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 Guerras na Europa

O processo de integração política dos países da Europa ocidental surge com a


preocupação de resolver os conflitos na Europa.
1) Guerras napoleónicas (1803-1815), lideradas por Napoleão I, colocam o
Império Francês e os seus aliados contra um conjunto flutuante de
potências europeias financiadas e lideradas pelo Reino Unido.
2) Guerra Franco-prussiana (1870-1871), começou com a questão da
ocupação do trono de Espanha. A Espanha ofereceu o trono a um príncipe
prussiano, o que foi um movimento contra a França.
3) I Guerra Mundial (1914-1918)
4) II Guerra Mundial (1939-1945)

 Tentativas para unificar a Europa


Saint-Simon e Augustin Thierry, em 1814, propuseram uma “federação europeia
parlamentar”. Em 1831 Wojciech Jastrzebowski propôs a formação dos “Estados
Unidos da Europa”.
Em 1843 Giuseppe Mazzini pediu a criação de uma “federação de repúblicas
europeias”. Em 1847, em Paris, no Congresso Internacional da Paz, Vitor Hugo
defendeu a formação dos “Estados Unidos da Europa”.
No inicio da década de 1920 várias organizações internacionais foram fundadas com o
objetivo de permitir aos partidos europeístas coordenarem as suas ações.
Em 1928 – projeto de uma União federal europeia; em 1948 – Conselho da Europa que
aprovou a convenção europeia dos direitos humanos e criou o tribunal europeu dos
direitos do Homem em Haia.
Em 1950 Schuman propôs a criação da CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do
Aço), a qual veio a ser realizada, com o Tratado de Paris (18 de abril de 1951), entre
seis Estados fundadores: Bélgica, República Federal da Alemanha, França, Itália,
Luxemburgo e Países Baixos. O seu objetivo era assegurar a paz entre as nações
europeias vencidas e vencedoras, associando-as num sistema institucional regido
pelos princípios da igualdade e da cooperação.
Em março de 1957, os seis estados, com o tratado de Roma decidiram criar: o
Tratado CEE (visava a construção de um mercado comum) e o Tratado EURATOM
(Comunidade Europeia da Energia Atómica).
 1º Alargamento – Europa dos nove
Em 1973, o primeiro alargamento com a entrada da Dinamarca, Irlanda e do
Reino Unido.
 2º Alargamento – Europa dos doze
Em 1981, com a entrada da Grécia, em 1986 a entrada de Espanha e Portugal.

 A construção do Mercado Comum (1957-2000)


O objetivo das Comunidades Europeias com a criação do mercado comum era como
forma de unir os povos europeus. As comunidades europeias são: CEE, CECA e
EURATOM.
Em 1990, a construção do mercado comum estava atrasada: Não havia livre
circulação de bens, nem de pessoas, nem de capitais, nem de serviços.- Barreiras
técnicas e falta de coordenação económica.
O problema das barreiras técnicas: Regras relacionadas com saúde, Regras
relacionadas com segurança, Regras relacionadas com informação ao consumidor:
rótulos, Regras relacionadas com certificação de produtos e serviços.
Para resolver o problema da coordenação económica, foi criada em 1992 a União
Económica e Monetária. Decisão tomada pelo Conselho Europeu na cidade holandesa
de Maastricht em dezembro de 1991 e mais tarde foi consagrada no Tratado da União
Europeia (Tratado de Maastricht).
Além das insuficiências sentidas ao nível da coordenação económica, também eram
sentidas pelos países, no final dos anos 1980, insuficiências ao nível da política
externa e da justiça e da administração interna.

 O tratado da União Europeia- a primeira fase da União Europeia


O Tratado da União Europeia ou de Maastricht foi um compromisso entre dois grupos
de países (um grupo queria que se alarga-se o âmbito das competências das
Comunidades Europeias, para nele incluir a política externa e de defesa e a justiça e
a administração interna, e o outro grupo não aceitavam que as “Comunidades
Europeias”, com esse nome ou com o nome de União Europeia, passassem a ter
competências nesses domínios, limitando a ação dos Estados nos mesmos). Instituiu-
se a “União Europeia”, mas a União Europeia não substituiu as “Comunidades
Europeias”.
A União Europeia, nesta primeira fase, era as “Comunidades Europeias”, mais um
mecanismo de cooperação intergovernamental em matéria de política externa, mais
um mecanismo de cooperação intergovernamental em matéria de justiça e
administração interna.
Numa organização intergovernamental: todos os Estados membros têm o mesmo
peso na votação, votações por unanimidade, apenas são aprovados tratados,
recomendações ou resoluções, os tratados apenas impõem obrigações aos governos
dos países membros, os tratados nunca estabelecem normas aplicáveis diretamente
na ordem jurídica dos Estados, pelo que os Estados têm uma larga margem de
decisão sobre o cumprimento dos tratados.
Numa organização supranacional: As votações tendem a ponderar o número de
habitantes de cada estado membro, são tomadas, em regra, por maioria, Os Estados
membros podem aprovar tratados, mas apenas em matérias muito fundamentais que
dizem respeito à própria existência da organização, em regra, a organização tem
órgãos legislativos que aprovam leis que se aplicam diretamente na ordem dos vários
Estados membros.
A União Europeia é a única organização supranacional a funcionar na atualidade.
 Tratado de Lisboa
Elimina a designação de “Comunidades Europeias” e passa-se a chamar União
Europeia.

 Competência Exclusiva
Art.3º TFUE - A União dispõe igualmente de competência exclusiva para celebrar
acordos internacionais quando tal celebração esteja prevista num ato legisla8vo da
União, seja necessária para lhe dar a possibilidade de exercer a sua competência
interna, ou seja suscetível de afetar regras comuns ou de alterar o alcance das
mesmas.
A UE é a única a poder legislar e adotar atos vinculativos. Os países da União só
podem fazê-lo se habilitados pela UE para darem execução a esses atos.

 Competência Partilhada
Art. 4º TFUE
A UE e os países da União estão habilitados a legislar e a adotar atos juridicamente
vinculativos. Os países da UE exercem a sua competência na medida em que a União
Europeia não tenha exercido a sua ou tenha decidido não o fazer.

 Competência de Apoio
Art. 6º TFUE
A UE só pode intervir para apoiar, coordenar ou completar a ação dos países da
União.
Os atos juridicamente vinculativos da UE não devem exigir a harmonização das
disposições legislativas ou regulamentares dos países da União.

 Os poderes da EU
A união Europeia é uma organização internacional formadas por Estados Soberanos
(Estados-Membros). Todos os Estados membros são livres de abandonar a UE a
qualquer momento, bastando para isso uma decisão unilateral do próprio Estado.
Os poderes da UE são-lhe atribuídos pelos Estados através de tratados internacionais.
O tratado internacional é um acordo entre Estados soberanos e é forma normal de
um Estado se obrigar perante outro a cumprir determinadas regras ou a adotar
determinadas ações
O princípio da atribuição de competência está consagrado no artigo 5º do TUE.
Os Tratados estabelecem o âmbito dos poderes da União para cada matéria em
especial: princípio da atribuição de competências específicas limitadas - Este
princípio está no art. 2º, nº 6 do TFUE.

 Competência exclusiva
Artigo 2º/1 TFUE e Art. 3º/1 e 2.

 Competência partilhada
Artigo 2º/2 TFUE e Artigo 4º /1, 2, 3 e 4.

 Competência de Apoio
Artigo 2º/ 5 TFUE e Artigo 6º TFUE

 As Instituições Europeias
As "instituições” da União são os órgãos da União Europeia, com poder para tomar
decisões decisões vinculativas com eficácia externa.
Ver art. 13º TUE

 Parlamento Europeu – art. 14º TUE + 223º, 224º, 226º, 231º, 232º TFUE.
O PE nasceu da fusão da Assembleia Comum da CECA com a Assembleia da CEE e a Assembleia da CEEA,
oficializando-se com o Tratado de Maastricht.

O Parlamento Europeu representa os povos dos Estados reunidos na EU, os deputados


encontram-se organizados por partidos, não existindo assim uma representação de
cada Estado no Parlamento.
A eleição dos deputados do PE pela polução dos Estados-Membros é feita por sufrágio
universal direito, representação proporcional, voto livre e secreto, idade mínima,
mandato de cincos anos renováveis,
Só em 1979 é que se tornou possível eleger desta forma. Anteriormente o PE era composto por
deputados escolhidos pelos respetivos colegadas de bancada.

Em relação à composição do PE o número de deputados por país é aproximadamente


proporcional à população de cada país, trata-se de uma proporcionalidade
degressiva. Nenhum país pode ter menos de 6 nem mais de 96 deputados, não
podendo exceder 751 (750 deputados + 1 presidente) Cfr. 14º/2 TFUE. Ex: Alemanha:
82,8 M hab. – 96 deputados, Portugal: 10,3 M hab – 21 deputados.

Competências do PE – ver art. 14º/1 TFUE: função legislativa, função orçamental


(também é uma função de controlo), funções de controlo político, funções
consultivas.

 Competências dentro da função legislativa


 Adota atos legislativos, em conjunto com o Conselho da UE, com base em propostas
da Comissão Europeia- codecisão. O PE não pode pedir uma proposta legislativa, mas, pode
pedir à Comissão que proponha.
 Aprova certos atos legislativos do Conselho (vg arts. 19º, 83º, 86º, TFUE), Pede à
Comissão que proponha legislação.
 Processos legislativos
1) Processo legislativo ordinário – art. 249 TFUE
2) Processos legislativos especiais - Exemplo: art. 19 TFUE – medidas contra a
discriminação
3) Processo de aprovação. Art. 7 TUE, Art. 14, Art. 18 TUE, Art. 48 TUE, Art. 50
TUE –Art. 19 TFUE Art. 83 TFUE Art. 218 TFUE Art. 223 TFUE Art. 311 e 312
TFUE.
Competências dentro das funções de controlo:
 elege o Presidente da Comissão
 aprova a formação da Comissão no seu todo
 pode votar moções de censura, obrigando a Comissão a demitir-se
 concede quitação, isto é, aprova a forma como o orçamento da UE é gasto
 examina as petições dos cidadãos
 abre e leva a cabo inquéritos (226º TFUE)
 debate a política monetária com o Banco Central Europeu
 interroga a Comissão e o Conselho
 realiza observações eleitorais.
Competências dentro da função orçamental

 Adota o orçamento da UE, juntamente com o Conselho – art. 314 TFUE


 aprova (em processo de “aprovação) o quadro financeiro plurianual da EU – art.
312 TFUE

 Conselho Europeu
Previsto nos Tratados artigos 13º e 15º TUE e artigos 223º e ss TFUE.
Composto por: Chefes de Estado ou de Governo dos Estados-Membros, Presidente do
Conselho Europeu, Presidente da Comissão Europeia e Alto-Representante da União
para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
O Tratado de Lisboa criou o cargo de presidente do Conselho Europeu, dispõe de um
mandato válido por dois anos e meio e que é exercido a tempo inteiro, eleito por
maioria qualificada dos membros do Conselho Europeu e podendo ser reeleito uma
vez. As suas funções incluem a preparação e o seguimento a dar às sessões do
Conselho Europeu, representando também a UE nas cimeiras internacionais no
domínio da Política Externa e de Segurança.
Exceto nos casos em que os Tratados disponham em contrário, o Conselho Europeu
decide por consenso, ou seja, por unanimidade, o que significa que, se um Chefe de
Estado ou Governo discorda, não é tomada uma decisão. Quando o Conselho Europeu
decide por votação, o seu Presidente e o Presidente da Comissão não tomam parte no
mesmo. A abstenção de membros presentes ou representados não obsta à adoção das
deliberações dp CE que exijam unanimidade. 235º TFUE
Porque razão o Conselho decide, em regra por unanimidade?
Um número limitado de políticas consideradas sensíveis continua a estar sujeito a
uma votação por unanimidade (fiscalidade, segurança social, proteção social, adesão
de novos países à EU, política externa e de defesa comum e a cooperação política
operacional entre os países da UE.
O Conselho Europeu não exerce funções legislativas. A sua função é estabelecer as
orientações políticas gerais da ação da EU, orientações que assumem a forma de
conclusões, adotadas por consenso e contêm decisões ou instruções básicas, e
orientações politicas destinadas ao Conselho ou à Comissão Europeia.

 Conselho
Reúne ministros dos 28 países da UE e é a instituição em que estes países adotam leis
e coordenam políticas. Sediado em Bruxelas. O conselho reúne-se em dez formações
(Assuntos Gerais, Negócios Estrangeiros, Questões Económicas e Financeiras, Justiça e Assuntos
Internos, Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores, Competitividade, Transportes,
telecomunicações e Energia, Agricultura e Pescas, Ambiente, Educação, Juventude e Cultura) .

É a principal instituição de tomada de decisões em matéria de política externa e de


segurança comum (PESC), bem como de coordenação das políticas económicas.
Delibera por maioria simples, por maioria qualificada ou por unanimidade, embora a
maioria qualificada seja a mais utilizada. A adoção de uma proposta da Comissão ou
do Alto Representante da UE exige a maioria qualificada, que se obtém caso sejam
satisfeitas duas condições:
Regra da Maioria (Controlo das fronteiras, Cooperação judiciária em matéria cvil e harmonização do
domíniodo direito penal, cooperação policial, criação de direitos de propriedade intelectual europeus,
espaço europeu da investigação e politica espacial europeia, energia, ajuda humanitária, medidas de
promoção do desperto e da cultura, determinados aspetos da politica comercial da EU)

Regra da Unanimidade:

 Adoção do quadro financeiro plurianual da UEH


 Harmonização fiscal,
 Segurança Social e a assistência social,
 Aspetos transfronteiriços do direito da família,
 Política externa e de segurança.
55% dos membros do Conselho votam a favor; e os membros do Conselho que votam a
favor representam, pelo menos, 65% da população total da UE. Trata-se da chamada
regra da «dupla maioria».
VOTAÇÃO POR MAIORIA QUALIFICADA REFORÇADA - Quando o Conselho delibera sob
uma proposta que não tenha sido apresentada pela Comissão ou pelo Alto
Representante, é adotada uma decisão caso: pelo menos 72% dos membros do
Conselho votem a favor; e representem, pelo menos, 65% da população da UE.

 Comissão – art. 17º TUE + 234º, 244º A 250º, 290º E 231º TFUE.
A situação atual de um Comissário por Estado-Membro permanecerá em vigor apesar
da redacção do artigo 17.º do TUE. (Decisão 2013/272 e Decisão 2014/749)
É composta por: Presidente, Primeiro vice-presidente, Segundo vice-presidente e
Alto Representante para a politica externa e a politica de segurança, 4 vice-
presidentes e 21 comissários. O Conselho Europeu propõe ao Parlamento o presidente
da Comissão- ver 17º/6 e 7 TUE. O mandato é de cinco anos.

 Responsabilidade individual
245º TFUE e artigo 247.º do TFUE.
 Responsabilidade coletiva
A Comissão é coletivamente responsável perante o Parlamento (artigo 234.º do TFUE)
A. Poder de iniciativa
• Em regra, a Comissão detém o monopólio da iniciativa legislativa na UE
(artigo 17.º, n.º 2, do TUE) – Elabora as propostas de atos legislativos e adota
pelas duas instituições decisoras, o Parlamento e o Conselho.
1. Iniciativa plena: o poder de apresentar propostas:
a. Iniciativa legislativa - O poder de apresentar propostas constitui a forma plena
do poder de iniciativa, pois é sempre exclusivo e relativamente condicionador
para a autoridade decisora, que não pode tomar uma decisão sem que exista
uma proposta e tem de basear a decisão na proposta apresentada. A Comissão
elabora e apresenta ao Conselho e ao PE todas as propostas legislativas
(regulamentos ou diretivas) necessárias para dar aplicação aos Tratados.
b. Iniciativa orçamental: A Comissão elabora o projeto de orçamento, que
submete à apreciação do Conselho e do Parlamento Europeu, em
conformidade com o artigo 314.º do TFUE.
2. Iniciativa limitada: o poder de emitir recomendações ou pareceres
a. No contexto da União Económica e Monetária
b. b. Política externa e de segurança comum
Poder de controlo da aplicação do direito da União
Cabe à comissão assegurar a correta aplicação das disposições dos Tratados. 258º
TFUE
Poderes de execução
Poderes de execução conferidos pelos Tratados
317º, 201º e 108º TFUE
Poeres regulamentares e consultivos
Confere à Comissão o poder de velar pela aplicação das regras da União às empresas
públicas e certas empresas encarregadas da gestão de serviços de interesse
económico geral. 49ºTUE.

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