas
 Residir num EM a fim de exercer uma atividade laboral
 Direito de permanência de residência apos a exerção da atividade laboral
 
Artº45 nº3 - Clausula de Salvaguarda - que limita a livre circulação de trabalhadores
" sem prejuízo (.…) e saúde pública"
 
Limitações: Cláusula de Salvaguarda
 Razões de Ordem Pública, Segurança Pública e Saúde Pública
 
Restrições:
Há uma restrição, que se prende com os trabalhos que impliquem o exercício de
autoridade pública (forças de segurança pública e forças militares; magistraturas;
representação diplomática). Aqui pode-se exigir nacionalidade do Estado
membro de origem (n.º 4 do artigo 45.º

Direito de Estabelecimento e Liberdade de Prestação de Serviços


 
 
Circulação Estabelecimentos - 49º a 55º
Circulação de Serviços e Prestadores - 56º a 62º
 
Pessoas que prestam atividades económicas de forma independente não cabem
dentro da LCT. Ou seja, trabalhadores independentes e empresas beneficiam de outras
liberdades de circulação:
 A liberdade de prestação de serviços;
 O direito de estabelecimento.
 
Portanto, também os prestadores de serviços e os estabelecimentos (empresários e
empresas) podem circular livremente no espaço da UE.
Podem ser seus titulares as pessoas singulares (por exemplo, empresários em nome
individual) e pessoas coletivas.
 
 
Direito de Estabelecimento:(DE)
 
 Implica a presença Permanente com estabelecimento de um agente económico
no espaço comunitário;
 É um regime mais restrito
 Formas do DE:
o Através de um Estabelecimento, seja sucursal, filial ou agência da empresa
o Através de um escritório de representação
o Através de um mandato permanente para prestação de serviços
 Conteúdo do DE:
o Direito a constituição de empresas no espaço comunitário
o Direito ao exercício de uma profissão liberal, sempre que tal exercício
envolva um estabelecimento
 Principio de Tratamento Nacional - 49º
o Visa empresas com fins lucrativos
 
 Restrições:
o DE não tem aplicação no exercício de atividades que se pendam com o exercício de
poderes de autoridade pública - 51º TFUE
 
 Limitações: Cláusulas de salvaguarda no âmbito do DE
o situações que permitem excecionar o direito de estabelecimento, admitindo-se
que os Estados membros estabeleçam regimes especiais para estrangeiros
justificados em razões de ordem pública, segurança pública e saúde pública. - 52º
TFUE
 
 
Liberdade de Prestação de Serviços:(LPS)
 
 Implica a prestação de serviços por parte de uma gente económico a um
destinatário de outro Estado membro sem que exista qualquer tipo de estrutura
permanente no Estado do destinatário do serviço.
 É um regime mais flexível
 Formas de LPS:
o 1º - Deslocação do prestador à residência do destinatário do serviço
o 2º - Deslocação do destinatário do serviço ao Estado membro do prestador
o 3º - Sem haver deslocação (Ex: Vendas à distância, no qual o serviço é
prestado sem deslocação)
 
 Delimitação dos Serviços:(57º)
o Definição positiva de serviços: atividades de natureza industrial, comercial,
artesanal e de profissões liberais;
o Encontramos também uma definição negativa por contraposição à LCM, LCC e LCP.
 Principio do Tratamento Nacional - 57º e 61º
 
 Limitações e Restrições: Cláusulas de salvaguarda e restrição na LPS
o 51º
o 52º

Liberdade de Circulação de Capitais


 
 
Capitais também podem circular livremente pelo espaço da EU
 
Capital - Fator de Produção - Beneficia de livre circulação
 
Sem embargo dos regimes fiscais de cada Estado membro, os
quais variam; tal como sem embargo das medidas que o Estado membro de
acolhimento dos investimentos preveja para prevenir e combater a criminalidade
económica, como por exemplo o branqueamento de capitais (a chamada lavagem de
dinheiro).

VI – Proteção da Concorrência
I. Regras Aplicáveis às empresas (publicas e privadas)
 
 
a) Proibição da Cartalização de Mercados
 
Art.º 101
 
Os cartéis assentam em acordos, práticas concertadas ou decisões de associações de
empresas.
 
101º Nº3 - estabelece que essa proibição poderá ser inaplicável aos cartéis e às
ententes que satisfaçam os requisitos que esse mesmo n.º 3 prevê.
 
As modalidades dos cartéis são as seguintes três:
 acordos entre empresas;
 Decisões de associações de empresas ou
 Práticas concertadas
 
 
Objetivo Cartalização:
 
 efeito anti concorrencial: visam impedir, restringir ou falsear a concorrência no
mercado interno
 
Exemplos de Comportamentos de Cartéis:
 
 a fixação, direta ou indireta de preços de compra ou venda;
 a limitação ou controlo da produção ou distribuição de produtos;
 a repartição de mercados, etc.
 
O artigo 101º TFUE goza de efeito direto, vertical e horizontal, os consumidores e
outros produtores que se sintam lesados podem recorrer aos tribunais nacionais e
quem está muito atenta é a Comissão.
 
101º Nº2 - Nulidade - Portanto, esses acordos ou decisões são nulos, o que significa
que o direito entendido enquanto ordem jurídica não autoriza que esses acordos,
práticas concertadas ou decisões produzam efeitos.
 
A União Europeia pode aplicar sanções por incumprimento. A comissão pode aplicar
diretamente coimas, como guardiã dos tratados.
As empresas podem recorrer e não acatar através de recurso de anulação, instaurado
no TG, a impugnar a decisão, porque é um ato vinculativo que produz efeitos a
terceiros, a palavra final é do TG, dado que são empresas, logo, particulares.
 
 
b) Proibição do abuso de posição dominante
 
 Proíbe, não as posições dominantes, mas os abusos que sejam feitos dessas
posições por parte das empresas detentoras das mesmas.
 Portanto, não se proíbem as posições dominantes, nem os esforços que as
empresas façam para deter essas posições; o que se proíbe são as explorações
abusivas que as empresas façam das posições dominantes que detenham.
 O abuso pode ocorrer por parte de uma ou várias empresas
 
Quando o abuso é coletivo é simultaneamente violador do artigo 101º e 102º TFUE
 
O artigo 102º TFUE goza, também, de efeito direto, vertical e horizontal, os
consumidores e outros produtores que se sintam lesados podem recorrer aos tribunais
nacionais e quem está muito atenta é a Comissão.
 
Exemplos de abusos de posição: (102º)
 
 Imposição de preços de compra ou venda
 Limitações à produção ou distribuição de produtos
 
II. Regras aplicáveis aos Estados membros e às empresas públicas ou empresas dominadas
pelo Estado
 
Art.º 106, 107º a 109º
 
a) Auxílios dos Estados às Empresas
 
 É proibido qualquer auxilio que coloque a empresa destinatária em vantagem face às
empresas concorrentes.
 
Há comportamentos permitidos como referidos no nº2 do artigo 107º
 
E há comportamentos que podem ser considerados compatíveis com o mercado interno como
referidos no nº3 do artigo 107º
 
Exemplos de auxílios proibidos:
 
 Isenção de impostos ou taxas
 Juros bonificados
 Garantias nos empréstimos em condições particularmente favoráveis.
 
 
b) Empresas públicas e empresas dominadas pelo Estado
 
 Proíbe aos estados a adoção de medidas contrárias às regras que se encontram nos
artigos 18º e 101º a 109º do TFUE.

Concorrência Regras:
 
101º a 109º
 
I. Regras aplicáveis às empresas (públicas e privadas): artigos 101.º a 106.º do TFUE
 
 
A) Proibição da Cartalização dos Mercados - 101º
 
 Diminuição da Concorrência, baseados em:
o Acordos
o Práticos concertados
o Decisões de associações de empresas
 
 
Sanções para tais atos de Cartalização:
 
 Nulidade - 101º N2
 
 As Sanções podem ser contestadas com Recursos de anulação
 
 
 
101º - Várias Empresas obrigatoriamente
 
Comportamentos das empresas no processo de Cartalização:
 
 Fixar direta ou indiretamente, os preços de compra ou venda ou outras condições de
transação
 Limitar e Controlar a produção, distribuição, o desenvolvimento técnico ou os
investimentos
 Repartir os mercados ou as fontes de abastecimento
 Aplicar relativamente a parceiros comerciais, condições desiguais no caso de prestações
equivalentes colocando-os, por esse facto, em desvantagem na concorrência
 Subordinar a celebração de contratos à aceitação, por parte de outros contraentes de
prestações suplementares que, pela sua natureza ou de acordo com os uso comerciais,
não têm ligação com o objeto desses contratos

 
 
102º - Abusos de Posições Dominantes no Mercado
 
Comportamento pode ser feito por 1 empresa ou mais
 
Sanciona qualquer abuso que a empresa queira fazer quanto as empresas concorrentes
 
 
107º - Auxílios dos Estados Membros as empresas
 
Estados não podem dar auxilio as empresas, por principio, pois coloca as em vantagem
perante as que não receberam auxilio - 107º N1
 
107º N2 - Exceções ao N1, prevê alguns auxílios compatíveis com o mercado interno

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