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4. OS VALORES DA UNIÃO
(1). A dignidade humana: artigo 2º- TUE.
(2). A liberdade: inspira alguns objetivos da União (mercado interno, abolição à
circulação, no domínio da concorrência, na própria defesa dos direitos).
(3). A democracia: previsto nos artigos 9º a 12º, pressupõe uma sociedade aberta e
ativa, em que o poder política não se deve considerar vinculado a determinadas
pessoas, mas antes permitir a participação crítica de todos os cidadãos no
processo político em condições de igualdade.
(4). A igualdade: que se consubstancia na não descriminação, mormente, em
função da nacionalidade, de sexo, de raça, etc. O seu âmbito de aplicação tem
vindo a ser sucessivamente alargado, pela jurisprudência e pelas sucessivas
revisões. Vem mencionado em vários artigos: 3º/3, TUE; 157º, TFUE, 19º, TFUE,
9º TUE e 10º TFUE.
DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA
EVOLUÇÃO GERAL DO QUADRO DA UNIÃO EUROPEIA
◊ Sistema institucional.
LISBOA
O TECE foi o Tratado que estabeleceu uma Constituição para a Europa, tendo
sido, o primeiro projeto, adotado por consenso e aprovado em 2003. O texto do
Tratado, TECE, no entanto, foi assinado apenas em 2004, em Roma.
Problematicamente, foi posta em questão a compatibilidade deste com várias
Constituições nacionais: foram, inclusive, realizados vários referendos nacionais em
relação ao TECE. Depois de sucessivos referendos negativos, suspendeu-se o processo
de ratificação.
4. CRONOLOGIA – SINTETIZAÇÃO
ANO (ENTRADA EM VIGOR) TRATADO - DESIGNAÇÃO TIPO – CONTEÚDO
Inspirado na Doutrina
(conjunto de práticas do
Governo dos EUA –
procurava conter o
comunismo) de Truman foi
1947 Plano Marshall o principal plano dos
Estados Unidos para a
reconstrução dos países
aliados da Europa nos
anos seguintes à Segunda
Guerra Mundial.
É uma organização
internacional de 34 países
que aceitam os princípios
Criação da OEDE
da democracia
(atualmente, desde 1961,
representativa e da
OCDE – Organização para
1948 a Cooperação e o
economia de livre
mercado. Originalmente,
Desenvolvimento
foi pensada enquanto
Económico)
apoio ao Plano Marshall,
de reconstrução da Europa
do pós II Guerra Mundial.
Aliança militar baseada no
Tratado do Atlântico
Norte. É composta por 28
países: Albânia, Bélgica,
Criação da NATO – Bulgária, Canadá, Croácia,
1949 Organização do Atlântico República Checa,
Norte. Dinamarca, Estónia,
França, Alemanha, Grécia,
Hungria, Islândia, Itália,
Letônia, Lituânia,
Luxemburgo, Países
Baixos, Noruega, Polónia,
Portugal, Roménia,
Eslováquia, Eslovênia,
Espanha, Turquia, Reino
Unido, Estados Unidos.
Não pertence à União
Europeia. Os principais
objetivos são: proteção
1949 Conselho da Europa
dos direitos fundamentais
e do princípio
democrático.
Criação da Comunidade
Tratado de Paris - Criação Económica do Carvão e do
1952 (1951) da CECA. Vigência apenas Aço, sendo os principais
até 2002. inspiradores – Robert
Schumann e Jean Monnet.
Tratado Institutivo:
Luxemburgo, Holanda,
1957 Alemanha, Bélgica, França Europa dos 6.
e República Federal Alemã
(atual, Alemanha).
Tratado de Adesão da
1981 Grécia
Europa dos 10.
O primeiro acordo de
Schengen foi assinado
1º Acordo de Schengen (é spor cinco países
uma convenção entre membros da Comunidade
países europeus sobre Europeia: França,
uma política de abertura Alemanha e os Benelux
1985 das fronteiras e livre (união económica entre
circulação de pessoas Bélgica, Países Baixos e
entre os países Luxemburgo, países que já
signatários). tinham um acordo de livre
circulação de pessoas
desde 1960)
Tratado de Adesão de
1986 Portugal e Espanha
Europa dos 12.
Tratado de Adesão da
1995 Suécia, Finlândia e Áustria
Europa dos 15.
É um documento que
contém disposições sobre
os direitos humanos,
proclamado pelo
Carta dos Direitos
Parlamento Europeu, pelo
2000 Fundamentais da União
Conselho da União
Europeia
Europeia e pela Comissão
Europeia. Com o Tratado
de Lisboa, ganhou força
vinculativa
Tratado de Adesão de 10
países (Estónia, Letónia,
Lituânia, Polónia,
2004 República Checa,
Europa dos 25.
Eslováquia, Eslovénia,
Hungria, Chipre e Malta).
Tratado de Adesão da
2007 Roménia e Bulgária.
Europa dos 27.
Brexit (Referendo no
2016 sentido da saída do Reino Europa dos 27.
Unido da União Europeia)
Membros da EU: França,
Alemanha, Luxemburgo,
Bélgica, Holanda, Itália,
Irlanda, Dinamarca, Grécia,
Portugal, Espanha, Suécia,
Finlândia, Áustria,
2017 Europa dos 27.
Roménia, Bulgária, Estónia,
Letónia, Lituânia, Polónia,
República Checa,
Eslováquia, Eslovénia,
Hungria, Chipre e Malta,
Croácia.
1. ASPETOS GERAIS
O Direito da União Europeia é caracterizado pela sua singularidade, uma vez que
não existe nenhum outro modelo paralelo no Direito Internacional nem nos demais
sistemas de Direito dos Estados Membros. A complexidade, que inicialmente era
escassa, com o desenvolvimento da União veio a aumentar, especialmente após a
entrada em vigor do Tratado de Maastricht.
O sistema anterior ao Tratado de Lisboa era, contudo, alvo de numerosas
críticas, como: falta de hierarquia de normas e de atos da União; falta de
correspondência entre os diferente atos e normas e as diversas funções dos órgãos da
EU. O Tratado de Lisboa procurou abandonar o sistema tripartido da União e
estabelecer uma hierarquia de normas e atos, através da distinção entre atos
legislativos e atos não legislativos.
2.3.2. REGULAMENTO
De acordo com o artigo 288º do TFUF, o regulamento tem caráter geral, é
obrigatório em todos os seus elementos e diretamente aplicável em todos os
Estados-membros. É, assim, o instrumento normativo que mais se assemelha à lei, a
nível interno, em virtude da generalidade, abstração e eficácia erga omnes. A
obrigatoriedade em relação a todos os seus elementos significa que os regulamentos
não são passíveis de ser aplicados de forma incompleta.
Dentro dos regulamentos, é possível distinguir regulamentos de base – de
hierarquia superior – e regulamentos de execução – que executam os primeiros, logo,
de hierarquia inferior e subordinados àqueles. Por fim, ainda de distinguir uma outra
categoria: regulamentos internos das instituições e dos órgãos da União. Em função da
aprovação, o regulamento poderá ter natureza legislativa ou natureza não legislativa.
2.3.3. DIRETIVA
Nos termos do artigo 288º, TFUF, a diretiva vincula o Estado membro
destinatário quanto ao resultado a alcançar, deixando, no entanto, às instancias
nacionais a competência quanto à forma e quanto aos meios. Como o regulamento,
mediante o processo de elaboração, poderá assumir natureza legislativa ou natureza
não legislativa.
A particularidade, quando comparada com o regulamento, é que apenas é
vinculativa quanto ao resultado a alcançar, deixando aos Estados-membros a
possibilidade de escolha quanto à forma e quanto aos meios. Os destinatários apenas
podem ser Estados-membros, não sendo, por isso, diretamente aplicável a indivíduos –
apenas o poderá ser, quando transposta para o Direito Interno, sendo aplicável aos
particulares a norma interna.
A transposição para o Direito Interno é obrigatória e exigido um prazo
específico: o incumprimento determina desproteção e desigualdade de circunstâncias
a aplicar aos cidadãos dos Estados (o incumprimento é imputável ao Estado).
2.3.4. DECISÃO
Nos termos do artigo 288º, TFUF, a decisão é obrigatória para todos os Estados
membros – e apenas o será para alguns Estados-membros quando seja devidamente
mencionada na mesma.
4.1. O COSTUME
A inserção do costume nas fontes de direito não é inequívoca: não há referência
nos Tratados Institutivos, nem nos Tratados atualmente em vigor. No entanto, já
ocorreu que a doutrina fundamentasse no costume certas práticas de órgãos. Ainda
assim, não há consenso, nem houve, até ao momento, pronúncia do Tribunal.
4.2. A DOUTRINA
A doutrina é constituída pela opinião dos jurisconsultos, dispondo de uma
função crítica, podendo influenciar as opções do legislador da União, quer seja
constituinte, quer seja ordinário. A particularidade é que é abundante – embora nem
sempre prime pela qualidade.
O que importa, realmente, é aquilo que é adotado pelos tribunais – a doutrina só
tem peso e relevância para as discussões particulares e sempre em tom critico, no
sentido de o direito deveria ser assim.
1. INSTITUIÇÕES
● 7 instituições - artigo 13º: seguem princípios no seu funcionamento
1.2.4. O PEDIDO
1. Não se exige nenhum formalismo: por norma, assume a forma de
despacho, em que se formula a questão e os seus fundamentos.
2. O pedido é da exclusiva competência do juiz nacional.
3. Não poderá haver convenção da restrição da obrigação nem poderão as
partes impedir a questão.
1. QUADRO SÍNTESE
As fases da integração são essencialmente relevantes na medida em que,
atualmente, são componentes essenciais dos objetivos da União Europeia (artigos 3º/3
e 4 do TUE).
1. IDEIAS PRÉVIAS
A concretização de um mercado interno impôs, naturalmente, a regulação de
uma política de concorrência: por forma a garantir a ideal concretização das várias
liberdades, enquanto fundamentos essenciais para o funcionamento do respetivo
mercado interno.
● Legislação relevante:
● 81º/f) da CRP;
● 3º, 101º, 102º e 103º do TUE;
● 119º, 120º, 127º e 170º do TFUE;
● Regulamento das Concentrações: Regulamento CE nº139/2004;
AQUISIÇÃO DE EMPRESAS
● A intervenção do direito da concorrência é no sentido de evitar que operações de aquisição
de empresas possam pôr em causa o funcionamento livre do mercado;
● Empresa deve ser entendido em sentido amplo, como qualquer entidade que exerça uma
atividade económica, independentemente do seu estatuto jurídico e do modo de
funcionamento, isto é, qualquer atividade consistente na oferta de bens ou serviços num
determinado mercado (neste âmbito, acórdão do TJUE de 10 de Setembro de 2009);
● Para efeitos de apreciação da concentração, só relevam aspetos derivados das
circunstâncias de facto e de direito existentes no momento da notificação dessa operação.
MODOS DE CONCENTRAR:
● Fusão (3º/1/a) do Regulamento das Concentrações):
● Quando duas empresas deixam de existir enquanto tais e são substituídas por uma
nova e única empresa, ou quando na sequência da fusão apenas uma das empresas
subsiste;
● Para permitir este tipo de operações, a Comissão Europeia geralmente impõe a
assunção de compromissos estruturais, com vista a excluir o risco de formação de
monopólios;
● União ou junção de facto: modalidade de fusão em que duas empresas formam uma
unidade económica, estabelecendo uma gestão económica comum, partilhando e
compensando mutuamente lucros ou perdas. É uma figura controversa porque pode
pôr em causa a existência de fusão verdadeira no caso concreto;
● Aquisição por controlo (al. b)):
● Forma mais comum de fusão;
● Dá-se quando, por exemplo, por meio de uma troca de ações, uma empresa adquire o
controlo de outra. Implica a possibilidade de exercer, isoladamente ou em conjunto,
uma influência determinante sobre a atividade de uma empresa, nomeadamente:
● Aquisição da totalidade ou de parte do capital social;
● Aquisição de direitos de propriedade, de suso ou de fruição sobre a
totalidade ou parte dos ativos da empresa;
● Aquisição de direitos ou celebração de contratos que confiram uma
influência preponderante na composição ou nas deliberações dos órgãos de
uma empresa;
● Não é necessário que esse exercício da influência determinante esteja a acontecer,
bastando que seja possível;
● Não é necessário que a aquisição de participação social de pelo menos 50%,
podendo uma “minoria qualificada” já constituir aquisição por controlo;
● Processo Warber/Lambert/Gillette: Gillette adquire 22% do capital social do
seu principal concorrente. A CE entendeu que isto prejudicava seriamente a
concorrência no mercado;
● Outro aspeto que a CE pretende evitar é a coordenação do comportamento
concorrencial de empresas;