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Relatório

Direitos Humanos e
Fundamentais

Escrito por:

Viviane Souza
Luiza Sena
Sophia Fontes
Davi
Samuel
José Neto
Sumário:
Contexto Histórico dos Direitos Humanos página 1

Direitos Humanos página 2

Direitos Fundamentais página 3

Gerações dos Direitos página 4


Fundamentais

Demais Gerações página 5

No Brasil página 6

Direitos Fundamentais na página 7


Ordem Constitucional

Os direitos e as garantias
Página 8
fundamentais da Constituição
de 1988

As características dos direitos Página 9


fundamentais

Titulares e destinatários dos direitos e Página 10


garantias fundamentais

Aplicabilidade, limites e restrições dos Página 11


direitos fundamentais
CONTEXTO HISTÓRICO

DIREITOS HUMANOS
1215 - CARTA MAGNA
Escrita por João Sem-Terra.
Considerada o documento básico das liberdades inglesas.
Entre outras garantias, a Magna Carta 'previa a liberdade
da Igreja da Inglaterra, restrições tributárias,
proporcionalidade entre delito e sanção; previsão do
devido processo legal, livre acesso à justiça, liberdade de
locomoção e livre entrada e saída do país' ( Moraes, 2000,
1776 - INDEPENDÊNCIA DAS pg.25)
TREZE COLONIAS AMERICANAS

CULMINOU NA ELABORAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO


DOS ESTADOS UNIDOS. NASCIMENTO DA
CONSTITUCIONALIZAÇÃO, POIS TINHA TRAÇÕES
MARCANTES COMO "ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E
LIMITAÇÃO DO PODER ESTATAL"
(MORAES,2011,PG.1)

1789 - REVOLUÇÃO FRANCESA


CULMINOU NA ELABORAÇÃO DA PRIMEIRA DECLARAÇÃO
CONTEMPORÂNEA DE DIREITOS HUMANOS, A DECLARAÇÃO
DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO, DE 1789, A QUAL
DEFINIU QUE TODOS OS INDIVÍDUOS “[...] NASCEM E SÃO
LIVRES E IGUAIS EM DIREITOS” E A ORIGEM DA
CONSTITUIÇÃO DA FRANÇA.
SERVIU DE INSPIRAÇÃO PARA AS CONSTITUIÇÕES QUE A
SUCEDERAM, PRINCIPALMENTE A DUDH, DE 1948,
PROMULGADA PELA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS.
(COMPARATO, 2010, PG.62)

1939 - SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


CONSCIENTIZAÇÃO GENERALIZADA DOS PAÍSES SOBRE A
NECESSIDADE DE PROTEÇÃO AO INDIVÍDUO SÓ VEIO APÓS A
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, DEVIDO ÀS BARBÁRIES OCORRIDAS
DURANTE O NAZISMO, CULMINANDO NA DUDH, EM 1948. ELA TEVE
PAPEL FUNDAMENTAL, INFLUENCIANDO INTERNACIONALMENTE
TODA A ESFERA CONSTITUCIONAL, CONSISTINDO NO MOMENTO
EM QUE DIVERSOS PAÍSES INCORPORARAM EM SEU
ORDENAMENTO JURÍDICO UM CAPÍTULO SOBRE OS DIREITOS E
GARANTIAS INDIVIDUAIS. (FREITAS,2012.)

1948 - DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

INSERIU A COMPREENSÃO DO QUE CONHECEMOS HOJE COMO


DIREITOS HUMANOS. ASSIM, TEVE INÍCIO O
DESENVOLVIMENTO DA POSITIVAÇÃO INTERNACIONAL DAS
NORMAS RELATIVAS À PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
MEDIANTE INÚMEROS TRATADOS INTERNACIONAIS,
CONSTRUINDO O CHAMADO SISTEMA NORMATIVO POSITIVO
GLOBAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS.
( FERNANDA FRANKLIN, DIREITOS HUMANOS, P. 2. )

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DIREITOS HUMANOS

O QUE É?
Surgiu a partir das necessidades humanas ao longo dos anos e da evolução de cada civilização. (Herrera
Flores, 2009,pg. 42)
São direitos inerentes à pessoa, direitos à priori. Não existe nenhuma característica para sua validade.
Pertencem a todas as pessoas apenas por serem pessoas. (Fernanda Franklin, pg.2)
Tem como foco a proteção do ser humano. Assegurar a humanização da humanidade.(Herrera Flores,
2009,pg. 42)
São direitos válidos para todos os povos e em todos os tempos (dimensão jusnaturalista-universalista).
(Canotilho,1992, pg.529)

OUTRAS INFORMAÇÕES:
O documento que positiva esses direitos internacionalmente e que constitui a compreensão que temos hoje
é a Declaração Universal dos Direitos Humanos,1948. Construiu o chamado sistema normativo positivo global
de proteção dos direitos humanos.(Fernanda Franklin, pg.2)
Entretanto, mesmo de cunho internacional, tais normas não são suficientes para proteger de forma efetiva os
direitos humanos se não houver adesão dos Estados e se não forem reconhecidas no âmbito interno dos
Estados. Essas normas devem passar por um processo de reconhecimento, que se dará de forma diferente
em cada Estado a depender da sua legislação interna.( Fernanda Franklin, pg.2)
Os direitos humanos lato sensu são os direitos reconhecidos como inerentes aos seres humanos, também
denominados direitos naturais, São aqueles que existem independentemente de positivados ou não no
sistema protetivo legal internacional, pois são direitos a priori — inatos, que nascem com os seres humanos
pelo fato de serem humanos. (Fernanda Franklin, pg.3)
Já os direitos humanos stricto sensu são direitos reconhecidos a posteriori, positivados no plano
internacional. (Fernanda Franklin,pg.3)

Página 2
Direitos
Fundamentais
O que é?
As normas protetoras dos direitos humanos, quando reconhecidas (positivadas) na Constituição Federal, passam a
ser chamadas de direitos fundamentais, ou seja, são os direitos humanos positivados nos ordenamentos jurídicos
dos Estados. O conteúdo é essencialmente o mesmo dos direitos humanos, o que difere é o plano em que estão
consagrados.Dessa maneira, você pode nomear esse processo de constitucionalização das regras essenciais à
condição do indivíduo. É uma questão meramente de formalização. Sem o reconhecimento constitucional, esses
direitos seriam meramente aspirações ou ideais. (Canotilho,2010), ( Fernanda Franklin, pg.2) e
(Milena Barbosa,instituição do processo administrativo constitucional pg.2)
Os direitos fundamentais é basicamente um instrumento de proteção do indivíduo em face da atuação do Estado.
São direitos universais, todos possuem.(Cíntia Brunelli, youtube. Direito Constitucional e Direitos Humanos)
Podem ser conceituados como a categoria jurídica instituída com a finalidade de proteger a dignidade humana em
todas as dimensões. Por isso, tal qual o ser humano, esses direitos têm natureza polifacética, buscando resguardar o
homem na sua liberdade (direitos individuais), nas suas necessidades (direitos sociais, econômicos e culturais) e na
sua preservação (direitos relacionados à fraternidade e à solidariedade). (Ferreira Filho,2005)
São os direitos do homem, jurídico-institucionalmente garantidos e limitados espácio-temporalmente. (Fernanda
Franklin, pg.3)

Outras informações:

Estes direitos estão previstos na Constituição Federal, nos tratados internacionais, nos acordos, princípios, entre
outros. (Cíntia Brunelli, youtube. Direito Constitucional e Direitos Humanos)
A responsabilização desses direitos pelo Estado poderá ocorrer tanto no âmbito internacional como também no
âmbito nacional, por meio dos sistemas jurídicos competentes para a realização do feito. (Milena Barbosa,instituição
do processo administrativo constitucional pg.2)
No decorrer do sistema normativo constitucional em âmbito nacional, você pode identificar a existência de direitos
e garantias fundamentais de duas formas: a implícita e a explícita. A diferença entre as duas formas de exposição
está apenas na maneira como elas se encontram dispostas. Assim, a modalidade explícita ocorre quando se observa
o texto legal expressamente no texto constitucional. Já a modalidade implícita é aquele sistema que define regras
constitucionais que decorrem de princípios estabelecidos dentro do panorama do sistema normativo constitucional
que devem ser observados não de maneira fechada (a partir das especificações de cláusulas), mas de maneira
aberta, ou seja, por meio de análise flexível e a partir de uma estrutura fundamentada em princípios.(Milena
Barbosa,instituição do processo administrativo constitucional pg.4)
A doutrina classificou em gerações ou dimensões.
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GERAÇÕES
Essa classificação foi feita com base em momentos históricos e conquistas para compreendermos a
evolução desses direitos.(Fernanda Franklin, pg.4)

As três dimensões são expressas pelo lema da revolução francesa. Liberdade, igualdade e fraternidade.
(Cíntia Brunelli, youtube. Direito Constitucional e Direitos Humanos)

Importante destacar que parte da doutrina sustenta ainda direitos fundamentais de quarta, quinta e até
sexta dimensão, não sendo esse o posicionamento majoritário, posto que para a doutrina dominante, os
direitos defendidos nessas gerações (direito à informação, direito à paz, direito à democracia, entre outros)
são decorrentes das novas tecnologias e necessidades sociais, estando, portanto, incluídos nos direitos da
terceira dimensão.( Fernanda Franklin, pg 5)

LIBERDADE

01
Constituíram os primeiros direitos conquistados pela humanidade. São direitos de defesa para proteger a liberdade
dos indivíduos.
Caracteriza-se por ser um direito negativo, devido a abstenção estatal, ou seja, a não interferência do Estado nas
ações dos indivíduos, um “não fazer” do Estado em relação a esses direitos, demonstrando exatamente a relação com
a liberdade.
Visam a proteger a integridade moral, psíquica e física dos indivíduos das intervenções estatais ilegais, arbitrárias
ou com abuso de poder.
Dentre os direitos fundamentais de primeira geração, estão consagrados:
o direito à liberdade de expressão
o direito à proteção da vida privada
o direito à liberdade de locomoção
os direitos da pessoa privada de liberdade
o direito ao devido processo legal
(Cíntia Brunelli, youtube. Direito Constitucional e Direitos Humanos)

IGUALDADE MATERIAL

02
Teve como inspiração a Revolução Industrial Europeia, a partir do século XIX, em decorrência das péssimas
condições de trabalho e da busca por melhores condições, seguida do fim da Primeira Guerra Mundial, que
clamou pela fixação desses direitos sociais.

Esses direitos tem como principal característica a possibilidade de exigência de prestações positivas do Estado,
no sentido de assegurar a todos uma igualdade de oportunidades sob a forma de direitos sociais, econômicos e
culturais.

Dois pactos tiveram grande importância na constituição dos direitos fundamentais de segunda dimensão, em
1966: o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais
e Culturais.
(Cíntia Brunelli, youtube. Direito Constitucional e Direitos Humanos)

03
FRATERNIDADE
Expressa os valores de fraternidade, coletividade, transindividuais.
Têm como pressuposto a proteção de grupos sociais vulneráveis e a preservação do meio ambiente
ecologicamente equilibrado.

Inspiração nas mudanças pelas quais passaram a comunidade internacional, as sociedades de massa e o próprio
desenvolvimento tecnológico.

Tais direitos envolvem o direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito de propriedade sobre o patrimônio
comum da humanidade, o direito de comunicação, o direito de autodeterminação dos povos, o direito à defesa de
ameaça de purificação racial e genocídio, o direito à proteção contra as manifestações de discriminação racial, o
direito à proteção em tempos de guerra ou qualquer outro conflito armado e o direito ambiental ecologicamente
equilibrado.
(Cíntia Brunelli, youtube. Direito Constitucional e Direitos Humanos) Página 4
DEMAIS GERAÇÕES DOS
DIREITOS FUNDAMENTAIS

Decorrente da Engenharia Genética


04 RELACIONADA À MANIPULAÇÃO DO
PATRIMÔNIO GENÉTICO
DIREITOS INTRODUZIDOS PELA
GLOBALIZAÇÃO
ABRANGE DIREITOS COMO À INFORMAÇÃO,
PLURALISMO, DEMOCRACIA.
(REVISAOPGE.COM.BR)

Relacionado a evolução cibernética e


05 tecnológica
DIMENSÃO AUTÔNOMA POR ALGUNS PESQUISADORES,
OUTROS CONSIDERAM DENTRO DA TERCEIRA GERAÇÃO.
ABRANGE DIREITOS À PAZ, SUPREMO DIREITO À
HUMANIDADE E ETC.
DIZ RESPEITO À PAZ MUNDIAL PARA PAULO
BONAVIDES ENQUANTO PARA ROBERTO BOBBIO SÃO
OS DIREITOS LIGADOS À PESQUISA BIOLÓGICA .
DEMAIS AUTORES ENQUADRAM AOS DIREITOS LIGADOS
À INTERNET
(REVISAOPGE.COM.BR)

Acesso à água potável e busca da


06 felicidade
DIREITO À DEMOCRACIA, À LIBERDADE DE
EXPRESSÃO, AO DIREITO DE INFORMAÇÃO E AO
PLURALISMO POLÍTICO.
OUTRA PARCELA AFIRMA QUE É A BUSCA PELA
FELICIDADE E OUTROS PELO ACESSO À ÁGUA
POTÁVEL
(REVISAOPGE.COM.BR) PÁGINA 5
No Brasil
Os direitos fundamentais, previstos em Constituição, desde a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, na França, em 1789, trouxeram a técnica constitucional, constituindo
a subordinação do Estado aos direitos individuais, ou seja, o Estado existe para servir ao
indivíduo.

A Constituição do Império do Brasil segue o modelo americano e o atual é pelo sistema


europeu

A Constituição Federal de 1988 aborda os direitos e garantias fundamentais, que foram


divididos pelo legislador em cinco capítulos:
1. os direitos individuais e coletivos;
2. os direitos sociais;
3. a nacionalidade;
4. os direitos políticos;
5. os partidos políticos.
(BRASIL, 1988, documento on-line).

Dessa forma, deu-se a classificação de direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira


gerações, apresentada em ordem histórica cronológica, baseando no momento em que
passaram a ser constitucionalmente reconhecidos.

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Direitos Fundamentais na Ordem Constitucional
As normas que consubstanciam os direitos fundamentais democráticos e individuais são de
aplicabilidade imediata, enquanto as que definem os direitos sociais tendem a sê-lo também
na Constituição vigente, mas algumas, especialmente as que mencionam uma lei
integradora, são de eficácia limitada e aplicabilidade indireta. Significa que elas são
aplicáveis até onde possam, ou até o ponto em que as instituições ofereçam condições para o
seu atendimento. Também significa que o Poder Judiciário, sendo invocado a propósito de
uma situação concreta nela garantida, não pode deixar de aplicá-las, conferindo ao
interessado o direito reclamado, segundo as instituições existentes.

Tendo aplicabilidade indireta ou mediata, os direitos fundamentais são aplicados de


maneira reflexa, tanto em uma dimensão proibitiva e voltada para o legislador, que não
poderá editar lei que viole direitos fundamentais, como, ainda, positiva, voltada para que o
legislador implemente os direitos fundamentais, ponderando quais devem aplicar-se às
relações privadas. E, sendo de eficácia direta ou imediata, alguns direitos fundamentais
podem ser aplicados às relações privadas sem que haja a necessidade de intermediação
legislativa para a sua concretização.

Art. 5º, § 2º, da Constituição Federal


§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte. Esta redação trata da dualidade de fontes dos direitos
fundamentais (BRASIL, 1988, documento on-line).

Os tratados internacionais que não dispuserem sobre direitos humanos não têm
natureza de norma constitucional e são aplicados como norma infraconstitucional,
conforme o art. 102, III, b, da Constituição. Acerca disso, o entendimento do
Supremo Tribunal Federal (STF) é da teoria da paridade, ou seja, equipara a
aplicação dos tratados às leis federais. (Portal STF. Jus)

Por fim, os direitos fundamentais previstos na Constituição decorrem de três


vertentes, segundo o que trata o § 2º do art. 5º: os direitos e garantias expressos, os
direitos e garantias decorrentes do regime e dos princípios adotados pela
Constituição, e os direitos e garantias decorrentes dos tratados internacionais dos
quais a República Federativa do Brasil seja parte.
(MORAES, A. Direito Constitucional, pág 33).

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Os direitos e as garantias
fundamentais da Constituição de
1988
Para que haja harmonia e vida digna a todos os cidadãos, de modo que os
indivíduos tenham suas liberdades e vozes ouvidas, faz-se necessário que o
próprio Estado forneça os direitos e garantias que façam essas prerrogativas
florescerem.
O legislador constituinte agrupou no título II, entre os artigos 5º e 17, da
Constituição Federal os direitos e garantias fundamentais conferidos pelo
ordenamento.
Podemos citar uma singela diferença entre direitos e garantias fundamentais,
sendo assim:

Direitos fundamentais: são os direitos e os bens descritos na carta


constitucional.

Garantias fundamentais: são os instrumentos de proteção desses direitos, por


meio delas, os indivíduos podem fazer valer suas prerrogativas na forma de
direitos.

A título de exemplo, podemos citar: o habeas corpus é uma garantia


constitucional para o direito de ir, vir e permanecer.

A função do Estado Democrático de Direito é garantir direitos a seus cidadãos. De


tal modo, que nada adianta a um ser humano possuir liberdade prevista se não
tem a capacidade, ou, meios para pôr em prática o que está escrito.

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As características dos direitos fundamentais

As características sobreviveram com as concepções jusnaturalistas, que


consideravam os direitos fundamentais como sendo inatos, absolutos, invioláveis
e imprescritíveis. Algumas das características são:

Historicidade — os direitos fundamentais são históricos, pois surgem,


desenvolvem-se e desaparecem;
Inalienabilidade — são invioláveis. Não passíveis de qualquer negociação, pois
não há valor econômico. A Constituição os confere a todos, que desses não
podem se desfazer;
Imprescritibilidade — não e nunca serão prescritos, jamais deixarão de valer.
Não deixam de ser exigíveis com o passar do tempo;
Irrenunciabilidade — não há como renunciar a um direito fundamental. Sua
renúncia não é admitida.

Assim como Alexandre de Moraes (2006, p. 23) podemos acrescentar também:

Inviolabilidade — diz respeito a não possibilidade de desrespeito às


determinações infraconstitucionais ou, ainda, as que se manifestem por atos
das autoridades públicas;
Universalidade — todos os indivíduos os possuem;
Efetividade — são direitos que precisam de uma efetividade quase que
imediata. Não podem estar presentes apenas nas Constituições;
Interdependência — os direitos possuem relação de interdependência com
as suas garantias, para que assim tenham efetividade plena;
Complementaridade — devem ser interpretados em conjunto com os
demais elementos e objetivos da Constituição Federal.

Direitos e garantias fundamentais

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Titulares e destinatários dos direitos e
garantias fundamentais
A doutrina, muitas vezes, trata da diferença entre titulares e destinatários de
direitos fundamentais. A diferença é básica entre esses dois termos.

Titular: é o indivíduo com a capacidade para atuar ativamente na relação


jurídico-subjetiva.

Destinatário: é a pessoa em face da qual pode, o titular, exigir prestação de


tutela jurisdicional no debate em questão.

Algum cidadão faz uso da ação do remédio constitucional de habeas data para ter
acesso a informações de seus dados pessoais em um bancos de dados de caráter
público de um empresa privada. Neste exemplo, o cidadão é titular do direito de
acessar suas informações, já a empresa será o destinatário do mesmo direito.

Há momentos em que mesmo não estando presente de forma escrita nas linhas
do artigo de lei, alguns grupos de pessoas podem ser titulares de certos direitos.
Certos direitos abrangem todos os seres humanos, mesmo que não expresso seu
nome em lei.

Citamos como exemplo, o art. 7º da Constituição Federal, este artigo trata dos
direitos dos trabalhadores rurais e urbanos. Mesmo não falando de estrangeiros
que residem no país, esses ,ainda assim, possuem as prerrogativas garantidas no
caput e incisos do artigo.

Seria uma tremenda hipocrisia permitir que apenas brasileiros natos gozassem
dos direitos, além de uma completa afronta à dignidade da pessoa dos
estrangeiros residentes. Do mesmo modo acontece com aqueles estrangeiros não
residentes, esses estão protegidos por normas do direito internacional, e
notadamente, pela própria Constituição Federal.

Alexandre de Moraes (2014, p.33), também afirma que além dos brasileiros e
estrangeiros, pessoas jurídicas são protegidas por alguns direitos fundamentais. O
princípio da isonomia é um exemplo de direito estritamente de pessoa física, mas
que foi ampliado às pessoas jurídicas, passando a esses entes serem titulares de
direitos fundamentais.

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Diferentemente de outros tempos, hoje, o Estado nos ajuda e é sempre
procurado para resolver questões da vida privada, regulamentando e
melhorando a vida social de todos os habitantes de um território. Os direitos
fundamentais não se fazem valer apenas entre cidadão e Estado, mas também,
nas relações entre particulares. De tal forma que separamos a eficácia desses
direitos em duas principais.

Eficácia vertical: está relacionada a relação entre Estado e particular, seja uma
relação de cobrança ou abstenção estatal.

Eficácia horizontal: relacionada ao vínculo que há entre particulares. Regulando


assim, os direitos entre eles e o limite de cada ação dos indivíduos, visto que as
desigualdades sociais podem acabar deixando um indivíduos acima do outro na
relação particular.

Aplicabilidade, limites e restrições dos


direitos fundamentais

O parágrafo 1º do art. 5º da Constituição Federal de 1988 dispõe que os direitos e


garantias fundamentais têm aplicabilidade imediata. Há na Constituição, o que
chamamos de efeito vinculante. Este efeito torna as normas da Carta superiores
às outras leis, as quais devem respeitar a hierarquia e o que se apresenta nos
textos da Carta Magna. Mesmo o Poder Legislativo, que tem por responsabilidade
a criação de novas legislações, deve respeitar o que é previsto nos artigos da CF.

Por mais que esteja expresso na Carta maior a garantia de que direitos
fundamentais têm aplicabilidade imediata e não precisam esperar qualquer
provimento para sua efetividade. é importante esclarecer que isto acontece, em
geral, apenas com os direito fundamentais individuais, direitos de cunho coletiva
precisam de outras garantias para que tenham alguma validade. Sendo assim,
direitos fundamentais, em geral, têm aplicabilidade imediata. Contudo, há certos
direitos que precisam de outros mecanismos para sua garantia.

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A título de exemplo, temos: “o seguro-desemprego, que, para concretização,
necessita da criação de uma lei e uma estrutura administrativa, o que impede que,
na prática, esse direito tenha aplicabilidade imediata.” (Dimoulis; Martins, 2014).

Direitos Fundamentais podem ser considerados absolutos, pelo fato de sofrerem,


em casos específicos, limites e restrições.

Os direitos fundamentais podem ser limitados no momento em que os direitos de


um ultrapassam as barreiras dos direitos de outrem, ou, ainda conflita com
prerrogativas resguardadas as pessoas. Os indivíduos devem sempre respeitar os
direitos dos outros, procurando sempre uma vida sem conflitos e a ordem social.

Ninguém poderá praticar atos ilícitos alegando gozar de direito seu. Como
qualquer outro, direitos constitucionais também sofrem restrições. Segundo
Alexandre de Moraes, o princípio da relatividade preconiza que os direitos e
garantias são limitados, de modo que encontram esses limites em direitos
previstos na própria Carta Magna.

Já as restrições acontecem de duas formas principais. Algumas restrições estão


juntas ao próprio direito no texto do artigo constitucional. Como o exemplo do art.
5º, XII, CF: trata que o sigilo da correspondência das comunicações telegráficas e
telefônicas é inviolável, salvo em episódios determinados pelo próprio artigo.

Uma outra forma de restrição são ferramentas e mecanismos que restringem


em alguns casos os direitos fundamentais dos cidadãos. Temos Estado de defesa e
Estado de sítio, estão presentes dentre os arts. 137 a 139 da Constituição Federal.
Estas medidas, ao se efetivarem, podem gerar ações que tiram determinados
direitos. Contudo, até mesmo restrições possuem restrições, a própria
Constituição apresentas as situações em que pode efetivar essas medidas, além de
um tempo da sua duração.

PÁGINA 12
REFERÊNCIAS
Canotilho, 1992, pg. 529. Canotilho, 2010. Fernanda Franklin, pg. 2. Milena
Barbosa, instituição do processo administrativo constitucional pg. 2. Cíntia
Brunelli, youtube, Direito Constitucional e Direitos Humanos. Ferreira Filho,
2005. Milena Barbosa,instituição do processo administrativo constitucional
pg. 4. Revisaopge.com.br. BRASIL, 1988, documento online. Portal STF. Jus.
Alexandre de Moraes (2014, p. 33). Constituição Federal de 1988. Dimoulis;
Martins, 2014. Fernanda Franklin, pg. 2. Herrera Flores, 2009, pg. 42. Fernanda
Franklin, Direitos Humanos, p. 2. Freitas, 2012. Comparato, 2010, pg. 62.
Moraes, 2000, pg. 25.
DIMOULIS, D.; MARTINS, L. Teoria geral dos direitos fundamentais. São Paulo:
2014.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 30. ed. São Paulo: 2014.
MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: teoria geral:
comentários aos arts. 1º a 5º da Constituição da República Federativa do Brasil.
São Paulo: 2006.
BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo. 10.
ed. São Paulo: Saraiva, 2022. Portal STF. Jus; CONSTITUIÇÃO FEDERAL
BRASIL, 1988, documento on-line;
MORAES, A. Direito Constitucional, pág 33.

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