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Cuidados de Saúde
Transfronteiriços
João V. Cordeiro_joao.cordeiro@ensp.unl.pt
Paula Lobato Faria_pa.lobfaria@ensp.unl.pt
Sara Vera Jardim
Sumário
1. Hierarquia das leis e Direito da União Europeia
2. Um Direito Europeu da Saúde?
3. Cuidados de saúde transfronteiriços – definições
4. Cuidados de saúde transfronteiriços – enquadramento normativo
5. Conclusões
Sumário
1. Hierarquia das leis e Direito da União Europeia
2. Um Direito Europeu da Saúde?
3. Cuidados de saúde transfronteiriços – definições
4. Cuidados de saúde transfronteiriços – enquadramento normativo
5. Conclusões
Hierarquia das leis - Final!
CONSTITUIÇÃO !
!
Direito da União Europeia!
Direito Internacional!
Leis Reforçadas!
Regulamentos (Governo)(Decreto
Regulamentar, Portaria, Despacho Normativo) !
Organizações Internacionais
- Intergovernamentais: relações harmonizadas entre soberanias, os seus actos têm por destinatário
os Estados e não os cidadãos desses Estados. Geralmente não adoptam actos obrigatórios e vinculativos
limitando-se a fazer recomendações. Predomina a cooperação.
Ex: ONU (Organização das Nações Unidas); UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e Cultura)
Atos Jurídicos
(arts. 288.º, 294.º e 296.º TFUE)
1. Atos típicos
Atos Jurídicos
- Carácter geral (os destinatários são todas as pessoas, singulares ou colectivas, empresas, Estados, etc)
- Aplicabilidade direta (para vigorar internamente dispensa qualquer mecanismo de recepção por parte
dos Estados membros)
- Obrigatoriedade em todos os seus elementos (o seu conteúdo não pode ser adaptado, nem o seu
sentido transformado pelos Estados membros)
- Em Portugal a CRP prevê a sua vigência direta (art. 8º/3 e /4).
Atos Jurídicos
- Impõe aos Estados Membros a realização de certos objectivos, deixando-lhes margem na escolha da forma e
meios de realização.
- Os destinatários imediatos são os Estados e não as pessoas.
- Necessitam de transposição estadual e consequentemente deixam alguma margem (maior ou menor) para
adaptação à realidade jurídica, económica e social do Estado.
Atos Jurídicos
Atos Jurídicos
- É obrigatória em todos os seus elementos. Quando designa destinatário, só é obrigatória para estes.
- Os destinatários podem ser os Estados membros ou os particulares.
- A sua vigência depende de notificação e fundamentação.
- As Decisões do Conselho ou da Comissão que imponham obrigação pecuniária às pessoas constituem título
executivo (art. 299.ª TFUE)
Atos Jurídicos
- Não são vinculativos. Os pareceres do TJ são para respeitar e são “quase vinculativos” (art. 218º/11
TFUE).
- A Recomendação é da iniciativa do órgão que a formula e dirige-se para o exterior mesmo quando não
publicitada. O Parecer costuma ser um ato interno e preparatório de um processo de decisão, mas há
exceções (art. 218º/11 TFUE).
Atos Jurídicos
Regulamentos Internos (do CE, Conselho e Comissão, art. 235.º, 240.º e 249.º TFUE)
Atos Jurídicos
É necessário interpretar o seu conteúdo. O TJ pode mesmo anular o acto se este revestir uma forma
desadequada ao seu conteúdo. (art. 263.º e 267.º TFUE)
Atos Jurídicos
1. Envolve doentes/utentes
Livre circulação de pessoas
3. Envolve a comercialização de
medicamentos/tecnologia
Livre circulação de bens
- Desenvolvimento do Mercado
Interno (art.114.º TFUE, ex-art.
95.ºTCE ). Aproximação de disposições
legislativas, regulamentares e
administrativas no estabelecimento ou
funcionamento do MI ou do respeito
pelas liberdades fundamentais.
União Europeia e Saúde:
Marcos históricos
Artigo 152.º
A acção da Comunidade (...) incide na melhoria da saúde pública, bem
como na prevenção das doenças e afecções humanas e das causas de perigo
para a saúde humana (...) Abrange a luta contra os grandes flagelos,
fomentando a investigação sobre as respectivas causas, formas de
transmissão e prevenção, bem como a informação e educação sanitária (...).
Competência Europeia
em matéria de Saúde
Instrumentos de actuação:
http://www.europarl.europa.eu/atyourservice/pt/displayFtu.html?ftuId=FTU_5.5.3.html
Competência Europeia
em matéria de Saúde
http://www.europarl.europa.eu/atyourservice/pt/displayFtu.html?ftuId=FTU_5.5.3.html
Competência Europeia
em matéria de Saúde
http://www.europarl.europa.eu/atyourservice/pt/displayFtu.html?ftuId=FTU_5.5.3.html
Competência Europeia
em matéria de Saúde
serviços de saúde”?
“There is an increasing of the importance
of the health sector (as employer, and
purchaser of goods and services) on the
economy as a whole”
Mobilidade de Doentes
no Espaço da União Europeia e EEE
Tipos de cuidados de
saúde transfronteiriços
mais frequentes:
Dimensão residual da
Mobilidade de Doentes
Sumário
1. Hierarquia das leis e Direito da União Europeia
2. Um Direito Europeu da Saúde?
3. Cuidados de saúde transfronteiriços – definições
4. Cuidados de saúde transfronteiriços – enquadramento normativo
5. Conclusões
Enquadramento normativo
A. Legislação comunitária relativa à coordenação dos
sistemas de segurança social
- Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho n.º 883/2004
- Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho n.º 987/2009
- Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho n.º 1231/2010
C. Legislação nacional
- Decreto-Lei n.º 177/92, de 13 de agosto
- Lei n.º 52/2014, de 25 de agosto (Portaria n.º191/2014, de 25 de setembro)
Despacho n.º 11042-F/2014, de 29 de agosto
Factos:
Raymond Kohll pretendia levar a filha a um ortodontista na Alemanha e Nicolas Decker
dirigiu-se à Bélgica para adquirir um par de óculos de correcção. Estavam dispostos a pagar os
bens e serviços adquiridos esperando o posterior reembolso pelo seu sistema de saúde, tal
como sucederia (e no limite do montante) se tivessem recorrido a serviços ou
adquirido os bens no seu território nacional.
Tanto as lentes como o tratamento por ortodontista
constavam dos benefícios incluídos no
sistema de saúde luxemburguês. Não havia
sido obtida qualquer autorização prévia (tinha sido
negada – caso Kohll - ou simplesmente não pedida –
caso Decker), pelo que, segundo as autoridades
luxemburguesas, não haveria qualquer direito a
reembolso.
Casos “Kohll” e “Decker” - Os sistemas de saúde
no âmbito da livre circulação de serviços
Factos:
Smits Geraets, um cidadão holandês que sofria de Parkinson, deslocou-se à Alemanha para
um tratamento multidisciplinar (não disponível por não ser consensual na Holanda). Peerbooms,
também natural da Holanda, foi transferido para uma clínica na Áustria onde iria receber um
tratamento de neuro-estimulação a fim de recuperar do coma em que se encontrava após um
acidente de viação. Embora disponível na Holanda, o tratamento em questão não podia ser
acedido por Peerbooms, visto que o doente não cumpria os requisitos exigidos pela lei
holandesa para aceder aquele tipo de tratamento (entre os quais, a idade).
Os doentes pagaram directamente os serviços
médicos que lhes foram prestados no estrangeiro
tendo posteriormente solicitado o reembolso dos
custos às respectivas caixas de seguro de
doença (no limite dos custos
comparticipados na Holanda).
Casos “Smits” e “Peerbooms” - Tratamento hospitalar
e condições para autorização de deslocação ao estrangeiro
Regra Geral: Também válida para serviços médicos e cuidados de saúde em contexto
hospitalar. (aplicam-se os arts. 56.º e 57.º TFUE)
Derrogações: Risco para o equilíbrio dos sistemas de segurança social e perigo para a saúde
pública - ameaça a um serviço médico e hospitalar equilibrado e acessível a todos. Em abstracto,
admissíveis desde que a imposição de uma autorização prévia seja baseada em
condições objectivas, não discriminatórias e conhecidas previamente.
Casos “Smits” e “Peerbooms” - Tratamento hospitalar
e condições para autorização de deslocação ao estrangeiro
Regra Geral: Também válida para serviços médicos e cuidados de saúde em contexto
hospitalar. (aplicam-se os arts. 56.º e 57.º TFUE)
Derrogações: Risco para o equilíbrio dos sistemas de segurança social e perigo para a saúde
pública - ameaça a um serviço médico e hospitalar equilibrado e acessível a todos. Em abstracto,
admissíveis desde que a imposição de uma autorização prévia seja baseada em
condições objectivas, não discriminatórias e conhecidas previamente.
Tribunal:
Factos:
Müller-Fauré, residente na Holanda, recebeu tratamento dentário (seis coroas e uma
prótese) durante as suas férias na Alemanha, fora de um contexto hospitalar e sem
convénio com a Holanda. O tratamento teve custos avultados (apenas uma fração coberta
pela previdência holandesa) e prolongou-se por várias semanas. O reembolso foi negado
com o fundamento de que os segurados só podem abdicar da autorização prévia em
situações excepcionais, que não se verificavam.
Derrogações: Risco para o equilíbrio dos sistemas de segurança social e perigo para a saúde
pública - ameaça a um serviço médico e hospitalar equilibrado e acessível a todos. Em abstracto,
admissíveis desde que a imposição de uma autorização prévia seja baseada em
condições objectivas, não discriminatórias e conhecidas previamente.
Casos “Müller-Fauré” e “Van Riet” – Convénios e
Listas de espera
Tribunal:
Tribunal:
Tribunal:
Tribunal:
Quanto ao convénio:
Tribunal:
Factos:
Regra Geral: Reforçada no acórdão, válida para sistemas de saúde nacionais totalmente
financiados por impostos/fundos públicos (NHS) e não apenas para os financiados por fundos de
seguros (aplicam-se os arts. 56.º e 57.º TFUE)
Tribunal:
O tribunal inglês cita acórdãos anteriores do TJUE e entende que o prazo de 1 ano, mas
não o de 3 meses violaria os arts. 56 e 57.º TFUE.
TJUE:
Artigo 1.º
(Objectivo e âmbito de aplicação)
“A presente directiva estabelece regras para facilitar o acesso a
cuidados de saúde transfronteiriços seguros e de elevada
qualidade e promove a cooperação em matéria de cuidados de saúde
entre os Estados- Membros, no pleno respeito das competências nacionais
em matéria de organização e prestação de cuidados de saúde (...)”.
Diretiva 2011/24/EU
Âmbito
Estão excluídos:
- Cuidados continuados;
- Transplantes de órgãos.
Âmbito de aplicação
“Assistência médica de grande especialização no estrangeiro que,
por falta de meios técnicos ou humanos, não possa ser prestada
no país (...)”
- Beneficiários do SNS
- Entidade proponente pública (instituições hospitalares do
SNS)
Requisitos
- Relatório do médico assistente, confirmado pelo Director
de Serviço e Director Clínico da unidade hospitalar pública
- Parecer favorável por parte da assessoria técnica da DGS
- Decisão favorável do Director Geral de Saúde
Processo C -255/09 - PORTUGAL
V. Sobre cuidados não hospitalares Processo C-512/2008 (Comissão v França) – admite exigência de
autorização prévia para cuidados de saúde não hospitalares de elevada especialização.
Ante-projeto de transposição (Proposta de Lei n.º 206/XII)
http://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheIniciativa.aspx?BID=38216
Ante-projeto de transposição (Proposta de Lei n.º 206/XII)
http://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheIniciativa.aspx?BID=38216
Ante-projeto de transposição (Proposta de Lei n.º 206/XII)
http://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheIniciativa.aspx?BID=38216
Ante-projeto de transposição (Proposta de Lei n.º 206/XII)
http://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheIniciativa.aspx?BID=38216
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 1.º
Objeto
A presente lei estabelece normas de acesso a cuidados de
saúde transfronteiriços e promove a cooperação em matéria
de cuidados de saúde transfronteiriços, transpondo para a
ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2011/24/UE (...) relativa
ao exercício dos direitos dos doentes em matéria de
cuidados de saúde transfronteiriços e a Diretiva de Execução
n.º 2012 /52/UE (...) que estabelece medidas para facilitar o
reconhecimento de receitas médicas emitidas noutro Estado
membro.
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 2.º
Âmbito
1 - A presente lei não se aplica:
a) Aos cuidados continuados integrados (...);
b) À dádiva ou colheita de órgãos, após a morte,
respetiva alocação e acesso aos mesmos para fins
terapêuticos ou de transplante;
c) Ao Plano Nacional e Regional de Vacinação (...).
2 - O disposto na presente lei não prejudica a
aplicação:
a) Do Regulamento (CE) n.º 883/2004 (...) e do
Regulamento (CE) n.º 987/2009.
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 2.º
Âmbito
(...)
3 - Nenhuma disposição da presente lei obriga a
reembolsar os beneficiários das despesas decorrentes
da prestação de cuidados de saúde efetuada por
prestadores de cuidados de saúde estabelecidos no
território nacional, que não se encontrem
integrados ou contratados com o Serviço
Nacional de Saúde ou com os Serviços Regionais de
Saúde.
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 4.º
Princípios gerais da prestação de cuidados
de saúde transfronteiriços
1 - Os cuidados de saúde transfronteiriços são
prestados de acordo com os princípios da
universalidade, do acesso a cuidados de
saúde de qualidade, da equidade e da
solidariedade (...)
2 - Os cuidados de saúde transfronteiriços são
prestados no respeito pelo direito à privacidade
dos doentes (...)
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 7.º
Medidas de organização da prestação
de cuidados de saúde
1 – (...) podem ser adotadas, em situações excecionais e em
observância pelo princípio da proporcionalidade,
medidas de restrição ao acesso a determinado tratamento
no âmbito da presente lei nos termos dos artigos 52.º e
62.º do TFUE, por razões imperiosas de interesse
geral, quando justificadas pela necessidade de manter um
acesso suficiente, permanente, equilibrado e planeado a
todos os beneficiários a uma gama equilibrada de
tratamentos de elevada qualidade a nível nacional ou a um
serviço médico e hospitalar.
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 8.º
Direito ao reembolso
1 – (...) os beneficiários têm direito ao reembolso das
despesas (...) desde que os cuidados em questão sejam tidos
como cuidados de saúde que caberia ao Estado
Português garantir através do SNS ou dos SRS e
o Estado Português seja considerado Estado
membro de afiliação.
2 - As prestações de saúde elegíveis para reembolso (...) são
as previstas na tabela de preços do SNS ou dos
SRS, bem como nos regimes jurídicos das
comparticipações (...) no preço dos medicamentos.
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 8.º
Direito ao reembolso
3 - Os cuidados de saúde transfronteiriços devem ser
adequados ao estado de saúde do beneficiário e de
eficácia comprovada cientificamente, reconhecida
pela melhor evidência internacional.
4 - O direito ao reembolso das despesas que não se
encontrem sujeitas a autorização prévia (...) pressupõe a
existência de uma avaliação prévia por um médico
de medicina geral e familiar do SNS ou dos SRS, que
determine a necessidade dos cuidados de saúde.
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 8.º
Direito ao reembolso
5 - Os custos dos cuidados de saúde transfronteiriços
são reembolsados apenas até ao limite que teria
sido assumido pelo Estado Português enquanto
responsabilidade financeira do SNS ou dos SRS, caso esses
cuidados tivessem sido prestados no território nacional (...)
sem exceder, contudo, os custos reais dos cuidados de
saúde recebidos.
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 8.º
Direito ao reembolso
6 - Não conferem direito ao reembolso os
cuidados de saúde transfronteiriços realizados por
prestadores de saúde que não se encontrem
legalmente reconhecidos no Estado membro de
tratamento ou que não cumpram as respetivas
normas e orientações em matéria de qualidade dos
cuidados de saúde e segurança do doente estabelecidas
pelo mesmo Estado.
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 8.º
Direito ao reembolso
8 – (...) podem ser adotadas, em situações excecionais
e em observância pelo princípio da proporcionalidade,
medidas de restrição ao reembolso (...) no âmbito da
presente lei, nos termos do TFUE, por razões
imperiosas de interesse geral, (...) necessidade de
garantir um acesso suficiente permanente, equilibrado e
planeado a todos os beneficiários a uma gama equilibrada
de tratamentos de elevada qualidade a nível nacional ou a
um serviço médico e hospitalar ou pela necessidade de
controlar os custos e evitar, tanto quanto possível, o
desperdício de recursos financeiros, técnicos e humanos no
SNS ou nos SRS.
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 9.º
Pedido de reembolso
1 - O pedido de reembolso depende de requerimento a
apresentar, através do portal do utente, à ACSS, I. P., ou ao
serviço competente de cada região autónoma, pelo
beneficiário ou a pedido deste junto das unidades funcionais
dos ACES da área da residência do beneficiário ou nas
unidades competentes de cada região autónoma, no prazo
de 30 dias a contar do pagamento da despesa.
(...)
4 - O reembolso (...) é efetuado (...) no prazo de 90 dias a
contar da apresentação do respetivo pedido (...).
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 10.º
Reembolso
1 - O reembolso (...) é feito de acordo com as tabelas de
preços aplicadas ao SNS ou aos SRS e com o
regime geral das comparticipações (...) no preço dos
medicamentos.
2 - Aos montantes a reembolsar (...) é deduzido o valor
correspondente das taxas moderadoras que
seriam devidas, caso as prestações de saúde fossem
realizadas no âmbito do SNS ou dos SRS.
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 11.º
Sistema de autorização prévia
1 - Está sujeito a autorização prévia o reembolso dos
cuidados (...) cirúrgicos que exijam o internamento durante
pelo menos uma noite, assim como o reembolso dos
cuidados de saúde transfronteiriços que exijam recursos a
infraestruturas ou equipamentos médicos altamente
onerosos e de elevada especialização.
2 - Está ainda sujeito a autorização prévia o reembolso dos
cuidados (...) que envolvam tratamentos que apresentem
um risco especial para o doente ou para a população ou (...)
que sejam prestados por um prestador de cuidados de
saúde que (...) possa suscitar preocupações sérias e
específicas quanto à qualidade ou à segurança dos cuidados.
Lei n.º 52/2014, de 25.08
Artigo 11.º
Sistema de autorização prévia
3 - Os cuidados de saúde a que se refere o n.º 1 são
definidos por portaria* do membro do Governo
responsável pela área da saúde, a qual é comunicada à
Comissão Europeia (...).
4 - A falta de apresentação do pedido de autorização prévia
(...) ou o indeferimento do pedido de autorização (...)
determina que o reembolso não é devido pelo Estado
Português.
39826 reembolsos
Em Portugal 0
http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_425_sum_en.pdf
Sumário
1. Hierarquia das leis e Direito da União Europeia
2. Um Direito Europeu da Saúde?
3. Cuidados de saúde transfronteiriços – definições
4. Cuidados de saúde transfronteiriços – enquadramento normativo
5. Conclusões
Questões pendentes
O Direito da União
Europeia é um factor
cada vez mais relevante para
o desenvolvimento e
implementação das
políticas de saúde nacionais.