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I – Introdução ao Conceito da UE
Contexto Histórico da UE
Fase de Integração ou Integração Supranacional, inicia-se em 1950
França decide apresentar uma proposta que permitia resolver os problemas entre frança e a
Alemanha.
Proposta: Produção do Carvão e do Aço devia sair da soberania dos países e entregue a um
organismo internacional europeu, não fechado, mas aberto aos países que queiram participar.
"Alta Autoridade Comum" - estaria num plano supranacional (ideia de Jean Monnet)
Desta forma se a produção e distribuição do Carvão e do Aço saísse da esfera nacional, era
possível controlar esses mesmos processos independentemente.
1951/1952 - Assinado o Tratado de Paris (TCECA), surge a primeira das três comunidades
europeias
A CECA recebeu parcelas das soberanias dos países que a constituíam, ou seja, nestas matérias
as decisões deixaram de ser tomadas a nível nacional, mas sim a nível de organização
internacional sendo as decisões impostas aos estados.
Tendo como efeitos:
- Os Estados Membros, bem como as empresas ficam sujeitos a legislação emitida pela CECA.
- Controlo Jurisdicional por parte da Organização sobre os EM, no caso de incumprimentos
estavam sujeitos a sanções.
A produção legislativa nestes domínios deixa de ser nacional e passar a ser feita por
Instituições Independentes dos EM:
- Nome Antigo - Atualmente
- Tribunal de Justiça - Tribunal de Justiça da União Europeia
- Assembleia - Parlamento Europeu
- Conselho de Ministros - Conselho da União Europeia
- Alta Autoridade - Comissão Europeia
6 Países Fundadores:
França
Alemanha
Holanda
Luxemburgo
Bélgica
Itália
- Criaram uma Organização no domínio militar
- Domínio Politico - TCED (1952)
- Criação de um exercito europeu, coordenado por um Ministro da Defesa Europeu
- Não entrou em vigor, porque não foi notificado pela França
1957/58 - Assinado Tratado de Roma, de onde resulta:
- TCEE
- TCEEA - Produção e Distribuição da Energia Atómica
3 Organizações de Integração Supranacional que acuavam no domínio económico, com o
principal objetivo de criação de um mercado comum (livre circulação de mercadorias, capitais,
serviços, trabalhadores, empresas e estabelecimentos)
EFTA - European Free-Trail Association
(Organização Internacional de Cooperação - faz face as organizações criadas na europa)
Tratado de Maastricht - 1992/93 (TUE)
- Institutivo Reformador (Tratado de Roma e Paris)
UE assentava-se em 3 pilares:
I - TCEE; CECA; TCEEA
II - Domínios PESC (Politica Externa e Segurança Comum)
III - CJAI (Cooperação nos domínios da Justiça e dos Assuntos Internos)
I Pilar - Pilar Comunitário (Domínio Economico)
II e III Pilar - Domínio Politico; Politica Externa (MNE); Segurança (Forças Armadas) - Justiça e
Assuntos Internos
Direito Comunitário - 1992/93 - Direito Comunitário Europeu
Esta estrutura vive até 2007/2008 - Tratado de Lisboa, extingue esta estrutura
A Comunidade europeia é absorvida pela UE
Diferenças entre o I Pilar e os II e III Pilar (de 1993 a 2008):
- I Pilar: Integração Supranacional (Transferência de Soberania por parte dos EM para a Org.
Interna)
- Ceca
- CEEA
- CE - Competência para intervir nos domínios que foram objetivo dessa transferência;
agia através das suas Instituições:
- Comissão
- Conselho
- Parlamento Europeu
Características:
- Independentes face aos EM
Actos quando aprovados correspondem a:
- Regulamentos Comunitários
- Diretivos Comunitários:
- Vinculativos (Obrigatórios)
- Relacionam-se com a legislação nacional (Primado; Efeito Direto; Aplicabilidade Direta)
- Maioria Simples ou Qualificada
- Tribunal de justiça das Comunidades Europeias - poder de controlar jurisdicionalmente o
cumprimento das obrigações dos EM
- II E III Pilar: Cooperação Intergovernamental (não existe transferência de Soberania)
São os estados que atuam nestes domínios, utilizando o conselho caso necessitassem de uma
atuação comum
Não existiam nem regulamentos, nem diretivas, apenas atos de observância, ou seja,
normalmente, não eram obrigatórios
- Tribunal não podia aplicar sanções
- Aprovação por unanimidade, existe a possibilidade de veto
Tratado de Lisboa eliminou a estrutura de pilares, mas manteve a cooperação nos domínios
PESC
Em 1997/1999 - Tratado de Amsterdão
Em 2001/2003 - Tratado de Nice
Tratado de Maastricht foi responsável pela criação de 2 politicas:
- União Económica e Monetária (19 Países) - BCE (Instituição); SEBC(Órgão)
- Cidadania Europeia - Estatuto reconhecido aos cidadãos de um EM da UE
- Direitos
- Deveres
Tribunal
(Artº 19 TUE)
(Art º 251 - 281º TFUE)
Instituição jurisdicional da EU - Tribunal Jurisdicional da EU (TJUE)
Constituído Por:
Tribunal de Justiça
Tribunal Geral (desde a entrada em vigor do Tratado de Lisboa)
Características da Jurisdição da TJUE:
Instituição permanente ( funciona de maneira permanente) que têm competência
exclusiva (não são competências partilhadas com outros tribunais)
Imperativo ( obrigatório, nenhum estado membro pode desrespeitar qualquer decisão
do tribunal)
Estes requisitos permitem a TJUE desenvolver:
A garantia do respeito do direito na interpretação dos Tratados
Responsável por:
o Fazer que o Direito da União Europeia seja interpretado de forma uniforme (igual a
todos)
o Respeito do Direito
Tribunal Atiuista:
Não é neutro, contribui assim para o desenvolvimento para o processo europeu de
integração da EU (P.22 do Livro - Tutela Jurisdicional)
Estatuto do TJUE:
Tramitação: aplica-se aos processos judicias, abrange todo o processo de uma ação em
tribunal desde o inicio ate ao fim
O Tribunal Geral serve para assistir o Tribunal de Justiça
O Tribunal de Justiça (TJ) e o Tribunal Geral (TG) cada um tem a sua maneira de agir perante as
ações e recursos e podem ser tramitadas:
Regulamento de Processo - Forma Comum
Regulamento de Processos - Forma Especial
Fases Obrigatórias de Tramitação:
1º Fase - Fase Escrita ( encontrar o articular das fases)
2º Fase - Oral (audiência onde as partes alegadas e o advogado geral apresentam as
conclusões)
Não há sentenças apenas acórdãos ou despachos no que toca as sanções do TJ e do TG
O Tribunal de Justiça:
Composto por 1 juiz por casa estado-membro
É assistido por advogados gerais ( nomeados por 6 anos e podem ser novamente
nomeados)
O Tribunal Geral:
Composto por pelo menos 1 juiz por estado-membro
Não sendo membros do TJ, encontramos os advogados gerais (atual 11 advogados
gerais) são escolhidos de entre personalidades que oferecem todas as garantias de
independência
Tanto o Tribunal Pleno como o TG tem presidente, vice-presidente e funcionam através
de secções: ou de 3 juízes ou de 5 e cada secção tem o seu presidente ( A Grande Secção
reúne 15 juízes e entre eles esta o presidente e o vice-presidente)
O TG quando reúne todos os juízes fala-se em conferencia plenária
Tribunais nacionais (dos Estados-membros) são tribunais da União Europeia
Principio da competência por atribuição (Competências diferenciadas do TJUE e dos
Tribunais Nacionais)
Instrumentos Contenciosos:
Pressupõe a existência de litígios (conflito de interesses)
Instrumentos Não Contenciosos:
A não existência de litígios nem processo de partes
Competências do TJUE: (Art.º 19 P3)
TJUE decide, nos termos do disposto nos Tratados:
o Sobre Recursos interpostos por um EM, ou instituição, ou pessoas coletivas ou
singulares
(4 Competências de instrumentos Contenciosos):
Incumprimento de obrigações da autoria de algum EM ( Condenação do EM
em Sanções pecuniárias aos EM ) - Ações por incumprimento
regulamentadas em TUE - Artº19 P3 a) / e TFUE - Artº258 a Artº260
(Competência exclusiva do TJ)
Fiscalizar e controlar a legalidade dos atos das instituições Europeias
(regulamentos, diretivas e decisões) - Recursos de Anulação regulamentadas
em TUE - Artº19 e TFUE Artº263 e Artº264
Declarar a violação dos tratados por Omissão - Ação por Omissão
regulamentada TUE - Artº19 e TFUE - Artº265 e Artº266
Apreciar Ações de Responsabilidade Civil extracontratuais instauradas contra
a EU - Ações regulamentas no TUE Art.º19 e TFUE Artº268
(Ultimas 3 Competências são Comuns entre o TJ e o TG)
(Instrumentos Não Contenciosos)
o A título prejudicial , a pedido dos órgãos jurisdicionais nacionais, sobre a
interpretação do direito da União ou sobre a validade dos atos adotados pelas
instituições
Reenvio Prejudicial - tem estas 2 finalidades sublinhadas acima ; os 2
intervenientes deste reenvio é os Tribunais Nacionais para o TJUE ( TUE -
Art.º19 b) e TFUE Art.º 267)
Órgãos da EU
ARUNEPS - Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Politica de Segurança
COREPER - Comité dos Representantes Permanentes
SEBC - Sistema Europeu de Bancos Centrais
Art.º 300 TFUE - Órgãos Consultivos da União
CES - Comité Economico e Social
CR - Comité das Regiões
CIG - Conferência Intergovernamental
Provedor de Justiça Europeu - Art-º228
III – Fontes do Direito da União Europeia
V. Exceção de Ilegalidade
(Artº 277)
Mesmo depois de decorrido os 2 Meses estabelecidos no Art.º 263 , qualquer parte em caso
de litigio que ponha em causa um ato de alcance geral adotado por uma instituição, um órgão
ou um organismo da EU, pode recorrer aos meios previstos no 2º paragrafo do Art.º 263, para
arguir no TJUE a inaplicabilidade desse ato.
Não Têm autonomia, ou seja, precisa de ser articulado com 1 dos outros 4 instrumentos
contenciosos
Este instrumento apenas é recorrido no TJUE para instaurar um dos outros 4 instrumentos
É um incidente processual - ou seja , processo no qual a questão principal é outra
Visa impugnar diretamente um ato de alcance geral
Reenvio Prejudicial (Não Contencioso)
(Artº 267)
Não existe litigio , mas existe um diferendo
Processo de cooperação institucional entre 2 juízes ou 2 tribunais
1 Juiz ou Tribunal Nacional
TJ
Efeitos da decisão prejudicial (do TJ)
(É um Acórdão)
Efeito Vinculativo
É uma forma de controlo judicial indireto e de colaboração na administração da justiça, pelo
qual o TJUE interpreta ou aprecia a validade de normas comunitárias
Mercado Interno
(Art.º 26 , 27º)
Livre Circulação de Mercadorias
(Art.º 28,37)
Mercadorias - qualquer produto que possa ser avaliado em dinheiro e que possa ser
objeto de trocas comerciais
Lixo
Automóveis
União Aduaneira -
Direitos Aduaneiros de Importação e Exportação - Taxas de Produto na entrada de
outro país ( Taxas Alfandegárias), ou outros encargos de efeito equivalente
Produtos Livre Prática - produtos oriundos de países terceiros (exteriores a UE) ; para
que assim seja é necessário que cumpram as formalidades de importação e o
pagamento de direitos aduaneiros ainda também que não tenham beneficiado de
draubaque (restituição dos direitos aduaneiros pagos) total ou parcial
Obstáculos a Livre Circulação de Mercadorias:
Obstáculos de Natureza Pautal (Art.º 28)
o Não Há Direitos Aduaneiros no comércio intracomunitário (UE)
o Art.º 28 proíbe os direitos aduaneiros ou encargos de efeito equivalente
Obstáculos de Natureza Não Pautal
o Proíbem as restrições quantitativas a exportação e importação (Artº34 e 35)
- Quanto ao comércio intracomunitário
Art.º 36 - Clausula de Salvaguarda - serve para os países restringirem ou limitarem uma
liberdade de circulação neste caso de mercadorias
VI – Proteção da Concorrência
I. Regras Aplicáveis às empresas (publicas e privadas)
a) Proibição da Cartalização de Mercados
Art.º 101
Os cartéis assentam em acordos, práticas concertadas ou decisões de associações de
empresas.
101º Nº3 - estabelece que essa proibição poderá ser inaplicável aos cartéis e às
ententes que satisfaçam os requisitos que esse mesmo n.º 3 prevê.
As modalidades dos cartéis são as seguintes três:
acordos entre empresas;
Decisões de associações de empresas ou
Práticas concertadas
Objetivo Cartalização:
efeito anti concorrencial: visam impedir, restringir ou falsear a concorrência no
mercado interno
Exemplos de Comportamentos de Cartéis:
a fixação, direta ou indireta de preços de compra ou venda;
a limitação ou controlo da produção ou distribuição de produtos;
a repartição de mercados, etc.
O artigo 101º TFUE goza de efeito direto, vertical e horizontal, os consumidores e
outros produtores que se sintam lesados podem recorrer aos tribunais nacionais e
quem está muito atenta é a Comissão.
101º Nº2 - Nulidade - Portanto, esses acordos ou decisões são nulos, o que significa
que o direito entendido enquanto ordem jurídica não autoriza que esses acordos,
práticas concertadas ou decisões produzam efeitos.
A União Europeia pode aplicar sanções por incumprimento. A comissão pode aplicar
diretamente coimas, como guardiã dos tratados.
As empresas podem recorrer e não acatar através de recurso de anulação, instaurado
no TG, a impugnar a decisão, porque é um ato vinculativo que produz efeitos a
terceiros, a palavra final é do TG, dado que são empresas, logo, particulares.
b) Proibição do abuso de posição dominante
Proíbe, não as posições dominantes, mas os abusos que sejam feitos dessas
posições por parte das empresas detentoras das mesmas.
Portanto, não se proíbem as posições dominantes, nem os esforços que as
empresas façam para deter essas posições; o que se proíbe são as explorações
abusivas que as empresas façam das posições dominantes que detenham.
O abuso pode ocorrer por parte de uma ou várias empresas
Quando o abuso é coletivo é simultaneamente violador do artigo 101º e 102º TFUE
O artigo 102º TFUE goza, também, de efeito direto, vertical e horizontal, os
consumidores e outros produtores que se sintam lesados podem recorrer aos tribunais
nacionais e quem está muito atenta é a Comissão.
Exemplos de abusos de posição: (102º)
Imposição de preços de compra ou venda
Limitações à produção ou distribuição de produtos
II. Regras aplicáveis aos Estados membros e às empresas públicas ou empresas dominadas
pelo Estado
Art.º 106, 107º a 109º
a) Auxílios dos Estados às Empresas
É proibido qualquer auxilio que coloque a empresa destinatária em vantagem face às
empresas concorrentes.
Há comportamentos permitidos como referidos no nº2 do artigo 107º
E há comportamentos que podem ser considerados compatíveis com o mercado interno como
referidos no nº3 do artigo 107º
Exemplos de auxílios proibidos:
Isenção de impostos ou taxas
Juros bonificados
Garantias nos empréstimos em condições particularmente favoráveis.
b) Empresas públicas e empresas dominadas pelo Estado
Proíbe aos estados a adoção de medidas contrárias às regras que se encontram nos
artigos 18º e 101º a 109º do TFUE.
Concorrência Regras:
101º a 109º
I. Regras aplicáveis às empresas (públicas e privadas): artigos 101.º a 106.º do TFUE
A) Proibição da Cartalização dos Mercados - 101º
Diminuição da Concorrência, baseados em:
o Acordos
o Práticos concertados
o Decisões de associações de empresas
Sanções para tais atos de Cartalização:
Nulidade - 101º N2
As Sanções podem ser contestadas com Recursos de anulação
101º - Várias Empresas obrigatoriamente
Comportamentos das empresas no processo de Cartalização:
Fixar direta ou indiretamente, os preços de compra ou venda ou outras condições de
transação
Limitar e Controlar a produção, distribuição, o desenvolvimento técnico ou os
investimentos
Repartir os mercados ou as fontes de abastecimento
Aplicar relativamente a parceiros comerciais, condições desiguais no caso de prestações
equivalentes colocando-os, por esse facto, em desvantagem na concorrência
Subordinar a celebração de contratos à aceitação, por parte de outros contraentes de
prestações suplementares que, pela sua natureza ou de acordo com os uso comerciais,
não têm ligação com o objeto desses contratos
102º - Abusos de Posições Dominantes no Mercado
Comportamento pode ser feito por 1 empresa ou mais
Sanciona qualquer abuso que a empresa queira fazer quanto as empresas concorrentes
107º - Auxílios dos Estados Membros as empresas
Estados não podem dar auxilio as empresas, por principio, pois coloca as em vantagem
perante as que não receberam auxilio - 107º N1
107º N2 - Exceções ao N1, prevê alguns auxílios compatíveis com o mercado interno