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DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA

Aulas Teóricas

24/02/2023

Livro: Integração e Direito económico europeu- Vasco Pereira


Acesso Moodle

Aulas práticas: 6 de março

Enquadramento Histórico- Pág. 15- 97

 Final da II Guerra houve uma ideia da humilhação dos derrotados (alemães) em


Versalhes, tornando-os um parente menor. É um resultar da I Guerra. Efeito de
rearmamento
 Construção da União europeia: Os vencedores pagam aos perdedores, envés de
os humilhar.
 Plano Marshall: ideia de criar uniões. Fundo de reconstrução das primeiras
organizações de coordenação política
 Sociedade das nações não funcionou
 Recuperação diplomática e política
 1942 OEC (OCDE atualmente) garantir o diálogo e transparência
 2 grandes problemas: defesa da europa dos estados maiores e menores
 Criar condições de defesa da Europa
 Antes do problema da defesa, temos o problema da produção bélica, produção
militar. O maior produtor antes do final da guerra era a Alemanha
 Declaração de Schumann? de 1950: 1 comunidade propriamente dita que tenta
criar uma zona de comercio, de produção exclusiva chamada ceca (carvão e
aço)
 Tratado de 1952: comunidade europeia da defesa, de natureza política e
diplomática
 Exército comum para a europa central: conjunto de estados, nenhum estado é
soberano a vigorar no próprio exército.
 1953: morte de Estalin-> política da abertura da União Soviética de
desanuviamento, de acabar com a tensão, tentativa de conciliação moderada
 Comunidade europeia: JAMONET- POLÍTICA PELA PORTA DE TRÁS, não criar
comunidades políticas e diplomáticos porque isso ia por em causa a soberania
do estado, vamos começar de forma suave, e economia e encontrar um modelo
que não seja tao afrontoso e que não causa constrangimentos de soberania.
Vamos unir pelo mercado. Isto esta na base do Tratado de Roma: Comunidade
económica europeia e comunidade que regula a energia atómica
 CECA, CEE, EURATOM (1957)-> Tratado de Roma em vigor 1958
 Regra da Unanimidade, para avançarmos é preciso estarmos todos de acordo.
Basta um estar contra que a medida não avança. REGRA DA MAIORIA NÃO SE
ADOTOU!
POLÍTICA DA CADEIRA VAZIA: transição da regra da unanimidade para a da maioria.
 O modelo que funcionou foi o modelo económico.
 UE: Compromisso do Luxemburgo
 O grande avanço do tratado de Roma foi com os alargamentos sucessivos, em
1972. Adesão da Grécia, Portugal e Espanha.
 Ato único europeu- 1º grande passo para uma maior integração; criou um
mercado único interno
 entre 1986 e 2004: marketing importante
 depois de 1993: Tratado de Maastrich, criação da união europeia (dif. das
comunidades porque tem uma personalidade jurídica - as comunidades não
tinham isto) - faz uma fusão de todas as comunidades.

Impacto grande no direito de cada estado que faz parte desta união - posição
hierárquica superior ao do direito nacional (sobrepõem naquilo que expressa)
O direito subsidiário é de cada estado - o que o direito da união não diz passa para
o direito dos estados
Não há um direito da união europeia, há vários, consoante o ramo do direito -
temos sempre uma parte nacional e uma parte da união (aquilo que o tratado diz,
e aquilo que o tratado não diz)
3 pilares - resulta da integração nos anos 90 (vai para além de uma pauta
aduaneira comum) :
I- Aprofundamento da comunidade
II - da política e segurança externa
III - Os assuntos internos

 1995: União Económica europeia: implementação de um sistema europeu de


bancos centrais; criação de uma moeda europeia, passou a ser EURO
fisicamente em 2002

27/02/2023

2008: depois do ato único europeu dos anos 80, implementação da moeda
económica monetária de 95 e implementação do euro- tentativa de tratado
institucional- constituição a nível europeu que contemplasse uma serie de
direitos comuns aplicáveis ao cidadão europeu. Esta foi uma tentativa
demorada?

Europa em 10 pontos – enquadramento histórico


Em 2008 deu se o maior avanço que conseguimos identificar na integração europeia.
Apos 2008 houve uma serie de recuos que culimou na saída do reino unido em 2020 –
28 estados para 27. O reino unido nunca esteve completamente dentro da integração
europeia, pq não adotava o euro, tinha independência no âmbito da economia
monetária.
Há um crescendo de decisões e a partir de 2008 há uma serie de recuos, também
marcados pela crise que se seguiu e pela pandemia.
A criação da comunidade do carvão e aço e da CEE – tentativas de integração em
determinadas áreas. A que vai mais longe é a CEE que se aprofunda em 1996.
Grande marco da CEE – ato único europeu – cria um mercado comum interno com
liberdades que são criadas em função desse mercado – liberdade de circulação de
capitais, pessoais, bens e serviços.
Política back door – politica de porta de tras – se não conseguimos resolver pela
diplomacia e defesa, temos de resolver pela economia. É um processo demorado
precisamente pelas barreiras que cada um tem.
Segundo passo – depois do ato único europeu – 86 e 2004 – é o período do auge de
integração europeia – grande alargamento e grande número de estados que adere à
união europeia.
Em novembro de 1993 temos a criação da união europeia através do tratado da união
europeia, também conhecido como tratado de Maastricht.
União é diferente das comunidades porque é dotada de personalidade jurídica.
Até 93 tínhamos comunidades sem personalidade jurídica.
Esta personalidade jurídica resulta de uma fusão de personalidades jurídicas e de
todos os tratados -CECA, EURATOM, Roma – num só tratado. assim, deixamos de ter 3
comunidades e passamos a ter uma única personificação – aquilo a que chamamos de
união no tratado de Maastricht.
Há alterações muito relevantes na CRP a partir daí precisamente para acolher a
supraconstitucionalidade do direito da união – não se sobrepõe em tudo, apenas
naquilo que expressa. Mas a zona da subsidiariedade – direito de subsidiário – é
conferido a cada um dos estados-membros, onde a união europeia não decide,
decidem os estados – princípio do direito subsidiário.

TEMA DE ORAL – O DIREITO SUBSIDIÁRIO


Não há um direito da união, há vários, consoante o ramo do direito.
Atuação da união nos 3 pilares:
1. Comunidade – aprofundamento da comunidade
2. Política e segurança externa
3. Assuntos internos
Traduzem aquilo que resulta da integração própria dos anos 90.
No final dos anos 90 temos um passo mais longo que é o da união económica e
monetária em 1999 com todos os efeitos próprios desta integração que resultaria
numa moeda única que é o euro que entrou em circulação em 1999 e circulação física
em 2001.
A integração que resulta da união económica e monetária é diferente. Em todos os
estados que compõem a união aderiram à moeda única, por uma razão económica –
convergência para a adesão a moeda única tinha vários vetores, nomeadamente os
saldos orçamentais, o défice e a dívida.

Portugal encontrava se nos anos 90 em circunstâncias muito favoráveis – havia um


conjunto de fatores como o setor publico estava numa situação favorável devido a
processos de privatização de empresas que se encontravam privatizadas.
O ministro das finanças entre 95 e 99 era o professor Sousa Franco que coloca o país
com um dos menores ratio divida PIB
Critérios de adesão – défice e divida – Portugal era o país que tinha os menores rácios
divida-PIB na europa. A divida ocupava cerca de 50% do PIB.
Portugal fez parte dos países fundadores da união económica e monetária por este
fator.
Grécia – situação aparentemente favorável, também aderiu ao euro, mas teve um
problema, em 2002 descobriu-se que a Grécia tinha privatizado o exército. Em 1999
quando o défice foi operado, o défice PIB da Grécia era 2,7% do PIB, quando era para
ser integrada, após uma auditoria, o défice era 7% do PIB.

A personificação da união europeia


Cidadania – a partir do tratado da união, para além da cidadania nacional, também
somos cidadãos da união europeia. A cidadania da união não substitui a cidadania
nacional, é uma cidadania própria que se junta à cidadania originária.

08/03/2023

Art. 13º - tratado da UE -> 4 órgãos fundamentais


Parlamento Europeu - função legislativa (até 1979 era apenas consultivo) + eleição
direta
Comissão Europeia - Órgão Executivo
Conselho Europeu - composto pelos ministros que compõem os vários estados; órgão
deliberativo (tem uma interferência muito especial nas decisões, dependente da
vontade de cada um dos estados), seguem a regra da unanimidade; muitas vezes a
decisões são complexas/demoradas porque não há um consenso entre todos; trata do
funcionamento da UE

-> Temos o conselho europeu com todos os ministros e depois temos os conselhos
europeus especializados de cada uma das áreas (o mais conhecido é o ecofin., outros
são os das telecomunicações e dos transportes)

- Conselho formal (cada semestre) - processo muito burocrático (só podem falar
daquilo que for determinado previamente, os diplomatas formam uma agenda)

- Conselho informal (as vezes que forem precisas)


Tribunal da Justiça da UE - componente jurisdicional na garantia dos direitos e
liberdades; direito da concorrência; rege a área de conformidade entre o direito
internacional e nacional através de processos próprios; há uma parte do direito fiscal
na UE (imposto com grau mais profundo - IVA; também temos os impostos especiais
de consumo e.g. álcool, energia, etc.); taxas aduaneiras

-> Estes 4 são os fundamentais, mas vai muito para além disto
Banco Central Europeu - garante a política monetária; cabeça do sistema de bancos
centrais
Política monetária não convencional -> matriz liberal (o BC da UE exerce a PM e os
outros podem aproveitar isto e fazer o que quiser); o BC da UE tem liquidez e pode
passar aos outros; forma de dar folgo à eco. que não seja através de uma moeda
Tribunal Tributário da UE - função de fiscalização e julgamento, efetivando as
responsabilidades financeiras; controla o orçamento europeu; esta execução é feita à
parte das execuções nacionais (dif. do orçamento nacional); temos um orçamento
anual e outro plurianual - quadro comunitário de apoio (com duração de 7 anos); às
vezes temos concorrência entre os estados (se um não usar o montante todo, é
passado para outro estado); ideia de fundo perdido (o estado recebe um montante e
não usa - dif. da concorrência porque passa a outro e é utilizado)

Provador da Justiça - órgão consultivo e das recomendações aos outros órgãos


Comité Eco. e Social - impacto significativo nas decisões no âmbito do orçamento
plurianual
Comité das Regiões - executa políticas inter-regionais, sendo uma política de
coordenação
Banco Europeu de Investimento - financiamento dos projetos da união; mecanismo
complexo; abre linhas de crédito para criar/ajudar o mecanismo do reembolso

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