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A comunidade Global

CIDADANIA EUROPEIA

Em 1950 o Direito Comunitário surge com 3 comunidades europeias e designa o


conjunto de regras e princípios á existência ao funcionamento da estrutura comunitária
de poder.

No dia de hoje, a designação obedece a certos critérios metodológicos e abordagens


do modelo jurídico de integração europeia.
-Critério Institucional-Direito Comunitário , Direito das Comunidades Europeias,
Direito da União Europeia.
-Critério Finalístico-Direito da Integração Europeia (associado a aspetos jurídicos de
integração económica, não refletindo a pluralidade de fins da Acão da UE)
O Tratado de Lisboa eliminou referencia ao termo comunitário e derivados por isso:
Direito da União Europeia
Conjunto de regras e princípios conformadores de estatuto jurídico da União Europeia.
A Professora Maria Luiza Duarte, catedrática da Faculdade de Direito de Lisboa, utiliza
o termo Direito Comunitário, que designa o direito criado e apicado segundo o método
comunitário (que sobreviveu e se viu reforçado pelo Tratado de Lisboa)
A cidadania europeia visa promover a igualdade entre os nacionais dos
Estados-membros, que gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos
deveres previstos nos tratados constitutivos da União. Além da promoção de
igualdade, a cidadania europeia estabelece um conjunto de direitos próprios dos
cidadãos europeus que acrescem aos direitos fundamentais dos Estados-membros e
também aos inscritos na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.

É cidadão da União Europeia qualquer pessoa que tenha a nacionalidade de um


Estado-membro. A cidadania da União acresce à cidadania nacional e não a substitui.
A novidade da cidadania europeia radica no facto de se basear numa pluralidade de
nacionalidades (não apenas numa) e constituir o fundamento de um novo espaço
político (a União Europeia) do qual emergem direitos e deveres que não são fixados
pelo Estado português nem dele dependem.

-Tratado de Maastricht

O “Tratado Maastricht” ou o “Tratado da União Europeia” foi um acordo assinado na


cidade Maastricht (Holanda) pelos países europeus em 7 de fevereiro 1992.
Entrou em vigor em 1 de novembro de 1993, como a etapa derradeira para a
integração europeia, a fim de constituiu política socioeconômica comum para os
países signatários.

O principal atributo do Tratado Maastricht é que ele aprofundou as reformas realizadas


para implantação da União Europeia (UE). Isso culminou numa dimensão fortemente
política, na medida em que reforçou a legitimidade democrática das instituições já
existentes, além de abordar assuntos como educação, energia, agricultura, meio-
ambiente e saúde para a comunidade europeia.
Contudo, a realização da união econômica e monetária também merece destaque,
com a criação da União Econômica e Monetária (UEM) e da moeda única, o Euro, o
que facilitou a coordenação das políticas econômicas do bloco.
Também sedimentou temas da política externa e da segurança comum aos
signatários, uma vez que facilitou a cooperação policial e judiciária da UE.

Outro ponto importante foi à instituição da cidadania europeia, bem como a definição
dos direitos e deveres daqueles cidadãos, como o de circularem e residirem livremente
na Comunidade.

Evolucao Historica

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o receio de que surgisse uma união
europeia comunista, os EUA passam a auxiliar financeiramente o continente europeu
em abril de 1948, com a criação da Organização Europeia de Cooperação Econômica
(OECE), que mais tarde se tornaria a Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Este foi o primeiro esforço efetivo para integração europeia depois do fracasso da
"Liga das Nações" em 1942.
Ainda em 1948, os países europeus assinaram o "Tratado de Bruxelas", o qual
estaria no cerne da criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em
1949.
Contudo, a união entre os europeus só iria ganhar os contornos atuais em 18 de abril
de 1951, quando Alemanha, França, Itália e BENELUX instituem a Comunidade
Europeia do Carvão e Aço (CECA).

Por sua vez, em janeiro de 1958, mais um passo é dado na direção unificadora, com a
criação da Comunidade Econômica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia de
Energia Atômica (CEEA).

Estas três comunidades distintas são unificadas em abril de 1965, por meio do
"Tratado de Fusão de Executivos de Bruxelas".
Em setembro de 1976 são realizadas as primeiras eleições diretas para composição
do Parlamento Europeu. Alguns anos mais tarde, em Fevereiro de 1986, é
estabelecido o “Ato Único Europeu”, o qual irá projetar a consolidação da UE.
Por fim, em 07 de Fevereirode 1992, na cidade holandesa de Maastricht, é celebrado
o “Tratado da União Europeia” (Tratado Maastricht), o qual entrou em vigência em
01 de Novembro de 1993, realizando uma revisão minuciosa nos Tratados anteriores,
alterando inclusive a denominação de “Comunidades Europeias” para “União
Europeia”.
Vale ressaltar que este tratado também foi retificado pelo "Tratado de Amsterdam" de
1997, pelo "Tratado de Nice" de 2001 e pelo "Tratado de Lisboa" de 2007.
Tratado de Lisboa

O Tratado de Lisboa é um documento com acordo e termos elaborados pelos países-


membros da União Europeia que pretende reformar ou alterar determinadas
características legislativas do bloco. Após seis anos de debate, o tratado foi concluído
em 2007, quando foi assinado pela maioria dos países europeus e entrou em vigor a
partir de 2009.
Esse tratado ganhou uma maior repercussão em virtude das polêmicas e dos debates
intensos realizados em torno de sua realização. A questão principal e que vem
recebendo mais destaques pela política internacional é o fato de o certame conceder
um maior poder ao bloco em detrimento da soberania dos Estados Nacionais.
Para compreender melhor as características e discussões em torno do tema, vamos
conhecer melhor os pontos desse acordo.

O primeiro e principal objetivo é o fortalecimento do Parlamento Europeu, bem


como dos parlamentos nacionais, que poderão tomar ações em conjunto desde que
decididas em comum acordo pela maioria dos membros. Dessa forma, o
funcionamento do Conselho Europeu ocorre através da aprovação de decisões
mediante o voto favorável de pelo menos 55% dos parlamentos nacionais com a
representação de 65% da população.
Um segundo aspecto é o aumento do poder político dos cidadãos do bloco que
poderão intervir e solicitar alterações político-burocráticas, desde que organizados em
grupos com uma quantidade de pessoas superior a um milhão de indivíduos com
cidadania reconhecida.
Um outro ponto, que vem gerando muitas discussões, é a possibilidade de saída do
bloco. Antes esse direito não era garantido aos países-membros que, a partir de
então, poderão se retirar da União Europeia apenas com aprovação interna, não
sendo necessário justificar a sua retirada às demais nações. Com as recentes crises
econômicas que vêm dominando o mercado europeu, muito se questiona se alguns
dos países não pensarão em se ausentar do grupo, lembrando que, para isso
acontecer, é necessário um aviso prévio de um ano.
Há também a concessão de maiores poderes de decisão ao bloco em relação ao
países. Assim, o parlamento europeu terá poder de decisão sobre questões sociais e
de soberania, a saber: a) controle sobre a política de imigração e emigração; b)
questões relativas à segurança em termos de violência interna e atentados terroristas;
c) integração em termos de legislação jurídica; d) estabelecimento de programas de
desenvolvimento sustentável; entre outros termos.
O Tratado de Lisboa estabelece também a criação do cargo de Presidente
Europeu, que, na verdade, não é propriamente um “presidente da Europa” ou algo do
tipo, mas o líder do Conselho Europeu. Suas atribuições não estão em torno de um
mandato, mas sim em presidir e comandar sessões de qualquer espécie, bem como
garantir o funcionamento da instituição em questão. Além do presidente, outros cargos
também foram criados pelo acordo.
É claro que esses são os pontos considerados “principais” ou mais importantes. O
Tratado de Lisboa é muito extenso e envolve uma série de alterações burocráticas no
que se refere ao funcionamento do bloco. Sua justificativa está no fato de que os
antigos tratados eram relativamente antigos, além de que havia muitos descompassos
referentes às diferenças políticas e burocráticas envolvendo os países-membros.
Muitos cidadãos, por outro lado, vêm criticando o Tratado de Lisboa, principalmente as
populações mais nacionalistas. Isso porque há um grande temor de enfraquecimento
exacerbado dos Estados-nações em detrimento do fortalecimento do bloco. Com isso,
muitas pessoas temem deixarem de serem consideradas portuguesas, inglesas,
francesas, por exemplo, e passarem a serem simplesmente europeias.
A população da Irlanda, por esse motivo, chegou a reprovar o Tratado de Lisboa em
referendo no ano de 2008, aprovando-o apenas no ano seguinte, quando os termos
foram mais bem explicitados pelas autoridades. República Checa e Polônia também
demonstraram resistência em assinar o acordo com os termos em questão.
Talvez esse seja um dos principais problemas não somente desse tratado, mas
também da própria União Europeia. A grande questão é que, enquanto a maioria das
nações e grupos étnicos busca a sua soberania e independência, proporcionando uma
maior fragmentação de territórios, a UE corre justamente no caminho contrário, que é
o da integração entre diferentes fronteiras. O Tratado de Lisboa, em resumo,
proporcionou a realização de mais um longo passo nessa direção.

DIREITOS DOS CIDADAOS EUROPEUS

Os cidadãos europeus gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres previstos nos
tratados. Entre estes direitos encontram-se o direito de circular e permanecer
livremente no território dos Estados-membros, de eleger e ser eleito nas eleições para
o Parlamento Europeu, de protecção pelas autoridades diplomáticas e consulares de
qualquer Estado-membro, de dirigir petições às autoridades europeias e fazê-lo na sua
própria língua.

Para além destes direitos, a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia
reconhece outros direitos de cidadania como fundamentais, obrigando não apenas as
instituições europeias mas também os Estados-membros a respeitá-los. Esta evolução
tem sido impulsionada pelas decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia.
Como a ordem jurídica da União se acha em permanente evolução, a cidadania
europeia vai sendo construída e desenvolve-se através do exercício de direitos, pelo
que não é possível identificar todos os direitos que integram definitivamente o estatuto
de cidadania. De qualquer modo, direitos como os inicialmente referidos constituem
um núcleo essencial.

Livre circulação de pessoas, residir, estudar e trabalhar no espaço Comum


Europeu

A livre circulação dos trabalhadores é um princípio fundamental consagrado no artigo


45.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia e aprofundado na
legislação secundária da UE e na jurisprudência do Tribunal de Justiça. Os cidadãos
da UE têm direito a:

 procurar emprego noutro país da UE   


 trabalhar nesse país sem precisar de uma autorização de trabalho
 residir nesse país para o efeito
 permanecer no país mesmo após terem deixado de trabalhar
 ser tratados da mesma forma que os nacionais do país no que se refere ao
acesso ao emprego, às condições de trabalho e a todos os outros benefícios
sociais e fiscais

Os cidadãos da UE também podem transferir determinados tipos de cobertura médica


e social para o país para o qual se mudam para procurar emprego ou trabalhar
(ver coordenação dos sistemas de segurança social).

Na sua generalidade, o princípio da livre circulação de trabalhadores estende-se


igualmente aos países do Espaço Económico Europeu (Islândia, Listenstaine e
Noruega) e ao Reino Unido.

As pessoas que exercem determinadas atividades profissionais podem obter o


reconhecimento das suas qualificações profissionais no estrangeiro
(ver reconhecimento mútuo das qualificações profissionais).

As regras da UE em matéria de

coordenação da segurança social protegem os direitos das pessoas que mudam de


país na UE, cobrindo igualmente a Islândia, o Listenstaine, a Noruega, a Suíça e o
Reino Unido.

Quem pode beneficiar da livre circulação?

 Os cidadãos da UE que se mudam para outro país da UE para procurar


emprego, sob determinadas condições.
 Os cidadãos da UE que trabalham noutro país da UE.
 Os cidadãos da UE que regressam ao seu país de origem após trabalhar no
estrangeiro.
 Os familiares destes cidadãos.

Os direitos podem variar ligeiramente no caso das pessoas que pretendam exercer
uma atividade por conta própria, dos estudantes, dos reformados ou de outras
pessoas não ativas. Para mais informações sobre estas categorias, consulte A sua
Europa.

Que restrições existem?

 Os direitos descritos neste sítio aplicam-se às pessoas que se deslocam ao


abrigo do princípio de livre circulação para fins de trabalho.
 Existem restrições relacionadas com a segurança pública, a ordem pública e a
saúde pública e no que se refere ao emprego no setor público.
 Os nacionais da Croácia poderão estar sujeitos a restrições temporárias.

O Reino Unido

Toda a legislação da UE, em todos os domínios de intervenção, continuará a ser


aplicável ao e no Reino Unido durante o período de transição, cujo termo está
atualmente previsto para 31 de dezembro de 2020.

Consequencias de um grande fluxo de migração interna:

Xenofobia na Europa

A xenofobia na Europa é um problema social e político que vem ganhando proporções


cada vez maiores, gerando uma ampla discussão internacional sobre o assunto.
O problema da xenofobia na Europa vem intensificando-se ao longo do tempo. O
continente, assim como os Estados Unidos, é um dos locais do mundo com uma
elevada migração interna, graças à livre circulação de pessoas que atinge a maior
parte dos países-membros da União Europeia. Com isso, a xenofobia, que é a
aversão, o preconceito ou a intolerância para com grupos estrangeiros, aumenta a
cada dia.
O aumento dessas migrações estão geralmente ligadas a fatores de repulsão e
de atração. Os primeiros são aqueles que contribuem para a saída rápida do
migrante, seja por razões econômicas, por falta de recursos naturais, por crises
humanitárias ou ocorrências de guerras ou guerrilhas. Já os fatores de atração são
aqueles que se relacionam às condições oferecidas pelos lugares de destino, como
uma economia estável ou uma grande oferta de emprego, melhor qualidade de vida,
entre outros elementos.
No caso da Europa, há a combinação de ambos os fatores. De um lado, a população
de países do sul busca nos países do norte, além de emprego, melhores condições de
vida, fugindo da realidade econômica de seus locais de origem. Com isso, há uma
grande quantidade migração dentro da Europa, com uma estimativa de seis milhões
de pessoas, entre migrantes legais e ilegais-cada pais possui seu controle fiscal.
Assim, aumenta-se a intolerância para com os grupos “estrangeiros”, motivada pelas
diferenças culturais e sociais, com inúmeros casos de intolerância social, racial e
religiosa. Não obstante, a população europeia também se considera ameaçada pelos
estrangeiros, com o receio de que eles diminuam a oferta de emprego e atrapalhem os
rumos da economia, enviando dinheiro ao exterior (geralmente, seus lugares de
origem) e diminuindo a circulação econômica interna. Tais medos intensificaram-se
durante a recente crise econômica financeira.

Outra questão que se relaciona com o aumento da xenofobia na Europa é o


crescimento de grupos partidários e políticos de extrema-direita que costumam
alimentar uma linha ideológica baseada no antissemitismo, no conservadorismo e
outros ideais fascistas, como a “pureza” dos povos europeus. A emergência de
posições desse tipo intensificou, inclusive, medidas de Estado envolvendo atitudes
xenófobas na Europa, como a construção do Muro de Ceuta, construído pelos
espanhóis na África para separar a cidade de Ceuta do território marroquino,
dificultando assim a entrada de migrantes.
Outro exemplo de ação de xenofobia praticada pelos políticos espanhóis refere-se às
várias perseguições e tentativas de expulsão de povos ciganos, oriundos
principalmente da Romênia, por parte dos governos da França e da Itália, totalizando
milhares de extraditados de maneira voluntária (através do oferecimento de dinheiro
para que deixem o país) ou involuntária (à força).
Apesar de a União Europeia ter criado, já em 1997, o Observatório Europeu do
Racismo e da Xenofobia, ainda há muito o que se avançar no velho continente no que
diz respeito à intolerância social e política para com estrangeiros. O mesmo desafio é
enfrentado por outros territórios, como os Estados Unidos e, recentemente, países
emergentes, que vêm se tornando novos vetores para a chegada de migrantes à
procura de melhores condições vida.

BIBLIOGRAFIA:

Uniao Europeia-Estatica e Dinâmica da Ordem Jurídica Eurocomunitaria-Maria Luisa


Duarte
Duarte,Maria Luisa-Estudos de Direito da Uniao e das Comunidades
Europeias.Coimbra Editora,2000,vol.I,2006,vol.II
Porto,Manuel Lopes-Teoria da integração e politicas comunitárias.Face aos desafios
da globalização,4 ed,Coimbra,Almedina,2009
Soares,Antonio Goucha-A união Europeia, Coimbra, Almedina,2006

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