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Direito Internacional Público

FATIMA CASTRO MOREIRA


fcmoreira@upt.pt

IMP.GE.86.0
DIREITO INTERNACIONAL

Será o DIP um verdadeiro direito?

Sim: positivistas (voluntarista e normativista) e jusnaturalistas

Não: 1) moral internacional; 2) política de força; 3) direito imperfeito

IMP.GE.86.0
DIREITO INTERNACIONAL
Será o DIP um verdadeiro direito?
Não: 1) moral internacional; 2) política de força; 3) direito imperfeito

1) moral positiva internacional


Não reconhecem carater jurídico das normas de DIP
HOBBES: Os Estados vivem no Estado natureza e acima deles não existe
nenhuma autoridade superior que lhes possa impor a observância das
normas.
AUSTIN: superioridade. Não pode haver direito sem legislador e
coercibilidade
HEGEL: base estatal. DIP é produto das várias vontades estatais

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DIREITO INTERNACIONAL
Será o DIP um verdadeiro direito?
Não: 1) moral internacional; 2) política de força; 3) direito imperfeito

2) política de força
Jusnaturalismo
SPINOZA: auto-preservação. Direito de cada um chega até onde se impõe o
seu poder. Força decide.
LASSON: Entre estados não há comunidade. Força decide.
LUNDSTEDT: nihilismo jurídico. Relacionamento depended da força e das
relações de força em cada momento

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DIREITO INTERNACIONAL
Será o DIP um verdadeiro direito?
Não: 1) moral internacional; 2) política de força; 3) direito imperfeito

3)direito imperfeito
TRUYOL SERRA: direito sui generis, imperfeito. Juridicamente existe mas é
imperfeito.
SAVIGNY: consciência comunitária internacional. Comunidade internacional
está em desenvolvimento. DIP será imperfeito.
ZITELMAN: a) conteudo escasso, b) inseguro, c) clausulas restritivas;
d)represálias; d) direito de Guerra
BURCKHARDT: direito não positivo. não existe autoridade internacional.

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Será o DIP um verdadeiro direito?

Direito incompleto
- Ausência de órgãos centrais * ONU
- Auto-tutela
Direito coordenação e sobreposição
Cooperação interestadual

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DIREITO INTERNACIONAL
Será o DIP um verdadeiro direito?

Sim: positivistas (voluntarista e normativista) e jusnaturalistas


Positivistas: não existe direito natural.

a) vontade particular dos Estados: direito convencional. Auto-limitação


b) vontade comum dos Estados. Direito convencional. tratados
c)Norma fundamental (Grundnorm) pacta sund servanda

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DIREITO INTERNACIONAL

Será o DIP um verdadeiro direito?

Sim: positivistas (voluntarista e normativista) e jusnaturalistas


Jusnaturalismo
- Costume
- VERDROSS: direito natural – conjunto de princípios que resultam da ideia ou
da natureza dos grupos humanos. Grupo – fonte do direito natural
Princípios gerais do direito natural próprios deste grupo: a comunidade
internacional

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DIREITO INTERNACIONAL

DIP - verdadeiro direito


Teoria Dualista e Teoria Monista
Dualista: DIP e direito interno constituem 2 sistemas jurídicos autónomos,
iguais e separados, com fontes e destinatários diferentes.

Monista direito interno (URSS e Alemanha): DIP deriva do direito interno.


Primazia do direito interno sobre o DIP

Monista DIP: direito interno deriva do DIP. Contradição entre ambos implica
nulidade normas internas

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Sistema de receção do DIP no direito interno

- Receção plena (visão monista)

- Receção quase plena (misto)

- Sistema de transformação/reprodução (visão dualista)

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DIREITO INTERNACIONAL

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DIREITO INTERNACIONAL

Artigo 8.º
Direito internacional
1. As normas e os princípios de direito internacional geral ou comum fazem parte
integrante do direito português.

2. As normas constantes de convenções internacionais regularmente ratificadas ou


aprovadas vigoram na ordem interna após a sua publicação oficial e enquanto
vincularem internacionalmente o Estado Português.

3. As normas emanadas dos órgãos competentes das organizações internacionais de


que Portugal seja parte vigoram directamente na ordem interna, desde que tal se
encontre estabelecido nos respectivos tratados constitutivos.

4. As disposições dos tratados que regem a União Europeia e as normas emanadas


das suas instituições, no exercício das respectivas competências, são aplicáveis na
ordem interna, nos termos definidos pelo direito da União, com respeito pelos
princípios fundamentais do Estado de direito democrático.
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DIREITO INTERNACIONAL

RECEÇÃO AUTOMÁTICA

DOS PRINCÍPIOS DE DIREITO INTERNACIONAL

NA ORDEM INTERNA PORTUGUESA

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DIREITO INTERNACIONAL

Artigo 8.º
Direito internacional

1. As normas e os princípios de direito internacional


geral ou comum fazem parte integrante do direito
português.

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DIREITO INTERNACIONAL

Artigo 4.º
Cidadania portuguesa
São cidadãos portugueses todos aqueles que como tal
sejam considerados pela lei ou por convenção
internacional.

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DIREITO INTERNACIONAL

Artigo 7.º
Relações internacionais
1. Portugal rege-se nas relações internacionais pelos
princípios da independência nacional, do respeito
dos direitos do homem, dos direitos dos povos, da
igualdade entre os Estados, da solução pacífica dos
conflitos internacionais, da não ingerência nos
assuntos internos dos outros Estados e da
cooperação com todos os outros povos para a
emancipação e o progresso da humanidade.
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DIREITO INTERNACIONAL

Artigo 16.º
Âmbito e sentido dos direitos fundamentais
1. Os direitos fundamentais consagrados na
Constituição não excluem quaisquer outros
constantes das leis e das regras aplicáveis de
direito internacional.

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DIREITO INTERNACIONAL

Artigo 16.º
Âmbito e sentido dos direitos fundamentais

2. Os preceitos constitucionais e legais relativos aos


direitos fundamentais devem ser interpretados e
integrados de harmonia com a Declaração
Universal dos Direitos do Homem.

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DIREITO INTERNACIONAL

Artigo 29.º
Aplicação da lei criminal
1. Ninguém pode ser sentenciado criminalmente senão em virtude de lei anterior
que declare punível a acção ou a omissão, nem sofrer medida de segurança cujos
pressupostos não estejam fixados em lei anterior.

2. O disposto no número anterior não impede a


punição, nos limites da lei interna, por acção ou
omissão que no momento da sua prática seja
considerada criminosa segundo os princípios gerais
de direito internacional comummente
reconhecidos.
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DIREITO INTERNACIONAL

RECEÇÃO AUTOMÁTICA

DOS PRINCÍPIOS DE DIREITO INTERNACIONAL

NA ORDEM INTERNA PORTUGUESA

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DIREITO INTERNACIONAL

DIREITO INTERNACIONAL

COMUM

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DIREITO INTERNACIONAL

DIREITO INTERNACIONAL

CONVENCIONAL

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DIREITO INTERNACIONAL

DIREITO INTERNACIONAL

COMUM

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DIREITO INTERNACIONAL

Art.º 8.º, n.º 1

Art.º 7.º, n.º 1


PRINCIPIOS DE
Art.º 16.º, n.º 2 DIREITO INTERNACIONAL
Art.º 29.º, n.º 2

COSTUME?

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DIREITO INTERNACIONAL

PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO INTERNACIONAL – PORTUGAL (ART.º 7.º)

Independência Nacional

Respeito dos Direitos do Homem

Direito dos Povos à Autodeterminação e Independência

Igualdade entre os Estados

Solução Pacífica dos Conflitos Internacionais

Não Ingerência nos Assuntos Internos dos Outros Estados

Cooperação com todos os outros Povos para Emancipação e Progresso da


Humanidade
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DIREITO INTERNACIONAL

PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO INTERNACIONAL – PORTUGAL (ART.º 7.º)


Vinculação positiva e negativa

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DIREITO INTERNACIONAL

PRINCÍPIOS DECLARAÇÃO UNIVERSAL DIREITOS HOMEM – PORTUGAL (ART.º 16.º, N.º 2)


Valem como parte da CRP
Valor supraconstitucional
(art.º 290.º, d)

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DIREITO INTERNACIONAL

DIREITO INTERNACIONAL

CONVENCIONAL

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DIREITO INTERNACIONAL

Fases do Processo de Conclusão de Tratados

1.º Negociação

2.º Assinatura Forma clássica

3.º Ratificação

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DIREITO INTERNACIONAL

Fases do Processo de Conclusão de Tratados

1.º Negociação e Assinatura

2.º Aprovação Forma atual

3.º Ratificação

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DIREITO INTERNACIONAL

Quaisquer Tratados
Convenções abrangidos pela
Convenção de Viena
(CVDT69)

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DIREITO INTERNACIONAL

Tratados solenes
Tratados submetidos a ratificação

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DIREITO INTERNACIONAL

Acordos Acordos em forma


Internacionais simplificada (não
sujeitos a ratificação)

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DIREITO INTERNACIONAL

Artigo 134.º
Competência para prática de actos próprios
Compete ao Presidente da República, na prática de
actos próprios:

a) …
b) Promulgar e mandar publicar as leis, os decretos-
leis e os decretos regulamentares, assinar as
resoluções da Assembleia da República que
aprovem acordos internacionais e os restantes
decretos do Governo;
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DIREITO INTERNACIONAL

Artigo 161.º
Competência política e legislativa

Compete à Assembleia da República:


i) Aprovar os tratados, designadamente os tratados
de participação de Portugal em organizações
internacionais, os tratados de amizade, de paz, de
defesa, de rectificação de fronteiras e os respeitantes
a assuntos militares, bem como os acordos
internacionais que versem matérias da sua
competência reservada ou que o Governo entenda
submeter à sua apreciação;
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Negociação e Assinatura
Artigo 197.º
Competência política

1. Compete ao Governo, no exercício de funções políticas:

a) …;
b) Negociar e ajustar convenções internacionais;
c) Aprovar os acordos internacionais cuja aprovação não seja da competência da
Assembleia da República ou que a esta não tenham sido submetidos;

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DIREITO INTERNACIONAL

Aprovação

- Tratados

- Acordos internacionais

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DIREITO INTERNACIONAL

Aprovação

- Tratados
Aprovação dos tratados de certos tipos – AR
Aprovação dos restantes tratados – Governo, salvo
se este os submeter à AR

- Acordos em forma simplificada - Governo

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DIREITO INTERNACIONAL

Aprovação
Artigo 197.º
Competência política

1. Compete ao Governo, no exercício de funções políticas:

a) …;
b) Negociar e ajustar convenções internacionais;
c) Aprovaros acordos internacionais cuja aprovação
não seja da competência da Assembleia da República
ou que a esta não tenham sido submetidos;

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DIREITO INTERNACIONAL

Aprovação

Tratados com aprovação reservada à AR

Reserva absoluta – 164.º CRP


Reserva relativa – 165.º CRP
Tratados de participação em organizações
internacionais, de amizade, de paz, de defesa, de
retificação de fronteiras, assuntos militares.

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DIREITO INTERNACIONAL

Aprovação
Tratados com aprovação reservada à AR
Reserva absoluta – 164.º CRP
Ex.

f) Aquisição, perda e reaquisição da cidadania


portuguesa;
g) Definição dos limites das águas territoriais, da
zona económica exclusiva e dos direitos de
Portugal aos fundos marinhos contíguos.

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DIREITO INTERNACIONAL

Aprovação
Tratados com aprovação reservada à AR
Reserva relativa – 165.º CRP
Ex.

b) Direitos, liberdades e garantias;


c) Definição dos crimes, penas, medidas de
segurança e respectivos pressupostos, bem como
processo criminal;

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DIREITO INTERNACIONAL

Aprovação
Outros Tratados

Governo

Governo decide submeter a AR para aprovação



•Tribunal Constitucional considera existirem normas

inconstitucionais no Tratado

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DIREITO INTERNACIONAL

Aprovação
Iniciativa – Exame ou Consulta – Discussão e Votação

Governo – Negócios Estrangeiros – Plenário AR

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DIREITO INTERNACIONAL

Reservas?

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DIREITO INTERNACIONAL

Ratificação

Declaração solene pela qual o Estado se considera


vinculado juridicamente por um tratado.

Ato político do PR, ligado ao poder geral de


representação do Estado

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DIREITO INTERNACIONAL

Artigo 134.º
Competência para prática de actos próprios
Compete ao Presidente da República, na prática de
actos próprios:

b) Promulgar e mandar publicar as leis, os decretos-


leis e os decretos regulamentares, assinar as
resoluções da Assembleia da República que
aprovem acordos internacionais e os restantes
decretos do Governo;
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Artigo 135.º
Competência nas relações internacionais

Compete ao Presidente da República, nas relações


internacionais:

b) Ratificar os tratados internacionais, depois de


devidamente aprovados;

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