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TEORIA GERAL

DOS DIREITOS
FUNDAMENTAIS
SUMÁRIO

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1 – INTRODUÇÃO���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3
2 – TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS (TÍTULO I – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS)����������������3
Teoria geral dos direitos fundamentais 3

TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


1 – INTRODUÇÃO
2 – TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS (TÍTULO I – DIREITOS
E GARANTIAS FUNDAMENTAIS)
2.1 Conceito, terminologia e diferenciações de direitos
fundamentais
Segundo André de Carvalho Ramos, os direitos humanos ou fundamentais são um conjunto
de direitos considerado indispensável para uma vida pautada na liberdade, na igualdade e na dig-
nidade da pessoa humana.
Cuidado com as diferenças entre as terminologias! Direitos humanos e direitos fundamentais
assumem conotação distinta no que se refere ao plano de positivação, embora ambos tenham
o mesmo significado – direitos inerentes ao ser humano, ligados a um conjunto mínimo que dá
expressão à dignidade da pessoa humana.
Quando o plano de proteção advém de norma internacional - direitos humanos.
Quando o plano de proteção advém de norma interna/doméstica - direitos fundamentais.

Direitos humanos Direitos fundamentais


Previsão em ordem externa\internacional –
tratados e convenções internacionais. A difer- Previsão em ordem interna\doméstica – Con-
ença está somente no plano de positivação. stituição Federal de determinado país. A dif-
Protegido pela ordem internacional. erença está somente no plano de positivação,
Obs.: Direito humanitário é um ramo de protegido pela ordem interna.
proteção dos direitos humanos e se refere a Caso haja violação a direitos fundamentais, o
conflitos armados. indivíduo pode imediatamente pedir a tutela
A responsabilidade do Brasil perante cortes em juízo. A responsabilidade é primária.
internacionais é subsidiária.
Direitos humanos e direitos do homem são expressões sinônimas – no sentido ontológico/da
essência –, mas com diferentes pontos de vista.

Direitos humanos Direitos do homem


Concepção jusnaturalista – corrente do pen-
Expressão utilizada no cenário internacion-
samento jurídico que indica um direito que
al, refere-se a direitos previstos em normas
provém da natureza (direito natural) existente
internacionais, sobretudo em tratados e
antes do surgimento do Estado, não positivado
convenções.
e válido em todos os tempos.
Um bom exemplo é o direito à vida, que é considerado um direito do homem – não precisa de
positivação –, mas tem previsão no art. 5º, CRFB/88, sendo um direito fundamental à vida. Como
tem previsão em tratado internacional, é também considerado um direito humano à vida.
Qual a diferença entre direito e garantia?

Direito – Normas descritivas, bens e vantagens descritas na lei.


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Garantia – Normas instrumentais, protegem/garantem o direito em si.


Qual a diferença entre garantia e remédio constitucional?
Remédio constitucional é uma espécie de garantia. Nem sempre a garantia vai ser um remédio
constitucional; às vezes, pode vir dentro da própria norma que garante o direito.
Exemplos:
Art. 5°, I, da CF – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição - Direito: igualdade entre homem e mulher
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato - Direito: liberdade
de expressão + garantia: vedação ao anonimato
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias - Direito: liberdade consciência, crença e religiosa + garantia da liberdade religiosa:
proteção aos locais de culto e suas liturgias.
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder - remédio constitucional: ação prevista na CF para garantir o direito à liberdade de
locomoção do Art. 5º, XV, da CF.

2.2 Topologia dos direitos fundamentais


Destaque 1: Se a banca examinadora afirmar que “direitos e garantias fundamentais estão dispostos somente no
art. 5°”, o item estará incorreto. O Título II da Constituição, “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, percorre os
arts. 5° ao 17.
Destaque 2: Direitos e deveres individuais e coletivos estão previstos por toda a Constituição Federal, não só no
art. 5°.

Destaque 3: Direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Veja o art. 5º,
§1°, da CF: As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata.
Destaque 4: Direitos e garantias fundamentais não são taxativos. Podem existir direitos
fundamentais implícitos, não previstos na CF. Ex.: direito à busca da felicidade, direito
ao esquecimento.
Veja o art. 5º, §2°, da CF: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não ex-
cluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

2.3 Classificações dos direitos fundamentais


a) Direitos humanos/ direitos fundamentais de acordo com as funções
Os direitos fundamentais podem ser classificados, conforme doutrina de André de Carvalho
Ramos, em:
» Direitos de defesa – Transformação dos direitos numa espécie de escudo contra o
poder estatal, concretizando exigências de abstenção, derrogação ou anulação dos
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atos do Estado. Os direitos de defesa geram três subespécies: direito ao não impe-
dimento (liberdade de expressão, por exemplo), direito ao não embaraço (direito
à privacidade, por exemplo) e direitos à não supressão de determinadas situações
jurídicas (defesa da propriedade, por exemplo).
» Direitos a prestações – Exigem uma obrigação estatal de ação para assegurar a
efetividade dos direitos humanos. Instrumentaliza-se por prestações jurídicas ou
materiais. As jurídicas são a elaboração de normas jurídicas que disciplinam deter-
minado direito, enquanto os materiais são a concessão de direitos na prática (ex.:
fornecimento gratuito de medicamentos).
» Direitos a procedimento e instituições – Exigir do Estado que se estruturem órgãos
e corpo institucional aptos a oferecer bens ou serviços indispensáveis à efetivação
dos direitos humanos.
b) Direitos humanos/direitos fundamentais de acordo com a finalidade
» Direitos propriamente ditos, que visam ao reconhecimento jurídico de pretensões
inerentes à dignidade de todo ser humano.
» Garantias fundamentais, que asseguram os direitos propriamente ditos. As garantias
se subdividem em:
ͫ Garantias em sentido amplo – São as chamadas “garantias institucionais”, que consistem
num conjunto de meios de índole institucional (MP, Defensoria Pública e etc.) e organ-
izacional (Imprensa livre), visando assegurar a efetividade e a observância dos direitos
humanos.
ͫ Garantias em sentido estrito – Trata-se do conjunto de mecanismos processuais ou pro-
cedimentais destinado a proteger os direitos essenciais dos indivíduos. Essas garantias
são de ordem nacional e internacional (ex.: remédios constitucionais e direito de petição
na esfera internacional)
c) Direitos humanos/fundamentais de acordo com a forma de reconhecimento
» Expressos – Explicitamente mencionados na CF.
» Implícitos – São extraídos de normas gerais previstas na CF e que decorrem da dig-
nidade da pessoa humana (ex.: direito à busca da felicidade).
» Decorrentes de tratados de direitos humanos, como os direitos previstos na Con-
venção das Nações Unidas sobre os direitos da pessoa com deficiência, de estatura
constitucional, aprovado na forma do Art. 5°, §3°, da CF.
A classificação é tomada com base no art. 5§2º da CF.
d) Status de Jellinek
É uma classificação importante e, às vezes, cobrada nas provas. Tem origem no fim do século
XIX, e o autor Georg Jellinek repudia a ideia do jusnaturalismo, reconhecendo o caráter positivo dos
direitos. Na sua classificação, relaciona o indivíduo em quatro situações perante o Estado:
» Passivo\status subjectionis – O indivíduo se encontra em posição de sujeição\subor-
dinação com o Estado, o qual goza de prerrogativas, notoriamente pela supremacia
do interesse público sobre o particular.
» Negativo\status libertatis – Há a prevalência das liberdades públicas, de modo que
o Estado não pode interferir em direitos individuais. É a resistência do indivíduo
contra o Estado. Relaciona a 1º geração de direitos fundamentais.
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» Positivo\status civitatis – Enfatizam-se os direitos sociais, econômicos e culturais,


ou seja, a necessidade do Estado de realizar assistência\prestações positivas para
assegurar a isonomia material.
» Ativo\status activus – O doutrinador expressa os direitos políticos, o indivíduo que
participa da formação da vontade do Estado, além do direito de aceder aos cargos
em órgãos públicos.
e) Dimensões objetiva e subjetiva dos direitos fundamentais
» Objetiva – Eficácia irradiante, ou seja, os direitos fundamentais irradiam em todo o
ordenamento jurídico, existem para estar presente em todos os direitos, alcançando
os poderes públicos em suas atividades.
» Subjetiva – É a possibilidade que todos os indivíduos têm de exigir a prestação dos
direitos fundamentais. O “fazer estatal” e o “não fazer estatal” podem ser exigidos
pelo indivíduo. Trata-se do titular do direito fundamental, como o indivíduo exigir
do Estado a prestação do direito à saúde, que é um direito de todos.

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