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SUMÁRIO
1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ....................................................................................................... 2
1.2 TERMINOLOGIA: ....................................................................................................................................... 2
Registre-se que são áreas independentes, mas não excludentes entre si, só são voltadas
para situações específicas – guerra e direito dos refugiados. O CESPE julgou errada a seguinte
questão: A aplicação das normas de direito internacional humanitário e de direito internacional
dos refugiados impossibilita a aplicação das normas básicas do direito internacional dos
direitos humanos.
Cuidado com as diferenças entre as terminologias. Direitos Humanos e Direitos
Fundamentais assumem conotação distinta no que se refere ao plano de positivação, muito
embora ambos têm o mesmo significado: direitos inerentes ao ser humano, ligados a um
conjunto mínimo que dá expressão a dignidade da pessoa humana.
Quando o plano de proteção advém de norma internacional: direitos
humanos;
Quando o plano de proteção advém de norma interna/doméstica: direitos
fundamentais;
Direitos Fundamentais
Direitos Humanos
Previsão em ordem
Previsão em ordem
interna/doméstica – Constituição Federal
externa/internacional – tratados e
convenções internacionais. A diferença de determinado país. A diferença está
somente no plano de positivação.
está somente no plano de positivação.
Protegido pela ordem internacional. Protegido pela ordem interna.
A distinção deve ser feita na prova, se assim for cobrada, mas há uma crítica doutrinária
acerca dessa diferenciação. Há uma Intersecção entre o Direito Constitucional e o Direito
Internacional dos Direitos Humanos. Há uma aproximação entre o direito internacional e o
direito nacional, ainda mais pelo fato de que um tratado internacional pode ser incorporado ao
ordenamento nacional (art. 5º, §3º CF).
Além do mais, no âmbito da União Europeia, convencionou-se a utilizar a expressão
“direitos fundamentais” para se referir tanto aos direitos garantidos pela ordem interna como
pela ordem internacional, tanto é que o principal instrumento se chama Carta dos Direitos
Fundamentais da União Europeia.
Direitos humanos e Direitos do Homem são expressões sinônimas (no sentido
ontológico/da essência), mas com diferentes pontos de vista.
Direitos do homem
Direitos Humanos
Concepção jusnaturalista (corrente
Expressão utilizada no cenário
do pensamento jurídico que indica um
internacional. Refere-se a direitos
previstos em normas internacionais, direito que provém da natureza – direito
especialmente em tratados e convenções. natural - existente antes do surgimento do
estado, não positivados e válidos em todos
os tempos).
Caráter histórico. Exemplos:
Conceito atual.
Declaração Francesa dos direitos do
homem e do cidadão – 1789, Declaração
americana dos direitos e deveres do
homem (Bogotá, 1948). Obs.: O STF já
entendeu que o direito a fuga seria um
direito natural a despeito da ausência de
previsão legal. “A fuga é um direito natural
dos que se sentem, por isso ou por aquilo,
alvo de um ato discrepante da ordem
jurídica, pouco importando a
improcedência dessa visão." RHC
84.851/BA, rel. Min. Marco Aurélio. (Nem
todos os ministros compartilham a
existência de um “direito natural a fuga”)1.
Um bom exemplo é o direito à vida, que é considerado um direito do homem (não precisa
de positivação). É natural que todo mundo entenda que a vida é o bem jurídico mais importante
que temos. Tem previsão no art. 5º, CRFB/88, sendo um direito fundamental à vida. E, como
tem previsão em tratado internacional, é também considerado um direito humano à vida.
O direito natural serviu também para ampliar direito previsto na Constituição Federal. O
art. 5º, LXIII prevê o direito ao silêncio, o qual foi transformado, jurisprudencialmente, ao longo
do tempo, para um direito a não autoincriminação. “O direito natural afasta, por si só, a
possibilidade de exigir-se que o acusado colabore nas investigações. A garantia constitucional
do silêncio encerra que ninguém está compelido a autoincriminar-se.” (HC 83.943.MG. Rel. Min.
Marco Aurélio, j. 27-4-2004).
No que se refere, ainda, à terminologia, utilizam-se as expressões direitos individuais,
liberdades públicas e direitos públicos subjetivos. Todavia, as três expressões se mostram
incompletas, pois não abarcariam toda a gama de direitos humanos.