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Liberdade e Responsabilidade Democráticas

DR4 – Elenca direitos e deveres na comunidade Global

Comunidade global - Conceitos chave: norma igualdade; fronteira; direitos e deveres


de cidadania; comunidade; transnacionalidade
 Cidadania europeia
 Tratado de Maastricht
 Tratado de Lisboa
 Direitos dos cidadãos europeus
 Livre circulação de pessoas; residir, estudar e trabalhar no espaço comum
europeu.

O nascimento e a expansão da Comunidade Europeia


Após a II Guerra Mundial a reconstrução da Europa foi incentivada pelo Plano Marshall
Que se por um lado reabilitou a indústria europeia por outro reforçou a hegemonia dos EUA.
Quais os principais objetivos da proposta de união de países europeus?
A europa sentiu, então necessidade de reafirmar o seu prestígio e influencia de modo a
combater a hegemonia dos EUA e o expansionismo soviético.

Qual o objetivo da criação da CECA?

Em 1950 Jean Monnet (comissario do Plano de reconstrução e Recuperação económica da


França) e Robert Schuman (ministro francês dos Negócios Estrangeiros) propuseram a
criação da Comunidade Europeia do carvão e do Aço (CECA), com o objetivo de criar um
mercado comum destas duas matérias-primas, livre de impostos.

A CECA foi confirmada pelo Tratado de Paris, com a adesão da França, República Federal
da Alemanha (RFA), Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo.

O que foi aprovado pelo Tratado de Roma?


Na consequência do êxito do tratado de Paris, os seis (nome porque ficaram conhecidos os
países fundadores da CECA) aprovaram, em 1957, através do tratado de Roma a formação

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da Comunidade Económica Europeia (CEE), que tinha como principais objetivos o
desenvolvimento de atividades económicas, a criação de empregos e o desenvolvimento da
cooperação a nível económico. A partir de 1970, a CEE tornou-se no mais importante
mercado mundial, o que levou outros países a requerer a sua adesão.

A União Europeia

O que foi aprovado no tratado de Maastricht?

Em fevereiro de 1992, os Estados-membros assinaram o tratado de Maastricht,


transformando a CEE em união Europeia (EU). A integração de novos países continua
contando atualmente com 28 estados-membros, que englobam cerca de 507 milhões de
pessoas, tendo 19 adotado o euro como moeda oficial.

À medida que a EU foi crescendo, a sua vocação inicial orientada para as questões
económicas, foi alargada a áreas como:

 A saúde publica, através de um programa coordenado a nível comunitário para


responder a problemas como a luta contra o tabagismo e contra a droga, segurança
alimentar, etc.
 O ambiente.
 A defesa, a segurança e a ajuda, procurando instaurar e manter a paz em zonas de
conflito.
 A cultura, visando preservar o património comum da Europa e a educação que com
o programa Erasmus, promove a mobilidade de estudantes entre as universidades da
EU.
A União Europeia, empenhada num projeto de paz e de bem-estar, está assim a adquirir
uma dimensão política que reforça o seu papel de potencia económica.

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Tratado de Paris
Assinado em 1951, criou a CECA, Comunidade Europeia do Carvão e do Aço.
Estabelecia que esses 2 produtos podiam circular entre os Estados-membros sem pagar
impostos.

Tratado de Roma
Assinado em 1957, instituiu a Comunidade Económica Europeia (CEE). O seu objetivo
era a construção de um mercado comum, através da progressiva eliminação dos direitos
alfandegários e da livre circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais.
Artº2 – Promover um desenvolvimento das atividades económicas (…)
Artº3 - A abolição dos obstáculos à livre-circulação de pessoas, serviços e capitais.
d) A instauração de uma política comum no domínio da agricultura.
Artº 123 – A criação de um Fundo Social Europeu, com vista a melhorar as possibilidades
de emprego (…)
Artº 126 – Desenvolver a dimensão europeia na educação, incentivando a mobilidade
dos estudantes e a cooperação entre estabelecimentos de ensino.

Tratado de Maastricht
Assinado em 1992, definiu os princípios fundamentais da Comunidade Europeia (CE),
que passou desde então a designar-se de União Europeia (EU). Este Tratado, consagrou
uma unidade económica, monetária e política e instituiu o Parlamento Europeu, como
um dos órgãos mais importantes da EU.

O Tratado de Maastricht estabeleceu uma União Europeia (EU) fundada em 3 pilares: o


comunitário, de cariz económico e de longe o mais desenvolvido, o da política externa e
da segurança (PESC) e o da cooperação nos domínios da justiça e dos assuntos
internos.
Os 3 pilares organizam-se num quadro institucional único, embora funcionem de forma
muito diferenciada, já que o nível de atuação é muito mais profundo na economia do que
nos outros dois domínios.
Maastricht representou um grande passo em frente no caminho da União, quer pelo
reforço dos laços políticos, quer sobretudo por ter definido o objetivo da adoção de uma
moeda única de acordo com um calendário rigoroso e predeterminado.
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A 1 de janeiro de 1999, 11 países, aos quais vira a juntar-se a Grécia (que não
conseguiu cumprir atempadamente os critérios de convergência), inauguram
oficialmente o euro, que entra então no mercado de capitais. Na mesma altura começa
também a funcionar o Banco Central Europeu, supranacional, que define a política
nacional da união. Três anos mais tarde, estes países despedem.se das suas velhas
unidades monetárias para adotarem em exclusivo o novíssimo euro. Abdicam assim, de
um símbolo maior de soberania e identidade nacionais em favor do ideal de uma Europa
unida. O euro deu à Europa uma moeda forte, capaz de ombrear com o dólar nos
mercados internacionais. A CE tornou-se a maior potência comercial do mundo, com um
PIB conjunto semelhante ao dos EUA; o seu mercado interno apresenta um elevado nível
de consumo e uma mão de obra muito qualificada; possui também uma densa rede de
transportes e de comunicações.
Os três pilares da União Europeia, segundo o Tratado de Maastricht

União Europeia

1ºPilar 2ºPilar 3ºPilar

A Comunidade Europeia Justiça e Assuntos Internos


Política Externa e de
Reúne as 3 comunidades segurança Comum  Terrorismo
fundadoras: a CEE (agora  Crime Organizado
 Política externa.
designada CE) a CECA e a  Tráfico de Droga
 Manutenção da defesa de
EURATON.  Corrupção
da paz.
 União aduaneira  Gestão de Crises. (A política de imigração e o
 Mercado único.  Missões Humanitárias. Controle Fronteiriço passou
 União monetária. para o 1º pilar em 1997).
 Políticas comuns Decisões: Método
Intergovernamental Decisões: Método
(agricultura, pescas,
(As decisões competem Intergovernamental
ambiente, investigação,
desenvolvimento regional, exclusivamente ao Conselho (As decisões competem
educação, saúde…) da União). exclusivamente ao Conselho
 Cidadania da União. da União).
 Espaço Schengen (desde
1997): alfandegas, imigração,
controle fronteiriço.
Decisões: método
Comunitário

 Decisões partilhadas entre


o Parlamento e o Conselho 4
da União.
Tratado de Lisboa
Assinado em 2007, reformou o funcionamento da EU, com o objetivo de facilitar a
governação de tão vasto espaço económico e o desenvolvimento da construção
europeia.

Cronologia do processo de aprofundamento e de alargamento da EU

Consolidação da Comunidade Europeia


1986 – Aprovação do Ato único Europeu – Criação do mercado único.
– Entrada de Portugal e Espanha: Europa dos Doze.
1992 – Tratado de Maastricht ou Tratado da União Europeia. Cidadania Europeia. CE passa
a EU.
1995 – Entrada em vigor dos Acordos de Schengen.
1997- Tratado de Amesterdão.
1998 - Criação do BCE.
1999 – Adoção da moeda única (euro).
2001 - Tratado de Nice.
2002 – Entrada em vigor do euro.
2004 – Tratado Constitucional de alargamento a 10 países: Europa dos Vinte e Cinco.
2005- Rejeição do Tratado Constitucional.
2007 – Tratado de Lisboa. Alargamento a 2 países: Europa dos 27.
2013 – Alargamento a um país Europa dos 28.
2016 – Referendo no reino Unido.
2020 – Brexit - saída do Reino Unido da EU: Europa dos 27.

OLIVEIRA, Ana Rodrigues, CANTANHEDE, Francisco, CATARINO, Isabel, GAGO, Marília,


TORRÂO Paulo, O fio da História, 9ºano, ed. Texto, 1º edição 2015.
COUTO, Célia pinto do ANTONIA, Maria ROSAS, Monterroso, Um novo tempo da História,
volume 3, História A, 12ºano, Ed, Porto editora.

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Principais órgãos da União Europeia (com as alterações introduzidas pelo Tratado de Lisboa).

Tribunal de Justiça Conselho Europeu

 1 juiz de cada estado-  Chefes de Estado e de Governo +


membro, nomeado por 6 Presidente da Comissão + Alto
anos renováveis. Representante para os negócios
estrangeiros e a Política de segurança.
 Vela pela aplicação do direito Presidente eleito por 2.5 renováveis uma
comunitário; julga os vez.
diferendos.
 Fixa as grandes orientações globais da
União. Nomeia o presidente da comissão.

Define as grandes orientações da união

Comissão Europeia
 Um comissário por cada país-membro (mandado de 5 anos). Inclui o Alto
Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

 Vela pela aplicação dos tratados; toma a iniciativa das leis que propões ao Conselho
de União e ao Parlamento; elabora o orçamento; poe em prática as políticas
comunitárias; negoceia em nome da união e representa-a nas instâncias
internacionais.

Propõe Propõe Controla e investe os


membros

Parlamento Europeu

 Máximo de 751 deputados


Conselho da União eleitos por 5 anos, por sufrágio
(Conselho de Ministros) direto e universal, constituem
grupos parlamentares por
 Ministros dos estados-membros de acordo afinidades políticas (não por
com o assunto tratado (agricultura, justiça). nacionalidade).
 Decide sobre as matérias em apreço;
 Coopera e codecide com o Parlamento nas  Aprova a Comissão e pode
áreas da saúde, educação, proteção dos censura-la; aprova o orçamento;
consumidores, mercado interno. dá pareceres; coopera e
codecide com o conselho da
União.

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Cidadania; Cidadania Europeia e Direitos dos cidadãos Europeus
Cidadania

A cidadania corresponde a um vínculo jurídico entre o indivíduo e o respetivo Estado e


traduz-se num conjunto de direitos e deveres. Este conceito expressa uma condição
ideal baseada na perceção, quer do indivíduo, quer do coletivo, quanto aos seus direitos
e obrigações. Cabe aos Estados determinar quem são os cidadãos a quem é possível
atribuir a cidadania em função de dois critérios:

No caso de Portugal, a atribuição da nacionalidade originária tem por base o critério da


consanguinidade ou filiação (ius sanguinis) e o critério do local de nascimento (ius
soli).

A cidadania comporta diferentes dimensões:

 civil - direitos inerentes à liberdade individual, à liberdade de expressão e de


pensamento, pelo direito de propriedade e de conclusão de contratos, bem como
pelo direito à justiça.
 política - direito de participação no exercício do poder político, como eleito ou
eleitor no conjunto das instituições de autoridade política.
 social e económica - conjunto de direitos relativos ao bem-estar económico e
social, desde a segurança social até ao direito de partilhar do nível de vida
segundo os padrões prevalecentes na sociedade.

O conceito de cidadania foi evoluindo ao longo dos tempos, acompanhando em cada


momento as diferentes conceções de Estado e as diferentes formas de participação do
indivíduo na vida social e política.

No mundo atual, participar num Estado é participar na vida jurídica e política que
ele propicia e beneficiar da defesa e da promoção de direitos que ele concede – tanto
na ordem interna como na relação com outros Estados. Num mundo em que se
intensifica a circulação das pessoas e em que, apesar de tudo, se afirma a liberdade
individual, a pertença a uma comunidade política, sendo embora permanente, já não

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tem de ser perpétua como noutras épocas: o direito à cidadania é acompanhado,
dentro de certos limites, do direito à escolha da cidadania.

Cidadania Europeia

"É cidadão da União qualquer pessoa que tenha a nacionalidade de um Estado-Membro"


(conforme artigo 9.º do Tratado da União Europeia e do artigo 20.º do Tratado sobre o
Funcionamento da UE). A cidadania da União é complementar da cidadania nacional e
não a substitui. A nacionalidade dos/as cidadãos/ãs dos Estados-Membros é
inteiramente da competência desses Estados que estabelecem as condições de
aquisição e perda da nacionalidade, ou seja, é regulada pelo Direito nacional. A
cidadania da União não pode ser adquirida nem perdida sem a aquisição ou a perda da
nacionalidade de um Estado-Membro. Representa, sobretudo, um novo estatuto
decorrente do direito europeu.

A cidadania da União conferida aos nacionais de todos os Estados-Membros destina-se


a tornar o processo de integração europeia mais relevante para os cidadãos,
incrementando a sua participação, reforçando a proteção dos seus direitos e
promovendo a ideia de uma identidade europeia.

Através da cidadania europeia pretende-se estabelecer um vínculo direto entre os


cidadãos dos Estados-Membros e a própria União Europeia, procurando construir, a esse

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nível, uma relação idêntica à existente entre os cidadãos e o seu Estado nacional. Desse
modo reforça-se a legitimidade democrática da União (já dotada de um Parlamento eleito
e com poderes alargados) e melhora-se a participação e interesse dos cidadãos no
controlo democrático das atividades e decisões das instituições europeias.

Direitos dos/as cidadãos da EU

 Direito de circular e de permanecer em qualquer país da UE (viajar, estudar,


trabalhar, residir)
 Direito de voto (nas eleições para o Parlamento Europeu e para as autarquias)
 Direito à proteção diplomática em países terceiros
 Direito à proteção e defesa enquanto consumidor
 Direito à transparência e a aceder aos documentos das Instituições Europeias
 Direito a comunicar na minha língua com as Instituições da UE
 Direito de apresentar uma Iniciativa de Cidadania Europeia
 Direito de petição (ao Parlamento Europeu)
 Direito de apresentar uma queixa à Comissão Europeia
 Direito de apresentar queixa ao Provedor de Justiça Europeu (nos casos de má
administração das Instituições, agências ou órgãos europeus)
 Direito à Boa Administração”

Fonte: https://eurocid.mne.gov.pt/cidadania-europeia/cidadania-e-cidadania-europeia

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