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Tutoria DUE/TB - Pedro Alschinger Rezende

Declaração Schuman de 1950 – feita pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros da França.
Contexto favorável à coesão europeia e a urgência existencial de garantir a paz e prosperidade
na Europa Ocidental, patrocinado pelos EUA para que esta volte a ser um aliado
econômico/mercado consumidor e que se possam defender da União Soviética.
Traça um objetivo para o curto-prazo, mas também para o médio e longo prazo da construção
de uma coesão europeia, é evolutivo e incrementalista, podendo no futuro criar uma Federação
europeia. criação por etapas de uma federação europeia, começando pelo tratado entre
Alemanha e França sobre o livre comércio de carvão e aço (controlo comum de matéria primas
bases para a Guerra), para gerar uma interdependência entre Estados. Além de garantir a paz
também haveria a prosperidade econômica.
Criação de uma Alta autoridade - órgão supranacional, imparcial e independente.
Método de integração funcionalista.

Tratado de Paris de 1951 - comunidade europeia do carvão e do aço (CECA) - Itália,


Alemanha, França, Luxemburgo, Bélgica e Países Baixos.
Alta autoridade – Jean Monnet foi o primeiro presidente da Alta Autoridade.
Assembleia - que representavam os povos, é a origem do Parlamento europeu (eram deputados
dos parlamentos nacionais). Fiscalização.
Conselho – representado pelos Estados-Membros.
Tribunal – cumprimento do Direito.
Possuía capacidade jurídica internacional e poderia tratar com os Estados e empresas privadas.
Apesar disso, possuía uma abrangência muito limitada, pois se tratava de somente duas
matérias-primas.
Após a Guerra da Coreia, começou a se pensar em um modelo de defesa conjunta europeia,
além do medo do renascimento do exército alemão, foi apresentada na Assembleia Nacional
francesa a proposta da criação da Comunidade Europeia de Defesa (CED), replicar o modelo
da CECA para uma comunidade de defesa, entretanto, no processo de ratificação foi a
Assembleia francesa que não aprovou o projeto.
Retrocedendo no processo de integração política, foi relançada por ministros belgas e
holandeses propuseram a criação de uma estrutura econômica comum, um mercado comum,
essas discussões se deram em Messina na Itália. Foi criado um órgão intergovernamental
chamado Relatório Spaak que deu início as discussões que culminariam na assinatura do
Tratado de Roma.

Tratado de Roma de 1957 – Comunidade Europeia da Energia Atômica (CEEA)


e Comunidade Econômica Europeia (CEE).
Assim criou-se um mercado comum e a solidariedade setorial no contexto de energia atómica,
também foi assinada uma Convenção relativas as instituições da Assembleia e Tribunal de
Justiça.
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O CEE garantiu a união aduaneira (os Estados perdem as taxas cobradas e a proteção da
indústria nacional), que na circulação dos produtos livremente gerou a necessidade regular
conjuntamente matérias de política agrícola, pesca e comercial comum, tanto dentro do
mercado quanto na importação de produtos fora do mercado.
Mercado comum - é necessário que haja livre circulação de mercadorias, capitais, pessoas e
trabalhadores.

→ Órgãos
Comissão - comissários enviados por cada país.
Conselho - expressão política da União, estavam representados os Estados, pela votação da
maioria, na representação no conselho dependia da matéria.
Parlamento – poderes essencialmente consultivos e alguns de fiscalização.
Tribunal - Tribunal de jurisdição obrigatória, ao aderir a comunidade estará vinculado ao
tribunal. Limitação da soberania dos Estados.

Houve um grande progresso econômico, mas sob o regime de De Gaulle a França recusou a
participação do Reino Unido e institui uma política de “cadeira vazia” (constituiu no não
comparecimento nas reuniões de ministros, paralisando o funcionamento das comunidades
europeias). A França neste momento queria a comunidade passasse a ter um cariz de integração
intergovernamental e não de supranacionalidade. O embate chegou ao fim com o Acordo de
Luxemburgo (1966), o qual garantiu que qualquer Estado pudesse vetar decisões quando
interfiram com interesses muito importantes para aquele Estado, logo, na prática o Conselho
passou a funcionar por unanimidade, levando a um bloqueio institucional, que somente foi
ultrapassado pelas decisões do Tribunal de Justiça entre as décadas de 60 e 70.
Georges Pompidou convocou a Cimeira de Haia (1969) com o objetivo de acabamento
aprofundamento e alargamento.
- Acabamento - realização do Mercado Comum, com a criação do autofinanciamento.
- Aprofundamento – desenvolvimento de políticas comuns (Política Regional e Social).
- Alargamento – novas admissões e candidaturas.

Essa cimeira teve sucesso pois nos anos que sucederem houve maior integração e alargamento
das comunidades europeias. Assim, em 1979 instituiu-se a eleição por sufrágio direito e
universal para o Parlamento Europeu. Em 1974 a cimeiras de Chefe de Estado e governo
passam-se reunir como o Conselho Europeu. Aceitam voluntariamente delegar seus poderes de
soberania a órgão comuns que decidiram por maioria em nome de todos.
A CEE é a primeira concretização do método comunitário de integração.

Acto Único Europeu (AUE) - foi o primeiro tratado de revisão e entrou em vigor 1987,
consagrou no seu texto a existência de um Conselho Europeu, alargou os poderes do
Parlamento Europeu, clarificou a função executiva da Comissão Europeia (supranacional,
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imparcial e independente - fiscalização do cumprimento dos Tratados) e previu a criação do


Tribunal de Primeira Instância, associado ao Tribunal de Justiça.

Tratado de Maastricht de 1992 - revisão de fundo dos tratados da década de 50. Altera
a designação das comunidades europeias, criando a União Europeia., institui a expressão UE.
Criação da cidadania europeia.
Atribuições que vão além da comunidade europeia, a integração estende-se a união monetária
e política.
Cláusula de “opting-out” - derrogação dos princípios de igualdade e de adquirido comunitário,
assim, os Estados podem não integrar algumas decisões da UE.
Cláusula rendez-vous - Trata-se de uma cláusula genérica introduzida num texto político ou
legislativo, que fixa um prazo até ao qual a decisão será repensada.
Euro comunitário - expressão para designar o elemento geográfico e metodológico. Ainda hoje
depende do método comunitário e contratualista.

Tratado de Amsterdam de 1999


Alargamento dos poderes do Parlamento Europeu
Cooperação reforçada
Aprofundou os princípios da União - princípio da proporcionalidade e princípio da
subsidiariedade (determina que as decisões devem ser tomadas ao nível mais próximo do
cidadão com a devida eficácia).
Suspender os direitos dos Estados-Membros.
Left-overs de Amsterdam.

Tratado de Nice de 2003


Alterações institucionais – alargamento dos poderes do Parlamento (processo de co-decisão).
Aumentar a eficiência

Constituição Europeia de 2004


Tratado de instituição da Constituição
Estabelecia uma capital – Bruxelas
Estabelecia uma bandeira, um hino.
Primazia do Direito da União sobre o Direito interno – atualmente existe a declaração nº17.
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A prof. Regente entende que foi a semântica da Constituição Europeia que a fez não ser
aprovada, porque muitos entenderam que seria uma aproximação ao modelo federal, ou seja,
os Estados tenderam a rejeitar para preservar a sua soberania.

Tratado de Lisboa de 2007 – as revisões são necessárias para enfrentar os problemas da


União, pois esta união se alarga de 6 Estados aos 27 Estados.
Abandono da concepção tripartida:
Comunidades (CECA não estava mais em vigor, pois tinha um prazo de50 anos – CEE e
EUROATOM);
PESC (intergovernamnetal) e;
Cooperação Política e Judiciária em Matéria Penal (CPJP) (atos intergovernamentais –
standards mínimos de proteção e criminalizar algumas condutas – terrorismo, tráfico de drogas
– eurojust e europol).

Adesões a UE
1973 - A Dinamarca, a Irlanda e o Reino Unido aderem às Comunidades Europeias.
1986 - Espanha e Portugal aderem às Comunidades Europeias, que passam a contar 12 Estados-
Membros.
1995 - A Áustria, a Finlândia e a Suécia juntam-se à UE, que passa a ter 15 Estados-Membros.
A Noruega fica, uma vez mais, de fora na sequência do referendo.
2004 - Chipre, Malta, República Checa, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia,
Eslováquia e Eslovénia aderem à União Europeia.
2007 - Adesão da Bulgária e da Roménia à UE.
2013 - A Croácia adere à UE, tornando-se o 28.º Estado-Membro.

• Método comunitário: é uma invenção do processo de integração europeia. Após o


Tratado de Lisboa há a despilarização da dualidade entre opção comunitária e
intergovernamental, fez com que estas se conciliassem e fossem aplicadas dependendo
do momento, por exemplo, nas matérias típicas da estatualidade como política externa,
política de defesa, serviços de polícia preservou-se a lógica intergovernamental.

- Gradualismo: a união dos Estados não se fará em um só golpe (pequenos passos – stop
and go);
- Método funcionalista: começar por aquilo que é mais agregador – a economia;
- Irreversibilidade: essa ideia permaneceu até o Tratado de Lisboa, pois no art. 48 pode
haver um tratado que limite as competências da UE;
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- Incrementalismo (spill-over): após a harmonização sobre uma matéria, a tendência é


alargar a harmonização a outras matérias, vocação expansiva.

• O que é a União Europeia em termos jurídicos? É uma confederação,


organização internacional, federação ou uma realidade atípica.
Confederação - política comum externa e liberdade interna.
Organização internacional – a UE possui muitas mais competências que uma organização
internacional.
Federação - apesar de ainda não ser uma federação (quem é titular das competências das
competências, quem possui o poder constituinte originário - Estados, soberania ainda reside
nestes e o Tribunal de Justiça tem competência atribuída e não pode declarar a nulidade de
direito estadual, estabelecimento de cidadania, a UE está obrigada a respeitar a identidade dos
Estados.
A UE cada vez mais responde unitariamente, favorecendo uma dinâmica federalizadora. As
decisões do Tribunal de Justiça também são um catalisador da dinâmica federalizadora, pois
sua interpretação segue um regime de constante expansão das competências europeias.
Apesar da primazia do direito europeu, e o direito nacional ceder a este, o direito nacional não
será considerado nulo.
- Entendimento da Professora regente:
UE - Associação de Estados soberanos que por via pactícia com fundamento nas suas
constituições decidiram exercer em comum os respectivos poderes de soberania.

Estrutura Institucional: é uma estrutura complexa e diversa das organizações internacionais


e do Estado, presença de agências, institutos, observatórios, comitês.
Flexibilidade/adaptabilidade - a mecanismos de adaptação é a prática institucional e acordos
interinstitucionais (art. 295 Tratado de Lisboa), questões de interação entre os órgãos e com
limite nessa cooperação são os próprios tratados.
Artigo 13 – enumera as instituições
Instituições - são aqueles que estão expressamente tipificadas no art. 13, são as consideradas
como órgãos de soberania pela CPR. Parlamento Europeu, Conselho Europeu, Conselho da
União (ministros dos países), Comissão Europeia, Tribunal de Justiça Europeu, Banco Central
Europeu e Tribunal de Contas.
Órgãos - previstos nos Tratados ou por atos do direito privado. Alto representante da União
para motivos externos.
Organismos – realidade heterogênea. As agências, comitês.

Instituições e órgãos
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• Parlamento Europeu (art. 14 TUE e art. 223 e ss. TFUE)


Instituição simbolicamente mais importante é o Parlamento devido sua legitimidade
democrática, pois é eleito por sufrágio universal, direto, livre e secreto, por um mandato de 5
anos (art. 14, nº2 e 3 TUE). Há 705 deputados (Portugal possui 20 deputados). Princípio da
proporcionalidade degressiva.
Competência alargada – processo legislativo, orçamental, contencioso, consultiva.
As eleições para o Parlamento Europeu realizam-se de acordo com os princípios e regras de
direito eleitoral vigentes em cada Estado-membro, já que não aprovado um processo eleitoral
uniforme (art. 223 n 1 TFUE).
Art. 22, nº 2- direito de eleger e ser eleito a todos os cidadãos de qualquer Estado-membro
O princípio da proporcionalidade degressiva é uma fórmula que combina o critério da
proporcionalidade na representação dos cidadãos com o critério do equilíbrio entre Estados-
membros.

Eleições ao Parlamento – crise democrática do Parlamento devido as altas taxas de


abstenção do Parlamento, isso se dá pela desconfiança da população europeia com o PE, porque
muitas vezes este não toma as decisões mais importantes (ex – refugiados e questão monetária
do euro).
Para reverter essa crescente taxa de abstenção, foi instaurado a figura do Spitzenkandidaten -
cabeças de lista, para que o voto dos cidadãos funcionasse como um impulsionador direto da
escolha do Presidente da Comissão. Entretanto, em 2019 escolheu-se Ursula Von der Leyden,
a qual nem fazia parte das listas europeias submetidas ao público.

• Conselho Europeu (art. 15 TUE)


Formação: as ideias de cimeiras de alto-escalão começaram na década de 70, mas somente
com o AUE as reuniões dos chefes de Estado e de Governo passaram a se autonomizar do
Conselho. Nasceu de um ato informal (resolução dos Chefes de Estado e de Governo), foi
consagrado pelo Acto Único Europeu e pelo Tratado de Maastricht. O Tratado de Lisboa o
categoriza como uma das instituições, a Professora regente entende que é uma superinstituição,
pois controla as outras instituições e é o decisor no processo de revisão do estatuto jurídico da
UE. A sua legitimidade é intergovernamental e está presente a “essência” da soberania dos
Estados representados por seus chefes de Estado/Governo.

Composição: o Conselho Europeu é composto pelos Chefes de Estado ou de Governo, o


Presidente do Conselho Europeu e o Presidente da Comissão Europeia (art. 15, nº2, TUE),
totalizando 29 pessoas.
O Presidente é eleito por maioria qualificada, por um mandato de 2 anos e meio, renovável
uma vez (art. 15, nº5, TUE).
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Organização e funcionamento: o art. 15, nº3 do TUE codifica a prática de 2 encontros


semestrais, mas pode se ter reuniões extraordinárias convocadas pelo Presidente. A regra de
votação no CE é o consenso, ou seja, é uma forma de deliberação que não é necessária a
votação.
Maioria simples – regulamento interno (art. 235, nº3, TFUE).
Maioria qualificada – decisão sobre a lista de formação do Conselho e a presidência da
formação do Conselho (art. 236, TFUE), designação do Presidente da Comissão e os
comissários (art. 17, nº7, TUE), nomeação do Alto representante (art. 18, nº1, TUE).

Competências: o Conselho Europeu desempenha uma missão de natureza política, o que


exclui a adoção de actos normativos, incluindo de conteúdo legislativo.

• Conselho da União (art. 16 TUE e art. 237 a 243 TFUE)


Distinguir Conselho Europeu, Conselho da União e Conselho da Europa (organização
internacional criada em 1949).

Composição: chamado somente de Conselho pelos Tratados, ele é composto por


representantes de nível ministerial (art. 16, nº2 TUE), cabe a cada Estado-Membro a escolha
do seu representante, que pode ser um ministro, secretário de Estado, subsecretário de Estado
desde que este possa vincular o Estado e exercer o direito de voto (art. 16, nº2, TUE).
Obs: um Estado pode delegar a outro o exercício de direito de voto (art. 239, TFUE).
Com o Tratado de Lisboa somente existem duas formações: o Conselho dos Assuntos Gerais e
o Conselho dos Negócios Estrangeiros (art. 16, nº6, TUE).

Organização e funcionamento:
Conselho dos Assuntos Gerais – assegura a coordenação e a coerência das diferentes
formações, prepara as reuniões do CE. O Presidente é escolhido em uma lista de 3 Estados-
membros, com base no sistema de rotação igualitária.
Conselho dos Negócios Estrangeiros – presidido pelo Alto Representante (art. 18, nº3, TUE)
e composto pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros, elabora a ação externa da União, com
as linhas fixadas pelo CE (art. 16, nº6, TUE).
ECOFIN (Assuntos Econômicos e Financeiros) - sua importância foi acrescida após a crise
de 2008.
COREPER (Comitê de Representantes Permanentes) - desempenha a função de preparar
os trabalhos do Conselho e de exercer mandatos que este lhe confia. É um órgão auxiliar que
possui muitos peritos para analisar a tecnicidade das propostas, trabalha com um extenso grupo
de comitês.
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→ Votação: a regra de deliberação é a maioria qualificada (art. 16, nº3, TUE).


Maioria simples – o Conselho delibera por maioria dos membros que o compõem (art. 238,
nº1, TFUE), deve ser aprovada por 14 dos 27 Estados. Pouca utilização, a maioria dos casos
são sobre procedimento e organização.
Maioria qualificada – funciona desde 2014 de acordo com o art. 16, nº4, TUE.
55% dos membros do Conselho, pelo menos;
Num mínimo de 15 Estados-Membros;
Reúnam, pelo menos, 65% da população da União.
Unanimidade - é imposta em alguns casos sobre matérias de particular sensibilidade política
ou de decisões com incidência estrutural e “constituinte”. CE pode tomar uma decisão que
autorize o Conselho a deliberar por maioria qualificada (procedimento de cláusula-passarela),
mas o parlamento de qualquer Estado-membro pode travar essa substituição (art. 48, º7, TUE).

• Comissão Europeia (art. 17.º TUE e art.): guardiã dos tratados, representa o
interesse supranacional/geral.
Instrumentos para a sua função:
Iniciativa – no processo legislativo e orçamental, possui o monopólio da iniciativa;
Art. 225 – Possibilidade de o Parlamento solicitar a comissão que apresente uma proposta
legislativa.
Art. 241 – Conselho solicitar que apresente uma proposta legislativa.
Ato de recusa da Comissão Europeia pode ser impugnado junto ao Tribunal de Justiça (recurso
a anulação)
Ato de silêncio da Comissão (recurso por omissão - inércia ilegal).
Controlo – administrativo (via procedimental), direito de recorrer aos tribunais/legitimidade
processual/iniciativa contenciosa - ação por incumprimento (art. 258 e 260) - atuar contra os
Estados.

Procedimentos de decisão da UE – multiplicidade de procedimentos (provém dos


tratados, prática institucional ou por regulamento e decisão), tipicidade (existe base jurídica) e
a leal cooperação (art. 13 e 4, nº3 TUE e art. 295 TFUE).
Os procedimentos não podem revogar os tratados, somente os desenvolver. Podendo ou não
ter natureza vinculativa.

→ Função legislativa
art. 289 TFUE – identifica o procedimento legislativo ordinário e especiais.
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Procedimento legislativo ordinário - participam a Comissão (propõe), Conselho


e Parlamento (aprovam) - art. 294 TFUE. Chamado processo de co-decisão.

Proposta da Comissão: direito exclusivo de iniciativa por parte da comissão (art. 17, nº2,
TUE). Pode ser instada pelo PE (art. 225 TFUE) ou pelo Conselho (art. 241 TFUE). Se a
Comissão ignorar a solicitação que lhe foi dirigida pode ser levada ao TJUE no quadro do
recurso por omissão (art. 265 TFUE).
O Conselho somente pode alterar a proposta com unanimidade (art. 293, nº2, TFUE), a
Comissão pode livremente alterar o conteúdo da proposta, enquanto o Conselho ainda não tiver
deliberado (art. 293, nº2 TFUE) e também a Comissão pode decidir retirar a proposta.
Obs: pode haver iniciativa do procedimento por um quarto dos Estados-membros nos domínios
da cooperação judicial em matéria penal e da cooperação policial, segundo o art. 76 do TFUE.

Processo de co-decisão e vaivém institucional: a Comissão envia a proposta ao


mesmo tempo ao PE e ao Conselho (art. 294, nº2, TFUE).
Depois da primeira leitura o PE transmite ao Conselho a sua posição (art. 294, nº3, TFUE), o
Conselho pode concordar (aprova o acto de acordo com o art. 294, nº4, TFUE), emendas
(Conselho pode aprovar, mas por deliberação unânime, art. 293, nº1, TFUE) ou de rejeição e
transmite ao PE a sua posição (art. 294, nº5, TFUE).
Assim inicia-se a segunda leitura, onde no prazo de três meses o PE pode concordar, emendar,
não se pronunciar ou rejeitar a posição do Conselho por maioria dos membros, novamente o
Conselho pode aprovar ou rejeitar. Se rejeitar entra em ação o Comité de Conciliação (art. 294,
nº10, TFUE), assim, aqui na terceira leitura de um texto conjunto do Comité de Conciliação
PE por maioria dos seus membros pode aprovar em um prazo de 6 semanas e o Conselho poderá
aprovar com alterações por maioria qualificada (art. 294, nº13, TFUE)
Obs: o Comité de Conciliação é formado por membros do Conselho ou seus representantes e
por igual número de representantes do PE.
Link - https://www.consilium.europa.eu/pt/council-eu/decision-making/ordinary-legislative-
procedure/

• Processo Legislativo Especial (PLE – art. 289, nº2 TFUE): a Comissão


apresenta a proposta, no entanto, ao invés de haver um processo de co-decisão entre PE
e Conselho, somente um deles aprova a proposta. Portanto, o PLO pode ser:
Aprovação - o Conselho pode adotar propostas legislativas depois de obter a aprovação do
Parlamento Europeu. Por conseguinte, o Parlamento dispõe de poderes para aceitar ou rejeitar
uma proposta legislativa mediante votação por maioria absoluta, mas não a pode alterar. O
Conselho não pode ignorar o parecer do Parlamento. Ex - procedimento de aprovação de
Tratados.
Consulta - Neste processo, o Parlamento pode aprovar, rejeitar ou propor alterações a uma
proposta legislativa. O Conselho não está juridicamente obrigado a ter em conta o parecer do
Parlamento, mas, segundo a jurisprudência do Tribunal de Justiça, não pode tomar uma decisão
sem o ter obtido, ou seja, é obrigatório.
Tutoria DUE/TB - Pedro Alschinger Rezende

Link - https://www.consilium.europa.eu/pt/council-eu/decision-making/special-legislative-
procedures/

Matéria da PESC – procedimento legislativo especial. Devido a sua proximidade a


soberania dos Estados.

Atos Delegados e Atos de Execução


Link - https://www.consilium.europa.eu/pt/council-eu/decision-making/implementing-and-
delegated-acts/

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