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Declaração Schuman de 1950 – feita pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros da França.
Contexto favorável à coesão europeia e a urgência existencial de garantir a paz e prosperidade
na Europa Ocidental, patrocinado pelos EUA para que esta volte a ser um aliado
econômico/mercado consumidor e que se possam defender da União Soviética.
Traça um objetivo para o curto-prazo, mas também para o médio e longo prazo da construção
de uma coesão europeia, é evolutivo e incrementalista, podendo no futuro criar uma Federação
europeia. criação por etapas de uma federação europeia, começando pelo tratado entre
Alemanha e França sobre o livre comércio de carvão e aço (controlo comum de matéria primas
bases para a Guerra), para gerar uma interdependência entre Estados. Além de garantir a paz
também haveria a prosperidade econômica.
Criação de uma Alta autoridade - órgão supranacional, imparcial e independente.
Método de integração funcionalista.
O CEE garantiu a união aduaneira (os Estados perdem as taxas cobradas e a proteção da
indústria nacional), que na circulação dos produtos livremente gerou a necessidade regular
conjuntamente matérias de política agrícola, pesca e comercial comum, tanto dentro do
mercado quanto na importação de produtos fora do mercado.
Mercado comum - é necessário que haja livre circulação de mercadorias, capitais, pessoas e
trabalhadores.
→ Órgãos
Comissão - comissários enviados por cada país.
Conselho - expressão política da União, estavam representados os Estados, pela votação da
maioria, na representação no conselho dependia da matéria.
Parlamento – poderes essencialmente consultivos e alguns de fiscalização.
Tribunal - Tribunal de jurisdição obrigatória, ao aderir a comunidade estará vinculado ao
tribunal. Limitação da soberania dos Estados.
Houve um grande progresso econômico, mas sob o regime de De Gaulle a França recusou a
participação do Reino Unido e institui uma política de “cadeira vazia” (constituiu no não
comparecimento nas reuniões de ministros, paralisando o funcionamento das comunidades
europeias). A França neste momento queria a comunidade passasse a ter um cariz de integração
intergovernamental e não de supranacionalidade. O embate chegou ao fim com o Acordo de
Luxemburgo (1966), o qual garantiu que qualquer Estado pudesse vetar decisões quando
interfiram com interesses muito importantes para aquele Estado, logo, na prática o Conselho
passou a funcionar por unanimidade, levando a um bloqueio institucional, que somente foi
ultrapassado pelas decisões do Tribunal de Justiça entre as décadas de 60 e 70.
Georges Pompidou convocou a Cimeira de Haia (1969) com o objetivo de acabamento
aprofundamento e alargamento.
- Acabamento - realização do Mercado Comum, com a criação do autofinanciamento.
- Aprofundamento – desenvolvimento de políticas comuns (Política Regional e Social).
- Alargamento – novas admissões e candidaturas.
Essa cimeira teve sucesso pois nos anos que sucederem houve maior integração e alargamento
das comunidades europeias. Assim, em 1979 instituiu-se a eleição por sufrágio direito e
universal para o Parlamento Europeu. Em 1974 a cimeiras de Chefe de Estado e governo
passam-se reunir como o Conselho Europeu. Aceitam voluntariamente delegar seus poderes de
soberania a órgão comuns que decidiram por maioria em nome de todos.
A CEE é a primeira concretização do método comunitário de integração.
Acto Único Europeu (AUE) - foi o primeiro tratado de revisão e entrou em vigor 1987,
consagrou no seu texto a existência de um Conselho Europeu, alargou os poderes do
Parlamento Europeu, clarificou a função executiva da Comissão Europeia (supranacional,
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Tratado de Maastricht de 1992 - revisão de fundo dos tratados da década de 50. Altera
a designação das comunidades europeias, criando a União Europeia., institui a expressão UE.
Criação da cidadania europeia.
Atribuições que vão além da comunidade europeia, a integração estende-se a união monetária
e política.
Cláusula de “opting-out” - derrogação dos princípios de igualdade e de adquirido comunitário,
assim, os Estados podem não integrar algumas decisões da UE.
Cláusula rendez-vous - Trata-se de uma cláusula genérica introduzida num texto político ou
legislativo, que fixa um prazo até ao qual a decisão será repensada.
Euro comunitário - expressão para designar o elemento geográfico e metodológico. Ainda hoje
depende do método comunitário e contratualista.
A prof. Regente entende que foi a semântica da Constituição Europeia que a fez não ser
aprovada, porque muitos entenderam que seria uma aproximação ao modelo federal, ou seja,
os Estados tenderam a rejeitar para preservar a sua soberania.
Adesões a UE
1973 - A Dinamarca, a Irlanda e o Reino Unido aderem às Comunidades Europeias.
1986 - Espanha e Portugal aderem às Comunidades Europeias, que passam a contar 12 Estados-
Membros.
1995 - A Áustria, a Finlândia e a Suécia juntam-se à UE, que passa a ter 15 Estados-Membros.
A Noruega fica, uma vez mais, de fora na sequência do referendo.
2004 - Chipre, Malta, República Checa, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia,
Eslováquia e Eslovénia aderem à União Europeia.
2007 - Adesão da Bulgária e da Roménia à UE.
2013 - A Croácia adere à UE, tornando-se o 28.º Estado-Membro.
- Gradualismo: a união dos Estados não se fará em um só golpe (pequenos passos – stop
and go);
- Método funcionalista: começar por aquilo que é mais agregador – a economia;
- Irreversibilidade: essa ideia permaneceu até o Tratado de Lisboa, pois no art. 48 pode
haver um tratado que limite as competências da UE;
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Instituições e órgãos
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Organização e funcionamento:
Conselho dos Assuntos Gerais – assegura a coordenação e a coerência das diferentes
formações, prepara as reuniões do CE. O Presidente é escolhido em uma lista de 3 Estados-
membros, com base no sistema de rotação igualitária.
Conselho dos Negócios Estrangeiros – presidido pelo Alto Representante (art. 18, nº3, TUE)
e composto pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros, elabora a ação externa da União, com
as linhas fixadas pelo CE (art. 16, nº6, TUE).
ECOFIN (Assuntos Econômicos e Financeiros) - sua importância foi acrescida após a crise
de 2008.
COREPER (Comitê de Representantes Permanentes) - desempenha a função de preparar
os trabalhos do Conselho e de exercer mandatos que este lhe confia. É um órgão auxiliar que
possui muitos peritos para analisar a tecnicidade das propostas, trabalha com um extenso grupo
de comitês.
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• Comissão Europeia (art. 17.º TUE e art.): guardiã dos tratados, representa o
interesse supranacional/geral.
Instrumentos para a sua função:
Iniciativa – no processo legislativo e orçamental, possui o monopólio da iniciativa;
Art. 225 – Possibilidade de o Parlamento solicitar a comissão que apresente uma proposta
legislativa.
Art. 241 – Conselho solicitar que apresente uma proposta legislativa.
Ato de recusa da Comissão Europeia pode ser impugnado junto ao Tribunal de Justiça (recurso
a anulação)
Ato de silêncio da Comissão (recurso por omissão - inércia ilegal).
Controlo – administrativo (via procedimental), direito de recorrer aos tribunais/legitimidade
processual/iniciativa contenciosa - ação por incumprimento (art. 258 e 260) - atuar contra os
Estados.
→ Função legislativa
art. 289 TFUE – identifica o procedimento legislativo ordinário e especiais.
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Proposta da Comissão: direito exclusivo de iniciativa por parte da comissão (art. 17, nº2,
TUE). Pode ser instada pelo PE (art. 225 TFUE) ou pelo Conselho (art. 241 TFUE). Se a
Comissão ignorar a solicitação que lhe foi dirigida pode ser levada ao TJUE no quadro do
recurso por omissão (art. 265 TFUE).
O Conselho somente pode alterar a proposta com unanimidade (art. 293, nº2, TFUE), a
Comissão pode livremente alterar o conteúdo da proposta, enquanto o Conselho ainda não tiver
deliberado (art. 293, nº2 TFUE) e também a Comissão pode decidir retirar a proposta.
Obs: pode haver iniciativa do procedimento por um quarto dos Estados-membros nos domínios
da cooperação judicial em matéria penal e da cooperação policial, segundo o art. 76 do TFUE.
Link - https://www.consilium.europa.eu/pt/council-eu/decision-making/special-legislative-
procedures/