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Aula 2

Aula 3 (29/02/2024)
A génese da união e das comunidades europeias tem momentos muito anteriores, falando-
se em pré-história do processo de construção europeia, é uma ideia antiga. Podemos
legitimamente questionar-nos sobre se a Europa é um facto, um dado objetivo, ou uma
construção nossa? Sendo uma construção, se é política e/ou cultural?
Europa como realidade objetiva, da geografia física, é muito comum a expressão "a Europa
do Atlântico aos Urais" (limites geográficos da Europa) - alguns autores falam em Eurásia
(península da Asia), o que é uma visão redutora da posição que a Europa ocupa.
Mas a construção não será hoje limitativa para a Europa, que na verdade está no centro do
projeto político mundial - enquadrada por uma unidade jurídico-constitucional, que é a União
Europeia. Mas será antes uma ideia mental pensada em pressupostos políticos e culturais?
Jorge Spiner - apresenta uma ideia da Europa: caracteriza-se pela diversidade, pelo espaço
de encontro entre as pessoas e de culturas diversas.
Milan Kundera - entendia que a Europa central (no período do fim da Guerra Fria), tendo em
conta os países que a compõe, estavam muito mais próximos do Ocidente, por razões
culturais - a Europa era constituída como uma ideia mais cultural do que política.
Todas estas nações têm por base o cristianismo. Há sobretudo da parte dos povos
russófobos uma perceção diferente das questões relativas à liberdade e à igualdade, à
democracia e aos regimes políticos.
MLD - mais do que um dado objetivo, é uma construção cultural, aquilo que nos une, de
Helsínquia a Lisboa, é esta cultura que se transforma num conjunto de valores e princípios
e que estão explicitados em tratados, há aqui depois uma pauta axiomática e de ideais que
estão traduzidos em normas, têm uma dimensão normativa (art. 2.º TUE) - união do direito,
do estado do direito, quais os fundamentos jurídicos, os instrumentos de garantia, o nível de
compromisso da UE com os pressupostos do Estado de Direito; a UE é um conjunto de
realizações no plano económico, do mercado comum, aquilo a que se chama de união
económica e monetária, a zona do euro (existência de uma moeda única para alguns países
- constituída por 20 países da EU), mas há também uma dimensão que é política, o
processo a partir do Tratado de Maastricht (assinado em 1992, entrada em vigor a 93) tem o
objetivo de uma união político, falando-se em harmonização de políticas públicas dos
Estados nas mais variadas questões (civis, comerciais, saúde, ambiente, proteção de
dados, etc), tem de ter um fermento, uma densificação, que só pode vir dos valores
fundamentais e de inspiração cultural (as raízes da árvore - texto da regente sobre a Europa
à imagem de uma "árvore") e isso pressupõe a diversidade (vide a obra de George Steiner,
A Ideia de Europa, onde o autor fala em "diversidade" cultural) respeitosa dos direitos
fundamentais dos cidadãos, mas também temos de ter em conta os direitos do Estados
(direito interno de cada um), respeito pela identidade constitucional do Estado, cultural,
linguística, uma vez que apesar de partilharmos os mesmos valores culturais, o que é certo
é que somos diferentes e em cada povo existe uma herança, uma presença de valores
culturais distinta de Estado para Estado
Ex: Laicidade , tem uma afirmação em França diferente da Itália, o que pode acarretar a
existência de potenciais conflitos a serem dirimidos pelos Tribunais Internacionais (Tribunal
Europeu dos Direitos Humanos e Tribunal Europeu da Justiça) - e até é a eles que os
cidadãos da EU devem recorrer em caso de sentirem que o seu Estado esteja a
desrespeitar direitos que estejam consagrados na Carta dos Direitos Fundamentais da
União Europeia e na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A EU é formada por estruturas institucionais, onde no topo estão determinadas pessoas,
mas isto é uma construção de conjunto progressiva (Schumar - não entendi o nome do
autor), construída coletivamente e deve basear-se nessa diversidade cultural.
Marcos históricos mais relevantes (ter bem presente esta matéria):
Evolução histórica - há uma pré-história, período clássico greco-romano e na Respublica
Christiana, mas é sobretudo no séc. XIX que se forma entre as elites da Europa (França,
Alemanha) as primeiras tentativas de cooperação e unificação, é nesta altura que se vai
afirmando a necessidade de uma Europa unida, que tivesse condições para ultrapassar as
suas diferenças e o período de grande instabilidade e crises prevenientes dos conflitos, a
fim de prevenir e evitar guerras, uma fórmula que inicia um começo a nível da atividade
comercial, mas que tinha de ser aperfeiçoada e cunhada para atingir o objetivo principal -
garantia da paz e estabilidade, para além do crescimento e desenvolvimento económico dos
povos.
Surgiu a corrente do Paneuropeísmo - a favor da Europa
Ao longo da história encontramos projetos do mais variado tipo (sécs. XVIII, XIX e XX), até
projetos mais ambiciosos que apontam para uma ideia de uma verdadeira Federação
(construção de um modelo de Estado Federal na Europa).
Já no séc. XX (Kalergi) cria um grande movimento: a União Paneuropeia (livro - Pan-
Europe, de 1923) apresenta um plano: instituições, relação entre os cidadãos, definição de
objetivos, um modelo de natureza parafederal - pluralidade de nações muito propensas à
beligerância, e perante esta diversidade conducente a conflitos, é preciso uma unidade
consolidada que garanta a paz - visão cosmopolita inspirada em Kant (que propôs uma
Federação de Estados Livres).
1929 - proposta (Agrestine Rian - francês - não percebi?)
As raízes culturais do classicismo greco-romano - antecedentes da ideia de Europa unida
Década de 50 criada a ONU
Não existe uma tendência de concorrência entre o projeto europeia e a criação de um
espaço internacional de cooperação estre países de todo o mundo.
- Note-se no art. 8.º CNU, que aponta para organizações de âmbito regional - ideia
de complementaridade e não competição entre a organização parauniversal e as
organizações regionais que viessem a ser criadas.
A Europa adianta-se relativamente a outras nações (em relação à América e à Ásia).
Em 1948 realiza-se um grande Congresso sobre a Europa, foi um espaço de debate, de
encontro, de reflexão, destinado a apresentar propostas sobre formas de cooperação e
integração económica e política no continente europeu, de definição, (onde se reuniram
vários pensadores com o objetivo de se discutir um projeto de "Estados Unidos da Europa),
assim como se distinguiram e ficaram patentes duas grandes correntes:
- Intergovernamental
- Comunitária ou Integracionista (sucedânea para menos do Federalismo)
Uma das consequências do Congresso Europeu de 48 foi a criação do Conselho da Europa!
Declaração Schuman (feita por Robert Schuman em 1950, ministro dos negócios
estrangeiros francês) - 1.ª Etapa para a criação do que é hoje a União Europeia - começo
de uma ideal e compacta Federação Europeia, e assume-se e é reconhecido que o objetivo
é esse, mas em termos históricos não é o tempo certo, seria algo prematuro para a época
criar-se um federalismo.
A Europa vai assistir à criação de várias organizações, umas de cooperação, outras de
integração após este manifesto de intenções.
Na altura já havia sido criada a Organização Europeia de Cooperação Económica, em 1948,
na sequência do Plano Marshall (visando promover a reconstrução da Europa do pós-
guerra, bem como a cooperação económica e tarifária), que derivou no acontecimento do
Congresso de 48, e que conduz à criação ---> da OCDE (Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico, fundada mais tarde em 1961)
Na altura também se pretendeu consolidar uma União da Europa Ocidental com objetivos
militares de defesa, mas que acaba por ser extinta.
Conselho da Europa (ainda existe) e que tem uma relação muito próxima com a União
Europeia, mas são unidades distintas.
___ Distinções importantes dos Conselhos existentes:
Conselho da Europa - organização internacional que congrega atualmente 46
Estados (federação Russa saiu em março de 2022 - a grande europa, uma estrutura
institucional clássica, tem o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem)
Conselho Europeu - instituição da UE (art. 13.º TUE - referência ao Conselho da
União) - o chefe de estado e de governo dos 27 Estados, é um órgão de impulsão
política, superinstituição dentro da EU
Conselho da União Europeia - instituição da UE composto ao nível ministerial, onde
se encontram representados os vários ministros por pastas dos vários Estados-
membros (tem competência legislativa, entre outras a ver melhor)
Tratados quando se referem a "Conselho" -> trata-se do Conselho da União
Europeia
____ Estados que não acham suficiente esse caminho -> nasce a declaração Schuman -
que pretendia colocar em comum a produção e comercialização do carvão e do aço
(Comunidade Europeia do Carvão e do Aço - CECA - criada pelo Tratado de Paris, entrada
em vigor em 52 - num contexto de 6 Estados - a Europa Comunitária começa com um grupo
restrito de Estados - França, República Federal Alemã, países do Benelux - Bélgica,
Holanda e Luxemburgo - e Itália)
Os Estados começam a preparar logo o próximo passo, esta comunidade tem objetivos de
cooperação e de limitação da soberania também, o Tratado de Paris é o único que usa a
expressão "supranacional" a propósito da alta autoridade, que se sobrepõe à soberania dos
Estados e que os mesmos devem acatar as diretrizes.
Supranacionalidade e Federalismo - devem ser evitadas no contexto atual para não criar a
ideia de uma destruição da soberania dos Estados.
Grande proatividade no sentido de pensar na facilidade de criar a CECA (uniu França e
Alemanha antigos inimigos), avançam para o próximo passo!
Mas teve um fracasso:
Fracassos têm sido profiláticos, favoráveis!
Em 54 avança o projeto da criação de uma comunidade europeia de defesa, depois da
CECA era preciso e se deveria avançar aos olhos dos Estados - é então assinado um
Tratado nesse sentido da criação de uma política comum de defesa - fracassa na
Assembleia nacional Francesa, onde é recusada a ratificação - a ambição foi muito grande,
foi um acordo onde se pretendeu dar um passo gigante. E isto pode ser visto como contra a
própria Declaração Schuman, que indicadora da "estratégia dos pequenos passos".
MLD - e este fracasso produz os efeitos contrários aos pretendidos no ato, um percalço que
leva a um regresso à "prudência metodológica" (expressão da autoria da própria regente),
isto é, a de caminhar e realizar a integração através daquilo que é mais fácil no sentido de
congregar a confiança política da parte dos estados, que é a matéria da integração
económica e mercantil.
Na América não avançam projetos por falta de confiança política entre os Estados, não é
necessário unanimidade em todos os assuntos, mas é preciso que haja confiança.
O domínio onde era mais fácil criar e aprofundar essa confiança política na Europa é a
Economia e o que respeita às atividades comerciais. Portanto, os Estados-membros
decidem reorganizar a sua estratégia e continuar pelo caminho que estava a ter progressos.
De seguida são assinados os 2 Tratados de Roma (assinados em 57 e entraram em vigor a
58) - criaram a CEE (Comunidade Económica Europeia), que abrange toda a atividade
económica, e a EURATOM (Comunidade Europeia da Energia Atómica), que tinha como
principais objetivos promover a investigação e assegurar a difusão dos conhecimentos
técnicos, estabelecer normas com vista a proteger a saúde da população e dos
trabalhadores da indústria, facilitar a investigação na área da energia atómica, que era vista
como bastante importante para o desenvolvimento das economias, e garantir que os
materiais nucleares não são desviados para fins diferentes daqueles a que se destinam, em
particular militares.
Etapas de vida da União Europeia - próxima aula.
- A etapa da Transição (1958 a 1968)
- A etapa da Idade Adulta (1969 a 1992)
- A etapa da Idade Futura, a União Europeia (1993-2009)
Aula 4
5/3/2024
Lições 4 e 5

 Etapa da transição
 Etapa da idade adulta
o Idade da mutação 1993-2009 (prof. Acrescenta)
 Etapa da idade futura
Etapa da transição
 Tratado de paris e um ensaio, em relação aquilo que vaio acontecer com os tratados
Roma
 Transição da zona económica exclusiva para a União aduaneira
1. Zona de comercio livre
a. Os estados que a integram, os estados livres que os
produtos que circulam nos seis territórios o façam sem
direitos aduaneiros, nem restrições quantitativas
b. Estados decidem confiar nos outros estado e assim
promover o comércio
2. União aduaneira
a. Existência de uma pauta aduaneira comum- partilhada por
todos os estados e que define direitos uniformes de
exportação e importação de mercadorias de países
terceiros
b. Isto junta-se com a zona de comércio livre
c. Testa o nível de solidariedade dentro daquele grupo de
estados
d. Segunda etapa necessária para ultrapassar as
insuficiências e imperfeições da zona de comércio livre
e. Exemplo, EFTA
3. Mercado comum
a. Mercado Único, Mercado Interno
b. Artigo 26/2
c. Mercado sem fronteiras, fiscais, técnicas, económicas,
MAS NUNCA políticas, cada estado tem as suas fronteiras
políticas
d. Abolir os controlos nas fronteiras
e. Assenta sobre as 4 liberdades fundamentais, livre
circulação de mercadorias, capitais, serviços e pessoas
(capitais e pessoas, ficam mais difícil)
f. Políticas económicas comuns
i. Política agrícola, pescas, comercial
ii. Política de coordenação saúde
iii. Política amenizada ambiente
iv. Instrumento jurídico- harmonização das relações
internacionais - direto
4. União económica e monetária
a. Criado com o tratado de Mastrich
b. Política económica coordenada em matéria de rendimentos
e preços, tem de ter normas e regras mais exigentes em
termos de governação económica dos vários estados,
limitação da soberania de vários estados
c.
 Declaração Schumann – solidariedade de facto são criadas e desenvolvidas e
incrementadas (ideia metodológica, o crementarismo, vão existindo avanços e há
medida que são feitos não dá para voltar são irreversíveis, que criam necessidades
de maior integração)
 Estas fases são concebidas em termos teóricos e depois
Etapa da Idade Adulta
 União aduaneira, passagem para a união económica e monetária e alargamento
 É em 1969 que decidem que deve ser alargado a outros países através da
integração
 Primeiro alargamento- 1973
 Países ibéricos- 1986
 1993- Finlândia, ásia, Suécia
Etapa da Idade de Mutação

 Entre 2004-2007- macro alargamento (passam de 15 países para 25, estados muito
heterogénicos)
o Grande desafio adaptação jurídico-constitucional, é necessário encontrar
regras idóneas que permitam à UE

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