DISCIPLINA:
DIREITOS HUMANOS
TURMA: TURNO:
ONLINE
NOME:
DIREITOS HUMANOS – BASE TEÓRICA
 DIREITOS HUMANOS: CONCEITO
Os “DIREITOS HUMANOS” formam o centro
mais valioso dos direitos e se relacionam aos
bens humanos mais preciosos, quais sejam: a
vida, a liberdade, a propriedade, a segurança, a
igualdade e todos os seus desdobramentos.
Servem para construir a dignidade da pessoa
humana.
São direitos que foram (e continuam sendo)
conquistados ao longo de toda a história e hoje
estão interligados com o objetivo de garantir à
todos os direitos fundamentais da pessoa humana,
independente da nacionalidade, sexo, religião, cor
de pele, ou qualquer outro aspecto que possa
provocar diferenciação entre os indivíduos.
 PARA ENTENDER MELHOR
Para entender o real significado da expressão
“Direitos Humanos”, se faz importante diferenciá-
la de outras, que erroneamente são utilizadas
como sinônimas, e que podem gerar confusão na
hora dos certames. Segue algumas distinções
comumente cobradas em concurso:
Direitos humanos x Direitos fundamentais
A expressão “direitos humanos” é utilizada pela
filosofia do Direito e ainda pelo Direito
Internacional Público e Privado, e se relaciona ao
que está arrolado em tratados e convenções
internacionais. Ou seja, os direitos humanos são
aqueles consagrados no plano internacional,
contido em documentos universais, de caráter
transnacional. Já os “direitos fundamentais” são
os direitos humanos positivados em uma
Constituição, analisados sob o enfoque do Direito
Interno.
www.preparatoriosmilitares.com.br
1
DATA: PROFESSOR:
@cintia_santosr
Atenção! Os direitos humanos e os direitos
fundamentais, possuem basicamente o mesmo
conteúdo/ essência, a diferença é onde estes
direitos estão previstos e onde se encontram no
plano jurídico: se no plano nacional ou
internacional.
E o Direito Humanitário?
O Direito Internacional Humanitário, também
conhecido como direito internacional de guerra,
precede à própria formação do direito
internacional dos direitos humanos. Visa proteger
a pessoa humana em circunstâncias bélicas. É
um conjunto de normas que procura limitar os
efeitos de conflitos armados, protegendo as
pessoas que não participam ou que deixaram
de participar nas hostilidades, e restringe os
meios e métodos de combate.
Pode ser definido como um corpo de normas
internacionais, destinado especificamente a ser
aplicado nos conflitos armados, que limita o
direito das partes em conflito de escolher
livremente os métodos e os meios utilizados na
guerra.
Assim, objetivo do Direito Humanitário é proteger
as pessoas e os bens atingidos, ou que possam ser
atingidos no conflito. Não visa impedir a guerra,
mas tão somente regulamentar o uso da força e da
violência uma vez que o conflito armado é
deflagrado.
Uma parte considerável do Direito Internacional
Humanitário encontra-se nas Convenções de
Genebra de 1949 (Quatro Convenções de
Genebra). Quase todos os países do mundo
aceitaram a vinculação às Convenções, que foram
desenvolvidas e completadas por mais dois
acordos – os Protocolos Adicionais de 1977.
 PMPI ONLINE
Existem ainda vários acordos que proíbem o uso
de certas armas e táticas militares, entre as quais
as Convenções de Haia de 1907, a Convenção das
Armas Bacteriológicas (Biológicas) de 1972, a
Convenção das Armas Convencionais de 1980 e a
Convenção das Armas Químicas de 1993. A
Convenção de Haia de 1954 protege o patrimônio
cultural em tempo de conflito armado.
O Direito Internacional Humanitário protege as
pessoas que não participam no combate, tais
como aqueles que foram feridos ou que
naufragaram, que estão doentes ou que foram
feitos prisioneiros de guerra.
As pessoas protegidas não devem ser atacadas;
não se lhes deve infligir maus-tratos físicos ou
tratamento degradantes; os feridos e doentes
devem ser recolhidos e tratados. Existem normas
específicas que se aplicam aos indivíduos que
foram feitos prisioneiros ou que foram detidos;
tais normas incluem a provisão de alimentação
adequada, abrigo idôneo, assim como garantias
jurídicas.
Certos locais e objetos, tais como hospitais e
ambulâncias estão igualmente protegidos e não
devem ser atacados. O Direito Internacional
Humanitário estabelece uma série de emblemas e
sinais, facilmente reconhecíveis, entre os quais a
cruz vermelha e o crescente vermelho. Eles
podem ser utilizados para identificar pessoas e
locais protegidos.
O Direito Internacional Humanitário proíbe
todos os meios e métodos de combate que: não
discriminem entre as pessoas que participam
nas hostilidades e as pessoas que, tal como os
civis, não participam nelas; causem ferimentos
supérfluos ou sofrimentos desnecessários;
causem danos graves ou duradouros ao meio
ambiente.
O Direito Internacional Humanitário proibiu
assim o uso de muitas armas, entre as quais as
balas explosivas, armas químicas e biológicas,
assim como armas a laser que provocam cegueira,
etc.
2
Embora não preveja um órgão voltado para
aplicação de sanções, os tratados que compõem o
Direito Humanitário podem ser invocados perante
a Corte Internacional de Justiça e o Tribunal Penal
Internacional, e o desrespeito aos seus preceitos
pode se configurar crime de guerra.
BIZU!
DIREITOS HUMANOS: previstos em âmbito
internacional
DIREITOS FUNDAMENTAIS: previstos em
âmbito interno
DIREITO HUMANITÁRIO: normas
internacionais que regulamentam o uso da
força nos conflitos armados
OBS! Direito Internacional dos Refugiados
Além dos conceitos explanados acima, ainda
existe o Direito Internacional dos Refugiados, que
nada mais é do que a definição legal de refugiado
e a estipulação de regras para sua proteção e a
concessão de asilo político pelos Estados –
Membros.
Tais regramentos se encontram precipuamente na
Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto
dos Refugiados de 1951/1954, e Protocolo
Relativo ao Estatuto dos Refugiados de 1967.
________________________________________
_______________
 Como isso foi cobrado em prova:
(Ano: 2012. Banca: NUCEPE. Órgão: PM-PI.
Prova: Sargento da Polícia Militar) Em relação
ao conceito dos Direitos Humanos, identifique
com V as alternativas VERDADEIRAS e F, as
FALSAS e marque, em seguida, a sequência
CORRETA.
() O núcleo do conceito de Direitos Humanos se
encontra no reconhecimento da dignidade da
pessoa humana. Essa dignidade expressa num
sistema de valores, exerce uma função orientadora
sobre a ordem jurídica porquanto estabelece o
bom e o justo para o homem.
() Direitos Humanos é uma expressão moderna,
mas o princípio que invoca é tão antigo quanto a
própria humanidade. É que determinados direitos
e liberdades são fundamentais para a existência
humana.
 PMPI ONLINE
() Os Direitos Humanos surgiram a partir do
século XX, e devem ser utilizados apenas nos
países democráticos.
() Os Direitos Humanos são considerados
fundamentais porque sem eles a pessoa humana
não consegue existir ou não é capaz de se
desenvolver e de participar plenamente da vida.
() Os Direitos Humanos devem privilegiar apenas
a parcela da população mais carente, fato que
justifica sua própria existência.
a) V, V, F, V, F
b) V, V, V, V, V
c) V, V, F, F, V
d) F, F, V, F, V
e) V, V, F, F, F
Gabarito:
Letra A.
A primeira afirmativa é verdadeira, posto que a
dignidade da pessoa humana exerce função
orientadora de toda ordem jurídica, sendo
encarada como super-princípio. A segunda
afirmativa também é verdadeira, visto que os
direitos humanos são próprios da humanidade e
surgiram com ela, se desenvolvendo ao longo do
tempo. Os direitos humanos devem ser observados
em qualquer país, democrático ou não, por isso a
terceira afirmativa está incorreta. A quarta
afirmativa está certa, pois os direitos humanos são
a base de uma existência digna. Os direitos
humanos não podem ser objeto de privilégios,
servindo a todas as pessoas de modo igual, por
este motivo, incorreta a última afirmativa.
(Ano: 2017. Banca: IADES. Órgão: PC-DF.
Prova: Perito Criminal) Em relação aos Direitos
Humanos, é correto afirmar que
a) os aspectos históricos e culturais não
influenciam na sua aplicação e conceituação, uma
vez que toda e qualquer ofensa aos Direitos
Humanos é recebida com igual repúdio e
entendimento em qualquer povo, cultura e época.
b) os Direitos Humanos são simples leis, sempre
internas a uma nação, que visam a assegurar a
soberania desse mesmo país e a manutenção de
seu povo.
c) práticas que ofenderiam a dignidade da pessoa
humana, em determinada época e lugar, se
aplicadas noutra localidade e em momento
www.preparatoriosmilitares.com.br
3
distinto, podem ser consideradas completamente
normais.
d) não possuem qualquer relação com a dignidade
da pessoa humana; são institutos paralelos que
possuem objetivos distintos.
e) são princípios internacionais que determinam,
de forma absoluta e taxativa, quais práticas
passam a ser consideradas agressões à dignidade
da pessoa humana.
Gabarito:
Letra C.
A questão requer uma leitura atenta e capacidade
de interpretação. Sabemos que os aspectos
históricos e culturais influenciam sim na aplicação
dos direitos humanos ao redor do mundo; os
Direitos Humanos não são leis internas de uma
nação, sendo normativas de ordem internacional;
os direitos humanos possuem uma relação íntima
com a dignidade da pessoa humana, sendo
intrínsecos; não determinam de forma absoluta e
taxativa quais sejam as agressões à dignidade da
pessoa humana, mas meramente exemplificativa e
relativa, ao passo que novas situações vão
surgindo, e assim novos direitos e forma de pensá-
los. A única correta é a letra C, que situam os
direitos humanos em contextos históricos de
aplicação e concepção.
(Ano: 2017. Banca: IADES. Órgão: PC-DF.
Prova: Perito Criminal) A correta aplicação dos
Direitos Humanos, em prol da pessoa, visa à
limitação
a) do arbítrio estatal.
b) da igualdade para os indivíduos.
c) dos direitos e das garantias fundamentais.
d) do direito à liberdade.
e) do direito à vida.
Gabarito:
Letra A.
Os Direitos Humanos limitam o arbítrio estatal, ao
passo que impõem ao Estado o controle de suas
ações e proíbe arbitrariedades.
 PMPI ONLINE
 DIREITOS HUMANOS: EVOLUÇÃO
O Direitos Humanos estão em constante evolução.
Isso é nítido, pois, conforme a sociedade
humana vai mudando, evoluindo, novas
situações vão surgindo e carecendo de atenção
e regulamentação. Ao passo que isso acontece,
novos direitos vão sendo pensados, trabalhados e
implementados.
Sempre foi assim, e sempre será. Não há
estagnação em matéria de direitos humanos,
apenas avanço! Não há limite para o
surgimentos de novos direitos.
Um dos assuntos mais cobrados em provas de
concurso, em matéria de Direitos Humanos, são as
Gerações de Direitos, que alguns autores preferem
chamar de Dimensões de Direitos Humanos.
Partindo da premissa que os direitos humanos são
construídos através dos diferentes contextos
históricos, se moldando às necessidades de cada
época, a eles se afeiçoa a noção de evolução que
ocorre a cada geração. Por isso, em 1979, um
jurista chamado Karel Vasak criou uma
classificação de “gerações de direitos”, que não
possui pretensões científicas, mas ajuda a situar as
diferentes categorias de direitos no contexto
histórico em que surgiram.
Resumindo: cada época histórica traduziu a
necessidade da implementação de um conjunto de
direitos humanos específicos, conforme as
pretensões humanas do período; a isso chamamos
Gerações de Direitos.
Deve-se destacar que não se trata de uma geração
suprimindo ou substituindo a anterior, mas de
ondas de direitos que vão se acrescentando e se
fortalecendo reciprocamente. Por isso, alguns
autores, principalmente mais modernos, preferem
denominar de Dimensões, que apresento a seguir:
 PARA ENTENDER MELHOR
 Direitos de primeira dimensão
- Nasceram das Revoluções Burguesas dos
séculos XVII e XVIII, em oposição ao
absolutismo e o arbítrio estatal, impondo limites à
atuação do Estado frente ao indivíduo
- Frutos dos ideais iluministas
4
- Essa geração refere-se aos direitos CIVIS E
POLÍTICOS, também chamados de direitos de
LIBERDADE.
- Classificam-se como liberdades púbicas
negativas ou direitos negativos, pois, em tese,
exigem uma abstenção (um não agir, um
afastamento) estatal. Em outras palavras, o que se
quis buscar foi a não interferência do Poder
Público na esfera dos direitos privados (prestação
negativa do Estado). Classificam-se, ainda, como
liberdades de participação, autorizando o cidadão
a exercer seu poder de intervenção política e
participar dos negócios públicos de sua
comunidade.
Exemplos: direito à vida, à liberdade, à
propriedade, ao voto, à expressão.
 Direitos de segunda dimensão
- Decorrentes de movimentos sociais no século
XIX e XX, e especialmente inspirados pela
Constituição Mexicana de 1917 e a
Constituição de Weimar, na Alemanha, em
1919. Após a conquista dos direitos individuais, a
luta se deu nesse momento pelos direitos
coletivos, objetivando a diminuição das
desigualdades.
- Demandam proteção aos DIREITOS SOCIAIS,
ECONÔMICOS E CULTURAIS, pautados
pelos direitos de IGUALDADE.
- São conhecidos como direitos prestacionais,
requerendo a garantia e proteção das necessidades
materiais coletivas pelos Estados (prestação
positiva do Estado, determina ações estatais
voltadas à implementação desses direitos).
Exemplos: direito à saúde, ao trabalho, à
assistência social, à educação e os direitos dos
trabalhadores.
 Direitos de terceira dimensão
- Surgiram após o fim da Segunda Guerra
Mundial, quando surgiu o sentimento de
reconstrução global, após a vivência de um dos
piores períodos da história em matéria de direitos.
- A ênfase desses direitos não recai sobre uma
única pessoa nem sobre uma determinada
coletividade, mas sobre todo o gênero humano.
São denominados de direitos
TRANSINDIVIDUAIS OU DIFUSOS,
 PMPI ONLINE
conhecidos como direitos de SOLIDARIEDADE gerações de direitos, pode ser, cronologicamente,
OU GLOBAIS. assim representado:
Exemplos: direito ao desenvolvimento, direito à
paz, ao meio ambiente ecologicamente a) direitos individuais; direitos coletivos e direitos
equilibrado, autodeterminação dos povos. sociais.
b) direitos individuais, direitos coletivos e
liberdades negativas.
 Direitos de quarta dimensão c) liberdades positivas, liberdades negativas e
direitos sociais.
- Há autores que mencionam a Quarta Geração de d) direitos sociais; direitos de liberdade e direitos
Direitos, como sendo a advinda da globalização e da fraternidade.
da era dos avanços tecnológicos, se situando no e) direitos de liberdade; direitos sociais e direitos
Pós-Modernismo; difusos.
- Os ideais dessa geração de direitos são pautados
nos conceitos de democracia, cidadania e Gabarito:
informação. Letra E. As gerações de direitos, pode ser,
Exemplos: manipulação do patrimônio genético cronologicamente, representadas assim: Direitos
(clonagem, fertilização in vitro, etc.), democracia, de liberdade (primeira geração), Direitos sociais
pluralismo, informação (segunda geração) e direitos difusos (terceira
geração), conforme dispõe a letra E, em
sequência.
OBS! Alguns autores (minoritários na doutrina),
ainda mencionam as seguintes gerações de
direitos: (CSR - autoral, 2019. PM-PI) Sobre as gerações
de Direitos Humanos é incorreto afirmar que:
Direitos de quinta dimensão a) A terceira dimensão de direitos humanos
Direito à paz no século XXI compreende os direitos difusos.
b) A segunda dimensão de direitos humanos se
Direitos de sexta dimensão refere ao que foi conquistado após as
Direito à água potável Constituições Sociais Mexicana em 1917 e a de
Weimar, na Alemanha, em 1919, que consolidou
os direitos econômicos, sociais e culturais.
BIZU! Resumindo as Gerações de Direitos c) Diz-se de primeira geração os direitos
Humanos: relacionados à liberdade individual.
d) Os direitos à assistência social e moradia
1° GERAÇÃO: LIBERDADE devem ser enquadrados nos direitos de terceira
2° GERAÇÃO: IGUALDADE dimensão.
3° GERAÇÃO: FRATERNIDADE e) Os direitos civis e políticos, que advém das
chamadas “liberdades negativas” compõem a
primeira geração de direitos humanos.
________________________________________
_______________ Gabarito:
Letra D. Os direitos à assistência social e moradia
 Como isso foi cobrado em prova: devem ser enquadrados nos direitos de segunda
dimensão, por serem direitos coletivos, sociais,
(PC-SP. 2013. Escrivão de Polícia Civil) que devem inclusive ser prestados pelo Estado.
Considerando o que a doutrina majoritária dispõe Não confundir direitos sociais (segunda geração)
sobre o desenvolvimento e conquista dos direitos com direitos difusos (terceira geração). Os direitos
humanos, pode-se afirmar que esse sociais são aqueles devidos a uma parcela de
desenvolvimento histórico, classificado por indivíduos, a uma coletividade específica
(crianças, idosos, trabalhadores, indígenas, pobres,
www.preparatoriosmilitares.com.br
5
 PMPI ONLINE
sem-teto etc.) e os difusos são de absolutamente Gabarito:
todos, independentemente de categoria. Letra C. Vida é um direito de primeira geração;
educação e seguridade social são direitos de
segunda geração e paz é um direito de terceira
(Ano: 2014. Banca: CESPE / CEBRASPE. Órgão: geração.
PC-DF -Agente de Polícia - Curso de Formação)
No que se refere ao conceito e à aplicação dos
direitos humanos à função policial, julgue o
próximo item.

De acordo com a teoria das gerações de direitos, a

primeira geração dos direitos humanos refere-se
aos direitos civis e políticos; a segunda está
relacionada aos direitos econômicos, sociais e
culturais; e a terceira tem como referência os
direitos à paz, ao desenvolvimento e a um meio
ambiente sustentável.

Certo Errado

Gabarito:
Certo. Vide explicações anteriores.

(Ano: 2014. Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão:

PRF Prova: Policial Rodoviário Federal) De
acordo com os Direitos Humanos e Cidadania,
julgue o item a seguir.

Segundo a doutrina, os direitos sociais são

classificados como direitos humanos de primeira
dimensão.

Certo Errado

Gabarito:
Errado. Os direitos sociais são classificados como
direitos humanos de segunda dimensão ou
geração.

(CSR - autoral, 2019. PM-PI) Assinale um direito

que pertence à quarta dimensão / geração de
Direitos Humanos:
a) Vida
b) Educação
c) Informação
d) Seguridade Social
e) Paz

6
 PMPI ONLINE

www.preparatoriosmilitares.com.br
7
 DISCIPLINA:
DIREITOS HUMANOS
TURMA: TURNO:
ONLINE
NOME:
DIREITOS HUMANOS – BASE TEÓRICA
 DIREITOS HUMANOS: PRINCÍPIOS
Princípios são os alicerces da norma, são o seu
fundamento, são os pilares em que a norma
encontra sustentação para racionalizar a sua
legitimação, são as bases de onde se extraem o
norte a ser seguido por um ordenamento.
Princípios são valores. São pressupostos
abstratos, onde o legislador e o aplicador da lei
devem se basear para alcançar a materialização
mais justa e correta do regramento.
Para elucidar melhor: existem dois “tipos” de
norma. A norma – regra e a norma – princípio.
Ambas devem ser observadas, e associadas,
trazem um sentido completo à legislação. Para
exemplificar: enquanto a proibição da tortura pode
ser considerada uma regra, pois não há
possibilidade de mais de uma aplicação ou
interpretação, sendo o sentido dessa norma
fechado, único, e direto; o princípio da dignidade
da pessoa humana é um princípio, pois possui uma
carga valorativa/axiológica que pode se encaixar
em diversas situações e inspirar várias outras
incidências legislativas. Seu sentido é aberto,
multifacetado.
 PARA ENTENDER MELHOR
Resumindo:
- Artigo 5°, inciso III, CF/88: “Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: Ninguém será
submetido a tortura nem a tratamento
desumano ou degradante.”
Esse texto se perfaz como regra ou princípio?
Claramente, estamos diante de uma REGRA.
Uma proibição de conduta clara, precisa e
www.preparatoriosmilitares.com.br
1
DATA: PROFESSOR:
@cintia_santosr
enfática. Sobre esse texto não cabe interpretação
ou quaisquer outras variações de entendimento.
Ele é simples, objetivo. É proibida a prática da
tortura em território nacional, sendo a
Constituição Federal.
- Art. 1º, inciso III, CF/88: “A República
Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana.”
E agora? Bom, nesse caso estamos diante de um
PRINCÍPIO. E por quê? Porque a ideia passada
por essa norma se reveste de valor. A dignidade
da pessoa humana, por ser um princípio, tem a
abstração necessária que o permite incidir em
várias situações, podendo ser utilizado em
inúmeros casos, resolvendo problemáticas para as
quais nem mesmo haja lei. O princípio possui uma
função interpretativa, ao passo que em análise
conjunta com a lei, auxilia na sua aplicação mais
correta; além de possuir também uma função
integrativa, de maneira que, mesmo com a
ausência total de lei sobre um determinado
assunto o princípio pode ser aplicado.
Acerca desse assunto, várias foram as decisões do
Supremo Tribunal Federal, com base do princípio
da dignidade da pessoa humana, algumas
merecendo destaque:
 STF: por unanimidade considerou
constitucional o sacrifício de animais em
cultos religiosos. Repercussão geral.
(03/2019).
 STF: permitido ensino religioso nas
escolas públicas, inclusive de natureza
confessional, respeitando as diversas
crenças, sendo matéria facultativa.
(09/2017)
 STF: permitido o casamento civil
homoafetivo. Resolução 175/2013 do
Conselho Nacional de Justiça. (05/2013)
 STF: permitido o abordo de fetos
anencéfalos. (04/2012)
 PMPI ONLINE
Obviamente que esses exemplos se referem a
regras e princípios no âmbito do ordenamento
jurídico interno. Ademais, há também muitas
regras e princípios presentes no âmbito
externo, internacional. Em matéria de direitos
humanos não é diferente, sendo esse ramo
permeado por muitos princípios importantíssimos
e que serão estudados a seguir.
Entendido o que são princípios e qual a
importância deles no ordenamento jurídico, seja
interno ou externo, passemos à análise dos
princípios aplicáveis aos direitos humanos. À luz
da Declaração Universal dos Direitos Humanos de
1948, pode-se dizer que os direitos humanos
contemporâneos fundam-se em três princípios
basilares:
- Princípio da inviolabilidade da pessoa: a
pessoa em si considerada é inviolável, ou seja,
deve ser protegida de interferências indevidas.
Com base nesse princípio não se pode impor
sacrifícios a um indivíduo, quando a razão de tais
sacrifícios seja beneficiar a outra pessoa; não se
pode tirar a vida de alguém; não se pode restringir
a existência de alguém, impedindo-lhe de alcançar
uma vida plena e digna, etc.
Princípio da autonomia da pessoa: toda pessoa é
livre para a realização de qualquer conduta, desde
que seus atos não prejudiquem terceiros.
Princípio da dignidade da pessoa: verdadeiro
núcleo-fonte de todos os demais direitos
fundamentais, por meio do qual todas as pessoas
possuem o direito de não apenas existir, mas viver
com dignidade, desfrutando de seus direitos
enquanto seres humanos. Promove a vida com
dignidade.
 DIREITOS HUMANOS: EFICÁCIA
Eficácia de uma norma é a aplicabilidade dela no
mundo real. É a materialização da norma, a
capacidade de realização do preceito. A melhor
doutrina aponta a eficácia vertical, horizontal e
diagonal dos direitos humanos, conforme o que
segue:
Eficácia vertical: os direitos humanos devem ser
respeitados/aplicados nas relações entre Estado e
indivíduo. Ou seja, a ideia de Estado absoluto,
2
tirano e bárbaro está superada, sendo contraposta
pelo dever do Estado de efetivar os direitos
humanos. Exemplo: o Estado só pode desapropriar
um terreno, dentro dos limites legais, em respeito
ao direito de propriedade.
Estado
Indivíduo
Eficácia horizontal: os direitos humanos devem
ser observados nas relações entre particulares, de
pessoa para pessoa. Com o respeito mútuo, a vida
em sociedade melhora e a humanidade evolui.
Exemplo: as pessoas tem direito à liberdade de
expressão, desde que não firam a intimidade/vida
privada de outrem.
Indivíduo Indivíduo
Eficácia diagonal: os direitos humanos devem
incidir nas relações entre particulares, mesmo
quando um deles está e um patamar de
superioridade em respeito ao outro. O
hipossuficiente da relação precisa ter seus direitos
respeitados. Exemplo: o dono de uma empresa
(empregador, posição superior) tem de respeitar os
direitos de seus empregados (hipossuficientes).
Indivíduo
Indivíduo
 DIREITOS HUMANOS:
CARACTERÍSTICAS
As características dos direitos humanos se referem
aos seus atributos, às suas qualidades intrínsecas.
Elas falam muito sobre os direitos humanos e
como eles se portam frente ao papel global que
desempenham.
 PMPI ONLINE
 Relatividade
É importante destacar que os direitos humanos
não são absolutos, podendo ser relativizados
em situação de conflito. Ou seja, em
determinadas situações algum direito prevalecerá
em relação a outro, é a conhecida ponderação de
direitos.
Além disso, essa característica nos ensina que não
existe um direito que sempre prevalecerá perante
outros. Erroneamente, o senso comum aponta o
direito à vida como o mais importante de todos os
direitos. Isso não é verdade e não condiz com a
teoria dos direitos humanos. Isso porque, em
determinadas situações o direito à vida será
relativizado em prol da insurgência de outros
direitos, que devem ser priorizados naquele
momento pontual.
Vamos a exemplos práticos:
Pena de morte: no Brasil, segundo a Constituição
Federal, em seu artigo 5°, inciso XLVII, a pena de
morte é proibida, SALVO EM CASO DE
GUERRA DECLARADA. Ou seja, nessa situação
pontual (guerra declarada), uma pessoa poderá vir
a ser condenada à pena capital no Brasil. Isso
porque, conforme já dito, não existem direitos
absolutos e, por isso, em determinadas situações
um poderá se sobressair ao outro (por mais
importante que este seja). Nesse caso, o direito à
vida não se mostra tão importante quanto a
soberania nacional, a segurança nacional ou a
própria existência do Estado.
Aborto: por mais que seja um tema polêmico, é
cediço na doutrina que a vida começa desde a
concepção. Dessa forma, o aborto não-espontâneo
é crime no Brasil, pois se considera que uma vida
foi ceifada injustamente. Apesar disso, o próprio
Código Penal, em seu artigo 128, determina que
não se pune o aborto praticado por médico se não
houver outro meio de salvar a vida da gestante,
ou, ainda, se a gravidez for resultante de estupro,
desde que a gestante ou seu representante legal
consintam. Ademais, no julgamento da ADPF n°
54, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o
aborto pode ser praticado, como interrupção
terapêutica do parto, quando o fato for portador de
anencefalia. Em todos esses casos, alguns direitos
www.preparatoriosmilitares.com.br
3
foram “superiores” ao direito à vida, tais como a
integridade sexual da mulher e a dignidade da
pessoa humana.
Existem muito mais situações em que se possa
conflitar direitos, inclusive o direito à vida com
outros, onde podemos perceber que os direitos
humanos são relativos, e não absolutos.
OBS! Não confundir Relatividade com
Relativismo.
Relatividade é característica dos Direitos
Humanos que aponta que estes não são absolutos.
Relativismo é uma corrente doutrinária que versa
que os direitos humanos não são universais, pois
devem ser analisados conforme o contexto
cultural, histórico e religioso em que os indivíduos
se encontram. Com isso não existiria um padrão
de “dignidade da pessoa humana” a ser adotado. É
com base nessa linha de pensamento que muitos
países ainda não equiparam os direitos das
mulheres aos direitos dos homens, por exemplo. A
teoria do Relativismo é combatida pela teoria
Universalista, que determina que os direitos
humanos são advindos da nossa própria condição,
que não natos e devem ser respeitados da mesma
forma em todos os lugares, independente de
quaisquer parâmetros.
OBS! A Declaração Universal dos Direitos
Humanos traz algumas EXCEÇÕES à
Relatividade, ou seja, algumas situações que
são ABSOLUTAS:
Artigo IV. Ninguém será mantido em escravidão
ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos
serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo V. Ninguém será submetido à tortura,
nem a tratamento ou castigo cruel, desumano
ou degradante.
Pelo que se detém dos artigos acima, a escravidão,
a servidão, o tráfico de escravos, a tortura, o
tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante são TERMINANTEMENTE
PROIBIDOS, ABSOLUTAMENTE VEDADOS.
Ou seja, não há nenhuma justificativa para a
pratica de tais atos, que são repudiados
veementemente.
 PMPI ONLINE
 Universalidade
Reza que os direitos humanos são universais, ou
seja, todos os seres humanos são destinatários
desses direitos, independentemente de cor,
condição social, sexo, sexualidade, religião,
nível de escolaridade, nacionalidade, ou
qualquer outra condição. Essa característica está
em harmonia com o envolvimento dos países com
a comunidade jurídica internacional depois da 2°
Guerra Mundial.
Pode ser vista sob dois enfoques:
-Alcançar o maior número de destinatários;
-Relativizar o conceito de soberania estatal.
 Complementariedade/Indivisibilidade/In
terdependência
Os direitos humanos não podem ser analisados
isoladamente, devem ser entendidos em
conjunto, para então serem compreendidos e
efetivamente respeitados. Há uma relação de
interdependência entre eles. Desta forma além de
se completarem, não podem ser divididos.
Pense num quebra cabeça, para ele estar completo,
formando uma imagem que faça sentido, precisa
que todas as suas peças estejam encaixadas.
Seguindo esse raciocínio, os direitos humanos
formam um “quebra-cabeça”, ao passo que a
dignidade da pessoa humana só poderá ser
alcançada com a observância de todos os direitos.
Ademais, o fato de os direitos humanos serem
complementares, indivisíveis e interdependentes
demonstram claramente que não há hierarquia
entre eles. Sendo assim, todos possuem igual peso
e importância.
 Indisponibilidade/ Inalienabilidade
Os direitos humanos são indisponíveis, ninguém
os pode transferir, renegar ou decidir não
querê-los, assim como eles não possuem
natureza econômico- financeira, o núcleo dos
direitos humanos não poderá ser transacionado ou
alienado (inalienabilidade) por inteiro. Alguns
4
aspectos concretos podem, eventualmente, ser
passíveis de negociação.
Exemplo: de acordo com a característica da
indisponibilidade/inalienabilidade um ser humano
não pode se vender como escravo a outro, pois
dessa forma, ele estaria transacionando a sua
liberdade, direito humano fundamental. Ademais,
um ser humano não pode, por exemplo, vender
um órgão vital do seu corpo. Ainda se pode citar,
a proibição de doar órgãos sem os quais a pessoa
não consiga sobreviver.
 Imprescritibilidade
Os direitos humanos não estão sujeitos ao
decurso do tempo, por isso se diz que são
imprescritíveis. Com o passar do tempo não se
perde a possibilidade de exercê-los.
Diferente se dá, por exemplo, com a pretensão de
se cobrar judicialmente uma dívida. Moralmente,
o devedor sempre terá de pagar o que deve, no
entanto, juridicamente existe um lapso temporal
para que uma dívida seja cobrada perante o juízo
competente. Quando isso não acontece em tempo
hábil, diz-se que a dívida prescreveu. Com os
direitos humanos não acontece dessa forma.
Acerca desse assunto, se faz mister trazer à baila
um exemplo recente da aplicação da
imprescritibilidade dos direitos humanos.
Atualmente, está pacificado na jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça que o direito à
reparação das violações decorrentes de crimes
(perseguição, tortura, prisão por motivos
políticos, etc.) cometidos durante o
Regime/Ditadura Militar é imprescritível, e,
portanto, o direito à indenização por essas
violações pode ser exigido a qualquer tempo.
 Irrenunciabilidade
Não há possibilidade de alguém renunciar ao
núcleo do seu direito humano, esvaziando-o por
completo. Com isso o Estado estaria protegendo o
indivíduo contra si mesmo. Não se pode optar por
abrir mão dos direitos humanos.
 PMPI ONLINE
Um exemplo clássico é o ato de alguém atentar
contra a própria vida. Embora essa pessoa não
possa ser enquadrada em um crime no Brasil
(suicídio não figura como um tipo penal no nosso
Código), tal ato é DESINCENTIVADO
totalmente. Isso porque, ao fazer isso, a pessoa
está renunciando ao direito de viver. Além disso, é
bom lembrar que quem auxilia, instiga ou induz
outrem ao suicídio pode responder criminalmente
por seus atos.
 Historicidade
Os direitos humanos são construídos ao longo da
história humana e estão em constante evolução.
Houve, com o passar do tempo, um ganho pontual
no âmbito dos direitos humanos, não havendo
hierarquia entre os direitos conquistados há muito
tempo em relação aos mais atuais.
Devemos lembrar do estudo das Gerações de
Direitos Humanos, oportunidade em que
aprendemos que os direitos humanos foram sendo
conquistados paulatinamente durante a história da
humanidade. Apesar do nome “Gerações”, não se
deve interpretar que os direitos humanos
conquistados antes são substituídos pelos
conquistados mais recentemente, pelo contrário,
eles vão sendo acumulados. Cada período da
história teve sua contribuição no que hoje
chamamos de arcabouço da proteção humana.
 Inexauribilidade/ Não taxatividade ou
não tipicidade
Os direitos humanos transcendem qualquer
enumeração ou catálogo legal, estando aberto ao
surgimento de novos direitos. Há portanto, a
possibilidade de complementação contínua, pois
eles se atualizam conforme a ampliação do
conteúdo da dignidade da pessoa humana.
 Inerência
Os direitos humanos são inerentes a cada pessoa,
pelo simples fato de ela existir como humana. Eles
são natos, já nascemos com eles e ninguém pode
interferir nisso.
www.preparatoriosmilitares.com.br
5
 Efetividade
Os direitos humanos devem ser efetivados, devem
ser materializados, devem existir no mundo real.
De nada adianta a existência dos tratados,
diplomas e convenções internacionais, se eles não
se realizarem na vida das pessoas. Acerca disso,
importante mencionar a importância da
efetividade quando se fala de direitos de 2°
geração, pois estes, em especial, dependem de
ações concretas dos Estados para sua efetivação,
quando necessário se utilizando até mesmo da
força.
 Transnacionalidade
Com base nessa característica diz-se que os
direitos humanos não pertencem a apenas um país
ou nacionalidade. Eles são universais, abrangem
todos os países do globo e por isso são direitos
que rompem fronteiras, são transnacionais.
________________________________________
_______________
 Como isso foi cobrado em prova:
(PM/PI. 2012. Agente de Polícia – Cabo)
Identifique a sequência que apresenta apenas
características dos Direitos Humanos.
a) Inviolabilidade, Universalidade, Efetividade e
Prescritibilidade.
b) Universalidade, Irrenunciabilidade, Efetividade
e Complementaridade.
c) Interdependência, Alienabilidade,
Imprescritibilidade e Inviolabilidade.
d) Inalienabilidade, Complementaridade,
Regionalidade e Independência.
e) Regionalidade, Independência, Universalidade
e Irrenunciabilidade.
Gabarito:
Letra B.
Os direitos humanos são universais (cabem à
todas as pessoas do mundo, independentemente de
suas condições ou caraterísticas); são
irrenunciáveis porque ninguém pode decidir não
querê-los ou dispensá-los; são efetivos porque
precisam ser realizados no mundo real; são
 PMPI ONLINE
complementares porque formam um conjunto,
onde se completam. (Ano: 2013. Banca: UEG. Órgão: PC-GO.
Prova: Agente de Polícia Civil - Curso de
Formação - 1ª Prova) Os direitos fundamentais
(Prova: UPENET - 2013 - FUNASE – Psicólogo) aplicam-se a todos os indivíduos,
Sobre os direitos humanos, assinale a alternativa independentemente de sua nacionalidade, sexo,
que contém uma de suas características raça, credo ou convicção político-filosófica. Tal
fundamentais. afirmação versa sobre a relação entre Direitos
a) Taxatividade. Humanos e Estado, consolidando o Princípio da
b) Prescritibilidade. a) Razoabilidade
c) Universalidade. b) Universalidade
d) Alienabilidade. c) Imprescritibilidade
e) Renunciabilidade. d) Proporcionalidade
e) nda
Gabarito:
Letra C. Gabarito:
Os direitos humanos são universais porque Letra B. A característica da Universalidade dispõe
pertencem à todos, sem distinção. que os direitos fundamentais aplicam-se a todos os
indivíduos, independentemente de sua
nacionalidade, sexo, raça, credo ou convicção
(Ano: 2013. Banca: UEG. Órgão: PC-GO. Prova: político-filosófica.
Agente de Polícia Civil - Curso de Formação - 1ª
Prova) Com base na relação entre Direitos (Ano: 2019. Banca: IADES. Órgão: PC-DF.
Humanos e Estado, aplica-se o Princípio da Prova: Perito Criminal) São características dos
Efetividade, segundo o qual Direitos humanos:
a) o poder público deve atuar de modo a garantir a a) universalidade, indivisibilidade,
efetivação dos direitos e garantias fundamentais, renunciabilidade, historicidade, aplicabilidade
usando inclusive mecanismos coercitivos quando imediata e caráter declaratório.
necessário. b) universalidade, proibição de retrocesso,
b) o Estado deve buscar a efetivação das garantias disponibilidade individual, historicidade, caráter
individuais porque esses direitos se satisfazem meramente declaratório e imprescritibilidade.
com o simples reconhecimento abstrato. c) universalidade, irrenunciabilidade,
c) a União deve efetivar normativas para facultar imprescritibilidade, indivisibilidade, proibição de
às diversas unidades da federação a livre adesão retrocesso, aplicabilidade imediata e caráter
aos direitos fundamentais da pessoa humana. declaratório.
d) os entes políticos devem efetivar a d) universalidade, interdependência, não
possibilidade de transferência dos direitos complementariedade, alienabilidade,
fundamentais de uma para outra pessoa, seja renunciabilidade, imprescritibilidade e proibição
gratuitamente ou mediante pagamento. de retrocesso.
e) o poder público não possui obrigatoriedade de e) universalidade, irrenunciabilidade,
efetivar direitos fundamentais. prescritibilidade, indivisibilidade, proibição de
retrocesso, aplicabilidade imediata e caráter
Gabarito: declaratório.
Letra A.
A efetividade aponta de que nada adianta a Gabarito:
existência dos tratados, diplomas e convenções Letra C. A característica de proibição de
internacionais, se eles não se realizarem na vida retrocesso reza que não se pode retroceder em
das pessoas. O Estado está como principal matéria de direitos, mas apenas avançar. A
instrumento de efetivação dos direitos humanos, aplicabilidade imediata diz que os direitos
devendo fazer isso mesmo quando for necessário humanos devem ser aplicados imediatamente, sem
o uso da força. a imposição de barreiras para a sua realização. O
caráter declaratório aduz que o que consta nos
6
 PMPI ONLINE
tratados e convenções internacionais não foi uma
criação, mas apenas a declaração da existência
desses direitos, que já nasceram junto com a
espécie humana.

(Ano: 2019. Banca: CESPE / CEBRASPE. Órgão:

PRF. Prova: Policial Rodoviário Federal) Acerca
de aspectos da teoria geral dos direitos humanos,
da sua afirmação histórica e da sua relação com a
responsabilidade do Estado, julgue o próximo
item.

Todos os direitos humanos foram afirmados em

um único momento histórico.

Certo Errado

Gabarito:
Errado. Os direitos humanos são construídos ao
longo da história humana e estão em constante
evolução. Houve, com o passar do tempo, um
ganho pontual no âmbito dos direitos humanos,
por isso, não houve apenas um momento histórico
de afirmação de direitos humanos. Característica
da Historicidade.

(Ano: 2019. Banca: CESPE / CEBRASPE. Órgão:

PRF. Prova: Policial Rodoviário Federal)
Acerca de aspectos da teoria geral dos direitos
humanos, da sua afirmação histórica e da sua
relação com a responsabilidade do Estado, julgue
o próximo item.

As pessoas naturais que violam direitos humanos

continuam a gozar da proteção prevista nas
normas que dispõem sobre direitos humanos.

Certo Errado

Gabarito:
Certo. De acordo com a característica da
Universalidade, os direitos humanos são para
todos, independentemente de terem feito algo
errado ou contra a lei.

www.preparatoriosmilitares.com.br
7
PMPI ONLINE

8
 DISCIPLINA:
TURMA:
ONLINE
NOME:
DIREITOS HUMANOS – BASE TEÓRICA
 DIREITOS HUMANOS: SISTEMAS
DE PROTEÇÃO
A internacionalização dos direitos
humanos, motivada principalmente pelo
término da 2° Guerra Mundial, foi um
fenômeno que deu visibilidade aos direitos
mais essenciais das pessoas enquanto
humanas. E com o passar do tempo, a tutela
internacional dos direitos humanos foi se
ampliando e se desenvolvendo.
É bem verdade que o fim da 2° Guerra
Mundial pode ser entendido como um
MARCO HISTÓRICO de reconhecimento e
sedimentação dos direitos humanos, ao passo
que a comunidade internacional se deu conta
do que as pessoas são capazes de fazer com
seus semelhantes, e o quanto aquele período
tinha a ensinar quando o assunto era crueldade
e histeria. Os documentos, gravações,
depoimentos, e a sequência de julgamentos
após o fim da Alemanha Nazista, em especial
o que acontecia nos campos de concentração,
expôs ao mundo uma série de horror. O
estabelecimento de Tribunais de Exceção (Ad-
Hoc) pelos vencedores da Guerra, a fim de
julgar os perdedores pelos crimes contra a
humanidade praticados no período balançou o
mundo. O olhar sobre os acontecimentos se
ampliou, e a necessidade de uma mudança
rápida e eficaz se intensificou.
A partir disso, os estudiosos de direitos
humanos constataram uma modificação na
conjuntura mundial, tanto no que diz respeito
ao alcance dos direitos humanos, quanto no
que se refere à questões relacionadas à
soberania dos países ao redor do globo.
www.preparatoriosmilitares.com.br
DIREITOS HUMANOS
TURNO: DATA: PROFESSOR:
@cintia_santosr
Se faz importante apontar que antes do fim
das Grandes Guerras Mundiais, os seres
humanos eram sujeitos de direitos
preponderantemente nacionais, ou seja,
tinham proteção na proporção que seu país lhe
oferecia, ao passo que ali se encontravam. Em
outras palavras: as pessoas possuíam os
direitos que seu país lhe garantisse, em suma.
Isso porque a noção de soberania dos países
era tida como absoluta, de forma que ele
poderia ser livremente conduzido por quem
detivesse o seu poder legítimo. Inclusive, é
mister salientar que muitas das medidas
adotadas por Hitler com respeito aos judeus e
outras coletividades perseguidas na Alemanha
Nazista tinham base legal e jurídica. Hitler e
seus apoiadores não agiam à margem da lei,
mas sim produziram um arcabouço legislativo
que mascaravam suas intenções desumanas,
com base na manutenção de uma “raça
superior” que salvaria não só a Alemanha, mas
todo o mundo dos males que o assola. Detalhe:
Hitler possuía o apoio massivo da população
genuinamente alemã, que comprou suas ideias
e teorias e acreditavam no progresso humano
através das ações bárbaras do governo.
Contudo, diante de todos os fatos expostos,
que passaram a ser conhecidos
internacionalmente, e de tantos outros
ocorridos em diversos países, surgiu a
necessidade urgente de uma transformação na
forma de concepção dos direitos da pessoa
humana, de forma a garantir que ela obtivesse
proteção para além das fronteiras do seu
próprio Estado. Com isso, nasceu a ideia de
internacionalização dos direitos humanos,
ampliando a proteção das pessoas para
mais do que é garantido no direito interno
do país em que reside. Dessa forma, os seres
humanos passaram a ser sujeitos de direitos
internacionais, invioláveis, mesmo que a
violação seja perpetrada por quem assume o
poder no seu Estado, e ainda que com base em
aparatos institucionais. Houve, ainda, a
1
 PMPI ONLINE
validação do entendimento que a soberania
dos países, em matéria de direitos, é
relativa, ou seja, os poderes instituídos não
podem agir ao seu bel prazer, em detrimento
dos direitos humanos de seu povo.
Em resumo, vejamos de forma esquematizada
essa evolução:
- ANTES DA SEGUNDA GUERRA
MUNDIAL: direitos nacionais + soberania
absoluta dos países
- DEPOIS DA SEGUNDA GUERRA
MUNDIAL: direitos internacionais +
soberania relativa dos países
Essa construção gerou o que hoje conhecemos
como SISTEMAS DE PROTEÇÃO, que
nada mais são do que mecanismos de tutela de
direitos da pessoa humana a nível global,
quais sejam: O Sistema ONU de Proteção, os
Sistemas Regionais de Proteção e o Sistema
Nacional de Proteção.
 PARA ENTENDER MELHOR
O Sistema ONU de Proteção é mais abrangente,
englobando todos os países (na medida das
possibilidades de atuação em cada um), portanto,
pode-se entender que se trata de um Sistema
GLOBAL de proteção.
O Sistema ONU (Global) de Proteção se baseia na
existência de tratados, pactos e convenções
internacionais de vocação global, sendo
supervisionado pelos órgãos internacionais de
vigilância, chamados de Comitês (através dos
sistemas de denúncias, relatórios e investigações).
Dá-se o nome de procedimento convencional às
intervenções baseadas em normas legais
internacionais e às autuações realizadas pelos
órgãos de fiscalização do bom cumprimento
daquelas.
Além disso, existem mecanismos não previstos
em tratados que contribuem para a maior eficácia
do sistema internacional de proteção. A eles dá-se
o nome de procedimentos não-convencionais,
sendo estes bem específicos e somente serão
acionados em caso de não assinatura dos tratados
internacionais pelos países violadores dos direitos
2
humanos num caso específico, como por exemplo,
no sistema de ações urgentes. Nesses casos, a
ONU (órgão representativo do Sistema Global de
Proteção) analisará as violações com base em
requisitos como a persistência, a sistematicidade,
a gravidade e a prevenção, para decidir se
intervirá através de um de seus órgãos, tomando
providências concretas.
Os principais tratados que fundamentam a
atuação do Sistema ONU (global) de Proteção
são: A Carta das Nações Unidas (1945), A
Declaração Universal dos Direitos Humanos
(1948), o Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos (1966) e Pacto Internacional dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais (1966).
Ademais, existem ainda os Sistemas Regionais
de Proteção dos direitos humanos. Que
corresponde às normas jurídicas internacionais
e órgãos de competência regional destinados a
assegurar a proteção dos direitos das pessoas
em um espaço geográfico limitado. Pode-se citar
os Sistemas Regionais:
- Europeu
- Interamericano: no qual o Brasil encontra-se
inserido, representando pela OEA (Organização
dos Estados Americanos), cujo diploma
internacional de maior destaque é o Pacto de San
José da Costa Rica (1969).
- Africano
- Árabe-asiático
Por fim, temos o Sistema Nacional ou
Doméstico-estatal de direitos humanos que
corresponde a todo o aparato jurídico
construído no âmbito de um Estado, tendo em
regra, no seu topo, a Constituição Federal como
cerne dos direitos fundamentais básicos e, sob ela,
toda a legislação destinada à proteção dos direitos
humanos. O Sistema Nacional Brasileiro conta
como pilar de sustentação com a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, que traz
em seu bojo uma série de direitos e garantias
fundamentais individuais e coletivos, e que
embasa toda uma legislação protetiva da pessoa
humana, inclusive com a fixação de instituições
amparadoras nessa perspectiva.
 PMPI ONLINE
DIREITOS HUMANOS: UNIVERSALISMO
X RELATIVISMO CULTURAL
Uma das mais antigas e acirradas controvérsias no
campo dos direitos humanos está relacionada à
questão sobre o caráter universalista ou relativista
destes direitos. Em outras palavras, se os direitos
humanos internacionalmente reconhecidos devem
merecer tratamento igualitário em todas as nações,
ou se eles estão sujeitos a variações de
classificações hierárquicas de acordo com as
diferentes bases culturais e religiosas as quais se
desenvolveu uma sociedade.
Nesse ínterim, a doutrina universalista, que é a
defendida pelos garantistas e mais aceita
atualmente, fundamenta-se nas concepções
advindas da teoria do direito natural,
defendendo que os direitos humanos são natos à
condição de humano que carregamos. Essas
prerrogativas mínimas devem ir além das
divergências culturais e devem funcionar como
um verdadeiro norte na elaboração das leis
internacionais.
Os relativistas, por sua vez, entendem que o
indivíduo não pode ser analisado de forma
dissociada do contexto cultural, histórico e
religioso em que foi criado, e, com isso, não
existiriam verdades universais na defesa da
dignidade da pessoa humana.
Talvez esse seja o grande desafio do século XXI
na seara dos direitos humanos, o de romper, de
uma vez por todas, com barreiras culturais,
machistas e religiosas que tanto separam as
Nações.
________________________________________
_______________
 Como isso foi cobrado em prova:
(FEPESE, 2016. Órgão: SJC-SC. Prova: Agente
de Segurança Socioeducativo) O sistema
internacional de proteção dos direitos humanos
pode apresentar diferentes âmbitos de aplicação.
Daí falar nos sistemas global e regional de
proteção aos direitos humanos.
O sistema global é o sistema da… (1) ... Junto
com o sistema global, surgem os sistemas
www.preparatoriosmilitares.com.br
3
regionais de proteção que buscam
internacionalizar os direitos humanos no plano
regional. No plano regional o Brasil faz parte da ...
(2) ....
Assinale a alternativa que completa corretamente
as lacunas numeradas do texto.
a) (1) Organização dos Estados Americanos
(2) Organização das Nações Unidas
b) (1) Organização das Nações Unidas
(2) Organização dos Estados Americanos
c) (1) Organização das Nações Unidas
(2) União Europeia
d) (1) Organização dos Estados Americanos
(2) União Europeia
e) (1) União Europeia
(2) Organização dos Estados Americanos
Gabarito:
Letra B. O Sistema Global de Proteção dos
direitos humanos é conhecido como Sistema ONU
de Proteção. O Sistema Regional de Proteção no
qual o Brasil está inserido é o Interamericano,
representando pela Organização dos Estados
Americanos – OEA.
(CSR - autoral, 2019. PM-PI) Com respeito aos
sistemas de proteção dos direitos humanos,
segundo a doutrina e sistemática internacional,
julgue verdadeiras ou falsas as afirmativas abaixo
e assinale a alternativa correta.
I.O sistema internacional de proteção dos direitos
humanos pode apresentar diferentes âmbitos de
aplicação, seguindo esse ponto de partida, pode-se
falar nos sistemas global e regional de proteção
aos direitos humanos.
II. O Sistema Global de proteção é também
conhecido como Sistema ONU, o qual tem como
um dos principais textos normativos a Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
III. O Sistema Regional de direitos humanos é
aquele que agrupa alguns países, que possuem
identidade parecidas, para que se promova a
dignidade da pessoa humana de uma maneira mais
 PMPI ONLINE
específica naqueles territórios. O Brasil faz parte
do Sistema Interamericano de direitos humanos,
mas não assinou seu diploma principal, que é o
Pacto de San José da Costa Rica.
IV. O Conselho de Tutela da ONU faz parte do
Sistema Regional Europeu de proteção aos
direitos humanos.
V. A ONU pode agir de maneira convencional ou
não convencional. Ela age de maneira
convencional quando se utiliza dos tratados e
convenções internacionais para atingir seus
objetivos, ao passo que quando isso não é
possível, há margem às ações não convencionais,
nas quais a ONU utiliza-se muitas vezes, da força.

Está correto o que se afirma em:

a.I, III, V
b.I, II, V
c.II, IV, V
d. III, IV, V
e. I, II, III

Gabarito:
Letra B. A III está errada porque o Brasil ratificou
sim o Pacto de San José da Costa Rica, e a IV está
errada porque os órgãos da ONU fazem parte do
Sistema Global de Proteção dos direitos humanos
e não do Sistema Regional Europeu.

4
 DISCIPLINA:
DIREITOS HUMANOS
TURMA: TURNO:
ONLINE
NOME:
DIREITOS HUMANOS – DIPLOMAS
INTERNACIONAIS
 CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945
A Carta das Nações Unidas, datada de 1945,
adveio do sentimento generalizado de que era
preciso manter a paz entre os países, após a
Segunda Guerra Mundial. Foi elaborada por
representantes de cerca de 50 países, presentes à
Conferência sobre Organização Internacional, que
se reuniram em São Francisco – Califórnia, entre
os dias 25 e 26 de junho de 1945.
As Nações Unidas (ONU), entretanto, começou a
existir oficialmente em 24 de outubro de 1945,
após a ratificação da Carta pela China, Estados
Unidos, França, Reino Unido e a ex-União
Soviética, bem como pela maioria dos signatários.
Portanto, a Carta das Nações Unidas deu
origem à ONU – Organização das Nações
Unidas.
 PARA ENTENDER MELHOR
A Organização das Nações Unidas – ONU – é
uma instituição internacional formada por 193
Estados soberanos, fundada após a 2° Guerra
Mundial para manter a paz e a segurança no
mundo, fomentar relações cordiais entre as
nações, promover progresso social, melhores
padrões de vida e direitos humanos. Os seus
membros estão unidos em torno da Carta da
Nações Unidas, tratado internacional que enuncia
os direitos e deveres dos membros da comunidade
internacional.
A ONU é constituída por seis órgãos principais:
Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o
Conselho Econômico e Social, o Conselho de
Tutela, a Corte Internacional de Justiça e o
Secretariado. Todos eles estão situados na sede da
ONU, em Nova York, com exceção da Corte
www.preparatoriosmilitares.com.br
1
DATA: PROFESSOR:
@cintia_santosr
Internacional de Justiça, que se localiza em Haia,
na Holanda.
As Nações Unidas são regidas por uma série de
propósitos e princípios básicos aceitos por todos
os países-membros da organização. São muito
importantes e não raro são cobrados em diversos
certames.
OBS! Importante diferenciar os propósitos das
Nações Unidas, que se encontram no Artigo 1° da
Carta das Nações Unidas, dos princípios, que se
localizam no Artigo 2°.
BIZU! Dica importante para não confundir as
duas categorias:
- Propósito: objetivo, meta, alvo, começa com um
verbo, indica AÇÃO. Os propósitos são apenas
quatro, indico aos meus alunos que aprendam os
propósitos, e assim o que for diferente será
princípio.
- Princípio: valor, modo de atuação.
 Propósitos das Nações Unidas:
1. Manter a paz e a segurança internacionais e,
para esse fim: tomar, coletivamente, medidas
efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os
atos de agressão ou outra qualquer ruptura da paz
e chegar, por meios pacíficos e de conformidade
com os princípios da justiça e do direito
internacional, a um ajuste ou solução das
controvérsias ou situações que possam levar a
uma perturbação da paz;
2. Desenvolver relações amistosas entre as nações,
baseadas no respeito ao princípio de igualdade de
direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar
outras medidas apropriadas ao fortalecimento da
paz universal;
3. Conseguir uma cooperação internacional para
resolver os problemas internacionais de caráter
econômico, social, cultural ou humanitário, e para
promover e estimular o respeito aos direitos
humanos e às liberdades fundamentais para todos,
sem distinção de raça, sexo, língua ou religião; e
 PMPI ONLINE
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação
das nações para a consecução desses objetivos
comuns.
 Princípios das Nações Unidas:
1. A Organização é baseada no princípio da
igualdade de todos os seus Membros.
2. Todos os Membros, a fim de assegurarem para
todos em geral os direitos e vantagens resultantes
de sua qualidade de Membros, deverão cumprir de
boa-fé as obrigações por eles assumidas de acordo
com a presente Carta.
3. Todos os Membros deverão resolver suas
controvérsias internacionais por meios pacíficos,
de modo que não sejam ameaçadas a paz, a
segurança e a justiça internacionais.
4. Todos os Membros deverão evitar em suas
relações internacionais a ameaça ou o uso da força
contra a integridade territorial ou a dependência
política de qualquer Estado, ou qualquer outra
ação incompatível com os Propósitos das Nações
Unidas.
5. Todos os Membros darão às Nações toda
assistência em qualquer ação a que elas
recorrerem de acordo com a presente Carta e se
absterão de dar auxílio a qual Estado contra o qual
as Nações Unidas agirem de modo preventivo ou
coercitivo.
6. A Organização fará com que os Estados que
não são Membros das Nações Unidas ajam de
acordo com esses Princípios em tudo quanto for
necessário à manutenção da paz e da segurança
internacionais.
7. Nenhum dispositivo da presente Carta
autorizará as Nações Unidas a intervirem em
assuntos que dependam essencialmente da
jurisdição de qualquer Estado ou obrigará os
Membros a submeterem tais assuntos a uma
solução, nos termos da presente Carta; este
princípio, porém, não prejudicará a aplicação das
medidas coercitivas constantes do Capitulo VII.
Passemos então ao estudo dos órgãos principais da
ONU. É importante ressaltar que, além dos seis
órgãos principais, que são a Assembleia Geral, o
Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e
Social, o Conselho de Tutela, a Corte
Internacional de Justiça e o Secretariado, ainda
podem ser estabelecidos, de acordo com a
Carta, os órgãos subsidiários considerados de
necessidade.
2
Ademais, se faz mister salientar, que as Nações
Unidas não fazem restrições quanto à
elegibilidade de homens e mulheres destinados a
participar, em qualquer caráter e em condições de
igualdade, em seus órgãos principais e
subsidiários.
 Assembleia Geral
- Principal órgão deliberativo da ONU;
- Por meio dela se reúnem todos os Estados-
Membros da Organização para discutir os
assuntos que afetam a vida de todos os habitantes
do planeta;
- Todos os países possuem direito a voto igual;
- Assuntos em pauta: paz e segurança; aprovação
de novos membros; questões de orçamento;
cooperação internacional; direitos humanos;
- Ao final das discussões são feitas resoluções:
recomendações não obrigatórias. As
recomendações são destinados a promover
cooperação internacional no terreno político e
incentivar o desenvolvimento progressivo do
direito internacional e a sua codificação; e
promover cooperação internacional nos terrenos
econômico, social, cultural, educacional e
sanitário e favorecer o pleno gozo dos direitos
humanos e das liberdades fundamentais, por parte
de todos os povos, sem distinção de raça, sexo,
língua ou religião.
- Recebe e examina os relatórios anuais e
especiais do Conselho de Segurança. Esses
relatórios incluem uma relação das medidas que o
Conselho de Segurança tenha adotado ou aplicado
a fim de manter a paz e a segurança
internacionais. Ademais, ela também recebe e
examina os relatórios dos outros órgãos das
Nações Unidas.
- Considera e aprova o orçamento da
organização.
 Conselho de Segurança
- Responsável pela paz e segurança
internacionais;
- Formado por 15 membros, sendo 05 (cinco)
deles permanentes, com direito a voto e veto:
EUA, Rússia, Grã-Bretanha, França e China; e 10
membros não-permanentes, eleitos pela
Assembleia Geral por dois anos;
- Os membros não-permanentes são eleitos pela
Assembleia Geral por dois anos;
- Único órgão da ONU que possui poder decisório
vinculante, podendo agir de maneira convencional
 PMPI ONLINE
ou não convencional, inclusive utilizando a força
militar;
- Suas decisões são de observância obrigatória
pelos Estados.
 Conselho Econômico e Social
- Órgão coordenador do trabalho econômico e
social da ONU;
- Composto de 54 (cinquenta e quatro) Membros
das Nações Unidas eleitos pela Assembleia Geral;
- Faz ou inicia estudos e relatórios a respeito de
assuntos internacionais de caráter econômico,
social, cultural, educacional, sanitário e conexos e
pode fazer recomendações a respeito de tais
assuntos à Assembleia Geral, aos Membros das
Nações Unidas e às entidades especializadas
interessadas. Pode, igualmente, fazer
recomendações destinadas a promover o respeito e
a observância dos direitos humanos e das
liberdades fundamentais para todos. Além disso,
prepara projetos de convenções a serem
submetidos à Assembleia Geral, sobre assuntos de
sua competência e convoca, de acordo com as
regras estipuladas pelas Nações Unidas,
conferências internacionais sobre assuntos de sua
competência.
- Formula recomendações e inicia atividades
relacionadas com o desenvolvimento dos países,
com o comércio, população, industrialização,
recursos naturais, condição da mulher, ciência e
tecnologia, bem estar-social, etc., requerendo
relatórios e analisando-os, para verificar a
melhor atuação possível do Conselho em cada
caso.
 Conselho de Tutela
- Cuida da supervisão da administração dos
territórios sob regime de tutela internacional;
- Promove o progresso dos habitantes dos
territórios e desenvolve condições para a
progressiva independência e estabelecimento de
um governo próprio;
- O Conselho de Tutela se compromete a:
1. Assegurar, com o devido respeito à cultura
dos povos interessados, o seu progresso político,
econômico, social e educacional, o seu tratamento
equitativo e a sua proteção contra todo abuso;
2. Desenvolver sua capacidade de governo
próprio, tomar devida nota das aspirações
políticas dos povos e auxiliá-los no
desenvolvimento progressivo de suas instituições
www.preparatoriosmilitares.com.br
3
políticas livres, de acordo com as circunstâncias
peculiares a cada território e seus habitantes e os
diferentes graus de seu adiantamento;
3. Consolidar a paz e a segurança internacionais;
4. promover medidas construtivas de
desenvolvimento, estimular pesquisas, cooperar
uns com os outros e, quando for o caso, com
entidades internacionais especializadas, com
vistas à realização prática dos propósitos de ordem
social, econômica ou científica enumerados neste
Artigo; e
5. Transmitir regularmente ao Secretário-Geral,
para fins de informação, sujeitas às reservas
impostas por considerações de segurança e de
ordem constitucional, informações estatísticas ou
de outro caráter técnico, relativas às condições
econômicas, sociais e educacionais dos territórios
pelos quais são respectivamente responsáveis.
- IMPORTANTE! As atividades do Conselho de
Tutela foram suspensas em 1994, pois o último
território tutelado (Território de Palau, no
Pacífico), se tornou independente.
- OBS! O Conselho de Tutela não foi extinto,
apenas teve suas atividades suspensas, podendo
estas voltarem a ser realizadas se algum território
internacional ficar desprovido de governo próprio.
 Corte Internacional de Justiça
- Sede em Haia, na Holanda;
- Principal órgão judiciário das Nações Unidas;
- Somente países podem pedir pareceres à Corte,
pessoas não podem ser julgadas pela Corte;
- A Assembleia Geral, o Conselho de Segurança e
outros órgãos das Nações Unidas também podem
pedir pareceres;
- Órgão de intermediação de conflitos, visa
resolver problemas entre os países membros.
Conhecida como “Corte de Arbitragem”;
- Composta por 15 juízes chamados de
“membros” da Corte, que são eleitos pela
Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança
em escrutínios separados.
- Se uma das partes num caso deixar de cumprir as
obrigações que lhe incumbem em virtude de
sentença proferida pela Corte, a outra terá direito
de recorrer ao Conselho de Segurança que
poderá, se julgar necessário, fazer recomendações
ou decidir sobre medidas a serem tomadas para o
cumprimento da sentença.
 PMPI ONLINE
 Secretariado
- Órgão administrativo da ONU, presta serviço
aos demais órgãos e administra os programas e as
políticas que eles elaboram;
- Seu chefe é o Secretário-Geral, que é nomeado
pela Assembleia Geral, seguindo recomendação
do Conselho de Segurança, sendo o principal
funcionário administrativo da Organização.
- O Secretário-Geral atua neste caráter em todas
as reuniões da Assembleia Geral, do Conselho de
Segurança, do Conselho Econômico e Social e do
Conselho de Tutela e desempenha outras funções,
uma destas é enviar um relatório anual à
Assembleia Geral sobre os trabalhos da
Organização.
- O Secretário-Geral pode chamar a atenção do
Conselho de Segurança para qualquer assunto
que em sua opinião possa ameaçar a manutenção
da paz e da segurança internacionais.
- No desempenho de seus deveres, o Secretário-
Geral e o pessoal do Secretariado não solicitarão
nem receberão instruções de qualquer governo ou
de qualquer autoridade estranha à organização,
precisam ter uma gestão INDEPENDENTE.
OBS! Superado o estudo acerca dos órgãos da
ONU, é interessante mencionar que ligados à
ONU existem organismos especializados que
trabalham em áreas diversas como saúde,
agricultura, aviação, meteorologia, como por
exemplo: OIT, OMS, FMI, OMC;
Estes organismos, juntamente com as Nações
Unidas e outros programas de fundos (UNICEF,
PAM), compõem o Sistema das Nações Unidas.
________________________________________
_______________
 Como isso foi cobrado em prova:
(UECE-CEV, 2017. SEAS – CE. Prova: Assistente
Social) A Carta das Nações Unidas é
a) uma mera resolução da Assembleia Geral das
Nações Unidas, com caráter de recomendação,
juridicamente não vinculante. Com isso, os
preceitos contidos na Declaração não seriam, em
princípio, obrigatórios, ao menos à luz de um
entendimento calcado em noções mais antigas do
Direito, de caráter mais formalista e menos
ligadas a valores, dentro das quais, a propósito, a
proteção da dignidade humana não tinha o
destaque de que hoje se reveste.
4
b) um tratado, cujos preceitos são juridicamente
vinculantes e cujo objetivo principal é detalhar
direitos estabelecidos na Declaração Universal dos
Direitos Humanos e contribuir para sua aplicação.
c) o pacto que visa promover e proteger os direitos
econômicos, sociais e culturais, que também
deverão ser objeto da atenção dos Estados, os
quais deverão progressivamente assegurar seu
gozo por esforços próprios ou pela cooperação
internacional, com o auxílio de todos os meios
apropriados nos planos econômico e técnico e até
o máximo de seus recursos disponíveis.
d) o tratado que criou a Organização das Nações
Unidas — ONU —, razão pela qual também é
conhecida como “Carta da ONU”, tendo sido
firmada em 1945, em São Francisco.
e) norma brasileira de direito interno, que torna o
Brasil integrante da Organização das Nações
Unidas.
Gabarito:
Letra D.
A letra A está falando da Declaração Universal
dos Direitos Humanos; a Letra B e C sobre os
Pactos Internacionais que complementam a
DUDH (PIDCP e PIDESC); a letra E não faz
sentido, pois a Carta das Nações Unidas não é
norma brasileira de direito interno, e sim uma
norma internacional.
(FUMAR, 2011. PC-MG. Prova: Delegado de
Polícia) A criação das Nações Unidas, com suas
agências especializadas, demarca o surgimento de
uma nova ordem internacional, inclusive a
proteção internacional dos direitos humanos.
Associe abaixo cada órgão enumerado da ONU à
sua competência:
ÓRGÃO
I. Assembleia Geral.
II. Corte Internacional de Justiça.
III. Conselho Econômico e Social.
IV. Conselho de Tutela.
COMPETÊNCIA
(a) Fomentar o processo de descolonização e
autodeterminação dos povos, a fim de que
pudessem alcançar, por meio de desenvolvimento
progressivo, governo próprio.
(b) Promover a cooperação em questões
econômicas, sociais e culturais e fazer
 PMPI ONLINE
recomendações destinadas a promover o respeito e
a observância dos direitos humanos.
(c) Discutir e fazer recomendações relativas a
qualquer matéria objeto da Carta das Nações
Unidas.
(d) Decidir acerca das questões contenciosas e
consultivas, todavia somente nas questões em que
os Estados são partes perante ela.
Marque a CORRETA relação:
a) I (c); II (d); III (b); IV (a).
b) I (a); II (d); III (b); IV (c).
c) I (c); II (d); III (a); IV (b).
d) I (d); II (c); III (b); IV (a).
e) nda.
Gabarito:
Letra A. Vide explicação no material.
(CSR, 2019. PM-PI) Acerca da ONU e seus órgão
principais, instituídos pela Carta das Nações
Unidas, de 1945, assinale a alternativa incorreta:
a. A Carta das Nações Unidas foi elaborada por
representantes de cerca de 50 países que estavam
presentes à Conferência sobre Organização
internacional, que se reuniu em São Francisco –
Califórnia, entre os dias 25 e 26 de junho de 1945.
b. Atualmente, a ONU e todos os seus órgãos
possuem sede em São Francisco – Califórnia,
local onde a Carta das Nações Unidas foi
elaborada.
c. O Estatuto da Corte Internacional de Justiça faz
parte da Carta das Nações Unidas.
d. O ano de 1945, que marcou o pós-guerra,
também marcou uma nova forma de se considerar
os direitos humanos, pois, à medida que eles são
universais, transnacionais, isso quer dizer que a
soberania dos países, nestas questões, deve ser
relativa e não absoluta.
e. A ONU é constituída por seis órgãos principais:
a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o
Conselho Econômico e Social, o Conselho de
Tutela, a Corte Internacional de Justiça e o
Secretariado.
Gabarito:
Letra B. Nem todos os órgãos da ONU possuem
sede em São Francisco – Califórnia, pois a Corte
www.preparatoriosmilitares.com.br
5
Internacional de Justiça possui sede em Haia, na
Holanda.
(CSR, 2019. PM-PI) No que diz respeito aos
órgãos da ONU e suas características, marque a
alternativa correta:
a. A Assembleia Geral é o principal órgão
deliberativo da ONU, onde, durante as votações,
cada país possui direito a um voto, de valor
proporcional à sua realidade econômica.
b. O Conselho de Segurança, órgão responsável
pela paz e segurança internacionais, formado por
15 membros, sendo 5 destes permanentes, emite
decisões com o mesmo caráter das decisões
proferidas pela Assembleia Geral: resoluções,
com caráter recomendatório.
c. Os membros permanentes do Conselho de
Segurança, que possuem direito a voto e veto são:
EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha.
d. O Conselho Econômico e Social é principal
órgão administrativo da ONU, que presta serviço
aos demais órgãos e administra os programas e as
políticas que eles elaboram.
e. A Corte Internacional de Justiça recebe petições
individuais, desde que tratem de violações
coletivas aos direitos humanos em alguma nação.
Gabarito:
Letra C.
Sobre a letra A, na Assembleia Geral todos os
países membros possuem voto igual,
independentemente de sua realidade econômica;
sobre a Letra B, as decisões do Conselho de
Segurança são vinculativas, obrigatórias; acerca
da Letra D, o conceito apresentado se refere ao
Secretariado, e não ao Conselho Econômico e
Social; sobre a Letra E, a Corte Internacional de
Justiça NÃO recebe petições individuais.
(CSR, 2019. PM-PI) Não faz parte do rol de
princípios da ONU, elencados na Carta das
Nações Unidas:
a. Igualdade soberana de todos os membros.
b. As controvérsias devem ser resolvidas por
meios pacíficos.
c. Aos países é proibido recorrer a ameaças ou a
emprego da força uns contra os outros.
 PMPI ONLINE
d. Nenhum preceito da Carta autoriza as Nações
de Unidas de interferir em assuntos que são
essencialmente de alçada nacional.
e. A ONU deve ser um centro destinado a
harmonizar a ação das nações para a consecução
desses objetivos comuns.
Gabarito:
Letra E. É um propósito.
(Ano: 2012 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão:
DPE-ES Prova: CESPE - 2012 - DPE-ES -
Defensor Público) Julgue o item:
A Carta das Nações Unidas não integra o núcleo
de direito internacional dos direitos humanos, pois
apenas institui um organismo internacional.

(VUNESP, 2017. DPE-RO. Prova: Defensor
Público) Sobre a Carta das Nações Unidas, é
correto afirmar:
a) assinada em São Francisco, em 26 de junho de
1945, criou o Conselho de Direitos Humanos,
endossando a visão de que os direitos
fundamentais são essenciais para a paz e o
desenvolvimento das nações.
b) o Conselho de Segurança é composto de quinze
membros das Nações Unidas. São membros
permanentes: China, Alemanha, Rússia, Reino
Unido e Estados Unidos. Os demais são eleitos
pela Assembleia Geral.
c) a admissão de qualquer Estado como Membro
das Nações Unidas será efetuada por decisão da
Assembleia Geral, sem qualquer interferência do
Conselho de Segurança.
d) a Corte Internacional de Justiça foi criada como
o principal órgão judicial das Nações Unidas,
sendo composto por nove juízes.
e) seus propósitos centrais são: (i) manter a paz e
a segurança internacional; (ii) fomentar a
cooperação internacional nos campos social e
econômico; (iii) promover os direitos humanos no
âmbito universal.
Certo Errado
Gabarito:
Errado. Institui um organismo internacional que
coopera para a promoção dos direitos humanos em
todo o mundo.
(Ano: 2010. Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão:
DPU Prova: CESPE - 2010 - DPU - Defensor
Público Federal) Julgue o item:
Entre os diversos órgãos especializados que
tratam da proteção dos direitos humanos, inclui-se
a Corte Internacional de Justiça, órgão das Nações
Unidas cuja competência alcança não só os
Estados, mas também quaisquer pessoas físicas e
jurídicas, as quais podem encaminhar suas
demandas diretamente à Corte.
Certo Errado
Gabarito:
Errado. Só alcança países, e não pessoas.

Gabarito:
Letra E. Afirmativa A: errada. A data de
assinatura da Carta da ONU está correta, mas o
Conselho de Direitos Humanos foi criado apenas
em 2006. Afirmativa B: errada. De fato, o
Conselho de Segurança é composto por 15
membros, mas seus membros permanentes são
EUA, China, Rússia, Grã-Bretanha e França.
Afirmativa C: errada. A admissão é feita por
decisão da Assembleia Geral, mas é necessária a
recomendação do Conselho de Segurança, como
determina o art. 4.2 da Carta da ONU. Afirmativa
D: errada. A Corte Internacional de Justiça é
composta por quinze juízes, como determina o art.
3.1 do seu Estatuto (anexo à Carta da ONU).
6
 DISCIPLINA:
TURMA:
ONLINE
NOME:
DIREITOS HUMANOS – DIPLOMAS
INTERNACIONAIS
 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
DIREITOS HUMANOS, 1948
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é,
atualmente, um dos principais diplomas
internacionais de proteção aos direitos das
pessoas, ocupando uma posição de máxima
importância no cenário mundial. Ela foi
elaborada em 1948, após o fim da Segunda Guerra
Mundial, e da criação da Organização das Nações
Unidas, em 1945.
Muito embora sua imprescindibilidade hoje seja
inconteste, é mister salientar que ela foi votada e
aprovada sob o regime de Resolução, na
Assembleia Geral da ONU. Logo, voltando ao
que estudamos acerca dos órgãos que compõem as
Nações Unidas, sabemos que as resoluções
emanadas da Assembleia Geral possuem caráter
apenas recomendatório, e não obrigatório. Em
outras palavras, tecnicamente falando, a DUDH
não teria eficácia vinculante, posto ser fruto das
deliberações da Assembleia Geral.
OBS! Muito cuidado com as questões que
abordam a eficácia da Declaração Universal
dos Direitos Humanos!
Analise o que a questão pretende, o que ela quer
de você. Se a questão falar apenas de maneira
técnica, for curta e objetiva, pode marcar sem
medo de errar: a DUDH é tecnicamente uma
resolução da ONU, e por isso, não tem caráter
vinculante. No entanto, se a questão for mais
teórica, abordando o ponto de vista da melhor
doutrina e dos estudiosos de direitos humanos,
querendo saber qual a importância ATUAL da
DUDH, daí sim, a alternativa correta pode conter
algo ligado à universalidade dos direitos humanos
e à obrigatoriedade, portanto, por parte de todos
www.preparatoriosmilitares.com.br
DIREITOS HUMANOS
TURNO: DATA: PROFESSOR:
@cintia_santosr
os países, de observarem os direitos constantes na
Declaração.
 PARA ENTENDER MELHOR
Pois bem, na DUDH são enumerados uma gama
vasta de direitos humanos, considerados
primordiais à efetivação da dignidade da pessoa
humana. Não se pode dizer, todavia, que a DUDH
contemplou todos os direitos das pessoas!
Sabemos muito bem que, conforme a
característica da Inexauribilidade, os direitos
humanos são infindáveis, não se esgotam, e por
isso mesmo nenhum diploma ou tratado
internacional pode englobá-los em sua totalidade.
Não é diferente com a DUDH, ela não é
exaustiva em matéria de direitos, ou seja,
existem muitos outros fora do seu texto.
A respeito disso, por exemplo, é significativo
saber que a DUDH não trata da pena de morte,
nem do meio ambiente (direitos de 3° geração
propriamente ditos, se restringindo a tratar dos
direitos de 1° e 2° geração), assim como também
não estabelece órgãos específicos de fiscalização
ou punição dos países desobedientes ao firmado
no seu texto (bom lembrar, que isso se deve ao
fato da DUDH ter sido aprovada em regime de
Resolução da Assembleia Geral da ONU).
Ademais, mais na frente veremos que,
posteriormente, ela foi “complementada” por
outros dois diplomas internacionais, também
muito importantes, quais sejam o Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos
(PIDCP) e o Pacto Internacional dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC),
ambos datados de 1966.
1
 PMPI ONLINE
Superada essa questão, cumpre destacar que a
DUDH fundamenta-se no princípio de que todos
nascem iguais em dignidade e direitos,
evidenciando, assim, o princípio da universalidade
dos direitos humanos. O se artigo 1° traz essa
ideia expressa, conforme transcrito a seguir:
“Artigo 1. Todos os seres humanos
nascem livres e iguais em dignidade e
direitos. São dotados de razão e
consciência e devem agir em relação
uns aos outros com espírito de
fraternidade.”
Ainda quanto ao seu conteúdo, vamos passar a
análise minuciosa dos principais artigos cobrados
em prova, deixando claro que a leitura de todo o
texto da DUDH é obrigatória, pois, além de ser
um diploma pequeno, as provas costumam variar
na cobrança das questões.
A abordagem da DUDH, como já falado
anteriormente, abrange os Direitos de 1° Geração
(direitos civis e políticos) e os de 2° Geração
(direitos econômicos, sociais e culturais), restando
de fora os direitos de 3° Geração (que foram
abordados prioritariamente na Carta das Nações
Unidas e em outros diplomas). Vamos analisá-los
separadamente:
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
DIREITOS HUMANOS, 1948
Direitos Civis e Políticos:
- Todas as pessoas são iguais, proibido o
preconceito, nomeadamente de raça, de cor, de
sexo, de língua, de religião, de opinião política ou
outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de
nascimento ou de qualquer outra situação.
- Todo ser humano tem o direito de ser, em
todos os lugares, reconhecido como pessoa
perante a lei.
OBS! As provas gostam de substituir o nome
“pessoa”, por “nacional”, “cidadão”, etc. Cuidado!
Todo ser humano tem o direito de ser reconhecido
como PESSOA, em todos os lugares, pois em
qualquer lugar que esteja possui direitos humanos.
NACIONALIDADE E CIDADANIA são
2
conceitos específicos, que se ligam à relação da
pessoa com um determinado país e o seu direito
de influenciar na vida política desse Estado.
Portanto, são institutos diferentes.
- Direito à vida com dignidade.
OBS! A DUDH trouxe um conceito de “vida”
para além do sentido biológico da palavra, viver
não é apenas estar com as funções orgânicas em
ordem, mas também possuir direitos e poder
usufruir plenamente deles, tendo uma existência
digna.
- Liberdade.
OBS! A DUDH garantiu o direito à várias
liberdades: de locomoção (DENTRO das
fronteiras de cada Estado: isso cai em prova), de
opinião e expressão (além das fronteiras, por
qualquer meio de expressão), de opção religiosa
(liberdade de mudar de religião ou de convicção,
assim como a liberdade de manifestar a religião
ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em
público como em privado, pelo ensino, pela
prática, pelo culto e pelos ritos) e política, reunião
e de associação pacíficas (lembrando que ninguém
pode ser obrigado a fazer parte de uma
associação), etc.
- Segurança PESSOAL.
OBS! Geralmente as provas de carreiras policiais,
por privilegiarem a letra da lei, buscam confundir
o concurseiro utilizando expressões como:
segurança pública, segurança de todos, segurança
coletiva. Atenção! Não caia nessa pegadinha! A
segurança garantida pela DUDH é a segurança
PESSOAL, individual, de cada ser humano.
No entanto, noutro artigo diz que: “Toda a pessoa,
como membro da sociedade, tem direito à
segurança social (...)” essa segurança social não é
sinônimo de segurança pública, mas se refere ao
fato de poder se sentir assegurada de seus direitos.
- Integridade pessoal.
OBS! Acerca da integridade pessoal, a DUDH
protege o ser humano, aduzindo em seu bojo
vedações absolutas, quais sejam:
Ninguém será mantido em escravatura
ou em servidão; a escravatura e o
trato dos escravos, sob todas as
formas, são proibidos.
 PMPI ONLINE
Ninguém será submetido a tortura
nem a penas ou tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes.
- Ninguém pode ser arbitrariamente preso,
detido ou exilado.
OBS! Proíbe-se a prisão, detenção ou exílio
arbitrário, ou seja, injusto, desmotivado, fundado
em perseguição ilegítima.
- Presunção de inocência.
OBS! Toda pessoa acusada de um ato delituoso
presume-se inocente até que a sua culpabilidade
fique legalmente provada no decurso de um
processo público em que todas as garantias
necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.
- Liberdade de locomoção.
OBS! Esse artigo costuma ser cobrado na
literalidade pelos certames, ao passo que a
substituição de uma palavra por outra, lhe
alterando o sentido, torna a propositiva falsa.
Muito cuidado! O direito de escolha de residência
é dentro de UM Estado, podendo abandonar seu
país e a ele regressar se assim escolher.
Toda a pessoa tem o direito de
livremente circular e escolher a
sua residência no interior de um
Estado.
Toda a pessoa tem o direito de
abandonar o país em que se
encontra, incluindo o seu, e o
direito de regressar ao seu país.
- Direito de ASILO.
OBS! O direito de asilo é basicamente a
possibilidade que uma pessoa tem de ir embora do
país onde é perseguida injustamente, por motivos
de raça, religião, opinião política, filosófica, etc.,
para ser acolhida em outro Estado. Exceção: não
se concede asilo quando a perseguição é motivada
por crimes de direito comum ou por atos
contrários aos objetivos e princípios das Nações
Unidas (logicamente).
www.preparatoriosmilitares.com.br
3
- Nacionalidade.
OBS! Muito cuidado! Segundo a DUDH, todo o
indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
Note: apenas UMA! No entanto, vemos pessoas
que possuem mais de uma ou até várias
nacionalidades, não é mesmo? Isso se dá pela
possibilidade dada por outros diplomas nacionais
ou internacionais, mas a DUDH é enfática em
prever apenas uma! Temos de entender que, os
diplomas internacionais e os direitos fundamentais
(encontrados nas Constituições Federais) não se
excluem, pelo contrário, se complementam. Logo
o que está previsto em um deles, não exclui ou
impede os demais, mais ainda quando existe a
majoração dos direitos. Além da previsão de que
cada pessoa tem direito a uma nacionalidade, a
DUDH proibiu a privação arbitrária da
nacionalidade e do direito de mudar de
nacionalidade.
- Direito de casar e constituir família.
OBS! Existem requisitos a serem observados:
casamento é entre homem e mulher (esse é a letra
da lei da DUDH), com idade núbil (ou seja, com
idade suficiente para entender o que significa o
casamento e poder decidir por ele, além de estar
preparado fisicamente para a constituição de uma
família. Cuidado! Idade núbil não
necessariamente é 16, 18 ou qualquer idade
determinada, cada país possui a sua), sem
discriminação, dependendo do livre e pleno
consentimento dos nubentes. O homem e a
mulher, no casamento e na dissolução desse,
possuem direitos iguais, e a família deve receber a
proteção da sociedade e do Estado.
- Toda a pessoa, individual ou coletivamente,
tem direito à propriedade e ninguém pode ser
arbitrariamente privado da sua propriedade.
- Direito de acesso, em condições de igualdade,
às funções públicas do seu país.
OBS! Na DUDH não existe o princípio do
concurso público, ele é constitucional. A DUDH
apenas fala em “condições de igualdade”, não
especificando que condições seriam essas, isso
fica a cargo de cada país.
 PMPI ONLINE
- Direitos políticos.
OBS! A DUDH traz o ideal de democracia
quando aduz que “a vontade do povo é o
fundamento da autoridade dos poderes públicos”,
e determina que deverão haver eleições honestas e
periódicas, onde o sufrágio seja universal e igual,
com direito a voto secreto ou mediante processo
equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
- Direito ao trabalho.
OBS! Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre
escolha do trabalho, a condições equitativas e
satisfatórias de trabalho e à proteção contra o
desemprego. O salário não pode ser
discriminatório, sendo devido salário igual por
igual trabalho. Além disso, a remuneração deve
ser justa, atendendo às necessidades do
trabalhador e DE SUA FAMÍLIA; deve haver
limitação razoável da duração do trabalho e as
férias periódicas pagas; é garantido o direito de
fundação e filiação à sindicato.
- Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos
lazeres.
- Toda a pessoa tem direito a um nível de vida
suficiente para lhe assegurar e à sua família a
saúde e o bem-estar, principalmente quanto à
alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à
assistência médica e ainda quanto aos serviços
sociais necessários, e tem direito à segurança no
desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez,
na velhice ou noutros casos de perda de meios de
subsistência por circunstâncias independentes da
sua vontade.
- A maternidade e a infância têm direito a
ajuda e a assistência especiais.
OBS! Todas as crianças, nascidas dentro ou fora
do matrimônio, gozam da mesma proteção social.
- Direito à educação.
OBS! Para a educação, segundo a DUDH, existem
algumas regras muito cobradas em prova: a
educação deve ser gratuita, pelo menos a
correspondente ao ensino elementar fundamental,
que é obrigatório. O ensino técnico e profissional
dever ser generalizado; o acesso aos estudos
superiores deve estar aberto a todos em plena
igualdade, em função do seu mérito. ATENÇÃO!
4
Aos pais pertence a prioridade do direito de
escolher o gênero de educação a dar aos filhos.
- Direito à participação na vida cultural da
comunidade.
- Direito autoral (produção científica, literária,
artística, etc.)
ATENÇÃO! Além de listar os direitos, a DUDH
preconizou, também que o indivíduo tem
deveres para com a comunidade, fora da qual
não é possível o livre e pleno desenvolvimento da
sua personalidade. Que na fruição de seus direitos,
ninguém está sujeito senão às limitações da lei,
para proteger, assim, os direitos dos outros.
Mais uma vez, enfatizo que a análise desses
artigos deve ser minuciosa, pois além de serem
muito cobrados, geralmente se cobra a letra fria da
lei ou os detalhes que a DUDH dispõe sobre cada
direito. Muito cuidado deve ser tomado para
não confundir os preceitos da DUDH com o
que consta na nossa Constituição Federal.
Muitas questões abordam essa diferenciação,
sendo necessário ao candidato saber distinguir
bem os dois diplomas.
Por fim, como já dito, posteriormente dois
tratados diferentes foram criados para
complementar a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, foram eles: Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos (que
será estudado mais à frente) e o Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos e
Sociais, ambos datados de 1966.
________________________________________
_______________
 Como isso foi cobrado em prova:
(NUCEPE,2018. Órgão: PC-PI. Prova: Delegado
de Polícia Civil) Tendo como base a Declaração
de Direitos Humanos, diante das seguintes
situações, podemos afirmar que se encontra de
acordo com a referida Declaração:
a) Manuel é português e foi extraditado pelo
Brasil para Portugal, após cumprir a pena que lhe
 PMPI ONLINE
foi imposta em Portugal, o referido país não o
deixou abandonar o país, por ser nacional;
b) Ninguém pode ser arbitrariamente privado de
sua propriedade;
c) Caio, perseguido politicamente, não pode
deixar seu país, pois de acordo com o direito
interno não é possível qualquer nacional solicitar
asilo em outro pais;
d) É possível, em respeito às tradições, que os
futuros esposos sejam prometidos, e que ambos
devem se sujeitar ao casamento. Entretanto,
nenhum poderá ser obrigado a permanecer casado;
e) Marcos resolveu vir para o Brasil, e seu país de
origem, o privou de sua nacionalidade. Segundo a
Declaração de Direitos do Homem, não há
problema algum Marcos permanecer apátrida.
Gabarito:
Letra B.
A letra A está errada pois segundo a DUDH
qualquer pessoa pode abandonar seu país; a Letra
C não está correta pois a DUDH concede o direito
de asilo para os que são perseguidos injustamente
no seu país; sobre a letra D, está equivocada pois a
DUDH exige o consentimento dos nubentes para o
casamento; a letra E não faz sentido, pois a
DUDH garante a cada pessoa o direito a uma
nacionalidade.
(FUNDEP, 2019 Órgão: Prefeitura. Cargo:
Professor) O artigo XVIII da Declaração
Universal dos Direitos Humanos afirma que “toda
pessoa tem o direito à liberdade de pensamento,
consciência e religião; este direito inclui a
liberdade de mudar de religião ou crença e a
liberdade de manifestar essa religião ou crença,
pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela
observância, isolada ou coletivamente, em público
ou em particular”.
O direito citado visa garantir e proteger a(o)
a) liberdade religiosa.
b) verdade de cada religião.
c) relativismo religioso.
d) proselitismo religioso.
e) catequese.
Gabarito:
Letra A.
www.preparatoriosmilitares.com.br
5
Questão interpretativa, que pode cair no certame.
O direito visa proteger a liberdade religiosa.
Todas as outras alternativas não coadunam com
direitos e sim com conceitos relativos/subjetivos
das religiões.
(VUNESP, 2019. Órgão: Prefeitura. Prova:
Guarda Municipal) Assinale a alternativa que está
em conformidade com a Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
a) Ninguém será arbitrariamente privado de sua
nacionalidade, sendo, porém, vedado o direito de
mudar de nacionalidade.
b) O direito de procurar e de gozar asilo em outros
países não pode ser invocado em caso de
perseguição legitimamente motivada por crimes
de direito comum.
c) Todo ser humano tem direito a receber do poder
público remédio contra a violação de direitos
fundamentais ainda que não reconhecidos pela
Constituição ou pela lei.
d) O casamento não será válido senão com o livre
e pleno consentimento dos nubentes, exceto
quando houver livre consenso entre os pais destes.
e) Todo ser humano tem direito à liberdade de
reunião e associação pacífica, inclusive para fins
paramilitares.
Gabarito:
Letra B.
A afirmativa A: errada. A DUDH prevê que todo
ser humano tem direito a uma nacionalidade e que
ninguém pode ser privado de sua nacionalidade,
nem do direito de mudar de nacionalidade. A
afirmativa C está errada. Porque a DUDH prevê
que todos tem o direito de receber dos tribunais
nacionais competentes remédio efetivo para os
atos que violem os direitos fundamentais que lhe
sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
A afirmativa D está errada, pois de acordo com a
DUDH o casamento não será válido senão com o
livre e pleno consentimento dos nubentes. A
afirmativa E está errada, pois a DUDH reconhece
os direitos à liberdade de reunião e associação
pacífica, não contém nenhuma ressalva. É válido
lembrar que a vedação para a constituição de
associações de caráter paramilitar está no art. 5º,
XVII da CF/88, e não na Declaração Universal
dos Direitos Humanos.
 PMPI ONLINE
(Banca: VUNESP, 2019. Órgão: Prefeitura.
Prova: Guarda Civil Municipal) Nos termos do
que dispõe a Declaração Universal dos Direitos do
Homem e do Cidadão, a vontade do povo é o
fundamento da autoridade dos poderes públicos e
deve exprimir-se através de eleições honestas,
sendo realizada por meio
a) do princípio da dignidade humana.
b) do sufrágio universal.
c) da legalidade.
d) da moralidade.
e) dos atos parlamentares.
Gabarito:
Letra B.
Sufrágio universal, em eleições honestas e
periódicas, com direito a voto secreto.
(Banca VUNESP, 2019. Órgão: Prefeitura.
Prova: Guarda Civil Municipal) Assinale a
alternativa correta e nos termos da Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
a) Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país
em que se encontra, desde que não seja o seu, e o
direito de regressar ao seu país.
b) As pessoas somente poderão ser privadas de
suas nacionalidades nas hipóteses previstas na
Declaração.
c) Autoriza-se tratamentos cruéis a presos apenas
nos casos de investigação de crimes de terrorismo.
d) Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos
lazeres, especialmente, a uma limitação razoável
da duração do trabalho e às férias periódicas
pagas.
e) Toda a pessoa acusada de um ato delituoso
presume-se culpada até que a sua inocência fique
legalmente provada.
Gabarito:
Letra D.
A: Toda pessoa tem o direito de abandonar o país
em que se encontra, inclusive o seu, e o direito de
regressar ao seu país. B: Não há essa previsão
sobre perda de nacionalidade na DUDH. C: É
expressamente e absolutamente proibida a prática
da tortura, tratamentos cruéis ou degradantes (e
similares), em qualquer situação. E: a DUDH
prevê como direito a presunção de inocência.
6
(VUNESP, 2019. Prefeitura. Prova: Orientador
Social) Há 70 anos, a Organização das Nações
Unidas promulgou a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, como resposta imediata às
atrocidades cometidas nas duas guerras mundiais
e visando garantir a todo ser humano condições
mínimas de sobrevivência e crescimento em
ambiente de igualdade, respeito e liberdade.
Define o art. 19 da referida declaração que todo
ser humano tem direito à liberdade de opinião e
expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem
interferência, ter opiniões e de procurar, receber e
transmitir informações e ideias por quaisquer
meios e independentemente de
a) escolaridade.
b) faixa etária.
c) fronteiras.
d) condição econômica.
e) ideologia.
Gabarito:
Letra C.
Aquela questão em que o candidato acha que
todas estão corretas. Por isso a necessidade de
ficar atento aos detalhes. Nunca esquecer o quanto
as bancas de concurso para carreiras policiais
privilegiam a letra da lei.
(Banca: IBFC. 2018. Órgão: SEAP-MG. Prova:
Agente de Segurança Penitenciário) A Declaração
Universal dos Direitos Humanos, adotada e
proclamada pela Assembleia Geral das Nações
Unidas (Resolução 217 A III) em 10 de dezembro
1948, destaca:
I. Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade
e à segurança pessoal.
II. Todo ser humano tem o direito de ser, em todos
os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.
III. Todo ser humano acusado de um ato delituoso
tem o direito de ser presumido culpado até que a
sua inocência tenha sido provada de acordo com a
lei.
IV. Todo ser em julgamento público pode ter
asseguradas todas as garantias necessárias à sua
defesa dependendo do delito praticado.
V. Todo ser humano tem direito, em plena
igualdade, a uma justa e pública audiência por
parte de um tribunal independente e imparcial,
para decidir seus direitos e deveres ou fundamento
de qualquer acusação criminal contra ele.
Assinale a alternativa correta:
 PMPI ONLINE
a) I, II, V apenas
b) II, III, IV, apenas
c) II, IV apena
d) III apenas
e) I, II, III apenas
Gabarito:
Letra A.
A DUDH determinou que deve viger a presunção
de inocência e não opôs nenhuma condição
(“dependendo do delito praticado”) à realização
de um julgamento público com todas as garantias
necessárias à defesa da pessoa.
(IBFC, 2018. Órgão: SEAP-MG. Prova: Agente
de Segurança Penitenciário) A partir de 1945,
com a criação das Nações Unidas, após a Segunda
Guerra Mundial, normas e tratados têm conferido
uma forma legal à prática dos direitos humanos
para todos. A Declaração Universal dos Direitos
Humanos, adotada e proclamada pela Assembleia
Geral das Nações Unidas (Resolução 217 A III)
em 10 de dezembro 1948, dispõem em seus
artigos: “Todo ser humano tem direito à instrução.
A instrução será ______, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução
elementar será obrigatória. A instrução técnico-
profissional será _____ a todos, bem como a
instrução superior, esta baseada no mérito.
Assinale a alternativa que completa correta e
respectivamente as lacunas.
a) Paga, acessível
b) Parcialmente paga, gratuita
c) Paga, gratuita
d) Gratuita, paga
e) Gratuita, acessível
Gabarito:
Letra E. Vide material.
(COPS-UEL. 2018. Órgão: PC-PR. Prova:
Escrivão de Polícia) Sobre os direitos da
Declaração Universal dos Direitos Humanos
(1948-ONU), considere as afirmativas a seguir.
I. Todo ser humano tem direito à liberdade de
locomoção fora das fronteiras de cada Estado.
www.preparatoriosmilitares.com.br
7
II. Ninguém será submetido à tortura, nem a
tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.
III. Todo ser humano tem o direito de ser, em
todos os lugares, reconhecido como pessoa
perante a lei.
IV. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou
exilado.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Gabarito:
Letra E.
A DUDH dá direito a liberdade de expressão
DENTRO das fronteiras de cada Estado
(novamente a letra da lei impera), por isso errado
o item I.
(IBADE, 2018. Órgão: SEJUDH – MT. Prova:
Assistente do Sistema Socioeducativo) “A
escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos
em todas as suas formas”. O documento sobre
direitos humanos que traz o referido conteúdo
proibicionista denomina-se:
a) Princípios Orientadores das Nações Unidas
para a Prevenção da Delinquência Juvenil –
Princípios Orientadores de Riad.
b) Declaração de Direitos do Homem e do
Cidadão.
c) Declaração Universal dos Direitos Humanos.
d) Regras Mínimas das Nações Unidas para a
Administração da Justiça da Infância e da
Juventude – Regra de Beijing.
e) Regras das Crianças e Adolescentes.
Gabarito:
Letra C. Proibição absoluta.
(Banca: IBADE, 2018. Órgão: SEJUDH – MT.
Prova: Agente de Segurança Socioeducativo) Nos
termos da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, a maternidade e a infância têm direito a
 PMPI ONLINE
cuidados e assistência especiais. Assim, é correto
dizer que todas as crianças:
a) gozarão da mesma proteção social,
independentemente se nascidas dentro ou fora do
matrimônio.
b) têm direito à instrução que o Estado definir,
não cabendo aos pais escolher o gênero de
instrução que será ministrada a seus filhos.
c) serão obrigadas, desde a infância, a associar-se
à Associação das Crianças e Adolescente de seu
país.
d) têm o direito de deixar o próprio país, mas se o
fizer, não poderá mais a ele regressar.
e) têm direito à instrução gratuita, pelo menos nos
graus elementares e fundamentais, sendo
facultativa a instrução elementar.
Gabarito:
Letra A. Vide material.
(VUNESP, 2018. Órgão: PC-SP. Prova:
Papiloscopista Policial) Dispõe a Declaração
Universal dos Direitos Humanos que
a) o trabalhador deve filiar-se à associação
representativa de sua categoria profissional.
b) a vontade do povo será expressa em eleições
periódicas e legítimas, por voto censitário, secreto
ou aberto, ou processo equivalente que assegure a
liberdade de voto.
c) todo ser humano tem direito à instrução, mas o
acesso à instrução superior terá por critério o
mérito.
d) qualquer ser humano tem o direito de deixar
seu país, desde que quite com suas obrigações
legais e políticas perante o Estado.
e) o livre e pleno consentimento dos nubentes
menores de 18 (dezoito) anos para o casamento
pode ser substituído pela autorização de seus pais.
Gabarito:
Letra C.
A) não deve, ele pode. B) não é censitário
(baseado na condição econômica), o sufrágio é
universal. D) a DUDH não trouxe condições para
que alguém deixe seu país. E) o consentimento é
necessário, mas a DUDH não impôs idade e nem
autorizou os pais a tomar a decisão de casar os
filhos.
8
(VUNESP, 2018. Órgão: PC-SP. Prova:
Investigador de Polícia) Segundo o disposto na
Declaração Universal dos Direitos Humanos, “Se
depois da perpetração do delito a lei dispuser a
imposição de pena mais leve, o delinquente será
por isso beneficiado.” Essa norma de direito penal
é representada pelo Princípio
a) da Individualização da Pena.
b) da Legalidade.
c) da Norma Penal em Branco.
d) da Presunção da Inocência.
e) da Retroatividade.
Gabarito:
Letra E.
Retroatividade da lei mais benéfica ao réu.
(VUNESP, 2018. Órgão: PC-BA. Prova:
Delegado de Polícia) Nos termos da Declaração
Universal dos Direitos Humanos, é correto afirmar
que
a) toda pessoa tem o direito de livremente circular
e escolher a sua residência no interior de um
Estado.
b) são asseguradas às presidiárias condições para
que possam permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação.
c) toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e
de associação pacíficas ou militares.
d) é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato.
e) ninguém pode ser arbitrariamente privado da
sua propriedade, exceto no caso de iminente
perigo público.
Gabarito:
Letra A.
Clássica questão que confunde Direitos Humanos
e Direitos Fundamentais, misturando disposições
da DUDH com preceitos da Constituição Federal.
Muito cuidado!
 PMPI ONLINE
 PACTO INTERNACIONAL DOS
DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS, 1966
Foi adotado pela ONU em 16 de dezembro de
1966, mas só passou a vigorar internacionalmente
em março de 1976. Já a República Federativa do
Brasil aderiu a esse tratado apenas em 24 de
janeiro de 1992.
Esse pacto tem como objetivo normatizar os
direitos civis e políticos, ou seja, aqueles que
determinam uma abstenção estatal, de primeira
geração/dimensão. São eles a vida, a liberdade, o
patrimônio, o direito de votar e ser votado, etc.
O PIDCP eleva o super princípio da dignidade
da pessoa humana, consagrando o direito à
liberdade e à autodeterminação dos povos.
Ademais, esse tratado se diferencia pela
capacidade de efetividade, pois além de exigir
respeito aos direitos previstos, também os garante,
sem discriminações (por exemplo: prevê a
igualdade de direitos entre homens e mulheres);
adota medidas destinadas a tornar efetivos os
direitos; e cria recursos efetivos contra as
violações perpetradas.
 PARA ENTENDER MELHOR
É preciso fazer algumas considerações iniciais
sobre o Pacto, antes de estudá-lo propriamente
dito, a começar pelas regras de interpretação
adotadas pelo diploma:
 1ª REGRA: não é admitida interpretação
capaz de abolir ou restringir direito
assegurado no PIDCP.
 2ª REGRA: a legislação interna do país
não poderá ser aplicada se prever regras
menos favoráveis que as constantes do
Pacto.
Ou seja, para os países que assinaram o Pacto, é
proibida interpretação que distorça direito
assegurado neste, com vistas a abolir ou restringir
direitos; além disso, deverá ser aplicado o diploma
que mais favoreça os seres humanos, sendo assim,
o Pacto será aplicado no lugar da lei interna do
país, se ele for mais benéfico.
Nesse ponto, importante frisar que os países tem o
dever de legislar para cumprimento do Pacto, ou
www.preparatoriosmilitares.com.br
9
seja, caso haja necessidade de alguma
regulamentação para que os indivíduos possam ter
acesso aos direitos previstos no Pacto, o Estado
assinante deverá promover leis e atos normativos
que possibilitem o usufruto dos direitos.
O PIDCP também reconhece o “Estado de
exceção” e o “Direito de Suspensão”, que são
situações extremas e extraordinárias pelas quais os
países podem vir a passar, nas quais podem ser
tomadas medidas que suspendam direitos
constantes no Pacto, cumpridos alguns requisitos.
HIPÓTESE de suspensão: situação excepcional
que ameace a existência da nação e assim seja
declarada oficialmente.
Direitos que NÃO PODEM SER SUSPENSOS:
- direito à vida;
- vedação à tortura;
- vedação à escravidão, servidão ou trabalhos
forçados;
- vedação à prisão do depositário infiel;
- princípio da anterioridade penal, da vedação à
lex gravior e aplicação da lei mais benéfica
- reconhecimento da personalidade jurídica; e
- liberdade de pensamento, de consciência e de
religião.
Superadas as considerações iniciais, passemos à
análise dos direitos trazidos no bojo do Pacto, com
ênfase ao direito à vida, pois nesse diploma
internacional houve a regulamentação da pena de
morte em âmbito internacional, assunto muito
cobrados nos certames.
 Direito à vida:
O Pacto garante o direito à vida com dignidade.
Ademais, trata sobre a questão da pena de morte,
deixando claro que a pena de morte não é
terminantemente proibida, nem totalmente
permitida.
Funciona assim: se no momento da assinatura do
Pacto a país já adota a pena de morte, ele pode
continuar a adotá-la; mas, se no momento da
assinatura do Pacto não há previsão de pena de
morte naquele país, após a assinatura ele não pode
mais incrementá-la.
 PMPI ONLINE
BIZU!
Se o país já adota: pode continuar adotando
Se o país não adota: não pode vir a adotar
Para os que possuem, dita alguns requisitos,
dentro os quais que a pena de morte não pode ser
aplicada a menores de 18 anos nem a grávidas,
além disso não pode ser aplicada contra o
PIDCP e a Convenção sobre Prevenção e a
Punição dos Crimes de Genocídio. Para sua
correta imposição, tem de haver uma análise
minuciosa da adequação dela aos casos, só
podendo ser aplicada em caso de crimes mais
gravosos; deve decorrer sempre de sentença
judicial transitada em julgado (aquela da qual
não cabe mais recurso, é definitiva) proferida por
tribunal competente e imparcial.
Sabemos que no caso do Brasil, a pena de morte é
permitida pela Constituição Federal de 1988 em
um único contexto: na hipótese de guerra
declarada, para punição de determinados crimes
militares que ameacem a existência do país e a
segurança nacional. Como o Brasil só assinou o
PIDCP em 1992, depois da vigência da CF/88,
nosso país pode continuar a adotar essa regra, e
caso nos envolvamos em conflito armado externo
declarado oficialmente, a pena de morte poderá
ser aplicada nos termos do que conta no Código
Penal Militar (onde estão os crimes que poderão
ser punidos com pena de morte) e no Código de
Processo Penal Militar (como se dá o processo, o
julgamento, e a execução da pena – por
fuzilamento).
Ademais, o PIDC ainda garante os seguintes
direitos:
 Proibição de tortura, tratamentos cruéis
ou degradantes
 Proibição de escravidão, servidão ou
trabalhos forçados
OBS! Não se considera como trabalhos forçados,
segundo o Pacto:
- Trabalho ou serviço exigido de um indivíduo
encarcerado em cumprimento de decisão judicial,
ou seja, cumprimento de pena;
- Qualquer serviço de caráter militar ou serviço
nacional alternativo ao militar, quando a pessoa e
10
opõe ao serviço militar por motivo de crença
religiosa ou de convicção filosófica ou política;
- Serviços exigidos das pessoas em caso de
emergência ou calamidade comunitária;
- Cumprimento de trabalho ou serviço decorrente
de obrigações cívicas normais.
 Devido processo legal
OBS! Todos tem direito de serem julgados
segundo as leis processuais do seu país, ou seja, o
processo tem de estar revestido de legalidade.
 Direito à comunicação de prisão e
razoabilidade da prisão preventiva.
OBS! Todo acusado tem direto a comunicar sua
prisão a sua família, advogado, etc. A prisão
preventiva deve ter duração razoável.
 No caso de prisão ilegal é direito a
impetração de habeas corpus, além de
receber reparação pecuniária.
 Deve haver tratamento adequado do
preso e separação de presos.
OBS! Aqui no Brasil os presos, por determinação
constitucional, já são separados em
estabelecimentos distintos de acordo com idade, o
sexo e a natureza do delito. O Pacto exige
também, em regra, a separação dos presos que
ainda estão sendo processados, dos já condenados.
 Veda prisão por inadimplemento
contratual.
OBS! Segundo o Pacto, não se pode prender
alguém por motivo de dívida contratual, mas não
entrou em detalhes quanto à pensão alimentícia ou
outras hipóteses não-contratuais.
 Prevê a igualdade perante a Justiça,
livre acesso ao Poder Judiciário,
garantia do contraditório e princípio do
juiz natural.
OBS! O princípio do juiz natural veda a criação de
tribunais de exceção ou Ad-Hoc, ou seja, os juízes
devem fazer parte de tribunais competentes,
independentes e imparciais.
 Direito à presunção de inocência.
 Direitos do acusado.
 PMPI ONLINE
- Exata compreensão da natureza e dos motivos da
acusação
- Ampla defesa (poder se defender por todos os
meios admitidos pelo Direito), defesa técnica
(advogado ou defensor público), assistência de
intérprete (quando o julgamento não for na sua
língua)
- Razoabilidade do tempo do processo (o processo
deve ser célere, rápido)
- Direito a não se auto incriminar (não produzir
provas contra si mesmo)
- Acesso às testemunhas de acusação, assim como
possibilidade de ouvir as de defesa
 Processos contra menores: ênfase na
reintegração social
 Direito ao duplo grau de jurisdição em
matéria criminal
OBS! Direito de recorrer da decisão condenatória
e ter um outro julgamento.
 Direito à indenização por erro judicial
 Vedação de bis in idem
OBS! Ninguém pode ser processado, julgado e
condenado duas vezes pelo mesmo ato criminoso,
baseado nos mesmos fatos.
 Princípio da irretroatividade das leis
penais
OBS! As leis penais não retroagem, ou seja,
quando é criado um fato típico enquadrado como
crime, ele não volta à situações passadas, ele vale
dali para a frente. Assim como, se houver
alteração legislativa que torne a sanção à um
crime mais gravosa, ela não retroagirá a casos
passados. Fica o questionamento: e se for mais
benéfica? Pela tendência moderna, admite-se que
a lei penal retroaja se ela for em benefício do réu.
 Direito de liberdade de culto, crença e
pensamento
 Direito de locomoção.
OBS! Regra: ir e vir, inclusive entre países
diferentes, livremente. Restrições: que estejam
previstas em lei; que visam proteger a saúde ou a
moral pública, bem como os direitos e liberdades
www.preparatoriosmilitares.com.br
11
das demais pessoas; sejam compatíveis com
outros direitos reconhecidos no Pacto.
 Liberdade de expressão
 Restrição à propaganda e vedação à
apologia
OBS! Apologia: incitação criminosa.
 Direito de reunião e associação
OBS! O PIDCP admite a possibilidade de
restrição do direito de associação a membros das
forças armadas e policiais
 Direito da proteção à família e livre
consentimento de ambos os nubentes
para o casamento
 Direitos da criança:
- Medidas de proteção que lhe confiram
dignidade
- Direito de registro após o nascimento
- Direito ao nome e à nacionalidade
 Direitos políticos e acesso a cargos
públicos:
- Participar na condução dos assuntos públicos
- Votar e ser eleito em eleições justas e honestas
- Direito, em condições gerais de igualdade, às
funções públicas de seu país
 Direito à preservação cultural de
minorias.
OBS! As minorias e sua cultura devem ser
protegidas e preservadas, em respeito à
diversidade e pluralidade humana.
 Mecanismo de implementação: Comitê
de Direitos Humanos
Os direitos constantes no Pacto podem ser
exigidos, e com essa finalidade foi criado o
Comitê de Direitos Humanos, criado em sede do
PIDCP. Ele é o órgão colegiado que monitora a
implementação do Pacto dos Direitos Civis e
Políticos pelos Estados-Membros.
É composto por 18 membros nacionais dos
Estados-Partes e por eles eleitos, pessoas de
 PMPI ONLINE
reconhecida competência em matéria de Direitos
Humanos, atuam no Comitê de forma
independente e não se vinculam a seu Estado de
origem (são imparciais).
As suas atribuições englobam as seguintes:
- Pode receber comunicações de Estados ou de
particulares;
- Os Estados devem encaminhar periodicamente
relatórios;
- Para receber denúncias dos Estados-Partes ou de
particulares, tanto quanto o que profere a
denúncia, como o do que se trata a denúncia,
devem ter reconhecido a jurisdição do Comitê.
Ele figura atualmente como um dos mecanismos
convencionais do Sistema Universal/Global de
direitos humanos, e caso algum país-membro seja
desobediente às regras constantes no pacto poderá
receber sanções de acordo com a natureza e
gravidade das violações.
________________________________________
_______________
 Como isso foi cobrado em prova:
(Ano: 2018. Banca: VUNESP. Órgão: PC-SP.
Prova: Escrivão de Polícia Civil) No tocante ao
direito de liberdade, o Pacto Internacional dos
Direitos Civis e Políticos estabelece que
A) ninguém poderá ser obrigado a executar
trabalhos forçados ou obrigatórios, ainda que por
ordem da justiça.
B) nenhuma pena de restrição da liberdade poderá
ultrapassar o prazo de trinta anos.
C) ninguém poderá ser preso apenas por não
poder cumprir com uma obrigação contratual.
D) qualquer pessoa vítima de prisão decorrente de
aplicação da lei penal terá direito à fiança.
E) a soltura de pessoas presas preventivamente
não poderá estar condicionada a garantias que
assegurem o seu comparecimento aos atos do
processo.
Gabarito:
Letra C.
Afirmativa a: errada. O PIDCP prevê que
"ninguém será constrangido a executar trabalho
forçado ou obrigatório" mas, logo a seguir, traz
12
algumas exceções e explica que esse dispositivo
não se aplica às situações em que "certos crimes
podem ser punidos com pena de prisão
acompanhada de trabalhos forçados, o
cumprimento de uma pena de trabalhos forçados
imposta por um tribunal competente". Alternativa
B: errada. Nenhum dispositivo desse pacto trata
da prisão perpétua ou estabelece qualquer limite
temporal para o cumprimento de penas privativas
de liberdade. Alternativa C: correta. O Pacto
determina que ninguém será encarcerado apenas
por descumprir uma obrigação contratual.
Alternativa D: errada. O Pacto não tem nenhum
dispositivo indicando que qualquer pessoa deve
ter direito à fiança. Alternativa E: errada. Não há
menção a algo do tipo no PIDCP.
(Ano: 2014. Banca: VUNESP. Órgão: PC-SP
Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Escrivão de
Polícia Civil - Adaptada) Prevê o Pacto
Internacional de Direitos Civis e Políticos que
ninguém poderá ser obrigado a executar trabalhos
forçados ou obrigatórios,
A) mesmo em casos de emergência ou de
calamidade que ameacem o bem-estar da
comunidade.
B) não sendo o serviço militar considerado
trabalho forçado ou obrigatório, podendo os países
preverem a isenção por motivo de consciência.
C) restando proibido aos Estados-Partes legislar
para que determinados crimes sejam punidos com
prisão e trabalhos forçados.
D) devendo ser previstos como crimes pelos
Estados-Partes a servidão, a escravidão, mas não o
tráfico de escravos.
E) não podendo qualquer trabalho ou serviço ser
considerado como parte das obrigações cívicas
normais.
Gabarito:
Letra B. Vide material.
(Ano: 2013. Banca: VUNESP. Órgão: PC-SP.
Prova: Escrivão de Polícia Civil) Com relação à
pena de morte, o Pacto Internacional dos Direitos
Civis e Políticos dispõe que
A) obriga todos os Estados que ainda a apliquem a
tomarem medidas para a sua abolição.
B) não deverá ser imposta em casos de crime
cometido por menores de 18 anos, nem aplicada a
mulheres em estado de gravidez.
 PMPI ONLINE
C) é vedada sua imposição a pessoas maiores de
60 anos e a pessoas portadoras de deficiências
físicas.
D) pode ser adotada livremente, desde que
devidamente aprovada pelo respectivo
Parlamento.
E) é totalmente vedada a sua adoção, ficando os
Estados que ainda a adotem obrigados a suspendê-
la de imediato.

Gabarito:
Letra B. Vide material.

www.preparatoriosmilitares.com.br
13
 DISCIPLINA:
DIREITOS HUMANOS
TURMA: TURNO:
ONLINE
NOME:
DIREITOS HUMANOS – DIPLOMAS
INTERNACIONAIS
 Convenção contra a Tortura e outros
Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanos ou Degradantes, 1984
A Convenção contra a Tortura e outros
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes, que nesse material chamaremos
apenas de Convenção contra a Tortura - CCT, foi
adotada pela ONU em dezembro de 1984, com
entrada em vigor no ano de 1987. Somente foi
ratificada pelo Brasil em setembro de 1989, após a
promulgação da Constituição Federal de 1988,
que inaugurou um período de redemocratização
no país, após o Regime Militar.
É bem sabido que, após a Segunda Guerra
Mundial, bem como das opressões sofridas pelos
cidadãos de países sob regimes ditatoriais, o
mundo tomou real conhecimento dos massacres
feitos em nome de ideais infundados. A
conscientização da comunidade internacional
acerca dos limites urgentes que deveriam ser
estabelecidos foi indubitável, incontestável e
altamente necessária.
Em outras palavras, pode-se dizer que
Organização das Nações Unidas – ONU - foi
forçada a tratar especialmente da tortura, que
desde os primórdios da humanidade foi utilizada
abertamente por diversas civilizações, e mesmo
com a chegada da Modernidade, ainda era
empregada ao redor do mundo com uma certa
naturalidade, que, dentro do progresso já
alcançado se tornava inaceitável.
A Convenção contra a Tortura foi o diploma
produzido para disciplinar particularmente a
questão da tortura, mas não é o único instrumento
que coíbe tal prática. Já vimos inclusive, que a
Declaração Universal dos Direitos Humanos e o
www.preparatoriosmilitares.com.br
1
DATA: PROFESSOR:
@cintia_santosr
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
vedam de forma absoluta a utilização da tortura
pelos Estados – Membros.
Infelizmente, a CCT conta com uma das
menores adesões dos Estados-Partes da ONU,
embora a tortura tenha sido um dos primeiros atos
a serem considerados crime contra a ordem
internacional.
 PARA ENTENDER MELHOR
Entendido o contexto histórico em que se foi
pensada a Convenção contra a Tortura, vamos
estudar sobre o que trata o seu texto e o que
essencialmente temos de levar para as provas de
concurso público.
Inicialmente, a Convenção cuidou em determinar
o que o termo “TORTURA” designa, qual seu
significado, quais ações podem ser consideradas
tortura. Pois bem, importante saber, de antemão,
que a tipificação do crime de tortura pode variar
de país para país, de acordo com sua legislação
penal própria, e que a tortura para a CCT possui
um conceito bem específico, do qual trataremos a
seguir:
TORTURA:
 Qualquer ato pelo qual dores ou
sofrimentos agudos, físicos ou mentais,
são infligidos intencionalmente a uma
pessoa: percebe-se aqui que para a
configuração da tortura a intensidade do
sofrimento é crucial, ele tem de ser agudo,
muito forte. Ademais, ele pode ser físico
ou mental, ou seja, a imposição de dor ou
sofrimento agudo de ordem psicológica
também pode se enquadrar como tortura,
às vezes sendo até pior do que o flagelo
físico. Por fim, o DOLO (ou seja, a
intenção, o querer) é imprescindível, pois
não existe tortura culposa, ela tem de ser
infligida de forma proposital.
 PMPI ONLINE
 A fim de obter, dela ou de uma terceira
pessoa, informações ou confissões; de
castigá-la por ato que ela ou uma
terceira pessoa tenha cometido ou seja
suspeita de ter cometido; de intimidar
ou coagir esta pessoa ou outras pessoas;
ou por qualquer motivo baseado em
discriminação de qualquer natureza:
dessa maneira, a FINALIDADE dos atos
praticados contra a pessoa também é
importante para o conceito de tortura, pois,
não se configurará tortura os sofrimentos
ou dores causados intencionalmente a
outrem, se as motivações não estiverem
dentro da hipóteses elencadas pela CCT;
 Infligidos por um funcionário público ou
outra pessoa no exercício de funções
públicas, ou por sua instigação, ou com
o seu consentimento ou aquiescência:
está claro então, que para a CCT, a tortura
é um crime PRÓPRIO, ou seja, os sujeitos
ativos do crime são determinadas pessoas
especificadas, quais sejam, funcionários
públicos ou quem lhes façam as vezes.
Como restou nítido, para se configurar o crime de
tortura à luz da Convenção contra a tortura, é
necessário o cumprimento CUMULATIVO de
todos os requisitos supracitados. A ausência de
um dos requisitos já descaracteriza o crime.
Após a conceituação do crime, partiremos a outras
considerações importantes trazidas pela CCT:
 A Convenção não pode ser usada para
restringir qualquer instrumento ou lei
nacional ou internacional que contenha ou
possa conter dispositivos de alcance mais
amplo, de forma que, se alguma norma,
seja de direito interno ou externo for mais
abrangente, a CCT não poderá ser usada
como desculpa para restringi-la. Isso se dá,
pelo caráter gravíssimo da conduta
combatida, logo, quanto maior o combate
a ela, melhor.
 Proíbe-se a tortura ainda que o Estado
se encontre em situação de ameaça,
estado de guerra, instabilidade política
ou quaisquer situações excepcionais, de
maneira que, não há nenhuma justificativa
2
plausível para a implementação dessa
prática.
 Não se considerará como tortura as dores
ou sofrimentos que sejam consequência
unicamente de sanções legítimas, ou que
sejam inerentes a tais sanções ou delas
decorram. Ou seja, no cumprimento de
sanções legítimas, ou seja, correções
legais, não se pode alegar tortura. Um
exemplo clássico é o do cárcere: um
indivíduo não pode alegar tortura porque
foi colocado na solitária, em consequência
do seu mau comportamento na cela. Essa é
uma sanção legítima, e embora possa
causar dores ou sofrimentos
(precipuamente psicológicos), estes não se
configuram tortura. Outro exemplo
possível seria o serviço militar e as
punições advindas da hierarquia e próprias
do regime militar. Não se pode olvidas que
existem uma série de disciplinas aplicadas
aos faltosos inseridos no regime militar, e,
em decorrência dessas sanções legítimas
(ou seja, baseadas na lei e normativas) não
se pode alegar tortura.
 A ordem de um funcionário superior ou
de uma autoridade pública não poderá
ser invocada como justificação para a
tortura. Dessa regra se extrai que mesmo
que se receba ordens de superiores
hierárquicos para a prática de tortura, o
torturador não pode se eximir da
responsabilidade. Seu dever era
desobedecer essa ordem manifestamente
ilegal e até mesmo denunciá-la, ao passo
que, se for realizada, ambos (o mandante e
o executor) poderão vir a ser julgados e
punidos, se de fato forem considerados
culpados.
 Cada Estado Parte tomará medidas
eficazes de caráter legislativo,
administrativo, judicial ou de outra
natureza, a fim de impedir a prática de atos
de tortura em qualquer território sob sua
jurisdição. Portanto, os Estados que
ratificarem a CCT estarão desde já
responsabilizados de tomar quaisquer
medidas necessárias ao combate da tortura
em seus territórios.
 PMPI ONLINE
 Nenhum Estado Parte procederá à
expulsão, devolução ou extradição de
uma pessoa para outro Estado quando
houver razões substanciais para crer que a
mesma corre perigo de ali ser submetida a
tortura. Esse dispositivo é muito cobrado
em provas, e sua lógica é simples. Se o
objetivo da comunidade internacional é
coibir a prática da tortura, não faz sentido
que um Estado extradite um indivíduo para
outro Estado, para ali ser julgado, se
houver desconfiança embasada de que ali
ele sofrerá tortura. Explicando melhor:
extradição nada mais é do que o nome que
se dá ao processo de solicitação a um país
para entregar uma pessoa a outro país para
que essa pessoa possa ser processada e
julgada por um crime que tenha cometido.
Nesse momento, se o Estado membro da
CCT supor, de maneira respaldada, que o
indivíduo a ser entregue sofrerá tortura no
país destinatário, não o deve fazer.
 Cada Estado Parte assegurará que todos os
atos de tortura sejam considerados crimes
segundo a sua legislação. O mesmo
aplicar-se-á à tentativa de tortura e a todo
ato de qualquer pessoa que constitua
cumplicidade ou participação na tortura.
 Cada Estado Parte punirá estes crimes
com penas adequadas que levem em
conta a sua gravidade.
 A Convenção garante às vítimas de tortura
o direito à reparação, indenização justa e
adequada (incluindo meios para
reabilitação), sendo que no caso de morte
do torturado, os seus dependentes terão
direito à reparação devida.
 Determina que aquele indicado como
autor do crime de tortura gozará de
todos os direitos processuais garantidos
pelo Direito. É bem simples: por mais
reprovável que seja a conduta de torturar
alguém, o acusado não deixou de ser um
ser humano, e portanto gozará de todos os
direitos processuais garantidos
juridicamente.
www.preparatoriosmilitares.com.br
3
 Se um Estado Parte que condiciona a
extradição à existência de tratado e receber
um pedido de extradição por parte do outro
Estado Parte com o qual não mantém
tratado de extradição, poderá considerar
a Convenção com base legal para a
extradição com respeito a tais crimes.
Dispositivo muito cobrado em prova: a
CCT pode ser usada como base legal para
a extradição entre dois Estados – Partes,
em substituição a um Tratado de
Extradição específico para tal fim.
 Cada Estado Parte assegurará que o ensino
e a informação sobre a proibição de
tortura sejam plenamente incorporados no
treinamento do pessoal civil ou militar
encarregado da aplicação da lei, do pessoal
médico, dos funcionários públicos e de
quaisquer outras pessoas que possam
participar da custódia, interrogatório ou
tratamento de qualquer pessoa submetida a
qualquer forma de prisão, detenção ou
reclusão.
Esgotadas as principais considerações sobre o
conteúdo trazido pela CCT, cabe agora a análise
do Comitê contra a Tortura, que chamaremos
nesse material de CAT (Committee Against
Torture).
 Comitê contra a Tortura (Committee
Against Torture - CAT)
O Comitê contra a Tortura é o órgão que foi
criado pelo Sistema de Direitos Humanos da
ONU, codificado no artigo 17 da Convenção, para
a supervisão do cumprimento das obrigações
internacionais contraídos pelos Estados-parte
na CCT (Convenção contra a Tortura). Suas
principais funções são:
- Instituir sistemas de relatórios periódicos (a
cada quatro anos) expondo medidas tomadas para
o combate à tortura e outras obrigações contraídas
frente à Convenção e ao Comitê;
- Examinar os relatórios, que serão analisados
conjuntamente a dados adicionais enviados por
fontes diversas;
 PMPI ONLINE
- Prevê um sistema de encontros públicos
formais com os representantes dos Estados que
poderão, na ocasião, sanar dúvidas a respeito do
combate à tortura;
- Pode realizar investigações confidenciais,
quando houverem “informações fidedignas de que
a tortura está sendo praticada sistematicamente no
território de um Estado - Parte” - se o este não
tiver apresentado reserva a este dispositivo;
- Pode fazer visitas in situ, quando da
investigação do Comitê no território do Estado;
- Poderá averiguar casos de comunicações
individuais caso o Estado-parte tenha
reconhecido a competência do Comitê para fazê-
lo, e também denúncias de um Estado em desfavor
de outro;
- Em caso de desobediência às regras da
Convenção, os Estados-Partes podem sofrer
sanções e represálias por parte da ONU.
O Comitê contra a Tortura é composto por dez
peritos, eleitos em reuniões bienais convocadas
pelo Secretário Geral da ONU, de elevada
reputação moral e reconhecida competência em
matéria de direitos humanos, os quais exercerão
suas funções a título pessoal. Os peritos serão
eleitos pelos Estados Partes.
________________________________________
_______________
 Como isso foi cobrado em prova:
(Ano: 2011. Banca: CESPE / CEBRASPE. Órgão:
PC-CE) A respeito da Convenção contra a Tortura
e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos
ou Degradantes, julgue o item seguinte.
Tortura é qualquer ato pelo qual dores ou
sofrimentos agudos são infligidos à pessoa a fim
de se obterem informações ou confissões, ainda
que tais dores ou sofrimentos sejam
consequências unicamente de sanções legítimas.
Certo Errado
Gabarito:
Errado. As dores ou sofrimentos que sejam
consequências unicamente de sanções legítimas,
não configuram tortura, segundo a CCT.
4
(Ano: 2018. Banca: VUNESP. Órgão: PC-SP.
Prova: Escrivão de Polícia Civil) A Convenção
Contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas
Cruéis, Desumanos ou Degradantes dispõe,
expressamente, que cada Estado Parte assegurará,
em seu ordenamento jurídico, à vítima de um ato
de tortura, direito
A) a ter proteção especial para depor como
testemunha contra seu ofensor, com direito aos
meios e condições suficientes para viver em lugar
seguro custeado pelo Estado.
B) à reparação e a uma indenização justa e
adequada, incluindo os meios necessários à sua
mais completa reabilitação possível.
C) a obter indenização justa e em dinheiro por
parte do ofensor e uma pensão mensal a ser
suportada pelo próprio Estado.
D) a obter a devida justiça com o julgamento do
seu ofensor e que este seja compelido a reparar os
danos causados.
E) a receber assistência legal, psicológica, social e
financeira do poder público e do próprio ofensor
para refazer sua vida em todos os seus aspectos.
Gabarito:
Letra B.
Dispõe o artigo 14 da CCT que cada Estado Parte
assegurará, em seu sistema jurídico, à vítima de
um ato de tortura, o direito à reparação e a uma
indenização justa e adequada, incluídos os meios
necessários para a mais completa reabilitação
possível. Em caso de morte da vítima como
resultado de um ato de tortura, seus dependentes
terão direito à indenização. O disposto no presente
Artigo não afetará qualquer direito a indenização
que a vítima ou outra pessoa possam ter em
decorrência das leis nacionais. Assim, a resposta
correta é a letra B. Não há, nesse tratado,
dispositivos que correspondam às outras
alternativas.
(Ano: 2017. Banca: FAPEMS. Órgão: PC-MS.
Prova: Delegado de Polícia) O Decreto n°40, de
15 de fevereiro de 1991, promulgou a Convenção
Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas
Cruéis, Desumanos e Degradantes, passando a ser
executada e cumprida tão inteiramente como nela
se contém, conforme dispõe o artigo 1° desse
decreto. Segundo essa Convenção,
A) será excluída qualquer jurisdição criminal
exercida de acordo com o direito interno.
 PMPI ONLINE
B) nenhum Estado-Parte procederá à expulsão, à
devolução ou à extradição de uma pessoa para
outro Estado quando não houver razões
substanciais para crer que a mesma corre perigo
de ali ser submetida a tortura.
C) nenhum Estado-Parte procederá à expulsão, à
devolução ou à extradição de uma pessoa para
outro Estado quando houver razões substanciais
para crer que a mesma corre perigo de ali ser
submetida à tortura.
D) cada Estado-Parte assegurará que todos os atos
de tortura sejam considerados crimes segundo a
sua legislação penal, o mesmo se aplicando à
tentativa de tortura, não se estendendo às
hipóteses de participação na tortura.
E) a pessoa processada por crime de tortura não
poderá receber tratamento justo em todas as fases
do processo.
Gabarito:
Letra C. Vide material.
 TRATADO DE ROMA, 1998
O Tratado de Roma, diploma internacional que
instituiu o Tribunal Penal Internacional, em
1998, com sede na cidade de Haia na Holanda,
foi idealizado pela Organização das Nações
Unidas, visando prevenir os “Tribunais de
Exceção”, ou Tribunais Ad-Hoc, que nada mais
são que Tribunais organizados após guerras ou
conflitos, com a única finalidade de julgar os ditos
culpados de crimes graves cometidos nessa
situação excepcional.
No entanto, os Tribunais de Exceção, por mais
corretos que tentem se portar, são ilegítimos, pois
se configuram como verdadeiros tribunais dos
vencedores para julgar os perdedores, não
sendo devidamente imparciais. O princípio do juiz
natural, por exemplo, é completamente
desrespeitado em um Tribunal Ad-Hoc, pois não
há ali a existência de uma jurisdição anterior aos
fatos, mas sim a criação de uma estrutura de
julgamento após a ocorrência destes, sendo
impossível que os processos corram de maneira
impessoal.
www.preparatoriosmilitares.com.br
5
Foi exatamente isso que aconteceu após a
Segunda Guerra Mundial. Os países “vencedores”
se insurgiram contra os países “perdedores” e uma
série de Tribunais foram criados ao redor do
mundo para que fossem julgados os crimes de
guerra cometidos. A título de exemplo, a
Alemanha Nazista foi alvo de vários tribunais Ad-
Hoc, sendo um dos mais conhecidos, o Tribunal
de Nuremberg, situado na cidade de Nuremberg,
na própria Alemanha. Nesse Tribunal foram
julgados os componentes do mais alto escalão
pessoal de Hitler, homens de sua confiança, que
em conjunto com ele perpetraram todos os
horrores que aconteceram no período. Houve a
total exposição do que aconteceu, a divulgação
das imagens e documentos sigilosos do Estado,
alguns suicídios por parte dos acusados, além de o
Tribunal ter emitido várias sentenças, inclusive a
prisão perpétua e pena de morte por
enforcamento.
Diante disso, a comunidade internacional pugnou
pela construção de uma instituição permanente,
competente, imparcial, que pudesse julgar
criminosos a nível internacional com lisura. Em
resultado disso, nasceu o Tribunal Penal
Internacional, através do Tratado de Roma.
Embora tenha sido criado em 1998, o tratado só
vale para os crimes praticados após 2002, ano
que inclusive, a República Federativa do Brasil
aderiu ao diploma.
Imprescindível salientar que o Tribunal Penal
Internacional não é órgão da ONU, mas faz parte
do Sistema das Nações Unidas, enviando
relatórios anuais à Assembleia Geral (AG) da
ONU. Ademais, a corte penal internacional
exerce sua jurisdição sobre pessoas que
praticam crimes graves e de transcendência
internacional. Note: PESSOAS, e não Estados.
Acerca da efetividade do Tribunal Penal
Internacional, que chamaremos nesse material de
TPI, é importante aduzir que sua atuação é
complementar. Isso quer dizer que os
responsáveis pelo processamento e julgamento de
criminosos são os seus próprios Estados, ou seja, a
jurisdição que deve atuar nos casos é
precipuamente a interna. Somente em caso de
omissão, demora injustificada, ou julgamento
 PMPI ONLINE
arbitrário/corrupto é que o TPI poderá operar.
Nesse viés, o TPI sempre atua
complementarmente às jurisdições internas.
 PARA ENTENDER MELHOR
Vamos analisar agora as principais características
do Tribunal Penal Internacional, conforme o que
segue:
 Adota o princípio da responsabilidade
criminal individual, pelo que tal corte não
julgará Estados, mas apenas pessoas
físicas/naturais.
 Princípio da não retroatividade ratione
personae, ou seja, a irretroatividade in
pejus. Nesse ponto, os crimes que serão
apreciados pelo TPI são aquele ocorridos
após 2002, não retroagindo a incidência do
julgamento a fatos ocorridos antes.
 Só tem competência para processar e julgar
4 tipos de crimes:
-Crimes de genocídio: entende-se por
genocídio qualquer um dos atos que a
seguir se enumeram, praticado com
intenção de destruir, no todo ou em parte,
um grupo nacional, étnico, racial ou
religioso, enquanto tal: a) homicídio de
membros do grupo; b) ofensas graves à
integridade física ou mental de membros
do grupo; c) sujeição intencional do grupo
a condições de vida com vista a provocar a
sua destruição física, total ou parcial; d)
imposição de medidas destinadas a impedir
nascimentos no seio do grupo; e)
transferência, à força, de crianças do grupo
para outro grupo.
-Crimes contra a humanidade: entende-
se por crime contra a humanidade,
qualquer um dos atos seguintes, quando
cometido no quadro de um ataque,
generalizado ou sistemático, contra
qualquer população civil, havendo
conhecimento desse ataque: a) Homicídio;
b) Extermínio; c) Escravidão; d)
Deportação ou transferência forçada de
uma população; e) Prisão ou outra forma
de privação da liberdade física grave, em
6
violação das normas fundamentais de
direito internacional; f) tortura; g) agressão
sexual, escravatura sexual, prostituição
forçada, gravidez forçada, esterilização
forçada ou qualquer outra forma de
violência no campo sexual de gravidade
comparável; h) perseguição de um grupo
ou coletividade que possa ser identificado;
i) desaparecimento forçado de pessoas; j)
crime de apartheid; k) outros atos
desumanos de caráter semelhante
-Crimes de guerra: entende-se por
"crimes de guerra": a) As violações graves
às Convenções de Genebra, de 12 de
Agosto de 1949; b) Tortura ou outros
tratamentos desumanos, incluindo as
experiências biológicas; c) O ato de
compelir um prisioneiro de guerra ou outra
pessoa sob proteção a servir nas forças
armadas de uma potência inimiga; d)
Tomada de reféns; e) Dirigir
intencionalmente ataques à população civil
em geral ou civis que não participem
diretamente nas hostilidades; f) Matar ou
ferir um combatente que tenha deposto
armas ou que, não tendo mais meios para
se defender, se tenha incondicionalmente
rendido; etc.
-Crimes de agressão: o Tratado de Roma
não tipificou de imediato os crimes de
agressão, mas segundo a melhor doutrina
internacional, eles se configuraram através
de ataques armados e hostis de um país
contra o outro, eminentemente quando
atingem civis. Note: os crimes de agressão
não podem ser confundidos com os crimes
de guerra, os últimos são praticados
quando há guerra/conflito armado
declarado entre um país e outro, e os
primeiros são ataques isolados.
OBS! Todos esses crimes, em sede de TPI,
são IMPRESCRITÍVEIS, ou seja, eles
não prescrevem com o decurso do tempo.
 Possíveis penas:
- Pena de prisão de até 30 anos
- Pena de prisão perpétua
- Perda de bens e pagamento de multas
 PMPI ONLINE
OBS! A pena de morte não é admitida
no TPI. Ademais, não há prerrogativa de
foro no TPI, ou seja, autoridades ou
ocupantes de cargos políticos não recebem
tratamento ou julgamento diferenciado
neste Tribunal.
 Princípios processuais penais adotados
- Legalidade: o processo e o julgamento
são baseados nas regras já positivas no
Tratado de Roma.
- Anterioridade da pena: todos os crimes e
suas respectivas penas já estão tipificados,
portanto já existe a punição expressa antes
da ocorrência do ato;
- Presunção de inocência: enquanto a
culpabilidade do indivíduo não for provada
por sentença definitiva, ele é ________________________________________
presumidamente inocente perante o TPI;
- Idade da imputabilidade penal: 18 anos.
Menores de 18 anos não podem ser
julgados perante o TPI.
OBS! Cabe aqui a diferenciação entre
surrender/entregar e extraditar. Quando
um indivíduo é retirado de um país e
levado a outro país para que ali seja
julgado por algum fato criminoso do qual
esteja sendo acusado, dizemos que ele foi
extraditado. Em contrapartida, quando um
indivíduo é retirado de seu país para ser
julgado pelo TPI, dizemos que ele foi
surrendido ou entregue.
Superada essa parte, vamos considerar a
composição do Tribunal Penal Internacional. O
TPI é composto por 18 juízes, com mandato não
renovável de 9 anos, divididos em 3 seções:
 Seção de Questões Preliminares: onde será
analisada a possibilidade de
admissibilidade daquele caso ao Tribunal.
 Seção de Primeira Instância: onde ocorrerá
o julgamento inicial, com a análise do
mérito.
 Seção de Apelações: para onde serão
enviados os recursos, em caso de
insatisfação de alguma das partes com o
julgamento inicial. O caso será
reanalisado.
www.preparatoriosmilitares.com.br
7
A escolha dos juízes caberá à Assembleia de
Estados- Partes, devendo eles serem pessoas de
elevada consideração moral, que dominem uma
das línguas oficiais (inglês, francês, espanhol,
russo e árabe) do Tribunal. Além disso, podem
requerer o julgamento do TPI Estados que não
o tenham assinado, mas que submetam a ele
algum caso específico.
Isto posto, o TPI objetiva responsabilizar os
autores de tais crimes de forma a zelar:
(1) pela prevenção de futuras ocorrências,
(2) pela paz, bem-estar e segurança,
(3) pelo patrimônio civilizatório da humanidade,
(4) pelo reforço da cooperação internacional.
_______________
 Como isso foi cobrado em prova:
(Ano: 2014. Banca: VUNESP. Órgão: PC-SP.
Prova: Delegado de Polícia) Segundo o Estatuto
de Roma, a competência do Tribunal Penal
Internacional restringir-se-á aos crimes mais
graves, que afetam a comunidade internacional no
seu conjunto. Nos termos do referido Estatuto,
portanto, o Tribunal terá competência para julgar,
entre outros, os seguintes crimes:
A) hediondos e crimes de terrorismo.
B) de guerra e crimes de tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins.
C) infanticídio e crimes contra a humanidade.
D) de agressão e crimes contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático.
E) genocídio e crimes de guerra.
Gabarito:
Letra E.
Os 4 tipos de crime que podem ser julgados pelo
TPI são: genocídio, crimes de guerra, crimes
contra a humanidade e crimes de agressão.
(Ano: 2016. Banca: FUNCAB. Órgão: PC-PA.
Prova: Delegado de Polícia Civil – Adaptada)
Sobre Estatuto de Roma do Tribunal Penal
Internacional, é correto afirmar que:
A) o Tribunal Penal Internacional poderá impor
pena de expatriação se o elevado grau de ilicitude
 PMPI ONLINE
do fato e as condições pessoais do condenado a
justificarem.
B) são considerados crimes contra a humanidade
os atos praticados com intenção de destruir, no
todo ou em parte, um grupo nacional, étnico,
racial ou religioso.
C) o Tribunal Penal Internacional (TPI) terá
competência apenas para julgar os crimes de
genocídio, os crimes contra a humanidade e os
crimes de agressão.
D) nenhuma pessoa poderá ser julgada por outro
tribunal por um crime de competência do Tribunal
Penal Internacional, relativamente ao qual já tenha
sido condenada ou absolvida pelo TPI.
E) o Tribunal Penal Internacional é vinculado a
Comissão Interamericana de Direitos Humanos e
não possui competência para julgar pessoas
físicas.

Gabarito:
Letra D.
Se a pessoa já tiver sido condenada ou absolvida
por um crime, derivado de um fato criminoso,
essa decisão é definitiva. É vedado o bis in idem.

(Ano: 2018. Banca: VUNESP. Órgão: PC-SP.

Prova: Escrivão de Polícia Civil) A Imposição de
medidas destinadas a impedir nascimentos no seio
do grupo, praticada com intenção de destruir, no
todo ou em parte, um grupo nacional, étnico,
racial ou religioso, enquanto tal, é considerada
pelo Estatuto de Roma como
A) genocídio.
B) crime de guerra.
C) crime de agressão.
D) crime contra a humanidade.
E) apartheid.

Gabarito:
Letra A.
Conceito clássico de genocídio, vide material.